quarta-feira, 10 de abril de 2019

O fim do horário de verão

No início desse mês o presidente da República anunciou que pretende suspender o horário de verão neste ano

A medida, apesar de conquistar alguns e tentar melhorar um pouco da imagem já desgastada em tão pouco tempo de governo, está embasada em estudos que datam de 2013 e que vem acompanhando o consumo de energia durante o horário de verão. 

Tais estudos mostram que o objetivo do horário de verão não vem sendo cumprido já faz tempo. A economia de energia que seria alvo do horário especial criado por Getúlio Vargas não está ocorrendo. Isto, em parte, deve-se a popularização do ar condicionado nos últimos anos. 

Se antes o aparelho atingia facilmente valores próximos a 3 mil reais, hoje em dia, modelos podem ser encontrados por 700 reais. Associando isso a venda parcelada, a aquisição do aparelho pelas camadas menos favorecidas da sociedade apresentou números significativos; o que contribuiu para que a economia de energia fosse minada ao longo dos anos até se tornar, atualmente, irrelevante a aplicação deste horário para os estados do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. 

Também podemos relacionar, em menor escala, a abertura constante das geladeiras em busca de água gelada ou a aquisição de filtros domésticos que refrigeram a água; ambos demandando um consumo de energia considerável e que também pode ter servido de base para a decisão do presidente. 

Mesmo com o horário de verão sendo suspenso, a decisão não é inédita. O continente europeu já havia decidido pela suspensão do horário de verão, e, agora, nós seguimos o mesmo caminho. Contudo, apesar do foco do horário de verão ser a economia de energia, há que se pensar também no turismo. Afinal de contas uma hora a mais de luz solar durante o verão, significa mais tempo de turistas nas ruas e mais tempo de turistas nas ruas significa mais dinheiro movimento a economia. 

Assim, a suspensão do horário de verão ainda merece estudos mais profundos que abarquem outros aspectos além de economia de energia, como o turismo, por exemplo. Talvez a desse ano seja um bom exemplo de estudo de caso para o turismo. Resta saber se o governo vai se aprofundar nessa questão ou simplesmente, vai acabar com o horário de verão e pronto. 

Nota: As regiões Norte e Nordeste não adotam o horário de verão, pois são cortadas pela Linha do Equador, o que lhes confere, naturalmente, a maior incidência de luz solar e, portanto, um maior aproveitamento da luz solar, sem a necessidade do horário de verão. Por isso essas regiões não adotam o horário de verão. 

Um comentário:

  1. Olá, também há a questão da diminuição de energia no horário de pico, afinal com uma hora a mais de luz solar, as pessoas acabam por tomar banhos em horários mais alternados e não todas ao mesmo tempo (já que se tem o costume de tomar banho quando o sol está se pondo), sobrecarregando, assim, a transmissão de luz.

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