Desde que tentam implementar esse projeto ando me perguntando: é necessário?
Não seria melhor investir na melhoria e expansão das ferrovias? Não seria melhor investir num sistema de trens, em escala nacional, que sejam baratos, eficientes e que comportem a necessidade de descolamento da população. Aliás, não só em escala nacional, mas regional e local também.
Implementar um trem bala, em nome da modernidade só vai reforçar o quanto somos um país de contradições. Pois, enquanto ainda temos trens puxados a máquina em certas regiões do nosso país, estão querendo implementar um trem moderno que não vai atender nem 20% da população e com um preço mais caro do que andar de avião (segundo cálculos até quatro vezes mais).
Brasil: o país não só do absurdo, mas das disparidades...
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) anunciou nesta quinta-feira 23 que o leilão do Trem de Alta Velocidade (TAV) ligando Campinas, São Paulo e o Rio de Janeiro será realizado em 29 de maio de 2013. Os consórcios interessados em construir a infraestrutura para o trem-bala e também em operar a primeira linha deste tipo de transporte no Brasil poderão apresentar suas propostas até 30 de abril. O investimento no projeto é avaliado na casa dos 33 bilhões de reais.
A ANTT anunciou também a realização de sete audiências públicas em que pessoas físicas e empresas poderão fazer sugestões para a elaboração do edital e do projeto. As audiências ocorrem entre 11 e 21 de setembro, em Brasília, São José dos Campos, Aparecida, Rio de Janeiro, Barra Mansa, Campinas e São Paulo (confira os detalhes no site da ANTT). As sugestões serão analisadas pelo governo e podem ser incluídas no edital.
Em maio, serão realizados dois leilões. O primeiro é para o fornecimento e montagem da superestrutura ferroviária, do material rodante e dos sistemas necessários à futura operação do trem bala. O segundo é para a operação, manutenção e conservação do TAV Rio de Janeiro-Campinas, nome oficial do projeto. No total, serão construídos 510,8 quilômetros de percurso e a tarifa-teto a ser ofertada não poderá ultrapassar 0,49 centavos por quilômetro, na classe econômica.
O trem-bala será administrado por uma Sociedade de Propósito Específico, em que a concessionária vencedora do leilão terá como sócia minoritária a estatal Empresa de Planejamento e Logística (EPL), criada na semana passada pela presidenta Dilma Rousseff. Apesar de minoritária, a EPL terá o poder de vetar decisões em temas sensíveis.
A EPL será responsável pelo planejamento, pelo desenvolvimento, pela prestação de serviços e pelas pesquisas na área de logística e também pela “integração das diversas modalidades de transportes”. A primeira atribuição da EPL será cuidar do trem-bala. O presidente da EPL será Bernardo Figueiredo. De acordo com o plano de concessões de estradas e ferrovias, lançado na semana passada pelo governo, serão investidos R$ 133 bilhões em logística nos próximos 25 anos.
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