Mais um país da Zona do Euro está de pires na mão, a Espanha. O país pediu ajuda a União Européia e ao FMI que se mostraram a favor de um empréstimo, (engraçado, eles não foram tão favoráveis assim quando era a Grécia de pires na mão) que parece girar na casa dos 100 Bilhões de euros.
Claro que o país terá que cumprir certas exigências, afinal de contas estamos falando do FMI, mas, não tão contundentes quanto as aplicadas a Grécia... (questão de prioridade né...). O dinheiro servirá para ajudar bancos espanhóis a se recuperarem da crise de 2008 (sim, ainda ela).
Pois é, parece que a crise dos bancos virou crise dos Governos... Mas, o Estado deveria atender os interesses de quem mesmo ?
MADRI (AFP) – A Espanha anunciou neste sábado 9 que pedirá ajuda
financeira à zona do euro, que se mostrou disposta a conceder-lhe um
empréstimo de até 100 bilhões de euros para sanear seu setor bancário,
debilitado após o estouro da bolha imobiliária.
“O governo espanhol declara sua intenção de solicitar ajuda
financeira europeia para a recapitalização dos bancos que a
necessitarem”, afirmou o ministro de Economia, Luis de Guindos, durante
coletiva de imprensa após uma teleconferência dos 17 ministros de
Finanças da união monetária, na qual também participou a
diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde.
O Eurogrupo se mostrou disposto a responder “favoravelmente” ao
pedido espanhol afirmando que “o montante a ser financiado deve cobrir
as necessidades de capital com uma grande margem de segurança adicional,
com uma soma estimada em até 100 bilhões de euros no total”.
“Após a solicitação formal, será realizada uma avaliação pela
Comissão, conjuntamente com o BCE, o EBA (Autoridade Bancária Europeia) e
o FMI, assim como uma proposta com as condições para o setor
financeiro”, disse o Eurogrupo em um comunicado.
“O que se pede é um apoio financeiro, não tem nada a ver com um
resgate”, disse De Guindos, antes de insistir que “as condições seriam
impostas aos bancos e não à sociedade espanhola”, descartando que o
empréstimo irá envolver mais medidas de austeridade para os espanhóis
nem implicará em um resgate, ao estilo de Grécia, Irlanda ou Portugal.
“Não há nenhum tipo de condição macroeconômica, nenhum tipo de
condição fiscal, nenhum tipo de reforma econômica fora do âmbito do
setor financeiro”, afirmou o ministro.
O Eurogrupo, por sua vez, se declarou confiante de que a Espanha
honrará seus compromissos de redução do déficit e relativos às reformas
estruturais para corrigir os desequilíbrios macroeconômicos”.
“Os progressos serão vigiados muito de perto e com regularidade, paralelamente à assistência financeira” oferecida, disse.
De Guindos reforçou que “não haverá nenhum resgate à Espanha”,
precisando que o financiamento será dirigido à parcela de 30% dos bancos
espanhóis que têm mais dificuldades, eleitos pelo relatório do FMI
publicado na sexta-feira à noite.
Tal relatório estima em ao menos 40 bilhões de euros as necessidades
do setor, mas o ministro afirmou que o montante acordado com a Eurozona é
uma quantidade máxima, que inclui uma margem de segurança importante.
Segundo o ministro espanhol, a cifra final pedida pelo governo
dependerá do resultado da auditoria do banco espanhol realizada pelas
empresas Roland Berger (alemã) e Oliver Wyman (norte-americana), que
deverá ser entregue até o dia 21 de junho.
Ainda de acordo com De Guindos, os fundos de resgate europeus, o FEEF
e o MEE, que entrarão em vigor em julho, injetarão diretamente capital
no Fundo público de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB), que será
encarregado de direcionar o capital às entidades com problemas.
Tal medida supõe uma solução intermediária que satisfaz a todos, já
que o governo espanhol não vê sua soberania ameaçada, ao menos não por
uma intervenção tão dura como a da Grécia, e Alemanha também restringe a
ajuda aos meios dos fundos de resgate.
Debilitados por sua alta exposição à bolha imobiliária que estourou
em 2008, os bancos espanhóis acumulam em seus balanços 184 bilhões de
euros em ativos problemáticos até o final de 2011, ou seja, 60% de sua
carteira.
E o resgate histórico dos 23,5 bilhões de euros solicitados em maio
pelo Bankia, terceiro maior banco do país em ativos, gerou pânico nos
mercados, temerosos, de que a Espanha não pudesse fazer frente por si só
às exigências financeiras de seu sistema bancário.
“É uma ajuda extremamente confiável, que tira qualquer dúvida sobre a
capacidade de recapitalização do FROB”, disse De Guindos, depois do
forte ceticismo demonstrado nas últimas semanas pelos mercados
financeiros com relação à Espanha, que teve que pagar juros cada vez
mais elevados para se capitalizar.
A decisão espanhola foi celebrada por vários de seus sócios como
Alemanha, cujo ministro de Finanças, Wolfgang Schäuble, afirmou que a
“Espanha está em um bom caminho”, enquanto que seu homólogo francês,
Pierre Moscovici, afirmou que “trata-se de um bom acordo, de um forte
sinal de solidariedade”.
Também os Estados Unidos e o FMI felicitaram a iniciativa de ajuda. A
diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, o classificou de
“confiável”.
Para De Guindos, o acordo alcançado neste sábado manifesta o “absoluto compromisso dos países do euro com o projeto do euro”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário