Fonte: UOL.
Todos temos acompanhado pelos noticiários o surto de Ebola que anda assolando a África e que pode se tornar uma epidemia global se não for erradicada logo.
A doença reside, como acreditam os cientistas, no morcego da fruta e, apesar de não fazer mal a ele, atinge facilmente primatas e pode chegar aos seres humanos através do contato com as frutas utilizadas como alimento pelo morcego, podendo ser transmitida entre os humanos através do contato com as mucosas.
Dois fatores são preocupantes diante desta epidemia que já avança para a casa das milhares de vítimas:
O primeiro deles é o fato da doença ainda não ter cura, embora os EUA já tenham uma vacina em caráter experimental que mostrou resultados tanto positivos quanto negativos; já que não fez o efeito desejado em todos os pacientes nos quais foi testada.
O segundo deles é o mais preocupante e, talvez o fator que mais contribua para que essa epidemia se espalhe e ultrapasse as barreiras do continente: a gritante falta de estrutura dos países afetados. Nos países que apresentam pessoas infectadas, a maioria da população vive precariamente incluída na sociedade (o leitor me permitirá um breve comentário acerca do termo que acabei de usar. Apesar do "apelo geral" ser pelo termo "socialmente excluído", penso que quem é socialmente excluído de uma sociedade, está morto. Para mim, o termo correto é precariamente incluído na sociedade; o que significa que, apesar de estar na sociedade, o seu acesso a itens básicos como saúde, educação e alimentação se dá de forma precária. Fecho aqui o meu parêntese), soma-se a isso uma infraestrutura tão precária quanto o acesso a da população a mesma. O resultado disso é que uma doença potencialmente perigosa, principalmente no fato de ainda não ter cura, pode tomar sua proporção máxima de perigo exatamente pela tamanha precariedade desses países.
Fato que pode ser visto na recente fuga de um paciente com Ebola na Libéria. Segundo o apurado o paciente fugiu porque tinha fome e, movido pela necessidade, foi procurar o que comer. O caso revelou ainda outros extremos como a LIBERAÇÃO de pacientes com Ebola porque os hospitais LOTADOS já não estavam mais dando conta do número de infectados com a doença...
A culpa é deles? Claro que não! Essa péssima infraestrutura, somada a uma população majoritariamente incluída precariamente na sociedade são o mais puro reflexo de um passado não muito distante em que o continente africano foi tratado como uma enorme reserva de recursos para países centrais que não tiveram a menor preocupação em desenvolve-lo. Esses mesmos países centrais que hoje se voltam preocupados para a situação dos países afetados pela doença e procuram ajudar da melhor forma possível; logicamente mais preocupados em conter a doença na África do que em erradicá-la.
Esta epidemia, somadas as guerras internas que diversos países vivem, a situação de pobreza extrema da maior parte dos países da África são fatores de um processo de colonização que explorou o continente, semeou conflitos entre tribos rivais, esquadrinhou o continente, durante a Conferência de Berlim, como se fosse um bolo de aniversário e não teve um pingo de preocupação em desenvolver minimamente a África, salvo raras exceções que se agarraram as riquezas minerais (ouro e diamantes principalmente).
Temos então mais um flagrante sinal de que a receita desse desastre que foi a colonização africana estava recheada das piores maldades que um ser humano é capaz de fazer ao outro. O pior disso tudo é que quem mais sofre com tudo isso, não tem uma parcela sequer de culpa...
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