terça-feira, 25 de setembro de 2012

Dividir para progredir ? Acho que não

Antes de iniciarmos a postagem de hoje gostaria de fazer um mea culpa aqui no blog.

A galera que me acompanha faz tempo, sabe que costumo publicar aqui com frequência, o que não tem acontecido nos últimos meses... 

Isso se deve ao fato da minha pesquisa para o projeto final de monografia além da confecção do meu projeto de mestrado... Coisas que realmente têm tomado o meu tempo... Com isso, o blog ficou um pouco devagar, mas jamais parado. Tanto nas postagens, quanto na página do facebook o blog continua, só que num ritmo mais lento. 

Agradeço e compreensão de todos por esse momento e espero normalizar as postagens do blog em breve. 

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Agora vamos a postagem. 

Pois é, o título dela nos remete aquela velha frase, que já virou até livro (muito bom por sinal) conhecida por "dividir para conquistar". 

O trocadilho refere-se a decisão de Honduras de privatizar 3 cidades que terão legislativo, executivo e judiciário próprios... 

O intuito, segundo o presidente, é o de melhorar o país que sofreu com até com um golpe no passado e que agora tenta melhorar sua economia vendendo suas cidades, atraindo investidores que desejam "brincar de ser prefeito". 

Mesmo que a ideia atraia investimentos para o país, a custa de que isso é feito? Será mesmo que a população hondurenha, que habitará essas cidades, está satisfeita com isso? Será que o Governo pensou que uma cidade com suas próprias leis pode acabar se transformando numa cidade sem leis ou com leis que beneficiem, ainda mais, apenas uma pequena parcela da população?

Além disso, como ficam os moradores dessa cidade que agora verão um espaço que antes era público, se tornar privado? Antes, se houve qualquer problema a população poderia pressionar o governo por melhorias e, se não desse certo, as eleições seriam a solução (se bem que estamos falando de Honduras, né.) mas, e quando a cidade tem literalmente um "dono"? Se o "dono" não quiser fazer, com quem a população reclamará?

Isso está parecendo mais um retrocesso, praticamente um retorno aos tempos do colonialismo, onde vemos o dividir para progredir, sob a roupagem bastante fraca e inócua do verdadeiro dividir para conquistar... 

Classificado pelo governo do presidente Porfirio Lobo como “o mais importante projeto do país em meio século”, Honduras assinou nesta quinta-feira (06/09) um memorando no qual aprova a privatização de três cidades. Com agentes de segurança, sistema tributário e legislação própria, elas já estarão abertas para investimentos de empreendedores em um prazo máximo de seis meses.

A ideia é que as chamadas “cidades modelo" possuam poderes Executivo, Legislativo e Judiciário totalmente desvinculados do governo hondurenho. Dessa forma, suas administrações ganham autonomia suficiente para ratificar tratados internacionais, firmar parcerias bilaterais e estabelecer sua própria política imigratória.

Um grupo de investidores estrangeiros viajou a Tegucigalpa para participar da cerimônia e também assinou o documento. O argumento do governo é de que esta é uma forma de fortalecer a infra-estrutura nacional, bem como o combate à corrupção e ao tráfico de drogas. “Isso tem o potencial transformar Honduras em uma máquina de dinheiro, é um instrumento de desenvolvimento típico de países de primeiro mundo", disse à AFP Carlos Pineda, presidente da Comissão para a Promoção de Parcerias Público-Privadas de Honduras.

De acordo com Juan Hernandez, presidente do Congresso hondurenho, o grupo de investimentos MGK já se comprometeu a injetar inicialmente 15 milhões de dólares para a construção de infra-estrutura básica na primeira cidade modelo, na região da costa caribenha. A expectativa do parlamentar é a de que esta cidade crie cerca de cinco mil postos de trabalho em um primeiro momento e mais de 20 mil no futuro. Ele também revelou à AFP que a Coreia do Sul já depositou nos cofres hondurenhos quatro milhões de dólares voltados para estudos de viabilidade das obras.

"O futuro se recordará de hoje como o dia em que Honduras começou a crescer", disse Michael Strong, CEO do grupo MKGroup em meio à solenidade de ratificação do memorando. "Nós acreditamos que esta será uma das transformações mais importantes do mundo, pela qual Honduras acabará com sua pobreza e criará milhares de empregos”, concluiu.

Não é o que pensam grupos civis e organizações indígenas que classificam o projeto de Porfírio Lobo como uma “catástrofe”. Ao lado do local onde será instalada a primeira cidade privada do país, vive uma grande comunidade de indígenas Garifuna que se opõe ao empreendimento. "Esses territórios pertencem ao povo Garifuna e não podem ser entregues ao capital estrangeiro em um gesto de puro colonialismo, idêntico àquele que prevalecia em Honduras na época em que o país era chamado de república das bananas", disse Miriam Miranda, presidente da Organização Fraternal dos Negros de Honduras.

Oscar Cruz, ex-promotor constitucional, protocolou uma moção junto à Suprema Corte ainda em 2011 para alertar sobre a inconstitucionalidade do projeto. "Essas cidades pressupõem a criação de estados dentro do estado, uma entidade comercial com poderes de estado fora da jurisdição do governo”, explica Cruz. A instância judicial máxima de Honduras não concordou com seus argumentos.

"Isso violará os direitos de cada cidadão porque significa a concessão de parte de nosso território a uma cidade que terá sua própria polícia, seu próprio Poder Judiciário e seu próprio sistema tributário”, disse ao jornal britânico The Guardian Sandra Marybel Sanchez, parte de um grupo de manifestantes que tentam apelar à Suprema Corte para reverter a decisão.




sábado, 15 de setembro de 2012

Cada vez pior...

Pois é... Leio essas coisas e não sei se me revolto ou se jogo tudo pro alto e viro hippie... 

A moda agora é tornar o Ensino Médio igual a formulação de provas do ENEM: três áreas de conhecimento e só... 

Como sempre a mudança vem de cima para baixo (de gente que nunca se quer pisou em sala de aula, como professor) e, como não poderia deixar de ser beira as raias do absurdo. 

Imagine que com essa mudança todos os professores formados teriam que voltar a faculdade para mais uns 8 anos de formação acredito eu. Além disso, ainda tem os que vão ingressar no ensino superior que, se seguir essa linha, vai ter que se totalmente reformulado para atender essas demandas. 

Absurdos a parte, não seria mais cabível se preocupar com uma melhora na qualidade do ensino atual do que inventar coisas absurdas só pra dizer que faz algo?

Não seria melhor dar atenção a reivindicação dos professores das Universidades que pararam por meses sem que o Governo se quer desse uma resposta rápida? Aliás, não seria melhor ouvir justamente eles para melhorar a nossa educação ao invés de pessoas que dão patadas sem nem saber o que fazem ?

Enquanto esses absurdos continuam, acho que só nos resta rezar, pelo que eu ainda não sei... Mas, as eleições vem aí... Pense nessas propostas na hora de votar, por favor... 



Brasília – Após a divulgação dos resultados insuficientes das escolas de ensino médio na última edição do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o Ministério da Educação (MEC) planeja uma modernização do currículo, propondo a integração das diversas disciplinas em grandes áreas. A inspiração deverá vir do próprio Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que organiza as matrizes curriculares em quatro grandes grupos: linguagens, matemática, ciências humanas e da natureza. Essa é a divisão que segue a prova, diferentemente do modelo tradicional por disciplinas como química, português, matemática e biologia.


O debate não é novo: no ano passado, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou as novas diretrizes curriculares do ensino médio que propõem uma flexibilização do formato atual. O diagnóstico é que o currículo do ensino médio é muito inchado – em média são 13 disciplinas – o que, na avaliação do secretário de Educação Básica do MEC, César Callegari, prejudica a aprendizagem. “O Enem é uma referência importante, mas não é o currículo, ele avalia o currículo. Mas ele traz novidades que têm sido bem assimiladas pelas escolas”, diz o secretário.
De acordo com Callegari, a ideia é propor uma complementação às diretrizes aprovadas pelo CNE, organizando as diferentes disciplinas em grandes áreas. “O que tem que ficar claro é que não estamos propondo a eliminação de disciplinas, mas a integração articulada dos componentes curriculares do ensino médio nas quatro áreas do conhecimento em vez do fracionamento que ocorre hoje”, explica.
Na próxima semana, o ministro Aloizio Mercadante se reúne com os secretários de Educação com o objetivo de discutir os caminhos para articular a mudança. Uma providência já foi tomada para induzir essa modernização dos currículos. Segundo Callegari, a próxima compra de livros didáticos para o ensino médio dará prioridade a obras que estejam organizadas nesse formato. O edital já está sendo preparado. O MEC tem um programa que distribui os livros para todas as escolas e a próxima remessa será para o ano letivo de 2015 – as obras são renovadas a cada três anos.
Para o secretário de Educação do Espírito Santo, Klinger Barbosa Alves, uma das explicações para os maus resultados da etapa em diferentes indicadores, além do Ideb, está na própria estrutura organizacional do ensino médio que se baseia na preparação para o vestibular e tem pouca atratividade para o projeto de vida do adolescente.
“A visão de que o ensino médio serve para formar pessoas para ingressar na universidade não se aplica à realidade de muitos. Os jovens têm necessidades econômicas e sociais diferentes. Existe uma pressão para que parte dos jovens ingresse no mercado de trabalho e aí o curso superior entra como uma segunda possibilidade” explica Alves, que é vice-presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed).
O secretário do Espírito Santo, um dos estados em que a nota do Ideb caiu de 2009 para 2011, defende um modelo de ensino médio que dialogue com as diferentes necessidades dos estudantes e inclua também a preparação para o mundo do trabalho, já que para muitos o ingresso na universidade pode não estar na lista de prioridades.
Para que a escola possa abranger essa formação diversificada – que inclua a aprendizagem dos componentes curriculares, a articulação com o mundo do trabalho e a formação cidadã –, Callegari defende que é indispensável a ampliação do número de horas que o estudante permanece na escola, caminhando para o modelo de tempo integral.
“Temos consciência de que os conteúdos e as habilidades que os estudantes precisam desenvolver não cabem mais em um formato estreito de três ou quatro horas de aula por dia. É assim [com ensino em tempo integral] que os países com um bom nível de qualidade do ensino fazem”, diz.

*Matéria originalmente publicada na Agência Brasil

Depois de anos de negociações a Rússia finalmente chega na OMC

Depois de 18 anos de longas negociações a Rússia finalmente entrou para a Organização Mundial do Comércio. O recorde anterior era da China que levou 15 anos. 

Para os russos isso significa uma nova etapa na economia que tem um certo custo social a ser pago: a entrada de produtos de outras indústrias no mercado russo que podem quebrar certas indústrias, principalmente aquelas da época da URSS. 

Já para os outros países da OMC, em tempos de crise, ter um novo mercado consumidor e vasto como a Rússia pode ser um certo alento. Talvez por isso a entrada dos russos tenha sido finalmente liberada. 

É... Como dizem, é em tempos de crise que você costuma ver de tudo... Ta aí a Rússia na OMC que não me deixa mentir... 

Aliás... A União Européia agradece... 

MOSCOU (AFP) – A Rússia se tornou nesta quarta-feira 22 oficialmente o 156º membro da Organização Mundial do Comércio (OMC), após 18 anos de difíceis negociações, com a esperança de modernizar sua economia, apesar das advertências de muitos sobre o preço social da adesão.
O diretor geral da OMC, Pascal Lamy, destaca em um comunicado que a “viagem” da Rússia foi “longa” e que a adesão “reforçará, sem dúvida nenhuma, o sistema de comércio multilateral”.
Na média, a Rússia vai aplicar taxas de importação de 7,8% e assumiu um compromisso específico em 11 setores de serviços, afirma o comunicado.
A Rússia, a última grande potência que estava fora da OMC, conseguiu em dezembro a aprovação dos países membros da organização para a adesão.
A Comissão Europeia elogiou nesta quarta-feira a adesão russa, que considerou “particularmente importante para a União Europeia (UE)”. O país é o terceiro sócio comercial do bloco, que por sua vez é a principal parceira comercial de Moscou. “A Rússia se tornou um membro de direito pleno da OMC. É uma forma perfeita para estimular o desenvolvimento da economia e a competitividade”, escreveu no Twitter o ex-ministro russo das Finanças, Alexei Kudrin, uma figura respeitada internacionalmente.
“A adesão deve garantir a estabilidade do comércio exterior, a redução das barreiras alfandegárias e administrativas, além da possibilidade de participar na elaboração das regras de cooperação internacional”, declarou ao jornal oficial Rossiiskaya Gazeta o principal negociador da entrada do país na OMC, Maxime Medvedkov.
“Os riscos são a queda das taxas de importação, a limitação das formas de apoio do Estado a alguns setores e, como consequência, o aumento da competitividade dos produtos estrangeiros”, admitiu.
Os críticos do projeto, em particular os deputados comunistas, alertam que a redução das taxas de importação fará com que os produtos estrangeiros inundem o mercado de produtos baratos, o que representará a morte de muitas indústrias herdadas da época soviética. O próprio presidente Vladimir Putin advertiu várias vezes sobre o preço a pagar pela adesão.
Mas a crise econômica mundial, que afetou duramente a Rússia acabou convencendo Moscou das vantagens de uma adesão.
Nenhum país negociou por tanto tempo como a Rússia para entrar na OMC: Moscou apresentou a candidatura em 1993, mas o processo foi interrompido diversas vezes, em particular depois da guerra relâmpago de 2008 contra a Geórgia, membro da organização que bloqueou as negociações. O recorde anterior era da China, que em 2001 entrou para a organização depois de 15 anos de conversas.


OEA não chega a um consenso sobre o Paraguai: que novidade...!

Desde que tiraram Lugo do poder praticamente de uma forma sombria e totalitarista no Paraguai andaram discutindo formas de retaliar o país por esse episódio. 

Algumas vitórias no Mercosul e outras derrotas na OEA depois, não se sabe o que se faz com o Paraguai: se se pune o fato ocorrido ou se deixa correr solto. 

Na OEA não é de se espantar que a decisão seja favorável ao Paraguai, afinal de contas é um governo de esquerda a menos para os Estados Unidos ficarem de olho né?. Enquanto nessa instância o Paraguai canta de galo, muito por conta do padrinho forte que tem, resta saber como ficará essa situação que parece ter caído no esquecimento. 

Novas eleições serão convocadas para o país, mas, será que irá adiantar?... Acho difícil... 

O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) concluiu na noite de quarta-feira 22, sem consenso, a avaliação sobre a situação política do Paraguai depois da destituição do então presidente Fernando Lugo em 22 de junho. Os países do Mercosul, que defendiam sanções contra o Paraguai por conta do que consideraram um golpe de Estado, estavam em posição minoritária e não conseguiram convencer as outras nações. Para o Paraguai, a falta de consenso foi encarada como uma vitória, considerada uma indicação de que não haverá consenso sobre o tema num futuro próximo.
De acordo com o Ministério do Exterior do Paraguai, 26 países foram contra as sanções, enquanto apenas oito eram a favor delas. O Paraguai agradeceu a esses 26 países, enquanto criticou os colegas do Mercosul e da Unasul. “A sessão realizada pelo Conselho Permanente evidenciou que não serão aplicadas sanções contra o Paraguai, como haviam planejado alguns governos, cada vez mais minoritários”, afirmou a chancelaria paraguaia em um comunicado. “A grande maioria dos Estados prefere consolidar a democracia em nossos países com base no consenso e no diálogo, acima das ameaças, dos castigos e do isolamento”, enfatizou o documento.
Em declarações à imprensa, o ministro das Relações Exteriores do Paraguai, José Félix Fernández Estigarribia, celebrou o apoio e disse prever tranquilidade para o governo do presidente Federico Franco. “São 26 (países) contra oito, o que chamamos, no futebol, de goleada. A decisão da OEA é um apoio total ao povo paraguaio”, disse. “Enquanto o Paraguai se comportar tão bem como agora, a OEA não voltará a discutir especificamente o caso.” Nesta quinta-feira, Estigarribia viaja para Washington, nos Estados Unidos, para uma reunião de ministros das Relações Exteriores. O chanceler aproveitará a oportunidade para reiterar que o impeachment de Lugo ocorreu, de acordo com a legislação paraguaia, sem o rompimento da ordem democrática no país.
Missão de observação
A OEA decidiu na quarta-feira enviar 500 observadores para o Paraguai. A partir de dezembro, esses observadores terão a missão de verificar se as eleições presidenciais marcadas para 21 de abril de 2013 serão organizadas, e realizadas, sem irregularidades.
O tema foi proposto pela delegação do México e rejeitado pelos representantes da Nicarágua, do Equador e da Argentina, governos que desde a destituição de Lugo vinham pressionando o Paraguai. O Brasil, que tem evitado se posicionar em separado a respeito do Paraguai, deixou transparecer que não pretende normalizar totalmente as relações com o país vizinho até que as eleições sejam realizadas.
Em entrevista recente a CartaCapital, o ex-presidente Fernando Lugo disse não crer que as eleições serão uma solução para o país. “A próxima eleição será de uma esquerda renovada e uma direita não reciclada. Como se diz no Paraguai: às vezes, quem perde, ganha e quem ganha, perde”, afirmou Lugo. Ele não será candidato.
Com informações da AFP Movel e da Agência Brasil