A presidente Dilma anunciou que está investindo na construção de mais de 3 mil Km de ferrovias. Com isso, ainda segundo a presidente, o Brasil concluiu só nos últimos 9 anos 753km de ferrovias; o que é um grande avanço se compararmos que no período de 1986 a 2002 foram construídos apenas 215.
A intenção da presidente é integrar todas as regiões do Brasil através desse meio de transporte. Já que se olharmos nossa malha ferroviária, notaremos que é tipicamente uma malha de antiga colônia, pois a malha parte de antigos grandes centros econômicos para os portos, visando somente o escoamento de produção.
O Ideal é que essa integração visasse não só o transporte de carga, mas também o transporte de passageiros. Assim como traçar um plano que a longo prazo utilizasse as ferrovias como principal meio de transporte e não apenas uma alternativa, como é hoje em dia.
Digo isso pelos seguintes motivos:
- Apesar de ser caro para construir, uma ferrovia tem custo de manutenção barato. E essa proporção se inverte quando nos voltamos para as rodovias, ou seja, são baratas para construção, mas caras para manutenção. Só nesse ponto o que polparíamos em dinheiro poderia ser revertido para outras áreas ou até mesmo na melhoria do sistema ferroviário.
- A questão ambiental também entra nesse jogo, já que um trem equivale a 13 caminhões. Então teremos menos caminhões poluindo.
- A logística também entra nessa questão, pegando um gancho na questão acima, pois se 1 trem equivale a 13 caminhões, teremos menos caminhões circulando nas ruas o que significa menos trânsito e agilidade na entrega. Fora que nunca ouvimos falar em engarrafamento de trens.
- O mesmo vale se compararmos os trens de passageiros aos ônibus. Isso sem contar o tempo de deslocamento que seria sensivelmente reduzido.
Claro que outras questões surgem como, por exemplo, os rodoviaristas não seriam acometidos por um desemprego conjuntural com essas medidas ?
Sim e Não. Eu explico...
De certa forma, eles seriam sim acometidos pelo desemprego conjuntural com essas medidas. Mas, ao passo que o setor rodoviário seria esvaziado, o setor ferroviário cresceria. Então podemos relocar a mão de obra rodoviária para o setor ferroviário. Além disso, não podemos esquecer que as ferrovias não são tão precisas quanto os rodovias, ou seja, uma ferrovia não conseguirá entregar produtos para o mercadinho da sua esquina, por exemplo, pois não tem alcance pra isso. Ao contrário das rodovias que podem fazer esse tipo de entrega. Com isso, devemos ter em mente que a implementação das ferrovias em larga escala seria para melhorar e agilizar o deslocamento em grandes e, até certo ponto, médias distâncias; já para pequenas distâncias e deslocamentos mais pontuais ainda será preciso o rodoviarismo. Assim, tal setor não será esvaziado por completo; mas, aqueles que fossem atingidos por tal esvaziamento, poderiam ser relocados para o setor ferroviário via cursos de capacitação.
Tal raciocínio pode ser aplicado tanto para o transporte de cargas, quanto para o transporte de pessoas.
Espero sinceramente que a presidente continue investindo de forma consistente e eficiente nesse meio de transporte, buscando favorecer tanto o deslocamento de mercadorias quanto de pessoas.
BRASÍLIA - Em sua coluna semanal distribuída nesta
terça-feira a veículos de comunicação, a presidente Dilma Rousseff
defende a integração ferroviária de todas as regiões do país. Ela
informa que há mais de 3 mil quilômetros de ferrovias em construção e
que o governo federal, tanto na gestão dela quanto na do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a investir no setor.
- O meu governo tem absoluta convicção da importância das ferrovias.
Por isso, temos, hoje, mais de 3 mil km de ferrovias em construção.
Estamos em um período de retomada dos investimentos no setor porque
queremos, finalmente, promover uma interligação ferroviária entre todas
as regiões do país - diz Dilma.
Segundo a presidente, de 1986 e 2002, foram construídos apenas 215 km
de linhas férreas, enquanto nos últimos nove anos foram concluídos 753
km.
- Com a ampliação da malha que estamos promovendo, haverá uma
participação muito mais efetiva das ferrovias na matriz de transportes
do Brasil - afirma Dilma.
Ela cita trechos em construção da Ferrovia Norte-Sul, entre Palmas
(TO) e Estrela D'Oeste (SP); da Nova Transnordestina, entre Eliseu
Martins (PI) e os portos de Suape (PE) e Pecém (CE); da Ferrovia de
Integração Oeste-Leste, entre Ilhéus (BA) e Figueirópolis (TO); e o
trecho da Ferronorte entre Alto Araguaia (MT) e Rondonópolis/MT.
A presidente tratou do assunto ao responder à seguinte pergunta do
gestor ambiental de Vespasiano (MG) Daniel Muniz de Alvarenga, de 31
anos: "Os principais países desenvolvidos possuem extensas redes
ferroviárias, mas no Brasil as ferrovias não são alternativas para
transporte de longa distância. O que se vê hoje é um completo abandono. O
que o governo pretende fazer?"
Segundo Dilma, além dos trechos em obras, foram concluídos projetos
para outros 3,7 mil quilômetros e estão em fase de elaboração estudos e
projetos de ferrovias que somam mais 3,5 mil quilômetros.
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