Ontem, os respectivos governadores dos EUA e de Cuba vieram a público comunicar a reaproximação dos dois países depois de mais de meio século de distanciamento.
O acordo, ao que parece, teve apoio dos canadenses e do Papa Francisco (que eu me recorde, é a primeira vez que vejo política e religião se misturarem para algo PROVEITOSO...) e inclui a libertação de presos políticos de ambos os lados, a abertura de embaixadas e até mesmo a modificação e possível fim do embargo econômico.
Este último parece ser o mais difícil, pois depende do Congresso Nacional norte-americano, onde Obama possui forte oposição. A reabertura econômica é um grande passo depois de décadas de um isolamento imposto pelos EUA a ilha da América Central que, nos dizeres do próprio Obama, "só isolou os EUA de Cuba, pois todos os outros países continuaram a ter {em maior ou menor grau} relações comerciais com o país". Nós, aliás, somos um exemplo disso com os investimentos feitos na construção do porto de Mariel.
Ah, sim. Antes de começar a criticar que o governo está financiando ditadura cubana e outras besteiras que eu me nego a reproduzir aqui; sugiro o vídeo abaixo para que certos conceitos sejam revistos em relação a essa falácia que tem o fundamento tão profundo quanto um pires...
Voltando ao título dos post, essa abertura que, acredito eu, será feita de forma lenta e gradual. E, é bom que se diga, as relações e a reaproximação entre os dois países parecem ser na esfera econômica, embora ocorra da abertura da embaixada em ambos os países, o que pincela tons políticos a conversa. Não a toa, há na ilha o temor de que essa reaproximação não influencie em nada a questão da liberdade em Cuba, haja visto que os irmãos Castro há anos estão no poder e conduzem Cuba com uma rigidez exemplar...
Em termos de economia, o saldo pode ser positivo para ambos. Passando pelo aumento da quantidade de dinheiro enviada por cubanos que moram nos EUA para a ilha, até investimentos norte-americanos em Cuba - como já acontece há um bom tempo com empresas francesas e espanholas, no ramos das telecomunicações e hotelaria (só para citar exemplos) - pegando até mesmo carona no porto de Mariel.
Dependendo de como essas relações caminhem, pode até ser que as constantes crises de abastecimento que a ilha sofre sejam amenizadas. Embora de nada adiante se o poder aquisitivo das pessoas continuar baixo. Contudo, só o fato de uma reaproximação política entre ambos já é de se considerar histórica.
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