domingo, 27 de fevereiro de 2011

Egito Livre - Parte 4 (Arrumando a Casa)

Eu sei que tá parecendo aquelas sequências intermináveis de filme de terror, mas...
Depois da deposição de Mubarak após 30 anos no poder, está na hora de arrumar a casa no Egito. Um dos grupos de principal influência por lá tem pregado pela faxina geral no governo, ou seja, que nenhum membro ligado a Mubarak permaneça em seu cargo. Esse grupo é de origem islâmica e uma possível intenção deles de concorrer a cargos políticos no Egito já estremece os EUA e a comunidade européia (novidade não?). Contudo, para alívio do Tio San o grupo parece não ter a pretensão de ocupar cargos no Egito, mas sim garantir que o país siga o caminho da democracia. 
É esperar para ver como vai ficar agora. 

CAIRO (Reuters) - A Irmandade Muçulmana, principal grupo organizado de oposição no Egito, rejeitou nesta segunda-feira uma reforma ministerial e pediu o afastamento de ministros que tenham sido indicados pelo líder deposto Hosni Mubarak.
Alguns oponentes de Mubarak foram incluídos no gabinete anunciado na noite de domingo pela junta militar que controla o Egito depois da rebelião popular que encerrou 30 anos do governo de Mubarak. Mas as pastas da Defesa, Relações Exteriores, Interior e Finanças continuaram nas mãos de ministros ligados ao antigo regime.
'Ninguém nos ofereceu nenhum cargo, e se tivessem oferecido teríamos rejeitado, porque... o público exige que este governo saia, já que é parte do antigo regime', disse Essam El Arian, dirigente da Irmandade Muçulmana, que era proibida no governo Mubarak. 'Queremos um novo governo tecnocrata, sem conexão com a antiga era.'
A Irmandade, que diz defender uma democracia com princípios islâmicos, está representada num comitê que prepara emendas constitucionais e num conselho de 'defesa da revolução', e deve se registrar como partido político assim que as novas regras permitirem.
Temendo ser reprimida, a Irmandade adotou uma postura cautelosa no início da rebelião contra Mubarak, e pouco a pouco assumiu um papel mais proeminente. Mas o grupo -- visto com preocupação pelos EUA e outros governos ocidentais -- nega ter a intenção de apresentar candidato a presidente ou fazer maioria no Parlamento.
Uma grande incógnita no cenário político egípcio é o papel que os militares reservarão para si. Na sexta-feira, uma gigantesca passeata comemorou a queda de Mubarak, mas também lembrou aos militares que as manifestações populares poderão recomeçar se os generais renegarem as promessas de democratização do país.
Na segunda-feira, as Forças Armadas anunciaram uma anistia para armas roubadas durante a revolução, e o primeiro-ministro Ahmed Shafiq ordenou que ruas sejam rebatizadas em homenagem a alguns dos 356 'mártires' da revolta. No domingo, as autoridades haviam anunciado a libertação de 108 presos políticos.
A reforma ministerial de domingo trouxe para o gabinete algumas caras novas, inclusive três políticos de partidos legalizados da oposição, o que é uma notável mudança no Egito, onde apenas quatro semanas atrás os grupos contrários ao regime eram perseguidos, fragmentados e enfraquecidos.
Os novos líderes militares do país, que assumiram o poder após 18 dias de protestos, disseram que as mudanças na Constituição que viabilizam as eleições em seis meses deveriam estar prontas em breve, e que as leis de emergência seriam suspensas antes da votação.


Extraído de msn.com.br 

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