Esta semana a UNB registrou tremores de terra na metrópole de Belo Horizonte-MG. Alguns dos tremores foram sentidos durante 15 segundos e alcançaram até 3,7 na Escala Richter.
Este tremor de terra suscita uma discussão antiga que, apesar de já ter sido respondida, sempre volta à tona quando eventos desse tipo acontecem em nosso país. Afinal de contas, existe ou não terremoto no Brasil?
Para começar a responder esta pergunta, teremos que nos debruçar sobre uma teoria relativamente jovem, a das Placas Tectônicas.
Segundo a Teoria das Placas Tectônicas, a Terra teria sua crosta dividida em imensas placas que flutuam sobre o magma do planeta e, eventualmente se chocam, provocando terremotos, maremotos, tsunamis e atividades vulcânicas, além de deslocar os continentes 3 cm para a esquerda todos os anos. O Tamanho dessas placas pode ser conferido no mapa abaixo.
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/upload/conteudo/images/5bb3a13d74cd759f6dc39227d5177692.jpg |
As áreas de contato entre as placas, ou seja, suas bordas, são as que mais sofrem com os abalos símicos, que, dependendo da intensidade, podem ser propagados para vários quilômetros além de seu epicentro (área onde começa o terremoto). Contudo, ao retornarmos para o mapa, vemos que o nosso país se encontra no meio de uma placa tectônica, a Sul-Americana, e, portanto, estaria livre desse risco já que as bordas são as áreas mais atingidas pelo contato entre as placas.
Mas então por que sentimos tremores de terra como o registrado esta semana em BH?
A causa desses tremores pode estar em algumas hipóteses.
A primeira delas trata-se da acomodação geológica. Com as milhares de construções feitas pelo homem, principalmente nas cidades, o solo foi escavado, mexido e remexido; causando assim um "desarranjo" na estrutura do mesmo. Porém, o solo tem uma tendência natural a voltar a sua posição original ou mesmo preenchendo os espaços possíveis deixados pelas construções humanas.
Ao "preenchimento" desses espaços por enormes quantidades de terra dá-se o nome de acomodação geológica que nada mais é do que o solo tentando ocupar sua posição original. Como esses deslocamentos envolvem uma grande quantidade de terra, acabam gerando pequenos tremores que podem ser sentidos, mas sem maiores gravidades.
Outra teoria é a propagação de terremotos em áreas vizinhas, mas que já chegam aqui com pouca força. Imagine a seguinte situação: ao arremessar uma pedra em um lago, assim que a pedra atingi-lo, gerará ondas concêntricas (em forma de círculo) que se propagarão com uma força cada vez menor até desaparecerem.
Com os abalos sísmicos acontecem exatamente o mesmo. Do seu epicentro até as áreas próximas o terremoto vai perdendo força e seus tremores já não são tão violentos, mas podem sim serem sentidos e percebidos por pessoas a quilômetros de distância do local de origem do abalo.
Um exemplo disso foi um terremoto que aconteceu no Chile no início desta década e foi sentido até em São Paulo, mas sem danos graves ao nosso país.
Há também uma teoria que nos remete as camadas mais profundas da Terra que, por sua instabilidade, pode também provocar pequenos abalos sísmicos. Isso ocorre especialmente no Nordeste do país, mas os abalos acontecem a uma profundidade tão grande que se quer são sentidos. Porém sua existência é sabida e registrada por universidades.
Fato é que o nosso país sofre sim com abalos sísmicos, mas, até então, nenhum deles com grande severidade ou danos. Porém o fruto desses abalos, pode ser tanto uma acomodação geológica quanto uma propagação de um terremoto em um país vizinho.
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