Foram necessárias 22 COPs para se sair de um cabo de guerra que não levava os países ao seu principal objetivo, que era um acordo climático do agrado de todos, mas que agora se vê ameaçado pelo novo presidente dos EUA.
O mesmo, aliás, já havia se pronunciado sobre o aquecimento global dizendo que é "uma invenção dos chineses para atrasar o desenvolvimento industrial norte-americano". Algo que até poderia colar se fosse antes de conceitos como desenvolvimento sustentável, preservacionismo, conservacionismo, Terra - Gaia, e até mesmo a chamada "tomada de consciência" da população em geral sobre os recursos naturais do planeta.
Atualmente, como o cenário é outro e a consciência também, esta fase soa com uma atrocidade homérica. Daquelas que levam qualquer pessoa a limpar a boca com papel higiênico ao terminar de dizer uma frase.
Fato é que a linha de pensamento deste senhor pode ser prejudicial aos acordos de Paris, principalmente se ele - como prometeu em sua campanha - retirar os EUA (segundo maior poluidor do planeta, atrás apenas da China) do acordo. Alarmismo suficiente para trazer um clima de incerteza aos debates realizados na COP 22 que chegou ao seu fim na semana passada.
Afinal de contas, a saída dos EUA do acordo pode desestimular outros países a permanecerem nele ou mesmo vir a retardar os parâmetros exigidos pelo acordo em seus países; algo que condenaria novamente a COP ao antigo cabo de guerra que se estabeleceu durante anos na hora de firmar um acordo.
O motivo da realização dessa COP foi traçar um calendário para que os países se adaptem até vigorar o acordo, em 2020. Contudo, diante dessas incertezas acerca dos EUA, os esforços foram divididos entre o calendário e os apelos dos países (especialmente os mais afetados pelo aquecimento global, como o Kiribati, que corre o risco de desaparecer!) ao futuro presidente dos EUA para que ratificasse o acordo.
Até mesmo o secretário-geral da ONU interveio na tentativa de sensibilizar o magnata sobre o acordo. Resta saber agora se Trump, que ainda não se pronunciou oficialmente sobre o assunto, mas extra-oficialmente está mobilizando uma equipe para viabilizar uma maneira rápida de retirar o país do acordo vai repensar suas ideias acerca do aquecimento global e ratificar o acordo de Paris.
Contudo, caso o futuro líder na segunda nação mais poluidora do planeta ainda acredite que o aquecimento global é invenção dos chineses, talvez ele devesse conferir o vídeo abaixo que a própria agência espacial norte-americana, NASA, divulgou sobre mudanças em diversos lugares do planeta ao longo dos últimos 100 anos.
Ou mesmo se ainda não estiver satisfeito, partindo de sua lógica empresarial, deva olhar para o seu vizinho do norte, Canadá, para descobrir como um país que se opôs ao próprio EUA na política de emissão de carbono continua mantendo crescimento econômico, pretendendo, inclusive, expandir a política de restrição a este gás agravante do efeito estufa para todo o país!
E se ainda não estiver satisfeito. Pode também olhar para as quase 400 empresas que enviaram um comunicado a Trump pedindo que o mesmo respeite o acordo de Paris.
Ao que parece, o mesmo empenho que ele está tendo para tirar os EUA do acordo, o mundo está fazendo para convencê-lo a manter o país no acordo. Resta esperar que ele tenha um pouco de lucidez e ouça os apelos mundiais sobre o acordo.
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