Apesar da série já ter sido exibida no canal pago VIVA, ontem "Sai de Baixo" voltou a ser exibido em rede nacional depois de onze anos...
Mesmo já tendo visto pelo canal pago e feito a ligação que mais a frente dividirei com vocês, esperei ser divulgado em rede aberta para que a maioria possa ter acesso. Se bem que, o Youtube me pouparia todo esse tempo (e me poupou já que o episódio pode ser visto no vídeo acima), mas vamos ao que interessa...
No episódio que se segue há um, me perdoem a expressão, "saudosismo reacionário" quando o personagem de Miguel Falabella pede à nossa presidente que salve os aeroportos brasileiros. Como de habitual costume ele se refere a quantidade de pessoas se deslocando dentro do aeroporto, numa clara referência àqueles que ascenderam socialmente recentemente...
Pois bem, o que parece uma simples esquete do personagem esconde um preconceito velado contra esse novo grupo que ascendeu socialmente. É fato que nos governos Lula e Dilma o número de pessoas que ascenderam socialmente "nunca antes na história deste país" foi tão grande. A melhora da economia associado a programas de distribuição direta de renda como o "Bolsa Família" (que você pode achar assistencialista o quanto quiser, mas não é) possibilitaram, em parte, que houvesse essa ascensão, o que andou deixando a velha classe média muito incomodada.
Se antes os aeroportos viviam vazios e viajar era só para quem tivesse condições para tal, hoje a realidade é bem diferente. Com medidas para facilitar o brasileiro a viajar e assim movimentar a economia, principalmente a interna, o brasileiro se lançou ao turismo e os aeroportos, que já não tinham estrutura nem para absorver a antiga classe média que dirá a mesma associada a nova parcela, lotaram e começaram a incomodar a antiga classe média.
Mas a "revolução" não para na questão dos aeroportos... Vai além e nas mais diversas esferas; o que deve incomodar ainda mais... Por exemplo, as operadoras de TV a cabo perceberam essa nova remessa de potenciais clientes e se adaptaram eles... Hoje em dia você pode ter um "plano condominal" que é vendido com desconto e cada morador paga sua própria fatura. Isso barateia o custo e atrai esse novo cliente que, dependendo do caso, pode até deixar o seu "gato net" e trocá-lo por uma operadora.
Ainda no ramo acima, você já reparou que a rede "Tele Cine" agora apresenta seus filmes em versão dublada? Se você nunca se perguntou o porque disso a resposta está no fato da nova classe média não gostar de ver filmes legendados; fato esse justificado, na maioria das vezes, pelo argumento de que "ou eu leio ou eu presto atenção no filme" (eu sou um desses...). Mas, em virtude do protesto da antiga classe média, a rede agora oferece as duas possibilidade e cabe ao assinante escolher a que lhe agrada...
Aqui faço o meu ponto com este post. O que me irrita profundamente é esse preconceito de menosprezar a classe que emerge e se junta a antiga para formar uma nova classe média. É como se fosse uma afronta evoluir socialmente e cruzar os portões da classe média. Reclamar e defender isso é tão mesquinho e tão pequeno que nem deveria ser comentado, mas acho que deixar passar despercebido esse preconceito velado não poderia.
Principalmente quando quem assina o texto do supracitado programa, também assina um texto de teor que, a meu ver, só confirma o que eu digo. Assim, seja em forma de piada, seja em forma de uma "crônica" esse teor preconceituoso contra essa ascensão social deve sim ser exposto e combatido...
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