Demorou, mas saiu. Por problemas técnicos, a publicação desta terça, acabou sendo "adiada" para esta quinta, mas vamos à ela...
Hoje, britânicos vão às urnas para decidir a permanência do país na União Europeia.
Depois de anos de participação no bloco, os ingleses se dizem prontos para deixar o bloco e seguirem sua caminhada longe da UE. Pelo menos é o que defende o primeiro-ministro, que procura tratar o assunto de forma velada.
Diante disso, fica contundente a questão da xenofobia dentro da Inglaterra. A terra da rainha, usa da habitual sobriedade inglesa para expressar o seu descontentamento em relação a política adotada pelo bloco em meio a atual crise migratória, a maior desde a segunda guerra. Não à toa, costuraram um acordo a parte em relação a essa questão dentro do bloco que ainda pode gerar um racha dentro do mesmo.
Para os adeptos do discurso xenofóbico, o imigrante que chega em território europeu (leia-se inglês) disputa empregos com a população local, além é claro de se tornarem um "peso" para as contas do Estado.
Infundado por um lado e pelo outro, o discurso se mostra carente de consistência, pois é sabido que, não só na Inglaterra como nos demais países da UE, os imigrantes que para lá se dirigem, não disputam as mesmas vagas que os ingleses, por exemplo.
Trocando em miúdos e muito mal comparando, mas não desmerecendo qualquer profissão, um refugiado não sai de um terror no Oriente Médio, por exemplo, para assumir a presidência da Ford ou virar gerente geral da Siemens... O nicho de mercado dele é "outro"... Ele vai buscar lavar pratos, ser garçom, taxista...
Mesmo assim, apoiado neste "discurso", muitos defendem o desligamento do país do bloco, alegando que, assim, as fronteiras inglesas poderiam ser menos (com o perdão da expressão) condenavelmente fechadas; ou, mesmo que fossem, não caberia a Inglaterra dar maiores explicações.
Ainda bem que esse pensamento paira somente sobre os mais idosos. Entre a população jovem, há um certo consenso sobre a permanência do país no bloco... Nada como uma juventude com ideias novas para tirar uma população do senso comum e das armadilhas feitas por teorias mais profundas que um pires...
Contudo, há que se pesar os dois lados da moeda...
Se de um lado, ao permanecer no bloco, a Inglaterra mantém as vantagens nas trocas comerciais com os demais membros, ganha com o turismo intra-bloco, tem seu PIB encorpado graças trocas comerciais dentro do bloco; por outro, se decide sair do bloco, perde essas vantagens todas, o que pode ser um baque significativo para o país economicamente falando, mas também pode buscar novos mercados, especialmente na Ásia, além de promover um "esvaziamento" do bloco.
Fato é que, saindo do bloco, ambos perdem. Seja pela perda de força e esvaziamento do bloco que a UE poderá sofrer, seja pelo baque econômico que a Inglaterra sofrerá ao perder as vantagens econômicas que possui ao fazer parte da UE, além é claro, do enorme mercado consumidor do bloco.
O sim ou o não, fica por conta da população inglesa. A nós, cabe somente mais um exercício de especulação sobre os desdobramentos de ambos os casos... É esperar pra ver...
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