segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Objetivos do milênio: o que mudou de uma década pra cá...


Acordados pela ONU em 2000, os objetivos do milênio nortearam alguns gastos dos governos ao redor do planeta visando melhorar a qualidade de vida da população mundial. 

Dos 8 objetivos listados (figura acima) alguns foram mais combatidos do que outros é verdade, mas nenhum deles parece estar próximo de ser cumprido em sua totalidade, principalmente na "parte sul" do planeta. 

Agora, no período deste ano (2013) até 2015 a ONU está querendo fazer uma votação por novos objetivos a serem cumpridos... Mas se os antigos nem cumpridos foram ainda para que listar mais outros?... 

Pois é... Se pessoas ainda morrem de fome, se a educação básica está cada mais "serta" entre outros casos, então para que novos objetivos? É fato que os objetivos tiveram seus avanços, isso é indiscutível; assim como também é o fato de que estamos longe de cumpri-los em sua totalidade. 

Em cima disso podemos pensar na lógica do "cobertor de mendigo"... 

As metas do milênio foram pensadas como uma forma de mostrar ao mundo que há sim uma preocupação humanitária que visa combater as mazelas mais latentes da população mundial em busca de um mundo melhor (cobre-se os pés). 

Essa preocupação não é de hoje, na verdade ela é "antiga" (data da década de 60, quando surge o conceito de sustentabilidade, já que antes acreditava-se que os recursos da Terra eram infinitos e se poderia explorá-la indiscriminadamente... Percebeu-se que não era bem assim) e muitos acordos já foram assinados ao redor dessas questões, a mais visível delas é a questão do aquecimento global e disso você pode tirar o protocolo de Kyoto, Rio-92, Rio+20, COPs... 

O problema é: de todos esses acordos (no caso do clima, para fazer um paralelo) que foram assinados, quantos deles resolveram alguma coisa ou encontraram de fato uma solução para amenizar essa situação? (destapa-se a cabeça...).

Neste caso, a mesma lógica entra em cena: se a maior economia do mundo, pelo menos por enquanto, se negou a assinar Kyoto porque "ele colocaria  sua economia em risco" como então cumprir as metas do milênio que requerem ainda mais zelo não só para com os seus, mas para com os outros também...?

Sendo mais claro: por que devo me importar com objetivos se tenho preocupações maiores como fazer a minha economia andar? (isso não só no caso dos EUA, mas de qualquer país). 

Claro que isso não nega, e nem eu nego, que avanços não foram feitos em relação aos objetivos traçados - disse isso no início deste post e volto a frisar - mas, em uma sociedade que segue uma lógica onde o lucro é o objetivo máximo, cumprir essas metas é algo para "inglês ver". 

Mas, então, porque voltar a essa questão dos objetivos, repensando os mesmo e/ou até mesmo substituindo-os? 

Muitos simples: desde a época do nascimento do desenvolvimento sustentável, a sociedade se voltou aos interesses ambientalistas e passou a se preocupar mais com seu planeta - haja visto o número de ONGs que surgiram dessa época pra cá com enfoque ambientalista-social (se são sérias ou não, é um assunto para um outro post...) - e agora os governantes são cobrados por medidas que sejam mais sustentáveis para o planeta. Como resposta, criou-se, dentre outras coisas, os objetivos do milênio e agora os mesmos serão substituídos para continuar a dar uma satisfação a população (como uma forma de mostrar que a preocupação continua, mas só que agora ela se perderá em outros fins)... Só que assim como os acordos climáticos que, infelizmente, não passam de um jogo de empurra, talvez esses novos objetivos não passem de mero engodo também... 

Com informações do Le Monde Diplomatique.  

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Mais do mesmo: chuvas inundam o Rio de Janeiro

Se você, assim como eu, mora no Rio de Janeiro, ontem você passou um dia de verdadeiro caos... 

Se deslocar pela cidade com as chuvas de ontem tornou-se uma verdadeira aventura, onde nem todos obtiveram êxito. 

Como de costume, a região mais atingida foi a baixada fluminense - pelo menos desta vez não li muita coisa sobre a região serrana, que eu achava ser a mais afetada - onde vidas, pertences e imóveis se perderam em meio a inundações que ocorriam sob uma chuva torrencial... 

No meio de todo esse triste noticiário, algumas coisas devem ser colocadas (e que não estão sendo) e que podem nos ajudar a entender melhor estes fenômenos... 

Vamos a eles... 

  • Esses fenômenos não são tão recentes como se pensa. Os mesmos já existem há décadas em nosso estado. O que mudou de lá pra cá é a velocidade com a qual as notícias são divulgadas... Hoje em dia, qualquer pessoa com um celular na mão pode enviar imagens sobre o que acontece à sua volta para a rede e em segundos elas são propagadas pelo mundo inteiro. Então, esses fenômenos são bem mais antigos do que se pensa...  (se você acha que não deixo a foto abaixo para você olhar e tirar suas próprias conclusões...)



  • Ao longo dos anos o contingente populacional do nosso país como um todo veio aumentando, embora a tendência agora seja entrar em estagnação seguida de um crescimento negativo. Esse crescimento ao longo dos anos significou um maior número de pessoas e um maior número de moradias, cuja algumas foram feitas de forma irregular no alto de morros e encostas... Essa situação pode acabar no deslisamento de casas construídas sobre esses tipos de relevo já que a cobertura vegetal retirada para construir a casa, protege o terreno de sofrer o "efeito splash" evitando assim o escorregamento de massa. 
  • Parece mentira, mas o lixo jogado nas ruas também interfere nesta questão, já que o mesmo entope bueiros e "bocas de lobo" impedindo o escoamento da água para galerias pluviais e redes de esgoto. 
  • Você que mora no Rio de Janeiro, sabe que a cidade virou um verdadeiro canteiro de obras por conta do "Transtorno Carioca" (como eu gosto de chamar as obras da transcarioca); isso tem prejudicado ainda mais a vida da população que é obrigada a conviver com engarrafamentos e mudanças no trânsito constantes... Tudo para o bem-estar dos turistas que vem nos visitar... Essas obras mexem não só com o sistema de nossa cidade como criam verdadeiros buracos que, sob enchentes, escondem-se causando prejuízos àqueles que acabam passando por eles e sofrem acidentes... 
  • Como se não bastassem as obras da transcarioca queria aqui chamar atenção para um caso emblemático durante essa situação: a via binário. Essa via substituirá a serventia que a Perimetral tinha para os cariocas. A mesma, com 2 meses de inauguração, sofre sua primeira enchente, para indignação da população. Como uma via tão nova quanto essa sofre uma inundação assim? Muito simples, nobre leitor. Considere o seguinte fator: uma obra como a via binário é vista por todos, mesmo que você não ande nela, você sabe da sua existência; agora, se ele mandasse aumentar ou mesmo construir uma galeria pluvial para escoar as águas dessas pesadas chuvas, você acha que alguém se lembraria dela? Claro que não. Ninguém se recorda de uma obra que  não pode ser vista, embora ela seja crucial para a nossa cidade. Desse modo, fazer a via binário é algo para ser lembrado, agora fazer uma galeria pluvial, é algo para ser engavetado... 
  • Outra coisa; o relevo do Rio de Janeiro por si só, associado a nossa forma de ocupá-lo, já favorece esses enchentes naturalmente. Vivemos em um relevo cujo domínio de montanhas, serras, morros.... é evidente. Para todo o lugar que se olhe há uma forma de relevo supracitada. Como se já não bastasse isso, ainda ocupamos exatamente as áreas aos pés desses morros; é como se morássemos no fundo de uma canaleta, onde toda a água das chuvas é concentrada justamente na cidade, pois a mesma é cercada por morros... 
  • Ainda temos que pensar que a área mais afetada foi, desta vez, a "Baixada Fluminense" que recebe este nome por ser uma área de depressão que sofreu diversas transgressões e regressões marinhas (avanços e recuos do mar) na qual sedimentos foram depositados. O fato da região ser uma depressão (por isso o nome "baixada") é outro fator que contribuí para as enchentes numa região, já que uma área de depressão tende a encher mais rápido em relação as demais áreas... Assim como a Praça da Bandeira... 
  • Isso sem falar nas áreas da cidade que foram, no passado, pântanos ou até mesmo nem existiam, mas passaram por um processo de aterro - como o aterro do Flamengo - e que por isso se tornam mais vulneráveis as enchentes... 
  • Para encerrar fiquei pasmo quando o Prefeito deu declarações dizendo que essa tempestade foi uma surpresa e que a cidade reagiu bem a chuva... Disso tiro duas conclusões... 
  1. Morro do Bumba em Niterói, deslizamentos em Angra dos Reis, Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo... Enchentes até na própria cidade do Rio de Janeiro e o prefeito vem me dizer que foi pego de surpresa? Só pode ser brincadeira, ou será que esses eventos não mostraram que já tinha passado da hora de resolver esse problema que já se tornou crônico em nossa cidade?
  2. "Reagimos bem às chuvas" (?) ele deve ser prefeito de outra cidade, só pode... 


Esses problemas das enchentes são crônicos em nossa cidade (no nosso estado também) e até concordo que a culpa não é só dele, mas para um prefeito que resolveu quebrar a cidade inteira, por que não ajudar a sanear essa questão? 

Mesmo que seja uma obra que ninguém vê, todos agradeceríamos muito... Caso contrário, teremos nossos eventos esportivos como uma nova modelagem em suas modalidades... 




Com informações de R7.com  e Revista de História 

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Viva Madiba!

No dia 05/12 perdemos um ícone não da história, mas da humanidade. 

Para muitos um símbolo, um líder... Para mim, uma inspiração. 


Líder e símbolo contra um movimento e uma forma de pensar das mais desprezíveis já inventadas pelo homem, Madiba deixa um legado de luta, de ensinamentos, mas, acima de tudo de respeito ao próximo. 

A luta continua aqui na Terra e nós não deixaremos que ela seja em vão... 

(só espero não ter que assistir a família dele se matar por seus restos mortais...)

♫ Still the children know the story of that man ♫ 

...e todas aquelas que passarem pela minha sala de aula, ainda saberão e aprenderão




Para você que ainda não teve muito contato com a história deste homem, embora vai chover conteúdos sobre o mesmo; recomendo a vocês a assistirem ao filme "Invictus"... É um ótimo filme sobre a história de Madiba que nos deixa, mas cuja luta continua e agora cabe a cada um de nós manter seu legado... 

Não poderíamos deixar de homenagear este homem cuja o legado ficará sempre conosco; a demora em escrevê-la se deu porque ainda estou perplexo com sua morte.... 

Vá em paz, Madiba! 

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Cinema, Pipoca e Geografia! - O Rei Leão


Depois de um longo e tenebroso inverno, voltamos com as indicações de filmes. Esta indicação trata-se de um dos maiores clássicos da Disney e que marcou a infância de muita gente durante a década de 90: O Rei Leão. 

Desenho produzido em 1994, o filme é ótimo para abordar o continente africano em termos de paisagem, vegetação, clima e relevo; se você preferir pode chamar de aspectos físicos. 

Isso pode ser percebido em alguns aspectos:

  • Quando Mufasa e Simba estão conversando, logo no início do desenho sobre o "ciclo da vida", podemos ver a vegetação de Savana no filme e podemos identificar porque ele é conhecida como uma "vegetação de dois andares". 
  • No desfiladeiro, onde Simba foge dos Gnus, podemos perceber o que parece ter sido no passado um rio que pode ter secado definitivamente, mas seu caminho foi preservado; ou um rio intermitente que estava vivendo seu período de seca. Podemos considerar também um recuo do mar naquela área que deixou suas marcas ao longo do tempo. 
  • Quando Timão e Pumba encontram Simba e o levam para um local que pode ser comparado a uma floresta tropical, comparável as que temos no Congo, por exemplo. 
  • Quando Simba, já crescido, resolve retornar para tomar seu lugar como rei, cruza o deserto (podemos fazer uma alusão tanto ao Saara quanto ao Kalahari). 

Além de ser um dos melhores desenhos da Disney (pra mim, o melhor) "O Rei Leão" em termos de visualização pode ser muito útil para ajudar os educandos e é sempre bom ver e revê-lo. 


Agradeço a inspiração deste post a minha ex-aluna Maria Eduarda que por sua "devoção" ao filme me fez pensar no mesmo e reparar nestes aspectos... (Obrigado "filhota")