A dica de hoje vem junto com uma certa relutância de nossa parte em escrevê-la pois aborda um tema que não gostamos de tocar, a política.
Hoje o geoplaylist vai tratar da letra de "Chega" de Gabriel, O Pensador.
O autor que já é conhecido nosso, rendendo inclusive um tcc sobre a confluência de suas músicas com determinados conceitos da Geografia Urbana, aborda na letra um desabafo não só sobre a atual conjuntura política de nosso país, mas de todo um conjunto que não já é de hoje e que só é sentido pelas classes menos abastadas de nossa sociedade.
(Pausa para reflexão).
Antes de todo o "mimimi" começar, queremos deixar bem claro o seguinte: se você acha que o texto abaixo é pró-Dilma, enganou-se! Por outro lado, se você acha que o texto abaixo é pró-Aécio, enganou-se outra vez!.
Hoje as discussões acerca de política se tornaram tão acaloradas quanto superficiais e polarizadas. Se criticamos um, automaticamente as pessoas já pensam que somos a favor do outro. Não se ouvem os argumentos, que na maioria das vezes são argumentos até a página 2, quando passam a ser ofensas; e amizades de anos são desfeitas em nome dessa polarização entre a estrela vermelha e o tucano azul.
O que nos dá uma sensação de que vivemos uma guerra fria à brasileira, onde ambos não chegam as vias de fato, mas aqueles que os defendem sim (só pra constar agressão também pode ser verbal, literal e não só pelo meio da força física, ok?). Vemos instaurados então um clima de animosidade entre as pessoas que, na verdade, resolve tanto quanto discutir o sexo dos anjos ou qual time é melhor.
A imprensa também faz sua parte e a imparcialidade nunca foi tão parcial quanto ultimamente. Tanto que temos que chegar ao ponto de procurar coberturas internacionais sobre a política do nosso próprio país para não cair nas armadilhas tendenciosas presas a cada texto de determinadas revistas aqui do Brasil.
Nesse "tiroteio" o povo se perde em meio a uma avalanche de notícias que são repercutidas via redes sociais, onde você pode encontrar argumentos dos mais absurdos aos mais bem organizados possíveis. Associado a isso, também conseguimos ver a multiplicação dos professores de História. Nunca antes na história deste país a faculdade Facebook formou tantos entendidos em História do Brasil.
Muito maior que isso, mas imperceptível no momento, está a política brasileira. A mesma atravessa um momento ímpar em nossa história cuja possibilidade de uma transformação não só na política, mas também em nossa sociedade se faz concreta. Mas o circo montado para "mortadelas" e "coxinhas" se digladiarem escamoteia a nossa chance de fazer diferente.
Já está mais do que na hora de sairmos desta polarização e passarmos a enxergar acima disso para vislumbrarmos um futuro para o país e sua nação. Talvez uma terceira via, como fizeram os franceses ao elegerem Macron, tirando os dois partidos mais tradicionais da França de uma disputa eleitoral.
Talvez nossa esperança esteja em uma terceira via, ainda não apresentada a nosso ver, que proponha mudanças de verdade na viciada e corrupta estrutura política brasileira, com reformas reais e necessárias, cuja participação do maior interessado, a população, seja essencial em sua condução.
Apostar no novo tem seus riscos, mas com certeza nos parece melhor do que sempre mais do mesmo.
(Fim da reflexão)
A música serve como um desabafo e pode ser utilizada para discutir diversos assuntos relacionados a política brasileira. Desde a alta carga de impostos, passando pelo descaso com a saúde e a educação públicas até mesmo o atual cenário político. O que pode ser a chance para que os alunos se expressem sobre o atual momento político e tirem suas dúvidas com os professores acerca daquilo que os inquietam, gerando uma ótima oportunidade para a troca de ideias em um espaço para que os alunos ouçam e sejam ouvidos, principalmente.
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