Cada vez mais notícias sobre o derramamento de óleo na Bacia de Campos de um poço explorado pela companhia Chevron são veiculadas nos meios de comunicação.
Com o incidente a empresa já levou uma multa de R$ 50 Milhões do Ibama, o que pra eles é como pagar um saco de café no supermercado perto do lucro que obtém, e pode ser que ainda sofra uma outra multa do estado do RJ.
A empresa já esteve envolvida com acidentes ambientais em episódios anteriores na Angola e no Equador, neste último recebendo uma multa exemplar, a qual é claro a empresa se recusa a pagar até hoje...
Contudo a questão parece ser mais profunda do que o grave vazamento que assola a Bacia de Campos. A Polícia Federal também está investigando tentativas da Chevron de explorar o pré sal, o que seria ilegal.
Como se não bastasse toda essa sujeira feita pela empresa, a mesma ainda tenta se justificar, como mostra a reportagem abaixo, do incidente colocando a culpa na geologia da Bacia... Como se eles não fizessem um mapeamento do local que vão explorar antes e como se isso fosse desculpa que se apresente...
Como os dados sobre a quantidade de óleo que vaza são imprecisos, a capacidade de mensurar os impactos ambientais fica comprometida, mas de primeira via é fato considerarmos que a biodiversidade da área será bastante comprometida e, com as correntes tanto de vendo quanto marinhas que atuam na localidade, o alcance deste desastre pode ser cada vez maior.
Não podemos esquecer também que tal "acidente" também virou mote político para aqueles que defendem a não divisão do Royalties do petróleo, acalorando ainda mais a discussão sobre tal questão.
Só acho que diante de toda essa discussão, estão esquecendo do principal: como esse acidente repercutirá no ambiente ? Quais são seus danos e como tentar minimizá-los ?...
Quem realmente paga a conta nessa questão toda é justamente quem é mais deixado de lado.
O presidente da Chevron para África e América do Sul, Ali Moshiri, afirmou nesta quinta-feira que a unidade da petroleira no Brasil tem um dos melhores índices de segurança, mas que é difícil lidar com a geologia da região onde aconteceu o vazamento.
"Lidamos com a mãe natureza, e a mãe natureza é complicada", disse Ali Moshiri, durante coletiva à imprensa depois de reunião com o ministro Edison Lobão (Minas e Energia).
Segundo Moshiri, houve um bom controle do problema, pela complexidade da geologia, e agora há menos de um décimo de barril depositado no mar. De acordo com ele, o vazamento está sob controle.
O executivo afirmou ainda que a vedação completa do poço onde houve o acidente, no campo de Frade, será concluída em meados de dezembro. Ele quis reforçar que a prioridade da empresa é a segurança.
Moshiri afirmou que vai analisar as multas aplicadas pelo governo brasileiro, mas que vai seguir as regulamentações brasileiras. "Sempre respeitamos as decisões de qualquer governo", disse.
"Somos pacientes e vamos parar de perfurar, a prioridade é segurança", afirmou.
PORTAS ABERTAS
O ministro Edison Lobão afirmou que Moshiri defendeu a Chevron como inocente durante a reunião. Segundo ele, pela resolução da ANP (Agência Nacional do Petróleo), a petroleira americana está proibida de perfurar novos poços, mas que os que ela já explora continuarão em atividade.
Lobão comentou sobre a atuação de empresas estrangeiras no país: "Brasil tem portas abertas ao capital estrangeiro, mas o Brasil tem regras, respeita contratos mas exige o respeito de suas regras internas", afirmou.
Extraído de: folha.com / jb.com.br / cartacapital.com.br