Esta semana, o Qatar anunciou que no próximo ano não fará mais parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
Segundo o ministro o local, a medida estaria relacionada ao fato do Qatar ser um país com pequena representatividade na produção petróleo tanto dentro do grupo como fora dele.
De fato, o forte desde país é a produção de gás natural liquefeito. Sua produção petrolífera é muito pequena (algo em torno de 610 mil barris/mês); ao contrário de sua produção de gás natural liquefeito (algo em torno de 77 milhões de toneladas por ano). Mas, ao contrário do que tudo indica, a sua saída da organização tem motivação política, não econômica.
Embora os números comprovem, e sejam uma ótima justificativa para a saída do país do grupo que praticamente dita o preço do petróleo no mercado mundial, o Qatar não tem uma boa relação com parte dos membros da OPEP. Países como a Arábia Saudita e o Egito, só para citar alguns, acusam o Qatar de financiar o terrorismo, algo que sempre foi desmentido pelo próprio país dissidente do grupo.
Soma-se a isso o fato da maior base militar norte-americana do Oriente Médio, estar no Qatar. Algo que também desagrada, e muito, os países membros da organização da qual o Qatar pretende se retirar, até mesmo por conta do cerne em que a OPEP surgiu.
De forma bem simplista, podemos dizer que a OPEP surgiu como uma forma de retaliação ao apoio norte-americano dado a Israel desde sua independência e nas consequentes guerras com a Palestina, que se daria através do controle do, atualmente, bem mais "precioso" não só para os americanos, como para o mundo. A criação da OPEP chegou a, inclusive, proporcionar uma das crises do petróleo.
Além da questão política, parece contribuir para a saída do Qatar da OPEP a oportunidade do próprio país produzir a quantidade que desejar de petróleo, não ficando mais "presa" as políticas acordadas no grupo. Decisão que parece pouco justificável, visto que sua produção não tem relevância mundial e nem mesmo para o país, cujo forte, como mostrado acima, é o gás liquefeito.
Apesar da saída não ter grande relevância no cenário mundial, a mesma acaba evidenciando que as relações no Oriente Médio entre os países que o compõem não é das mais amistosas, como aliás, arriscamos dizer, parece nunca ter sido; e a saída do Qatar da OPEP parece ser apenas mais um capítulo na conturbada história desta região da Ásia.
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