Dos mais de 50 países do continente africano, esquecido por si só, a República Centro-Africana (RCA) certamente figura entre os mais esquecidos ou entre os sequer lembrados.
Talvez por isso o país esteja vivendo um verdadeiro desfalecimento de seu Estado e a ONU não esteja dando a mínima...
O presidente Bozizé, deposto e agora exilado em Paris, assiste o seu país ser dominado por um grupo chamado Seleka que, por sua vez, é composto por diversas facções que juntas tomam cada vez mais o controle do Estado, embora não tenham um "rosto" definido.
O país, que parecia ter na França um aliado, vive aos mandos e desmandos desse grupo que trata a população de forma violenta e persegue os católicos (há bases islâmicas no grupo). Como se já não fosse pouco o Estado parece ser uma figura fantasma já que seus serviços são tão precários que chegam a ser embrionários e há partes do país que são completamente isoladas pela falta de estradas que simplesmente as conectem a outras partes do país.
Esse total descaso não só interno, mas também interno está sendo um prato cheio para seus países vizinhos, de onde saem cada vez mais grupos que cometem saques e abusos contra a população, como se já não bastasse a Seleka pra isso....
Mas, como uma situação dessa não é noticiada nos jornais e televisões por aí?
Muito simples...
A importância deste país, econômica e politicamente, no cenário mundial, mal comparando, é a importância que nós damos a moeda de um centavo aqui no Brasil...
Para a comunidade internacional, a importância da RCA não vale a intervenção da organização em um país que, devido a este cenário, se torna cada vez mais virtual.
Já a França, "aliada" do país, que, inclusive, mantém parte de sua força militar guardando pontos importantes do país, simplesmente deu às costas para a RCA por estar ocupada demais com o Mali já há bastante tempo, o que o torna a atual "menina dos olhos" francesa...
Organizações humanitárias e ONGs parecem gritar no silêncio em atenção a RCA. E, infelizmente, assim continuarão até que o mundo se torne mais generoso e menos ganancioso...
Com informações do Le Monde Diplomatique
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