quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Depois do IRA e do ETA, agora é a vez da FLNC se desmilitarizar.

Desde o século passado acompanhamos grupos étnicos que lutam pela independência de territórios onde habitam dos países aos quais eles pertencem. Casos para isso é o que não faltam. 

Seja o povo basco na Espanha que luta pela independência da Catalunha, o IRA que buscou a libertação do império britânico, A Frente de Libertação Nacional de Córsega (FLNC) que busca a autonomia da ilha frente a França; todos os grupos buscam a autonomia de suas etnias. Além dessas casos podemos citar os curdos na Turquia com a intenção de criar o curdistão e etc. 

Fato é que esses grupos modificaram os tipos de conflitos durante a virada do século. Se antes os países entravam em conflitos, agora temos países com conflitos internos; ou seja, se antes a guerra era entre países ou grupo de países, agora ela ocorre entre grupos e os governos dentro do mesmo país. 

Apesar de, entre os grupos citados, a FLNC ser o menos conhecido, os mesmos apresentam uma mesma característica: sua desmilitarização.

Claro que cada situação difere da outra. Enquanto tanto IRA quanto ETA chegaram a esse ponto pois conseguiram avanços em relação ao que desejam em negociações travadas com seus respectivos países, a FLNC parece ter chegado a esta medida por um outro viés. 

Ao que parece as reivindicações do grupo perderam espaço quando um grupo moderado, e contrário a violência, se tornou maioria nos cargos políticos da ilha. Soma-se a isso também uma aproximação maior com a França que, por sua vez, não parece nem um pouco disposta a negociar autonomia para a ilha. 

A "cereja do bolo" fica por conta do surgimento de grupos mafiosos que estão aos poucos tomando conta da ilha. Esses grupos se aproveitam do fato de o governo francês perseguir apenas os nacionalistas da ilha, deixando-os assim livremente para atuarem. Antes esse grupos eram coagidos pela luta armada da FLNC, mas com a desmilitarização do grupo a ilha de Córsega não parece distante de um futuro nas mãos desses grupos. Futuro esse que não aparenta em nada ter um aspecto estável; o que talvez possa se desenhar como um fator para que até a própria FLNC volte às armas, nem que dessa vez seja para defender a ilha desses grupos ao invés de buscar sua autonomia perante a França. 


Com informações do Le Monde Diplomatique.  

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