Esta semana começou com o anúncio da vitória de Emmanuel Macron nas eleições para presidente francês. O candidato, até então novidade e azarão a princípio, corria por fora, mas alavancou suas intenções de voto na parte final das eleições e disputou o cargo mais alto da França com Marine Le Pen, uma velha conhecida dos franceses.
De posição nacionalista e disposta a tirar a França da UE, a candidata derrotada por Macron chegou a pregar uma França fechada aos imigrantes e já teve seus discursos comparados aos de Hitler. Do outro lado, Macron tem uma visão centrista, pró UE e surgiu como uma novidade na corrida presidencial francesa. Novidade essa que parece ter agradado a população.
Na última semana, a cobertura da eleição francesa ganhou certo destaque na imprensa mundial dada a ansiedade com que os outros líderes europeus, especialmente os da UE, aguardavam as prévias francesas e a eleição em si.
Já era de conhecimento de todos que, caso fosse Le Pen a ocupar o cargo, o Frexit seria questão de tempo. Tal provável saída, seria mais um duro golpe para o bloco que perderia outra de suas economias mais importantes, abrindo assim um precedente ainda maior para que outros países dentro do bloco também o fizessem.
Já Macron contava com o apoio de vários líderes europeus que clamavam por sua vitória para que a UE respirasse aliviada. Mais que isso sua vitória mostra uma França já saturada com o cabo de guerra existente entre os dois principais partidos do país que há anos disputam as eleições, mas que nesta ficaram, pela primeira vez, de fora do segundo turno.
(...Aliás esta aí algo que um certo maior país da América do Sul podia aprender para as próximas eleições... Seria no mínimo interessante uma terceira via que se apresentasse para acabar com o cabo de guerra realizado por aqui entre tucanos azuis e estrelas vermelhas com um coadjuvante no meio que se contenta em vender-se para quem estiver no poder. Isso até mesmo quando ele está no poder.)
Macron surgiu como uma opção a este cabo de guerra. Vendeu sua imagem como distante desta disputa e como um candidato sem partido que teve sua campanha financiada por uma espécie de start-up composta, em sua maioria, por pessoas inexperientes mas com desejo de mudança.
O ex-ministro da economia e mais jovem a subir ao cargo mais alto da França terá agora o desafio de equilibrar um país que, apesar de sétima economia do planeta, ainda vive os resquícios da crise não só do bloco europeu, mas também tenta lidar com as questões migratórias originadas dos conflitos na Síria e no meio disso tudo, ainda arrumar a casa para os próximos cincos anos. Uma aposta e tanto dos franceses que, sinceramente, esperamos que dê muito certo. Cabe agora esperar, como sempre, as cenas dos próximos capítulos.
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