Desde 1962, quando houve a crise dos mísseis entre Cuba, URSS e os EUA que o embargo econômico foi lançado à ilha pelo Tio Sam.
À época, aviões espiões norte-americanos descobriram a implantação de mísseis na ilha cubana por parte dos soviéticos, que estavam apontados para os Estados Unidos. A descoberta gerou o episódio mais tenso da dita guerra fria entre EUA e URSS.
O conflito foi resolvido 13 dias mas, para Cuba, os efeitos desse episódio duram até hoje.
(Se você ficou curioso sobre como esse episódio aconteceu e como ele foi resolvido, fica a nossa sugestão para você conferir).
Após o embargo e, com o fim da URSS, Cuba fica só e a ilha começa a conhecer as faces de uma economia impossibilitada de crescer e que vive as voltas com o racionamento.
Findada a União Soviética, a troca cana-de-açúcar por petróleo entre soviéticos e cubanos é encerrada e Cuba sofre um baque econômico do qual não conseguiu se recuperar até hoje. Mesmo com Fidel no comando fazendo uma postura que parecia não se incomodar com o embargo, a ilha andava a tons cambaleantes e, mesmo com toda restrição, chegavam relatos de que as condições de vida e da economia eram bastante frágeis.
Com a saída de Fidel do poder e a entrada de seu irmão Raúl, Cuba tentou abrir ainda mais (Fidel já vinha realizando uma abertura da economia cubana de forma tímida abrindo o país ao turismo para atrair capital externo e relegando a telefonia e a hotelaria a empresas espanholas e francesas) a economia da ilha para tentar se desvencilhar deste embargo.
Agora, com o aniversário de 50 anos do embargo, países sul-americanos vêm a público pedir pelo fim do mesmo aos EUA. Brasil, Bolívia e Argentina vieram a público por meio de seus presidentes interceder por Cuba e mostrar para os EUA que além de ter sido criado por puro orgulho norte-americano de não aguentar ver uma país socialista no seu "quintal", esse embargo já está ultrapassado e, conforme anos passam, se torna cada vez mais sem sentido (mais até do que o de sua criação).
O governo de Cuba comemora os discursos feitos na semana passada durante a 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Os discursos foram iniciados pela presidenta Dilma Rousseff e seguidos por vários líderes latino-americanos, como Cristina Kirchner (Argentina) e Evo Morales (Bolívia), cobrando o fim do embargo econômico, financeiro e comercial aos cubanos imposto pelos Estados Unidos. O embargo completou em 2012 meio século de vigência.
O embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora, disse à Agência Brasil que os discursos de Dilma e dos demais presidentes da República refletem o inconformismo internacional ao que os cubanos chamam de "bloqueio econômico", imposto em 1962, que limita as negociações e impede a economia do país de avançar.
"Esperamos uma reação dos Estados Unidos a tudo isso", disse o embaixador. "É uma situação que não pode durar mais", acrescentou, lembrando que a ONU aprovou 20 resoluções condenando o embargo e recomendando o governo norte-americano a encerrar o bloqueio.
O embargo econômico, comercial e financeiro a Cuba cerceia o crescimento interno e coloca a população em situação delicada. Com restrições às negociações externas, o país sofre com o racionamento de energia, de combustíveis, de alimentos e produtos básicos, como os de higiene e vestuário. A população faz adaptações constantes às circunstâncias, assim como o governo.
Na tentativa de escapar à pressão exercida pelos efeitos do embargo, o governo de Raúl Castro abriu a economia cubana, estimulando a demissão de mais de 178 mil funcionários públicos, autorizando a compra de veículos utilizados como táxis e de atividades autônomas, como a abertura de lojas e mercados, assim como profissões diversas, entre elas as de cabelereiros e barbeiros.
Não há dados oficiais sobre o percentual de desemprego, mas em Cuba as pessoas se queixam da falta de oportunidades. Muitos cubanos se oferecem aos turistas como guias informais e assumem tarefas bem diferentes das quais se formaram. Professores e médicos, por exemplo, se transformam em taxistas e gerentes de hotéis de luxo.
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