Por mais improvável que seja, aconteceu. O encontro entre os líderes da Coreia do Norte e dos EUA ocorreu, num dos episódios da história que parecem até uma fábula se nós não tivéssemos visto com os nossos próprios olhos.
O tão inesperado encontro durou poucas horas, inversamente proporcional a expectativa ao seu redor no cenário mundial. As duas lideranças, pelo menos no papel, traçaram um acordo que nos parece tão amplo e profundo quanto um pires, a não ser pela discutível questão da desnuclearização da Coreia do Norte.
O encontro vem depois de uma escalada de hostilidades entre as duas nações sob a figura de seus líderes, fazendo até mesmo o mundo temer o risco de uma nova guerra mundial (o que já explicamos aqui, é impossível de acontecer sob essas circunstâncias). Entretanto, como uma reviravolta positiva, o encontro entre os dois líderes acabou ocorrendo para surpresa mundial.
Devemos aqui reconhecer que um pouco deste encontro se deve as sanções impostas à Coreia do Norte que já sufocavam a sua frágil economia e meio que colocaram o líder norte-coreano contra a parede. Do lado norte-americano, até a "loucura" tem um limite e Trump parece reconhecer isso.
Isso sem contar a participação, pouco comentada, de um terceiro participante nessa negociação: A China. País de relação diplomática com ambos, a China teve um papel fundamental, embora não muito divulgado, no encontro entre ambos no sentido de mediar o encontro. Agindo nos bastidores, o país conseguir mediar o encontro entre os dois líderes e, não à toa, logo foi procurado por Kim Jong-un após o encontro com Trump.
Entretanto, o líder norte-coreano parece mesmo disposto a refazer sua imagem perante o mundo; haja visto que o mesmo se encontrou não só com o presidente dos EUA, mas também o líder da vizinha Coreia do Sul. Essas duas iniciativas são "conquistas" que nem seu avô e nem seu pai tiveram enquanto líderes do país hoje governado por ele.
Mesmo o líder norte-coreano tendo prometido grandes mudanças para o mundo, tendo até alguns gestos nesse sentido, o acordo entre ele e Trump nada tem de concreto, o que coloca este documento numa posição de "ao caso de ambos" e impossibilita qualquer previsão sob o que acontecerá daqui pra frente.
Embora a Coreia do Norte tenha se comprometido a desnuclearizar-se, o acordo é muito vago. Nele não há prazos, processos, iniciativas ou qualquer informação que nos permita dizer que há um planejamento ou uma continuidade de ação combinada entre os dois.
O que nos leva a dubiedade sobre quem "ganhou" o acordo. Teria sido Trump, por possibilitar um diálogo depois de tantas hostilidades? Ou Kim Jong-un que conseguiu um feito histórico, não alcançado por duas gerações anteriores a ele?
Com um acordo que expõe a concretude de um prego na areia, fica difícil afirmar, e mais ainda, de prever algo. Tão imprevisível quanto foi este acordo será as consequências do mesmo e os avanços que ele promoverá entre as duas nações. Até lá, só nos resta esperar, embora alguns já celebrem o fim da tensão global envolvendo ambos, o que acreditamos ser prematuro decretar...
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