quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Rio de Janeiro - 450 anos: Quem escolhe o presente é você! (uma convocação aos cariocas!)

Ano que vem, 2015, o Rio de Janeiro fará 450 anos. Em cima disso a Prefeitura do Rio de Janeiro, criou um site onde você pode pedir um presente para a sua cidade... 

O site induz a você a pedir algo como um monumento, um plantio de árvores, uma obra de arte, uma restauração... Ou seja,  uma obra de maquiagem! 

Mas, tendo uma oportunidade como essa, que tal pensarmos numa lista com itens mais, digamos, úteis a nossa população?  

Vejamos... 
  • Obras para redução dos pontos de alagamento no Rio de Janeiro. 
  • Fiscalização maior em cima da Light, para que não ocorra os apagões de verão... 
  • Pressão maior em cima da CEDAE, embora seja estadual, pelo mesmo motivo acima, em relação a água. 
  • Um congelamento nos preços dos transportes públicos. 
  • Um serviço público de transporte de qualidade e com uma frota que tenha ar condicionado em todas as linhas. 
  • Um Rio de Janeiro mais seguro. 
  • Uma cobrança maior em cima do governo estadual, sobre uma certa empresa chamada Supervia... 

Bom, a lista é imensa; assim como os problemas da cidade. Contudo, a criação desse site nos dá uma ótima oportunidade de pedirmos o "presente" (pra mim uma obrigação pública a ser cumprida) que queremos... 

O site para você fazer o seu pedido  é esse aqui:


Entre e faça o seu pedido, ou melhor, o seu protesto!. 

O $urreal.

Com a chegada dos eventos esportivos mundiais ao Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, os preços praticados por determinados setores da prestação de serviços andam nas alturas. 

Já é possível encontrar preços abusivos em hotéis e nas praias cariocas, aliás, preços esses que podem se tornar ainda mais abusivos durante os eventos. 

Nas redes sociais crescem cada vez mais movimentos como o "boicote ao Rio" que incentiva as pessoas a não consumirem na rua, apelando assim para o bom e velho "trazer de casa". Já até foi criado uma "moeda" para simbolizar esses abusos: o $urreal (foto abaixo), cuja circulação anda sendo feita como forma de protesto.  

Aliás, ninguém melhor para figurar na nota do que o excêntrico Salvador Dali... 


Criada por Patrícia Kalil. Extraída do site cartacapital.com.br

Com isso, percebemos que os comerciantes não exploram o turismo, mas sim os turistas e cariocas que por sua vez se defendem da forma que podem e ainda procuram gastar seus suados reais... 

Mesmo que a Copa atraia aqueles que vem de fora, teoricamente aqueles que possuem muito dinheiro pra gastar, não se justifica a ganância refletida nos preços abusivos que já estão sendo praticados por conta dos eventos mencionados (parece até que eles vendem como se o mundo fosse acabar amanhã... Quem vê assim, pensa que somos vítimas de catástrofes como tsunamis e terremotos, convivendo diariamente com a incerteza do amanhã... O que mesmo assim não justifica); mesmo até havendo as épocas ditas de baixa e alta temporada, parece que estamos vivendo época de temporada na estratosfera com os preços praticados. 

Deixo aqui o meu protesto contra esse tipo de abuso que segrega ainda mais a população entre aqueles que possuem condições e aqueles que não possuem... Os eventos por si só, já mostraram que não são feitos para todos; não precisamos de uma alta estratosférica de preços para deixar isso ainda mais evidente... 

Abaixo ao $urreal! 

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Verdades e Mentiras sobre a energia verde

Desde a década de 70 quando a palavra sustentabilidade ganhou um lugar na boca de cada pessoa deste planeta porque a sociedade percebeu que os recursos da Terra não são infinitos, pessoas se preocuparam em criar métodos que nos permitiram continuar produzindo e se sustentando sem agredir o planeta, fazendo uso consciente do mesmo; embora alguns ainda não sejam produzidos em escala industrial, infelizmente. 

Pois bem, medidas foram criadas (e continuam sendo) visando melhorar a nossa relação com o planeta. Embora em alguns casos o dinheiro fale mais alto e cale alguns experimentos dos mais promissores, alguns têm surgido e contribuído muito. Haja vista casos como lâmpadas fluorescentes, painéis solares, a agroecologia, etc. 

Até aí tudo bem, o problema é quando pessoas vem a público e desmentem os benefícios dessas criações... 

Já disseram que as lâmpadas fluorescentes possuem mercúrio em sua composição e por isso são mais poluidoras que as incandescentes e não realizam compensação ambiental alguma... 

É até verdade que há mercúrio em sua composição, mas em quantidades mínimas... Agora dizer que uma lâmpada que economiza até 4 vezes ao longo de sua duração a energia consumida em comparação a uma lâmpada incandescente não realiza a compensação ambiental é testar a nossa inteligência... 

Outro mito: dizer que os painéis solares não produzem em sua vida útil nem a energia gasta para produzir os mesmos... Por favor! 

Os painéis produzidos tem garantia de fabricação de 25 anos, o que significa um funcionamento garantido por igual data. Se mesmo em países afastados da Linha do Equador, portanto, onde a incidência dos raios solares é menor, pesquisas mostram que a taxa de compensação ambiental varia de 1 a 3 anos, você imagina em países como o nosso, onde temos proximidade e, em certo ponto, até somos cortados pela Linha do Equador... 

Como se não bastassem ainda dizem que os painéis solares, depois de utilizados, não são recicláveis... Ah, por favor! Na Europa há projetos para a construção de painéis solarem que preveem a construção de centros de reciclagem, o que torna esse argumento tão infundado quanto o outro... Fico impressionado como eles testam a nossa inteligência... 

Agora, a parte que ninguém comenta dessa história é que há a produção de placas finas (um tipo de placa solar) cuja produção contém cádmio, que é altamente poluente e provém de um subproduto da indústria de zinco do qual ninguém sabe o que fazer com ele, ou melhor, não sabiam até "esconder" esses produtos nessas placas finas...  
Por que será que ninguém critica que, ao invés de fazerem isso, as indústrias deveriam investir em uma forma de estocar este sub-produto ou até mesmo neutralizá-lo?

Por que essa crítica ninguém faz? Simples... Para quem detém o poder nas mãos é mais fácil atacar a energia verde, pois assim a mesma fica desacreditada e se deixa de investir na nela. Assim, continuamos preso aos combustíveis fósseis que, adivinha só, são produzidos e explorados exatamente por aqueles que atacam a energia verde...


Com informações do Le Monde Diplomatique.  

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Entre praias e lixos...





A foto acima ficou famosa nos noticiários esportivos e outros e retrata bem o tema de hoje...

Pra você que não soube da história, trata-se de uma velejadora que achou uma televisão boiando em uma praia em Niterói e aproveitou para criticar o Governo por conta da qualidade da água no local (da Baía de Guanabara como um todo). Ainda mais em época de eventos esportivos mundiais a caminho... 

Você pode saber mais sobre o caso neste link

Antes de mais nada. Pela enésima vez, não sou contra os eventos. Minha militância aqui é por outra questão... 

Há anos, ou melhor décadas, se fala sobre a despoluição da Baía de Guanabara. Na década de 90 criou-se até o PDBG (Programa de despoluição da Baía de Guanabara) com objetivos bem óbvios pelo seu nome. Pois bem, o programa seria realizado por uma empresa japonesa que desistiu de realizar o mesmo quando percebeu todo o esquema feito ao redor do PDBG para que cada parte envolvida levasse o seu por aqui... 

Pois bem, tirando esse programa, não houve mais nenhum esforço significativo neste quesito, nem mesmo com o Rio de Janeiro sediando o PAN de 2007... Claro que algumas coisas avançaram como a redução de ligações clandestinas que lançavam esgotos sem tratamento direto na Baía de Guanabara e a preservação de áreas da Baía. 

Mas com um caso de repercussão desse voltamos a pensar que muito ainda precisa ser feito... 

Principalmente se pararmos pra pensar como o nosso país tem um certo complexo de adolescente pra certas coisas, digo no sentido de se importar com o que os outros pensam e não com o que ele próprio quer ou necessita... Pra ficar mais claro... 

Se dependesse do nosso governo despoluir a Baía pelo bem dos brasileiros, isso provavelmente seria deixado de lado, como o é. Agora se a despoluição da Baía é pra mostrar aos gringos que as provas das categorias voltadas para práticas aquáticas outdoor serão realizadas em águas límpidas, aí a despoluição da Baía seria feita no menor tempo possível, mas bem daquele jeitinho para enganar os gringos (ta aí o Engenhão que não me deixa mentir)...

Problemas que hoje são levantados pelo governo como a presença de traficantes que hoje utilizam partes da Baía para fazer carga e descarga de armas e drogas, a falta de verba para solucionar o problema do saneamento nas áreas de entorno da Baía e a necessidade de um programa de conscientização e educação ambiental que nunca sai do papel seriam facilmente resolvidos... Se você acha que não, pergunte-se de onde vieram os recursos para levantar estádios ao passo que a educação e a saúde públicas em nosso país vão ladeira abaixo... 

Me junto a velejadora em tom de protesto às autoridades, reivindicando não algo para melhora com fins "para inglês ver" mas sim para que melhorias que precisam acontecer urgentemente não dependam de um evento que esteja aos olhos do mundo. Que elas sejam feitas para melhorar o bem-estar dos brasileiros que aqui vivem... 

Esse complexo de adolescência precisa cessar e o que deve ser feito tem que ser feito porque é para o bem da nação e não para resguardar a nossa imagem lá fora... Até porque mesmo assim este último será alcançado, mas não deveria ser tratado como o mais importante... 


Com informações do Globoesporte.com.   

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Mobilidade (?) Urbana

Antes de mais nada, desejo aos leitores um 2014 repleto de realizações! 

A propósito a pausa nas postagens foi por conta das festividades de fim de ano, mas já voltamos a programação normal... 

Aliás, o post que abre o ano de 2014 aborda uma questão histórica, diria eu, em nosso país: a mobilidade urbana. 

Todos sabemos que nossa urbanização foi "feita nas coxas" e que por conta da mesma ter sido tardia e desordenada, sofremos os reflexos desse processo. Transportes ineficientes, necessidade de mais vias de ligação que possibilitem um deslocamento maior e mais rápido, organização no trânsito... 

É um fato que a necessidade se faz presente. O que chateia é precisarmos de eventos de grande porte para que esses problemas comecem a ser solucionados. Isso claro a longo prazo. 

Neste fim de semana Joseph Blatter deu uma declaração sobre o Brasil ser o país mais atrasado em suas obras que já organizou a Copa do Mundo em seus anos de serviços prestados à FIFA. Bom até aí nenhuma novidade... 

O país do "jeitinho" e da "gambiarra" sempre levou questões de longo prazo com a barriga. Afinal de contas, quem é que se vai se lembrar de um prefeito que realiza obras ou resolve problemas que não possam ser contornados com mais de 8 anos?... 

Obra que demora demais não gera voto, mesma que a melhoria advinda dela seja significativa por décadas... 

Isso acontece infelizmente porque nossa população é imediatista e tem memória curta, mas isso fica para um outro debate...

Voltando à mobilidade... Ganhamos o direito de sediar grande eventos esportivos e voltamos os olhos para o caos urbano em que vivemos e a pergunta saiu praticamente ao natural: "Imagina na Copa?"

Pois é... 

Para dar uma resposta a esta pergunta, os governos das cidades que sediarão jogos da Copa se transformaram em verdadeiros canteiros de obras; a presidente leiloou os aeroportos num claro atestado de incapacidade de gerenciá-los; e o tal "legado" virou um escudo contra todo o tipo de questionamento advindo dessas atitudes... 

Como não bastasse o problema da mobilidade urbana não ter sido resolvido pelo caos que é, mas sim motivado por um fator externo onde os olhos do mundo estarão voltados para o nosso país, ainda vemos que:

  • No ano da Copa muita coisa ainda precisa ser feita. Isso é óbvio, não se resolve um problema de décadas em meses... 
  • As melhorias serão muito bem vindas, se realmente vierem. O problema é que resolver transformar as cidades em canteiros de obras em nada resolve a vida de quem mora nelas... Vive-se com uma alteração praticamente constante do espaço e do trânsito por conta das mesmas, a ponto de uma pessoa que habita a cidade desde que nasceu conseguir se desorientar nela com facilidade por conta dessas constantes mudanças... Não à toa as famosas obras da Trans-Carioca na cidade do Rio de Janeiro foram batizadas de "Transtorno Carioca"  por seus habitantes. 
  • Estádios, equipamentos urbanos e esportivos entre outros serão construídos, mas e o famoso legado disso? Pra você que mora no Rio de Janeiro, qual foi o legado que o PAN trouxe pra você? Um estádio interditado e um velódromo que recém construído teve que ser demolido, talvez... Isso sem mencionar que um ou outro estádio construído vai virar "Elefante Branco" rendendo mais gastos do que lucros... Ou você acha, com todo respeito aos times das respectivas regiões, que algum time do Centro-Oeste ou do Norte tem capacidade de encher uma "Arena Pantanal" ou uma "Arena Amazônia"? 
  • Isso sem contar que: você pode até comprar trens novinhos, metrô idem, pode até construir e investir em novos BRTs, mas de que adianta isso se os trilhos e as estações da mesma não são e o sistema de BRT já chegou aqui ultrapassado? Ainda mais quando paramos para analisar que nem todos as composições novas que chegaram estão em circulação no caso dos transportes ferroviários... 

O Governo Federal até tem feito, pelo menos tentado fazer, a sua parte e criou o ministério das cidades que busca pensar a cidade de forma mais integrada e melhorar questões como a própria mobilidade, a infra-estrutura (aqui neste caso me refiro a água, luz, esgoto...) e a moradia... Mesmo assim ainda falta e muito para que esses problemas sejam resolvidos... 

Se você acha que não, aproveite esse mês onde grande parte das pessoas estão de férias e circule pela cidade. Você vai perceber que mesmo com um contingente menor de pessoas, já que algumas se ausentam das cidades para viajar com os filhos, algumas cidades ainda assim são incapazes de fornecer uma mobilidade digna e eficiente a população... 

E isso te faz pensar por que as pessoas recorrem aos carros para sair de suas casas e realizar seus deslocamentos. Só que mais carros na rua significa maior trânsito, pois se 50 pessoas que andam de carro andassem de ônibus seriam 50 carros a menos na rua, o que facilitaria o deslocamento e diminuiria o tempo da viagem... Mas, quando se olha os problemas listados acima somados ao despreparo dos transportes em absorver a população, fica difícil não tirar o carro da  garagem...