Depois de tanto tempo tentando conseguir seu ingresso no bloco econômico MERCOSUL a Venezuela agora parece estar mais perto do que nunca de consegui-lo. Essa "demora" para a entrada da Venezuela no bloco econômico se deu muito em conta de um certo medo de que Chavez tenha atitudes intervencionistas no meio do bloco e que, assim, acabe querendo mandar mais do que todos no grupo. Agora, ao que parece, esse medo aos poucos vai se perdendo principalmente por conta do Brasil que agora se coloca no cenário mundial muito por conta do presidente Lula e que também eleva o país a "porta voz" da América do Sul - "posto" que durante um tempo, bem recente, teria sido assumido pela Venezuela e talvez justificasse o medo dos países em integrar o mesmo ao bloco econômico - dando assim uma margem de segurança aos países do bloco dada ao status de país pacífico e cordial do qual o Brasil dispõe.
Depois de dois anos de expectativa e vários adiamentos, o Senado, por fim, votou o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul, aprovando-o por 35 votos a 27. Apesar da resistência de José Sarney, o PMDB votou a favor, considerando que a admissão de Caracas no bloco só favorece a democracia e os direitos individuais no país caribenho – o argumento de Antonio Ledesma, prefeito de Caracas e um dos principais líderes da oposição a Hugo Chávez.
Com isso, o Mercosul poderá reunir 266 milhões de pessoas e um PIB de 2,9 trilhões de dólares pelo critério de paridade de poder aquisitivo, ou 2,26 trilhões pelo da taxa de câmbio (em 2008, segundo o FMI). Contando os países associados, cobrirá toda a América do Sul, exceto as Guianas.
Falta a aprovação pelo Senado do Paraguai. O presidente Fernando Lugo retirou a proposta, atacada pela maioria conservadora, mas deve reapresentá-la em março. Até lá, boa parte dos senadores, por mais que digam recear o “intervencionismo” de Chávez, poderá ser convencida a não contrariar sócios e vizinhos de cuja parceria comercial o Paraguai necessita cada vez mais. E a não dificultar a revisão de Itaipu oferecida por Lula a Lugo, pela qual o Brasil aumentará o pagamento pelo uso de energia de 120 milhões para 360 milhões de dólares – mas que depende da aprovação de um Congresso brasileiro também renitente.
Extraído de cartacapital.com.br
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