O governo norte americano e o norte coreano divulgaram essa semana notas sobre o acordo firmado entre os dois governos, onde o norte americano se comprometeria a doar 240 toneladas de alimentos em troca da paralisação do programa nuclear norte coreano.
Tal acordo levanta algumas questões um tanto curiosas...
Ta aí uma atitude que pode se dizer que não se esperava de um ditador... Por ser um governo novo já que Kim Jong-un entrou recentemente, substituindo o seu pai Kin Jong-il, e de cunho ditatorial, esperava-se medidas severas já que o governo é novo e precisaria mostrar poder para se firmar...
Outra questão mostra que se o acordo foi firmado agora é sinal de que era o pai, Jong-il, quem estava negociando e não o filho, Jong-un. O que não impede do filho usar como gancho e dizer que estava sendo guiado pelo pai e assim tentar se aproximar da população (mesmo que ela não pareça ser tão simpática assim ao governo, embora o medo a faça demonstrar o contrário...)
Mais um ponto a ser levantado é o temor por uma possível "Primavera Norte Coreana"... A condição da população é das piores possíveis e há relatos de que a população passa fome... Então essa fome generalizada poderia gerar uma revolta contra o governo, que pode estar usando esse acordo para tentar sanar, mesmo que temporariamente, este problema da fome.
Apesar do acordo, os EUA estão com o pé atrás... No passado a Coreia do Norte já fez acordos do gênero e os descumpriu logo em seguida... Esse medo se faz presente, pois os testes feitos recentemente na Coreia apresentaram falhas, que só podem ser corrigidas com mais testes...
E o receio é tão grande que, nos termos do acordo, também foi firmando que agentes irão acompanhar a distribuição da comida para a população (há o receio de que a comida fique apenas com os militares ou até mesmo que a Coréia do Norte exporte os alimentos recebidos).
Essa acordo pode sinalizar uma possível abertura do governo Norte Coreano, mas não podemos afirmar isso. Como sempre nos resta dar tempo ao tempo para ver como o pós-acordo irá evoluir...
WASHINGTON - O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira, 29, que a Coreia do Norte concordou em suspender seu programa de mísseis nucleares e em permitir a visita de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIRA), ligada à ONU.
Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de Estado americano, afirmou que agentes da AIEA vão verificar as paralisações nas atividades de enriquecimento de urânio e a confirmar que o reator nuclear de Yongbyon está fora de operação. A informação foi confirmada pela KCNA, a agência estatal norte-coreana.
Segundo a KCNA, a Coreia do Norte tomou as decisões em resposta a um pedido dos Estados Unidos e "com o intuito de manter uma atmosfera positiva" no que descreveu como "negociações de alto nível" entre diplomatas dos dois países.
Ainda de acordo com o comunicado do governo americano, enviados de Washington vão se encontrar com representantes de Pyongyang para finalizar os detalhes de um acordo que prevê o envio de 240 toneladas métricas de alimentos para a Coreia do Norte.
"Os Estados Unidos ainda têm profundas preocupações a respeito do comportamento norte-coreano em várias áreas, mas o anúncio desta quarta reflete um importante, ainda que limitado, progresso na discussão de algumas dessas questões", disse Victoria. Segundo ela, Washington "reafirma que não tem nenhuma intenção hostil e está preparado para tomar atitudes que melhorem a relação bilateral no espírito do mútuo respeito à igualdade e à soberania".
O anúncio é feito depois que as negociações foram retomadas na semana passada - o diálogo estava paralisado devido à morte do ex-líder de Pyongyang, Kim Jong-il. Antes disso, Coreia do Norte e Estados Unidos estavam perto de um acordo para que as conversas envolvendo também China, Japão, Coreia do Sul e Rússia recomeçassem.
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