Já virou novela essa questão entre americanos e iranianos sobre a possível produção nuclear do Irã para fins bélicos ou pacíficos.
Depois do embargo implementado pela União Européia ao país, seguido até pela Austrália, o Irã prometeu revidar a retaliação fechando o estreito de Ormuz (figura abaixo) que é local estratégico, pois é por onde se escoa boa parte de produção petrolífera do Oriente Médio.
Fonte: estadao.com.br |
Desses atos, consequências poderão surgir:
A primeira delas diz respeito a União Européia. É notório que o bolco vive sua pior crise desde sua fundação e que países como Grécia, Itália, Espanha e Portugal, mas principalmente o primeiro, estão de "pires na mão" e precisam urgentemente levantar suas economias. Pois bem, o petróleo utilizado por esses países vem exatamente do Irã via formas de pagamento facilitadas e com preços acessíveis a esses países. Se esse embargo for levado adiante, como esses países conseguirão melhorar, ou até mesmo manter, suas economias sem o petróleo do qual tanto necessitam ?
A segunda questão diz respeito ao fechamento do estreito. Se de fato isso ocorrer (posso estar errado, mas acho que não passa de um blefe) o preço do petróleo no mercado mundial vai subir certamente. Aliás só o embargo ao Irã já fará com que o preço suba, pois mesmo regulado pela OPEP, é menos um a vender petróleo "na praça".
Posto isso, ainda temos mais um ponto a observar: as eleições americanas desse ano.
Bush já nos mostrou no passado que fazer guerra dá dinheiro e movimenta a economia. Foi assim que ele manteve a economia norte-americana funcionando durante seus governos. Mas, o curioso dessa história é que Obama foi eleito, pois, em uma de suas plataformas políticas estava o fim de guerra no Iraque, o que de fato ocorreu, e retirou tropas americanas do Afeganistão, mas ao que parece tá querendo uma no Irã... Mesmo que ele não queira, parece que tem candidato a presidência dos EUA, achando que o fechamento do estreito é um ato de guerra. É, ao que parece Bush anda fazendo escola.
Mal teve início a corrida presidencial para a Casa Branca e o principal candidato republicano à disputa já se manifestou de forma contundente a respeito do Irã. Mitt Romney, o principal aspirante à indicação republicana para as presidenciais dos Estados Unidos, disse na segunda-feira 23 que consideraria um “ato de guerra” o fechamento pelo Irã do Estreito de Ormuz, uma rota de trânsito chave para o fornecimento de petróleo mundial.
“É apropriado e essencial para nossas forças armadas, para nossa marinha de guerra, manter aberta a navegação”. “É claro que é um ato de guerra”, disse Romney em um debate com os outros três pré-candidatos republicanos em Tampa, Flórida, onde no dia 31 de janeiro será realizada uma primária crucial.
Os líderes militares e políticos do Irã advertiram no início do ano que poderiam fechar o Estreito se a crescente pressão das sanções do Ocidente por seu programa nuclear detivessem suas exportações de petróleo.
O Estreito é uma rota importante para a saída de petróleo do Golfo.
O Irã tentou reduzir as tensões na semana passada, depois de ameaçar com uma resposta se os Estados Unidos reenviassem um porta-aviões ao Golfo.
Horas antes do debate, o Pentágono confirmou que o porta-aviões dos Estados Unidos “USS Abraham Lincoln” cruzou no domingo o Estreito de Ormuz e chegou ao Golfo Pérsico, depois que o Irã ameaçou fechar a estratégica rota marítima.
Embargo Australiano
Seguindo o exemplo da União Europeia (UE), o ministro australiano das Relações Exteriores, Kevin Rudd, anunciou nesta terça-feira 24 o embargo petroleiro contra o Irã.
“Não apenas aprovamos a ação tomada em Bruxelas para a Europa. Nós, é claro, vamos fazer o mesmo para a Austrália”, afirmou Rudd em uma coletiva de imprensa conjunta com seu homólogo britânico, William Hague.
“A razão é muito clara. É preciso enviar uma mensagem ao povo do Irã, às elites políticas do Irã e ao governo do Irã de que sua conduta é globalmente inaceitável”, acrescentou o ministro após se reunir com Hague.
O acordo proíbe que a Austrália e países europeus estabeleçam novos contratos no setor petroleiro com o Irã – segundo produtor da OPEP depois da Arábia Saudita – como castigo por seu programa nuclear, que, segundo os ocidentais, tem por objetivo construir uma bomba atômica.
Autoridades iranianas minimizaram o impacto de um embargo e afirmaram que ele contribuirá apenas para aumentar os preços do petróleo.
Com informações da Agência France Press
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