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Em época de eleições, os candidatos costumam prometer mundos e fundos para chegar ao posto almejado. Principalmente quando este posto refere-se ao patamar mais alto dentro do seu país. Com a França não é diferente...
Os candidatos à presidência, dentre outras questões, resolveram voltar suas atenções para o departamento ultramar francês que há muito anda esquecido, a Guiana Francesa.
Nosso vizinho na América do Sul, a Guiana Francesa é um departamento ultramarino francês, parte da UE, inclusive adotando o euro como moeda. Suas principais riquezas são as minerais, além da base espacial de Kourou (o que justifica o interesse francês em manter a área sob seu domínio até hoje).
Contudo, parece que, mais do que nunca, o território vive uma crise gigantesca: mais de metade da população não possui saneamento básico, o desemprego é alarmante (especialmente entre os jovens), além da taxa de homicídios ser bem elevada.
Esta série de fatores, associados ao ano eleitoral francês levaram a população da Guiana Francesa às ruas para reivindicarem mais investimentos franceses no território. Um grupo chamado "500 irmãos" reivindica um investimento na ordem de 10 bilhões de euros e já convocou greve geral como forma de se fazer ouvir não só pelo atual governo, como por seus candidatos ao posto.
O território também sofre com a imigração ilegal, por conta de interessados na mineração no país, principalmente na exploração do ouro.
Fato é que o local só serviu mesmo como mero quintal da França que retira de lá apenas o que lhe é interessante e lucra com as atividades da base espacial de Kourou que realiza diversos lançamentos de satélites para outros países, inclusive para o nosso.
A população que vive uma situação lastimável, tenta se fazer ouvir do outro lado do Atlântico e dirigir a agenda dos presidenciáveis também para suas reivindicações. A questão é se realmente farão algo pela Guiana depois de eleitos. Principalmente quando um candidato acha que se trata de uma ilha, enquanto a outra acha que se resume tudo a questão da imigração.
Com um cenário como esse, parece que a população da Guiana Francesa está a sua própria sorte e terá que se organizar e se mobilizar cada vez mais para ser ouvida pelo próximo presidente francês.
Com informações da BBC
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