quinta-feira, 2 de julho de 2009

E a crise econômica, novamente, mostra a sua face...

Anteriormente eu tenho veementemente mostrando aqui a inversão de valores que tem ocorrido no mundo atual que se expõem através da atual crise econômica mundial... Um relatório divulgado pela ONU vem confirmar o que tenho dito e mostrar que, nos dias de hoje, mais vale salvar um banco de quebrar do que salvar uma população inteira de ser dizimada pela fome... É vergonhoso que isso ainda ocorra nos dias de hoje, mas infelizmente, é mais pura realidade. Engraçado é que essa notícia não foi publicada com tanta intensidade pelos grandes meios de comunicação...



A manchete da semana – e talvez a do ano, de muitos anos – não mereceu sequer menção dos comentaristas, acadêmicos e autoridades monetárias de todos os países. Eu mesmo li-a quase sem querer. É a seguinte: “Socorro a bancos em 1 ano supera ajuda a países pobres em 50, diz ONU”.

De acordo com a ONU, o setor financeiro internacional foi abastecido, em um ano, com 18 trilhões de dólares de dinheiro público. Em contraste, os países em desenvolvimento receberam, por parte dos governos dos países industrializados, ajuda de 2 trilhões de dólares em 49 anos.

Estes números foram obtidos pela Campanha pelas Metas do Milênio, uma iniciativa das Nações Unidas que promove e monitora o cumprimento das metas que dizem respeito a combate à fome e à miséria, igualdade de gêneros, cuidados com a maternidade e a infância, meio ambiente e educação de qualidade para todos. Os governos de todos os países-membros da ONU se comprometeram voluntariamente a atingi-las até 2015, garantindo, assim, as bases materiais mínimas para uma vida digna a todos os habitantes deste planeta. São necessários 63 bilhões de dólares anuais para o cumprimento destas metas e a ONU já sabe que o mundo não vai chegar lá, por falta de recursos!

Não é de estarrecer! Depois de todo o derrame de dólares!

Será que os governos estão preocupados com o fato de que este recurso, vindo dos impostos dos cidadãos, não ter retornado à sociedade, muito menos contribuído para diminuir a miséria?

Levantamento da FAO (Organização para a Agricultura e Alimentação da própria ONU) dá conta de que, desde o início desta crise, o número da população faminta no mundo dobrou e já ultrapassou a casa do 1 bilhão de seres humanos. Isto significa que uma em cada seis pessoas passa fome atualmente, por causa de uma combinação insidiosa de crise financeira internacional com os preços altos dos alimentos. No monitoramento realizado pela entidade, depois de setembro de 2008, mês da crise, estes preços caíram 14%. Mesmo assim, mantiveram-se 51% acima do patamar registrado dois anos antes. Em palavras simples, a comida continua cara para a maioria das pessoas, mesmo com os preços em queda.

Fragmento extraído de reportagem do site da Revista Carta Capital no dia 02/07/09

Um comentário:

  1. Jhonatan. Oportuno o seu comentário, mas é isso que se chama de crise econômica. O grito dos excluídos, institucionalmente defendido pela ONU, não passa de um sussurro sem eco. Vasco Neto faz uma afirmação em uma trabalho acadêmico, teorizando a acessibilidade para o transporte de grãos produzidos no Brasil (soja) por rodovias e ferrovias até alcançar o Pacífico. Lógico, um investimento grandeoso que possibilitaria acabar com a fome no mundo.
    Indiquei a leitura do seu blog para alunos do fundamental na escola onde trabalho. Coincidentemente é um dos temas que estamos discutindo. Também iniciei um blog com o título de Colisão de idéias - blig.ig.com.br/eporfalar.

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