Esta semana o atual presidente dos EUA deu uma entrevista sugerindo que sairia do acordo nuclear feito junto à Rússia nos idos da guerra fria por, segundo ele, os russos terem descumprido o acordo que prevê que ambos os países não produziriam mais armas nucleares de curto e médio alcance.
Os russos negaram a produção de tais armas e afirmaram que caso os EUA realmente se retirem do tratado, retaliações podem ser causadas pelos russos aos EUA.
Como já era de se imaginar, representantes de governos europeus mostraram preocupação com o caso; afinal de contas a Europa foi uma espécie de campo de guerra nuclear entre EUA e URSS à época da guerra fria. (aliás, um pouco dessa tensão vivida entre ambos, em um outro episódio envolvendo mísseis, durante esse período pode ser assistida no filme "Os 13 dias que abalaram o mundo" que já comentamos aqui em outra oportunidade).
Este movimento de Trump, mais um diga-se de passagem, revela mais uma vez o perigoso jogo político que o presidente parece gostar de jogar com seus adversários comerciais ou mesmo políticos no sentido de influência global.
A intenção por dentro desta ameaça a sua retirada do tratado parece não se dar somente pelo fato de medir forças com a Rússia e, assim, voltar aos tempos de Guerra Fria, numa repaginação mais moderna e perigosa do que nunca. Seu intento parece residir na questão de utilizar a Rússia para atingir a China.
Como?
Entre as declarações do presidente dos EUA, foi afirmado que não só a Rússia deveria parar de produzir as armas que, em tese, estariam produzindo, como a China também deveria parar de produzi-las. Mas, a China não faz parte do acordo, então por que citá-la?
Não é novidade para ninguém que até o fim deste século a China passará o bastão para o EUA como país mais rico do mundo e de quebra, já possui o maior exército do mundo (em termos de contingente e não de armas, ainda). Tal fato parece estar incomodando Trump além da conta; não à toa há mais de um mês ambos entraram em uma guerra comercial que, talvez, seja outra tentativa desesperada do presidente norte-americano de frear a economia chinesa e, quem sabe assim, tardar a passar o bastão da hegemonia econômica mundial.
Nos parece que além de tentar conter a China economicamente, Trump está usando a Rússia para conter a China em termos bélicos também. Tudo isso para (ainda) se manter como maior potência econômica mundial; fato que também deve ser creditado ao uso do seu poder bélico como "arma política" no mundo e que pode ser ameaçado pelo China.
Talvez este seja mais um blefe de Trump numa tentativa desesperada de frear a China e manter a águia na frente do dragão; talvez não. Fato é que, como sempre, deveremos aguardar cenas dos próximos episódios...
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