Vista como a "fábrica do mundo", especialmente depois dos anos 2000 a China aumentou suas exportações consideravelmente, o que lhe permitiu galgar posições no ranking de maiores economias do mundo (saltando de 7° para 2°).
Esse enorme crescimento, muito em parte, se deve a enorme população que o país tem (a maior do mundo) que permite ao mesmo possuir mão-de-obra barata, disposta a salários irrisórios já que para o lugar daquele trabalhador que quer ganhar um pouco mais, há quase 1 bilhão iguais a ele que aceitariam ganhar menos para fazer o mesmo trabalho. Tal fator atraiu empresas do mundo inteiro para o país que hoje fabrica desde brinquedos até televisões de alta definição.
Contudo, há implicações mundiais nesse contexto. As empresas que migram para a China deixam seus países de origem, onde geralmente posicionavam suas fábricas, deixando assim milhares de desempregados, em busca da mão-de-obra barata dos chineses visando tornar seus produtos mais competitivos (motivo de fachada) e aumentar seus lucros (verdadeiro motivo).
Outra implicação é que muitas vezes esses produtos mais baratos, quando chegam a outros países, levam as indústrias de origem do mesmo a falência; como aconteceu com a indústria calçadista de Franca/SP quando os sapatos chineses chegaram ao nosso país.
Mesmo sabendo dessas implicações, é praticamente impossível fugirmos do "made in China", pois o mesmo está, literalmente, em tudo o que consumimos...
Não importa onde você esteja no planeta Terra, escapar do 'Made in China' é uma missão quase impossível. Apelidado de 'fábrica do mundo', o país asiático passou da sétima à primeira posição no ranking dos maiores exportadores do mundo em um período de dez anos e deixou para trás o estigma de que vende apenas produtos de baixa qualidade.
Os chineses continuam a exportar as bugigangas que alimentam as lojas de R$ 1,99 no Brasil, mas subiram vários degraus na escala de valor agregado e despacham para o mundo máquinas, computadores, chips, trens, televisões, celulares, aparelhos de DVD, impressoras e fornos de micro-ondas.
Em 2008, os produtos manufaturados responderam por 94,5% das exportações chinesas, que somaram US$ 1,43 trilhão. Entre os industrializados, as vendas de máquinas e de equipamentos de transporte representaram 50% do total, com US$ 673 bilhões.
Mas a subida na escala de valor na pauta de exportações não se deve apenas à inovação chinesa. Parte significativa dela ocorreu em razão da transferência para o país de linhas de montagem de multinacionais em busca de mão de obra barata, câmbio competitivo e incentivos do governo.
Marcas consagradas que vão da Nike à Apple abriram fábricas na China ou terceirizaram a produção a gigantescas empresas que entregam as mercadorias a preços bem mais baixos do que será cobrado do consumidor - a concepção e o desenho dos produtos são feitos nos países de origem das multinacionais.
A estrela do modelo de terceirização é a taiwanesa Foxconn, que emprega 400 mil pessoas em um único complexo na cidade de Shenzhen, no sul da China, de um total de 920 mil trabalhadores no país. Em agosto, a companhia anunciou que pretende ampliar para 1,3 milhão o número de seus funcionários chineses até o fim de 2011.
Das linhas de montagem da Foxconn, saem produtos concebidos por gigantes como Apple - incluindo o iPhone e o iPad -, Intel, Hewllet-Packard, Cisco, Dell, Motorola e Nintendo. Recentemente, incorporou a seu portfólio o Kindle, da Amazon.
A Foxconn não tem marca própria, mas é a maior fabricante de produtos eletrônicos e de computadores do mundo e a maior exportadora individual da China. Em 2008, a empresa despachou para outros países US$ 61,8 bilhões, o equivalente a 31% do total das exportações brasileiras no mesmo período.
Máquina. Casos como esses explicam por que companhias estrangeiras foram responsáveis por 55% das exportações chinesas em 2008, o que levou Pequim a lançar uma campanha publicitária para substituir o 'made in China' pelo 'made with China'.
Maior companhia de Taiwan e ocupante da 109.ª posição entre as integrantes da Global 500, da Fortune, a Foxconn também reflete as duras condições de trabalho na China e os conflitos gerados pela contratação de migrantes que deixam suas famílias na zona rural para viver em gigantescos dormitórios nas fábricas. Desde o começo do ano, 14 de seus empregados tentaram suicídio, 11 dos quais morreram.
Outras empresas criadas no mesmo espírito da Foxconn produzem brinquedos, roupas, sapatos, eletrodomésticos, enfeites, móveis, artigos esportivos, cosméticos, meias e relógios para marcas de outros países.
Algumas estatísticas dão a dimensão da máquina de exportação na qual o país se transformou e mostram a diversidade de sua indústria. Em 2008, a China despachou ao exterior 1,13 bilhão de pares de sapato, 700,23 milhões de telefones, 550,36 milhões de relógios de pulso, 123,64 milhões de câmeras e 51,38 milhões de televisores, de acordo com o China Statistical Yearbook 2009.
Depois de atingirem US$ 1,43 trilhão em 2008, as exportações do país caíram para US$ 1,2 trilhão no ano passado, em razão da crise mundial. Ainda assim, a China ultrapassou a Alemanha e assumiu a primeira posição no ranking dos maiores exportadores, com 9,6% das vendas globais. No ano 2000, a China estava em sétimo lugar, com embarques de US$ 249,2 bilhões, o equivalente a 3,9% do total.
Enquanto a China aumentou em 2,5 vezes sua fatia das exportações mundiais, o Brasil passou de 0,9% para 1,2% no mesmo período, uma expansão de um terço. Em 2000, os embarques brasileiros somaram US$ 55,1 bilhões e o país estava na 28.ª posição no ranking dos maiores exportadores. No ano passado, o país subiu para o 24.º lugar, com vendas de US$ 153 bilhões.
Extraído de msn.com.br
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