Este blog do Professor Jhonatan do N. Perlingeiro tem a proposta de discutir assuntos atuais sob o ponto de vista geográfico além de mostrar a Geografia que existe fora das salas de aula.
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O tempo passa cada vez mais rápido para UE e Reino Unido em relação a uma definição deste último de sua saída do bloco. Contudo, à medida que o tempo avança, as negociações emperram.
O entrave da vez gira em torno da indenização que o Reino Unido teria que pagar à UE para deixar o bloco. Ambos ainda não chegaram a um valor e as negociações, iniciadas desde o dia 19 de junho, ficaram praticamente paralisadas.
Com isso, a credibilidade da primeira ministra britânica começa a minar, e muitos já consideram como possibilidade que o Reino Unido desista de sua saída da UE, ainda mais quando os cenários desenhados pós Brexit são cada vez mais desanimadores.
Além disso, já ocorre a especulação de que o bloco negocia por fora com parlamentares da "terra da Rainha" que são favoráveis a permanência no bloco, gerando acusações contra o negociante da União Europeia que foram desmentidas pelo mesmo logo em seguida.
Fato é que a novela já é de longa data e a primeira ministra, antes tão convicta de uma separação, já começa a considerar um cenário onde um "não acordo" é provável e, talvez, a inédita saída de um país de um bloco econômico, seja frustrada por tais entraves nas negociações.
Vale ressaltar que, de acordo com a constituição do bloco, um país possui um determinado tempo para negociar e concretizar sua saída do bloco. O tempo do Reino Unido se esgota em 2019 e, mesmo com a UE acenando com a possibilidade de estender esse período para 2020 sob o nome de transição, tanto o país quanto o bloco ainda parecem longe de um acordo e, ao que parece, cada vez mais perto de uma desistência.
O atual presidente da China, Xi Jinping, acaba de ter sua linha de pensamento colocada no estatuto do Partido Comunista Chinês.
Antes dele, apenas Mao Tsé-Tung (fundador da China comunista) Deng Xiaoping (que implementou reformas econômicas como as ZEEs que modernizaram e alavancaram o "dragão vermelho") tiveram esta mesma honraria.
O "Pensamento Xi" como ficou conhecido foi incluído ao estatuto de maneira unânime, o que reforça o poder e o prestígio político do qual o atual presidente parece desfrutar.
Nesta doutrina há o pensamento de modernizar a China para fazê-la despontar como líder da economia mundial até 2050, além de modernizar o exército chinês. Ambas as perspectivas indicam que o atual presidente chinês pretende se manter no poder por vários anos ainda.
Mesmo na China, ocorrendo uma velada aposentadoria compulsória ao 68 anos, o presidente, que tem 60 e acabou de ser reeleito até 2020, parece ter pretensões de permanecer no poder, mesmo que ainda não no cargo máximo do país.
Podemos notar também que em sua política está clara a vontade de "tomar o bastão" dos EUA como principal economia do planeta. E, ao que tudo indica, o país possui plenas condições para fazê-lo, pautado em suas ZEEs e, claro, em sua mão de obra extremamente barata.
Apesar de todo esse discurso de modernização, aspectos como os direitos humanos e partidos de oposição permanecerão da mesma maneira: reprimidos e vigiados ao extremo. Isso porque o sistema de partido único será mantido, o que não é novidade alguma, e a questão dos direitos humanos sequer foi mencionada em seu discurso.
Com tudo isso, Xi Jinping continua a comandar a China entre a vontade de modernizar e o status quo imutável dentro de seu país, pretendendo assim levar o dragão chinês a alçar voos cada vez maiores.
Apesar do Governo brasileiro até ter feito consulta pública e realizado estudos sobre o horário de verão, o mesmo ainda vigorará por mais esta temporada entre outubro e fevereiro do ano que vem. Mesmo assim, a polêmica continua: para que serve o horário de verão?
O intuito da adoção do horário de verão consiste no aproveitamento do Solstício de verão (Quando a intensidade dos raios solares é maior no hemisfério Sul em relação ao hemisfério norte, temos o solstício de verão. Isto ocorre por conta do movimento de translação da Terra e da inclinação do seu eixo) para economizar energia.
Nesta época os dias costumam durar mais do que as noites e o adiantamento dos relógios em uma hora faz com que aproveitemos ainda mais a luz do sol.
No entanto, nem todas as cidades brasileiras adotam essa medida. As regiões Norte e Nordeste do país não adotam o horário de verão, pois estão localizadas à linha do Equador (área de maior incidência dos raios solares) não havendo, portanto, a necessidade de adoção do horário já que, naturalmente, a luz do sol "dura mais tempo" nessas regiões.
Contudo, com o passar dos anos, o questionamento sobre a economia de energia com a adoção do horário de verão, além de questões de ordem biológica fomentam o debate sobre a continuidade de sua adoção.
Entram em discussão questões como:
Quem realmente economiza com o horário de verão?
Sabe-se que a ideia do horário de verão é alternar os horários de pico de modo a não sobrecarregar a rede de eletricidade. Mas, ao chegar em casa, por mais que você não acenda a luz, é quase imperativo ligar o ventilador, ou ventiladores dependendo do tamanho da sua família, ou o ar-condicionado.
Isso sem contar que o abrir e fechar de geladeiras e refrigeradores em busca daquela bebida gelada aumenta consideravelmente no verão.
O resultado disso vem na conta de luz que ainda vem com o ônus daquela bandeira vermelha que te faz pagar ainda mais caro por ela.
Mas, então, quem economiza?
As fábricas e suas milhares de lâmpadas que são desligadas para aproveitamento da luz solar...
A crescente queda da economia (de energia) com o horário de verão.
Isto ocorre não só por conta das lâmpadas que não são acesas em detrimento de eletrodomésticos, mas sim por conta da "evolução" da própria lâmpada.
As lâmpadas incandescentes (as populares lâmpadas amarelas) que consumiam quantidade considerável de energia estão sendo substituídas pelas lâmpadas fluorescentes (as populares lâmpadas brancas) que consomem menos energia se comparada a primeira. Soma-se a isso a lâmpada de LED que consegue consumir ainda menos energia que as duas anteriores. Com isso, o consumo de energia vem diminuído e, por consequência, a economia que se faz com a adoção do horário de verão também, visto que o consumo energético dessas lâmpadas é sempre baixo.
A adaptação do organismo ao horário de verão.
Muitas são as reclamações quando se fala em adaptar o organismo ao horário de verão. O fato de ter que comer mais cedo e dormir mais cedo de uma hora para outra, afeta consideravelmente o organismo da pessoa.
Cada indivíduo possui seu próprio relógio biológico, ou seja, sua hora de dormir, comer, descansar e etc. como a mudança do horário de verão é feita de um dia para o outro, nosso organismo sente essa mudança de forma abrupta.
Como resultado, temos problemas para dormir, comer, nos concentrarmos e realizar atividades cotidianas. A situação é ainda mais grave quando nos remetemos ao trânsito.
Com a alteração do horário, muitas pessoas acabam saindo de casa na hora em que ainda estariam dormindo. Isto pode lhes causar sonolência ao volante e, consequentemente, o risco de um acidente aumenta consideravelmente. Não à toa, os acidentes de trânsito aumentam aproximadamente 10% neste período.
Embora os argumentos apontem para um horário de verão cada vez mais obsoleto, o mesmo ainda se mantém. Contudo, é cada vez mais flagrante que sua eficácia está se perdendo com o tempo, o levando, talvez, à sua extinção.
Já é longa a novela sobre as negociações entre UE e Reino Unido para a saída deste último do bloco. Com uma votação apertada e muito contestada, os britânicos decidiram sair do bloco europeu, protagonizando um evento inédito.
A saída, com início no ano passado, deverá ser concretizada até 2019, mas parece que isso está longe de acontecer, ou mesmo, de acontecer.
A verdade é que não se tem uma certeza definida do próprio Reino Unido sobre sua saída do bloco. Integrantes do Reino Unido como a Escócia já se manifestaram claramente a favor da permanência na UE, ao ponto de pedirem até um referendo sobre a independência do país do Reino Unido.
Além disso, a própria Inglaterra não se mostra certa se sua posição. Há uma certa queda de braço entre a primeira-ministra e o ministro das relações exteriores da Inglaterra. Enquanto este último faz campanha aberta para a permanência do país no bloco, a primeira ministra tenta avançar com as negociações para a saída da UE, mas sem muito sucesso. Desde o ano passado, pouca coisa caminhou concretamente para que isso acontecesse.
Primeiro há a questão da indenização dessa separação, que deverá ser paga pelos ingleses. Há cálculos que estimam a dívida na casa dos bilhões (isso mesmo, bilhões!) de euros.
Insere-se nesse contexto também uma definição clara entre as fronteiras da Irlanda e Irlanda do Norte, já que uma continuará na UE e a outra não fará mais parte dela.
Há também o caso dos cidadãos europeus no Reino Unido e dos cidadãos do Reino Unido espalhados pelos outros países do bloco que precisa ser resolvido.
Isso sem contar as empresas da UE que estão no Reino Unido e vice-versa. Há também as negociações sobre como ficarão os acordos entre o Reino Unido e a UE na vida pós bloco para que um não acabe por sabotar o outro.
São inúmeros pontos a serem definidos entre ambos, mas, antes disso, o próprio Reino Unido precisa se definir. Alas políticas antes mais radicais pela saída imediada do Reino Unido do bloco, agora já começam a pensar em desistir das difíceis e travadas negociações com o bloco que parece não ter muita paciência para as indefinições da Inglaterra.
Com isso, o tempo vai passando e o prazo para o desligamento oficial e consequente concretização das negociações para tal também. Até agora, pouca coisa avançou, muito por conta dessa indecisão inglesa, corroborada pelo sentimento em alguns políticos de abandonar o Brexit e deixar as coisas como estão.
Como não há como prever o futuro, o que se pode agora é esperar para ver o que o mesmo nos reserva e as reuniões entre Reino Unido e UE também...
O trabalho informal se configura como atividade remunerada realizada por meio de contrato e sem registro profissional, ou seja, qualquer atividade realizada sem carteira de trabalho assinada.
Com o crescente desemprego, muitas pessoas buscam refúgio na informalidade para ter o pão de cada dia e honrar seus compromissos. Essa modalidade vem crescendo no Brasil e maquiando o número de desempregados em nosso país.
Por conta desta atividade não possuir registro profissional, direitos trabalhistas como auxílio doença, aposentadoria, 13º salário, férias e outros não são garantidos ao trabalhador que fica à mercê do contrato estabelecido, isso quando há um contrato.
Abordando essa temática, selecionamos hoje duas músicas que falam sobre a informalidade abordando a figura do ambulante ou, como é conhecido em alguns lugares, camelô.
Conhecidos por suas barraquinhas ou mesmo pela venda se seus produtos em transportes coletivos ou lugares públicos, esses personagens estão imersos no mercado informal e são símbolos que representam tantos outros que ocupam este tipo de atividade.
Nossa primeira indicação trata-se de "Shopping Móvel", de Zeca Pagodinho.
Nesta canção, é feita uma clara alusão aos ambulantes da Central do Brasil (famosa estação terminal de trens do Rio de Janeiro) e a infinidade de produtos vendidos por eles oferecidos aos passageiros dos trens cariocas.
Aqui é enfatizada a figura do ambulante de transporte público, figura muito comum na cidade carioca e seus produtos oferecidos, alguns deles de origem ilegal como também é retratado na música.
Outra canção que também nos remete ao mercado informal é Feira de Acari, do MC Batata
Neste caso, o enfoque dado são as feiras que ocorrem pela cidade do Rio de Janeiro onde os mais diversos produtos são vendidos pelos ambulantes à preços populares.
Apesar de ser mais comum feiras cujo principal enfoque está na venda de gêneros alimentícios, há também feiras que vendem os mais diversos produtos, de vestuário a eletrodomésticos; de material escolar a brinquedos e etc.
Na canção é retratada uma conhecida feira no Rio de Janeiro, a Feira de Acari. A mesma se localiza em um bairro da cidade que dá nome a feira e lá são vendidos os mais diversos produtos com preços bem abaixo do mercado.
Assim como a música de Zeca Pagodinho, a canção de MC Batata também alerta para a origem dos produtos comercializados e ainda atenta para o cuidado que o consumidor deve ter ao comprar produtos do seu interesse para não correr o risco de ser lesado.
Ambas podem ser trabalhadas para discutir a questão da informalidade em nosso país junto aos alunos. Como atividade, os alunos podem fazer um levantamento sobre os motivos que levaram as pessoas a aderir a informalidade, se pretendem um dia voltar ao mercado formal, a diferença de renda entre o emprego formal que por ventura possuíam e o emprego de agora, e se percebem alguma diferença entre o mercado formal e informal.
A atividade pode ser realizadas em grupos e os resultados coletados podem ser apresentados sob a forma de um seminário a ser avaliado pelo professor.
Há também a possibilidade de uma interdisciplinaridade com a Matemática, através da elaboração, análise e interpretação dos gráficos a fim de acrescentar ainda mais a apresentação que pode ser marcada em data posterior.