Segundo publicação recente, por volta de 2050 poderemos saltar da sétima posição da economia mundial para a quarta...
Apesar de ser apenas uma previsão, que pode realmente se concretizar, ainda há questões que podem interferir neste curso.
Mesmo que tenhamos nos saído bem frente a crise de 2008, tanto a Europa quanto os EUA ainda estão cambaleantes em suas economias e, mesmo que a China ocupe agora o lugar que era dos EUA como nosso maior parceiro econômico, parte considerável da nossa economia também advém de exportações para esses dois eixos.
Mas, nosso país parece que já havia previsto isso (a crise) e desde o primeiro governo Lula, vem aumentando suas relações com a África e a Ásia (não por acaso a China se tornou o nosso parceiro comercial...).
Contudo, o que preocupa é que nossa economia é baseada em parte considerável nos produtos sujeitos a "intempéries naturais"; falo da agricultura e do petróleo.
Tudo bem que não somos um país sujeito a desastres naturais de grande proporções (salvo as chuvas de final-início de ano, mas isso envolve outras questões também) como tornados, furacões, geadas, tempestades de areia e etc; mas, já não é novidade pra ninguém que o modo como a agricultura é feita em nosso país (mas, não só aqui) degrada o solo e agride corpos hídricos e as projeções para o futuro são desanimadoras... E, sim, isso pode afetar nossa economia e nossa segurança alimentar também...
Quanto ao petróleo, apesar da descoberta do pré-sal sabemos que o mesmo é finito; tudo bem que até 2050 ele não acabará mas, se ao longo do tempo ficarmos dependentes desse recurso sem investir em alternativas que possam substituí-lo para além do biodiesel, é claro, pois, apesar da cana-de-açúcar ser renovável, há de se encontrar uma maneira de cultivá-la sem agredir (muito) o meio ambiente e sem ameaçar a segurança alimentar, isso sem contar que sozinha essa energia alternativa não vai segurar a demanda que temos pelo petróleo... É preciso incentivar outras energias além dessa. Isso já está sendo feito mas, será feito em tempo hábil para substituirmos eficientemente?
Apesar desses produtos, dessas commodities se você preferir, não responderem por todo o nosso PIB, respondem por grande parte e, medidas precisam ser pensadas a longo prazo, seja em termos de diversificação ou de buscar inferir mais valor agregado aos produtos que exportamos, etc. para que não nos tornemos tão dependentes deles e assim, quem sabe, a previsão noticiada abaixo seja confirmada sem maiores problemas.
O Brasil pode tornar-se a quarta maior economia do mundo até 2050, atrás apenas de China, Estados Unidos e Índia. Atualmente ocupando a sétima posição, o Brasil passaria Japão, Alemanha e Rússia entre as maiores potencias econômicas do planeta.
A estimativa é de um estudo sobre os países emergentes --os Brics: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul-- elaborado pela consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC). A íntegra do estudo, em inglês, está disponível no site da consultoria. O estudo projeta as tendências considerando dados de demografia, investimentos, níveis de educação e avanço tecnológico dos países.
A China deve superar os EUA em termos de paridade de poder de compra até 2017, e em termos de taxas de câmbio de mercado até 2027. Já a Índia deve assumir a terceira posição até 2050, "bem à frente do Brasil, que deve subir para o quarto lugar, acima do Japão", segundo o estudo.
A análise da PwC pontua que a Rússia poderá superar a Alemanha como maior economia da Europa em termos de paridade de poder de compra antes de 2020, e em taxas de câmbio de mercado por volta de 2035.
Economias emergentes, como México e Indonésia, podem se tornar maiores que Reino Unido e França até 2050, e a Turquia deve superar a Itália.
Emergentes crescem 4% ao ano, enquanto países desenvolvidos avançam 2%
O estudo considera que, de 2011 a 2050, as economias emergentes devem crescer por volta de 4% a cada ano, enquanto as economias já desenvolvidas avançarão cerca de 2% ou menos anualmente.
Segundo o estudo, "a crise financeira global acelerou o processo de mudança do centro de gravidade econômica mundial, definindo que a China, os Estados Unidos e a Índia possuem potencial para serem as três maiores economias do planeta até 2050. Além disso, o Brasil destaca-se por apresentar fortes indícios de que passará o Japão e ocupará a quarta posição nesse ranking, no mesmo período".
O relatório, porém, aponta alguns riscos políticos e macroeconômicos que ameaçam o crescimento dos países emergentes, caso do Brasil. Segundo o estudo, a excessiva dependência das receitas do petróleo e gás pode ser um problema para o país.
China, Índia, Brasil e outros mercados emergentes destacadas no estudo ganharão importância não somente por oferecer menores custos de produção, mas também pelo tamanho de seus crescentes mercados de consumo.
"Num período em que a tendência de crescimento global nas economias desenvolvidas é estimada em não mais que 2%, as empresas terão que olhar cada vez mais para estas regiões se quiserem crescer", afirma John Hawksworth, economista-chefe da PwC no Reino Unido e coautor do relatório.
Ótima abordagem do assunto.
ResponderExcluirAcho que, conforme o texto, nossa economia, no futuro, pode sim ser afetada pela questão dos danos à natureza que podem interferir no nosso potencial agrícola e consequentemente na questão das exportações; entre outras consequências...
Gabriel