Eles são bonzinhos e só querem ajudar um país que vive em conflito na África? Não...!
A intenção deles em ajudar o país são as riquezas minerais que o país possui, inclusive o seu vizinho, o Níger.
A intenção por trás da intenção - perdoem a redundância - é garantir as reservas minerais longe do controle de grupos que possam utilizá-las, além das reservas de urânio do vizinho Níger, para fins bélicos; afinal de contas se tomarem o controle do Mali terão uma vasta e vulnerável fronteira a leste com o vizinho Níger para invadir e se apoderar do urânio além dos minerais encontrados no Níger.
Cabe lembrar ainda que existem diversas empresas francesas que trabalham na região, justamente com o urânio do Níger e com os minerais do Mali.
Então, na verdade, a intenção não é ajudar um governo a combater "rebeldes" mas, sim, defender os próprios interesses franceses no Mali e no seu vizinho.
Aliás, cabe lembrar, que uma guerra movimenta a economia de um país, através da chamada "economia indireta" Bush que o diga...
Essa economia indireta funciona da seguinte forma:
Soldados franceses vão à guerra e em torno disso grande parte da indústria se movimenta pois....
Um soldado precisa comer - indústria alimentícia
Um soldado precisa se vestir - Indústria têxtil
Um soldado precisa de armas - indústria bélica
Um soldado precisa de máquinas de guerra - Eletrônica, robótica, informática, siderúrgicas, metalúrgicas...
Então, a guerra acaba aquecendo a economia francesa o que, em tempos de crise, era tudo o que eles queriam...
Assim, como diria Chales de Gaulle: "Os estados não têm amigos, tem interesses"
As tropas da França continuaram neste domingo (20/01) a avançar em direção ao norte do Mali, enquanto jatos bombardearam três postos estratégicos dos rebeldes. Os oficiais conseguiram assumir o poder de duas cidades estratégicas para a recuperação do controle territorial do país.
Apenas nos primeiros nove dias de intervenção francesa, as forças aliadas ao governo malinês já conseguiram garantir o recuo das organizações armadas e avanços significantes. De acordo com relatos citados por agências internacionais, muitos militantes abandonaram suas posições e convergiram para a fortaleza rebelde, a região montanhosa próxima à Kidal a 1,5 mil quilômetros da capital.
Grande parte do norte do país está sob o controle de grupos insurgentes desde junho do ano passado. Na semana passada (10/01), os grupos armados iniciaram avanço ao sul, onde está localizado o centro do poder administrativo malinês, e conseguiram conquistar importantes cidades. Surpreendido pela investida militar, o presidente interino do país africano, Dioncounda Traoré, pediu ajuda da França para controlar essas organizações.
O presidente francês, François Hollande, decidiu realizar a intervenção militar na última sexta-feira (11/01), depois de acordo com Traoré. A “Operação Serval” já levou 2 mil oficiais franceses ao país africano. Nas próximas semanas, estima-se que o número de tropas deve chegar a 1,7 mil, totalizando 2,5 mil oficiais.
O porta-voz do Exército francês, o coronel Emmanuel Dosseur, informou neste domingo (20/01) que oficiais franceses e malineses iniciaram operação nas cidades de Nonio e Sévere, localizadas a 350 e 630 quilômetros da capital Bamako. Ambas possuem importância estratégica para a retomada do norte do país.
Nonio está muito próxima de locais fundamentais para a vitória no sudoeste e Sévere possui um aeroporto que facilitará aos jatos franceses lançarem bombas em regiões mais ao norte do país.
De acordo com relatos citados por agência internacionais, os rebeldes fugiram das cidades e podem estar escondidos nas proximidades, aonde a comunidade local tem simpatia por sua luta.
Nesta sexta-feira (18/01), oficiais afirmaram que conseguiram recuperar o controle de Diabali e Konna, localizadas a 700 e 400 quilômetros da capital Bamako, que haviam sido ocupadas pelos insurgentes no início da semana passada.
A reconquista dessas cidades localizadas no centro e sudoeste do país afasta os temores de autoridades malinesas e francesas de que os insurgentes poderiam tomar todo o país, ocupando, inclusive, a capital.
Restam dúvidas, no entanto, sobre a situação em Diabali com muitos jornais relatando a ocorrência de lutas entre os rebeldes e as forças francesas, aliadas ao governo. Um coronel não identificado afirmou à AFP que “parece que os grupos armados deixaram a cidade” neste domingo (20/01).
Depois de intenso bombardeio em regiões controladas pelos rebeldes entre os dias 12 e 17 de janeiro, as operações terrestres da França foram iniciadas. Os oficiais contam com tanques e equipamentos típicos do combate de guerra. As tropas terrestres se concentraram nos primeiros dias em cidades controladas pelo governo e próximas dos postos rebeldes.
Apoio externo
O chanceler francês, Laurent Fabius, anunciou neste domingo (20/01) que a Rússia e o Canadá ofereceram apoio à intervenção militar no Mali. Enquanto Moscou se comprometeu a transportar tropas e suprimentos ao país e Toronto a levar oficiais africanos ao país.
Berlim também atendeu aos pedidos franceses e africanos e disse neste domingo (20/01) que irá contribuir financeiramente, mas não determinou a quantia exata.
As declarações vem apenas um dia depois do encontro de membros da CEDEAO (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental) que pediram às Nações Unidas “providenciarem, imediatamente, apoio financeiro e logísticos para o envio das tropas do MISMA (Missão Internacional de Apoio ao Mali do bloco)”.
Apenas 100 dos 5,8 mil soldados da missão africana chegaram no Mali, segundo a Rádio França Internacional.
Não vamos deixar o Mali
Enquanto isso, o presidente francês reiterou que a intervenção militar francesa vai durar o quanto for necessário para derrotar o terrorismo na região. O ministro de Defesa francês também afirmou que o objetivo da operação é ajudar o governo do país africano a reconquistar totalmente todas as suas cidades em poder de “radicais islâmicos”.
Especialistas, no entanto, indicam outros motivos para a ação francesa no país africano. Além de questões políticas internas, como a baixa popularidade de Hollande, os analistas lembram que o Mali possui muitas riquezas naturais importantes para a França, como o urânio.