terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Mundo está mais "verde", mas ainda preocupa

Esta semana foi divulgado um estudo realizado pela NASA que acompanhou, com imagens de satélites, o planeta nos últimos 20 anos e que nos revelou o aumento de áreas verdes, especialmente na China e na Índia.

Essas áreas aumentaram consideravelmente nas duas últimas décadas, a ponto de chegar a área de cobertura da floresta Amazônica, por exemplo. Mas essa área verde não significa necessariamente o aumento de florestas, mas também de áreas agrícolas "verdes".

Esse aumento se deve a programas de conservação e expansão das florestas na China, ao passo que os indianos respondem mais pelo aumento de suas áreas agrícolas verdes. 

Apesar dos dados serem motivos de comemoração, ainda há muito o que se fazer para tentar arrefecer o quadro de aquecimento global que vivemos. Isso porque o aumento das florestas na China e Índia em nada interfere ou ameniza no desmatamento da Amazônia, por exemplo. 

Também nos chama a atenção o fato de que áreas agrícolas verdes não realizam armazenamento de carbono como as florestas realizam; algo de extrema importância quando se fala em redução de gases estufa e, consequentemente, agravamento do aquecimento global. 

Apesar disso, os dados não devem ser desmerecidos e o esforço de ambos os países deve ser ovacionado e seguido por outros. Quem sabe, assim como os chineses, nosso percentual de floresta amazônica e outros domínios florestais também não voltem a crescer? 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Questão da Caxemira volta à cena depois de 30 anos de calmaria

Uma questão que já dura pra lá de seus 70 anos na Ásia volta a preocupar não só a região, como o mundo inteiro. 

A Caxemira (mapa abaixo), região fronteiriça entra Índia, Paquistão e China, sempre foi um dos espinhos entre os dois primeiros países citados. E essa questão já é bem antiga, como dissemos anteriormente. 

Com a independência do "mundo indiano" a Índia era "cercada" por dois "paquistões", o ocidental e o oriental. O Ocidental se tornou o atual Paquistão enquanto o Oriental se tornou Bangladesh. Com a independência deste último, milhares da paquistaneses se mudaram para o atual Paquistão, mais notadamente para a Região da Caxemira. 

Entretanto as diferenças religiosas entre os dois países promoveram uma série de episódios, muitos deles conflituosos, envolvendo exatamente a região em questão. Algo que seria uma disputa local, acabou ganhando a atenção do mundo pelo fato dos dois lados possuírem armas nucleares (herança da guerra fria). Então, toda vez que alguma tensão ocorria entre os dois países, os demais corriam para acalmar os ânimos e assim evitar um possível confronto nuclear. 

Nos últimos 30 anos, os dois países enfrentaram um certo período de paz, mas isso durou até um atentado que vitimou fatalmente mais de 40 policiais indianos na região da Caxemira. O atentado foi reivindicado por um grupo terrorista que, segundo o governo indiano, possui o apoio de Islamabad.

Diante deste atentado, a ONU já se pronunciou externando sua preocupação em relação a este episódio, temendo que uma escalada de violência ocorra na região, principalmente porque já houveram confrontos logo após o ocorrido. O medo aqui é o mesmo de 70 anos atrás e continuará pelos próximos 70 anos ou mais: uma guerra nuclear entre dois países que terá consequências mundiais.  


Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/folha/reuters/ult112u16171.shtml

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

4 anos depois e o que mudou?

4 anos se passaram desde Mariana e o que mudou? Absolutamente nada! 

Continuamos explorando nossos recursos naturais sem o mínimo de cuidado e com uma fiscalização risível que levou a mais um acidente de incalculável perda não só ambiental como humana. 

Mais uma vez, assistimos perplexos vidas serem levas pelo descaso, pela negligência e por uma série de erros e ausências que nem por uma tragédia anterior foram sequer alcançadas por uma tentativa de esboço de um controle de exploração dos recursos ambientais do nosso país de forma mais efetiva. 

Nem mesmo a tragédia de Mariana levou as autoridades a tomarem providências em relação não só as barragens de rejeito de minérios, mas a toda e qualquer questão ambiental que mereça atenção especial por parte dos órgãos fiscalizadores. Isso se reflete em dados da ANA que mostram que em 2017 apenas 3% das barragens no Brasil foram fiscalizadas

Como se não fosse pouco, a técnica utilizada pela Vale para armazenagem dos rejeitos era simplesmente a mais barata possível. Consequentemente não é difícil de imaginar que também é a mais frágil. 

E não há justificativa para o que ocorreu. Por mais caro que seja o dinheiro remanejado para que os órgãos responsáveis façam sua fiscalização de forma eficiente; não se comparada as tragédias sofridas por nós em menos de 5 anos. 

Perda de vidas humanas, destruição de patrimônio, perda de biodiversidade, perda de áreas agricultáveis, degradação ambiental em larga escala, levando décadas para se recuperar ou, muita das vezes, de forma irreparável, compõem uma lista imensa de perdas incalculáveis que a negligência da fiscalização ambiental em nosso país não poderá reaver jamais. 

Enquanto isso, existem pessoas que ainda tem a audácia de dizer que o IBAMA é uma indústria de multa. Algo que pode esvaziar ainda mais o poder de combate de um órgão que parece ter sido engavetado e que raras vezes mostra serviço; seja por falta de investimento, seja por corrupção ou mesmo negligência. 

Entretanto, mais uma vez, vemos o nosso país inteiro de comover com o fruto do descaso e falta de uma fiscalização mais efetiva, chancelado por anos de parco investimento em um órgão que deveria ser de fundamental importância para o nosso país, mas que é tratado como um parente que raramente é lembrado por alguém. 

No meio disso tudo, a música composta para o desastre de Mariana, infelizmente, mais uma vez, se torna o retrato de mais uma tragédia ambiental. 

E o questionamento permanece: Até quando desastres como esses continuarão acontecendo sem que nada seja feito, de fato, para preveni-los?