Brasil Foods nasce com ambição de virar
protagonista fora do Brasil
Empresa fruto da união entre Perdigão e Sadia terá capital dividido em 68% e 32% para cada; tag along confirmado
19 maio 2009
SÃO PAULO - Em tom descontraído, os presidentes dos conselhos de administração da Perdigão (PRGA3) e da Sadia (SDIA4), Nildemar Secches e Luiz Fernando Furlan, respectivamente, anunciaram nesta terça-feira (19) a fusão que criará uma gigante da indústria de alimentos, a BRF (Brasil Foods), cujo capital social será dividido entre 68% da Perdigão e 32% da Sadia ao final da operação.
"Anunciamos o nascimento da grande multinacional brasileira de alimentos processados". "Um protagonismo que ultrapassa as divisas do Brasil no futuro". Essas foram algumas das frases utilizadas pelos executivos, ambos engenheiros de formação, durante coletiva de imprensa para apresentação do negócio.
A nova companhia, que tem a pretensão de elevar a competitividade global, dado que o mercado externo representa metade do seu faturamento, terá um sistema de governança partilhado. Secches e Furlan serão copresidentes por um mandato de dois anos e o conselho terá representantes das duas empresas.
As operações de ambas continuam separadas, considerando a mudança na denominação social da Perdigão para BRF. No caso da Sadia, a parte financeira foi vendida para os controladores, as famílias Fontana e Furlan. "Esperamos manifestação positiva nos próximos 15 dias com relação ao acordo de votos da Perdigão e aos acionistas da Sadia", disse Furlan em relação à condicional de adesão dos acionistas.
Sinergia
Muito da expectativa em torno da BRF decorre das potenciais sinergias com a fusão. Segundo os presidentes dos conselhos de Perdigão e Sadia, será contratada uma empresa externa para ajudar "da forma mais profissional possível" a selecionar as melhores pessoas durante a transição.
Questionado sobre a proximidade de algumas fábricas, Luiz Fernando Furlan foi taxativo: "Não há nenhuma previsão de demissão do chão de fábrica. As duas empresas estarão entre os maiores empregadores brasileiros. O que importa é produzir melhor". Mas eles evitaram falar em números sobre os ganhos de sinergia.
"Estamos criando um campeão, uma empresa brasileira que se tornará no curto prazo o maior exportador de carne processada do mundo (...) A melhora do mercado nacional e mundial pós-crise sistêmica vai nos encontrar com energia para pisar no acelerador com rapidez, e dar um salto de vendas, e isso implica geração de empregos", declarou Furlan.
Tag along
Outro ponto citado na coletiva diz respeito ao tag along (extensão, parcial ou total, aos minoritários, das mesmas condições obtidas pelos controladores quando da venda do controle). Conforme destacou Nildemar Secches: "não teríamos a obrigação de, mas o faremos de forma integral aos minoritários". Levando em consideração que a união se dá através de troca de ações, não caracterizando tag along.
Vale lembrar que a BRF também nasce com planos de realização de uma oferta de ações até o final de julho, de acordo com os executivos, para aumentar o capital em R$ 4 bilhões.
Notícia publicada no site www.msn.com.br no dia 19/09/2009
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