Desde que assumiu o poder na Casa Branca, o atual presidente norte-americano tem colecionado mais polêmicas do que feitos para o seu país.
Estava faltando para a sua coleção um desentendimento direto com os russos, já que o indireto já teve por conta da guerra na Síria. Agora não falta mais.
Esta semana foi notícia em todo o mundo as promessas de campanha do candidato à presidência russa, Vladmir Putin, que até então estava quieto já que seu opositor ao cargo está proibido de concorrer, em relação as novas aquisições do arsenal bélico-nuclear russo.
Numa demonstração de força e poder, digna de Guerra Fria, o presidente russo (candidato ao seu quarto mandato) mostrou o poder de alcance de suas novas armas que, segundo o próprio, podem alcançar qualquer lugar do planeta.
A reação dos EUA ao discurso de Putin foi quase imediata. Os norte-americanos acusaram os russos de violarem acordos de não proliferação de armas, embora deixando bem claro que já estavam preparados para isso, numa clara "resposta" ao discurso do presidente russo.
Com todo esse mal-estar, muitos já se perguntam se poderemos ter uma nova guerra fria.
Ousamos dizer que este não seja o caso, pelo menos não nos mesmos moldes da que ocorreu no século passado.
Primeiramente porque a bipolaridade capitalismo x socialismo já fora extinta com o fim da URSS e hoje o capitalismo é o sistema predominante no mundo, economicamente falando.
Outro motivo que nos conduz a acreditar que uma nova guerra fria não irá ocorrer é justamente a questão bélica.
Embora a Rússia tenha declarado que seu objetivo não é começar uma nova corrida armamentista com os EUA, acreditamos ser muito difícil uma reedição da guerra fria pela série de implicações que isso poderia trazer ao xadrez geopolítico atual, isso nos atentando somente a questão bélica.
Podemos começar observando os vários acordo bélicos existentes assinados não só pelos países citados como por outros países também, dentre os quais podemos citar os acordos de não proliferação de armas nucleares.
Caso haja uma corrida armamentista entre as duas potências, de fato, isso abrirá espaço para que outros países também entrem nessa "corrida" como China, Índia, Paquistão, Coréia do Norte, Coréia do Sul, entre outros; o que levaria anos de acordo para o lixo e provocaria a suscetibilidade de episódios como a "crise dos mísseis de Cuba" em maior escala, mas possivelmente não com o mesmo desfecho.
Além disso, em caso de possível conflito, não só a integridade dos países estariam ameaçadas, mas a integridade do mundo. A tecnologia nuclear pode até ter consigo alguns benefícios, mas a contrapartida da mesma tem proporções de destruição global que colocam em risco a presença humana na Terra.
Logicamente que os dois lados sabem disso, o que então os parece conduzir apenas ao discurso das trocas de farpas e demonstração de poder, mas desta vez sem o financiamento de conflitos em outros países do mundo como era costumeiro em tempos de guerra fria.
Ao nosso ver, Putin apenas se valeu deste discurso não por estar em ano eleitoral, já que como dissemos acima, seu opositor foi impedido de concorrer, mas sim por querer impor respeito, especialmente ao presidente norte-americano que gosta de gerar uma polêmica e colocar o mundo em estado de alerta a cada declaração.
Podemos encontrar essa imposição russa não só na apresentação de seus novos armamentos, mas também na fala de Putin no tocante às sanções aplicadas a Rússia onde, segundo ele, mesmo em vigor, em nada atrapalharam o desenvolvimento do país.
Para, talvez, dar um tom de campanha ao seus discurso, o candidato também fez promessas como levar internet aos russos, aumentar o salário dos professores, diminuir a desigualdade e etc. compromissos que se perderam em meio a sua demonstração de força, mas que podem ser usados numa tentativa de mascarar sua fala como um discurso de campanha.
Mas, como não poderia deixar de ser, tal episódio já estremeceu a delicada relação diplomática entre dois que, um dia depois do discurso de Putin, sofreu um novo golpe, o cancelamento do diálogo entre as duas nações referente a cybersegurança.
Com isso, não é de se espantar novos discursos de ambas às partes ainda repercutindo a declaração de Putin que podem, ou não caminhar para outras esferas além da bélica, como a econômica. Diante disso, o mundo acompanha, apreensivo, os próximos passos dos presidentes com temperamento difícil, mas com um poder bélico imenso.
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