Apesar do Governo brasileiro até ter feito consulta pública e realizado estudos sobre o horário de verão, o mesmo ainda vigorará por mais esta temporada entre outubro e fevereiro do ano que vem. Mesmo assim, a polêmica continua: para que serve o horário de verão?
O intuito da adoção do horário de verão consiste no aproveitamento do Solstício de verão (Quando a intensidade dos raios solares é maior no hemisfério Sul em relação ao hemisfério norte, temos o solstício de verão. Isto ocorre por conta do movimento de translação da Terra e da inclinação do seu eixo) para economizar energia.
Nesta época os dias costumam durar mais do que as noites e o adiantamento dos relógios em uma hora faz com que aproveitemos ainda mais a luz do sol.
No entanto, nem todas as cidades brasileiras adotam essa medida. As regiões Norte e Nordeste do país não adotam o horário de verão, pois estão localizadas à linha do Equador (área de maior incidência dos raios solares) não havendo, portanto, a necessidade de adoção do horário já que, naturalmente, a luz do sol "dura mais tempo" nessas regiões.
Contudo, com o passar dos anos, o questionamento sobre a economia de energia com a adoção do horário de verão, além de questões de ordem biológica fomentam o debate sobre a continuidade de sua adoção.
Entram em discussão questões como:
- Quem realmente economiza com o horário de verão?
Sabe-se que a ideia do horário de verão é alternar os horários de pico de modo a não sobrecarregar a rede de eletricidade. Mas, ao chegar em casa, por mais que você não acenda a luz, é quase imperativo ligar o ventilador, ou ventiladores dependendo do tamanho da sua família, ou o ar-condicionado.
Isso sem contar que o abrir e fechar de geladeiras e refrigeradores em busca daquela bebida gelada aumenta consideravelmente no verão.
O resultado disso vem na conta de luz que ainda vem com o ônus daquela bandeira vermelha que te faz pagar ainda mais caro por ela.
Mas, então, quem economiza?
As fábricas e suas milhares de lâmpadas que são desligadas para aproveitamento da luz solar...
- A crescente queda da economia (de energia) com o horário de verão.
Ao longo dos últimos anos a economia de energia com o horário de verão tem sido cada vez menor e a tendência é que continue diminuindo.
Isto ocorre não só por conta das lâmpadas que não são acesas em detrimento de eletrodomésticos, mas sim por conta da "evolução" da própria lâmpada.
As lâmpadas incandescentes (as populares lâmpadas amarelas) que consumiam quantidade considerável de energia estão sendo substituídas pelas lâmpadas fluorescentes (as populares lâmpadas brancas) que consomem menos energia se comparada a primeira. Soma-se a isso a lâmpada de LED que consegue consumir ainda menos energia que as duas anteriores. Com isso, o consumo de energia vem diminuído e, por consequência, a economia que se faz com a adoção do horário de verão também, visto que o consumo energético dessas lâmpadas é sempre baixo.
- A adaptação do organismo ao horário de verão.
Muitas são as reclamações quando se fala em adaptar o organismo ao horário de verão. O fato de ter que comer mais cedo e dormir mais cedo de uma hora para outra, afeta consideravelmente o organismo da pessoa.
Cada indivíduo possui seu próprio relógio biológico, ou seja, sua hora de dormir, comer, descansar e etc. como a mudança do horário de verão é feita de um dia para o outro, nosso organismo sente essa mudança de forma abrupta.
Como resultado, temos problemas para dormir, comer, nos concentrarmos e realizar atividades cotidianas. A situação é ainda mais grave quando nos remetemos ao trânsito.
Com a alteração do horário, muitas pessoas acabam saindo de casa na hora em que ainda estariam dormindo. Isto pode lhes causar sonolência ao volante e, consequentemente, o risco de um acidente aumenta consideravelmente. Não à toa, os acidentes de trânsito aumentam aproximadamente 10% neste período.
Embora os argumentos apontem para um horário de verão cada vez mais obsoleto, o mesmo ainda se mantém. Contudo, é cada vez mais flagrante que sua eficácia está se perdendo com o tempo, o levando, talvez, à sua extinção.
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