Já é longa a novela sobre as negociações entre UE e Reino Unido para a saída deste último do bloco. Com uma votação apertada e muito contestada, os britânicos decidiram sair do bloco europeu, protagonizando um evento inédito.
A saída, com início no ano passado, deverá ser concretizada até 2019, mas parece que isso está longe de acontecer, ou mesmo, de acontecer.
A verdade é que não se tem uma certeza definida do próprio Reino Unido sobre sua saída do bloco. Integrantes do Reino Unido como a Escócia já se manifestaram claramente a favor da permanência na UE, ao ponto de pedirem até um referendo sobre a independência do país do Reino Unido.
Além disso, a própria Inglaterra não se mostra certa se sua posição. Há uma certa queda de braço entre a primeira-ministra e o ministro das relações exteriores da Inglaterra. Enquanto este último faz campanha aberta para a permanência do país no bloco, a primeira ministra tenta avançar com as negociações para a saída da UE, mas sem muito sucesso. Desde o ano passado, pouca coisa caminhou concretamente para que isso acontecesse.
Primeiro há a questão da indenização dessa separação, que deverá ser paga pelos ingleses. Há cálculos que estimam a dívida na casa dos bilhões (isso mesmo, bilhões!) de euros.
Insere-se nesse contexto também uma definição clara entre as fronteiras da Irlanda e Irlanda do Norte, já que uma continuará na UE e a outra não fará mais parte dela.
Há também o caso dos cidadãos europeus no Reino Unido e dos cidadãos do Reino Unido espalhados pelos outros países do bloco que precisa ser resolvido.
Isso sem contar as empresas da UE que estão no Reino Unido e vice-versa. Há também as negociações sobre como ficarão os acordos entre o Reino Unido e a UE na vida pós bloco para que um não acabe por sabotar o outro.
São inúmeros pontos a serem definidos entre ambos, mas, antes disso, o próprio Reino Unido precisa se definir. Alas políticas antes mais radicais pela saída imediada do Reino Unido do bloco, agora já começam a pensar em desistir das difíceis e travadas negociações com o bloco que parece não ter muita paciência para as indefinições da Inglaterra.
Com isso, o tempo vai passando e o prazo para o desligamento oficial e consequente concretização das negociações para tal também. Até agora, pouca coisa avançou, muito por conta dessa indecisão inglesa, corroborada pelo sentimento em alguns políticos de abandonar o Brexit e deixar as coisas como estão.
Como não há como prever o futuro, o que se pode agora é esperar para ver o que o mesmo nos reserva e as reuniões entre Reino Unido e UE também...
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