terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Brexit perto do capítulo final?

Mais um capítulo da novela do Brexit se desenhou esta semana quando a primeira ministra britânica decidiu adiar a votação do Brexit, o que soou como um recuo para evitar uma derrota eminente. 

Encurralada entre opositores (que não desejam o Brexit) e membros e aliados do seu partido (que acreditam que o acordo costurado entre UE e Reino Unido é insatisfatório), a primeira ministra parece não saber dar prosseguimento ao "divórcio" entre o Reino Unido e o bloco europeu. 

Aliás, essa novela se arrasta desde 2016 quando fora realizado o famoso referendo (consulta à população) sobre a possibilidade de saída do Reino Unido da União Europeia. Naquela época, o intento era retirar as "terras da rainha" do acordo, pois a guerra civil na Síria, que ocorre desde 2011, já havia levado para o velho continente, o maior contingente migratório desde a segunda guerra mundial, algo que incomodou extremamente os ingleses. 

Enquanto a guerra na Síria ocorria, na UE era decidido como seria feita a "distribuição dos imigrantes" oriundos do conflito que foi consequência da Primavera Árabe, onde, em linhas gerais, a quantidade de imigrantes seria definida de acordo com a economia dos países membros do bloco. Algo que foi considerado a gota d´água pela ala conservadora britânica. 

Diante deste cenário, surge o plebiscito para considerar a saída do Reino Unido ou não da UE. Curiosamente, esta consulta foi realizada em meio a diversas notícias que atacavam a permanência do Reino Unido na União Europeia e influenciavam a opinião da população sobre essa questão. 

Através de uma enxurrada de notícias, não era difícil prever que o resultado, apesar de apertado, daria a vitória ao "sim" e a partir disso, o processo de saída do Reino Unido da União Europeia, que mais tarde ficaria conhecido pela expressão "Brexit", teria seu início. 

Em contrapartida o "divórcio" em questão não seria dado de maneira simples, visto que envolve questões legislativas, financeiras, políticas, comerciais, administrativas e tantas outras instâncias que chegar a um denominador comum seria praticamente um trabalho de Hércules, até porque nem mesmo a UE se mostrara tão disposta ao divórcio

Os anos foram passando e a primeira ministra foi perdendo força, enquanto novas questões foram surgindo, principalmente relacionadas as duas Irlandas no pós-brexit. Aliás, esta questão é tão espinhosa que já motivou o pedido de demissão de um dos ministros de May por discordar do acordo que ela rascunhou junto com o bloco europeu. 

Aliás, o rascunho do acordo entre UE e Reino Unido, foi amplamente rejeitado tanto por aliados quanto pela oposição. Se os primeiros acharam o acordo muito "fraco" e que o mesmo deveria ser renegociado, os últimos, que já eram contra a saída, manifestaram seus descontento, procurando mostrar os prejuízos titânicos que o Reino Unido sofreria em caso de saída definitiva do bloco. (Não só para ambos, como para o mundo inteiro). 

O tempo passou, e o acordo não ganhou grandes avanços e a população britânica dá sinais de que cada vez mais que regredir de sua decisão e quer que o governo também o faça, algo que May não parece disposta a fazer. Porém continua cada vez mais solitária em sua campanha que parece murchar como balão não amarrado corretamente em festa. 

Provas disso são tanto o adiamento da votação de uma nova consulta à população sobre o Brexit; o que, para muitos, já é considerada um prenúncio de que o Brexit fracassou antes mesmo de ser oficializado; quanto uma decisão da corte europeia (que geralmente leva 2 ANOS para tomar uma decisão, mas essa foi em questão de dias) que dava ao Reino Unido a possibilidade de romper unilateralmente o Brexit com a UE, sem dar maiores explicações aos seus membros. 

Tais demonstrações, assim como o fato de que a UE já se pronunciou sobre não renegociar o acordo estipulado, empurram a primeira ministra britânica para o abandono do Brexit; o que significaria também o fim de seu mandato, visto que não conseguiria se sustentar caso o projeto tão defendido por ela, não se concretize. 

Embora tudo corrobore para o fim do Brexit, a primeira ministra ainda tenta achar a saída do beco em que se meteu, mas só ela parece disposta a isso. Do outro lado, população, UE, opositores e até mesmo aliados aumentam cada vez mais suas esperanças de que este acordo permaneça no papel e de preferência engavetado.  



terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Qatar anuncia que deixará OPEP ano que vem

Esta semana, o Qatar anunciou que no próximo ano não fará mais parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). 

Segundo o ministro o local, a medida estaria relacionada ao fato do Qatar ser um país com pequena representatividade na produção petróleo tanto dentro do grupo como fora dele. 

De fato, o forte desde país é a produção de gás natural liquefeito. Sua produção petrolífera é muito pequena (algo em torno de 610 mil barris/mês); ao contrário de sua produção de gás natural liquefeito (algo em torno de 77 milhões de toneladas por ano). Mas, ao contrário do que tudo indica, a sua saída da organização tem motivação política, não econômica. 

Embora os números comprovem, e sejam uma ótima justificativa para a saída do país do grupo que praticamente dita o preço do petróleo no mercado mundial, o Qatar não tem uma boa relação com parte dos membros da OPEP. Países como a Arábia Saudita e o Egito, só para citar alguns, acusam o Qatar de financiar o terrorismo, algo que sempre foi desmentido pelo próprio país dissidente do grupo. 

Soma-se a isso o fato da maior base militar norte-americana do Oriente Médio, estar no Qatar. Algo que também desagrada, e muito, os países membros da organização da qual o Qatar pretende se retirar, até mesmo por conta do cerne em que a OPEP surgiu. 

De forma bem simplista, podemos dizer que a OPEP surgiu como uma forma de retaliação ao apoio norte-americano dado a Israel desde sua independência e nas consequentes guerras com a Palestina, que se daria através do controle do, atualmente, bem mais "precioso" não só para os americanos, como para o mundo. A criação da OPEP chegou a, inclusive, proporcionar uma das crises do petróleo. 

Além da questão política,  parece contribuir para a saída do Qatar da OPEP a oportunidade do próprio país produzir a quantidade que desejar de petróleo, não ficando mais "presa" as políticas acordadas no grupo. Decisão que parece pouco justificável, visto que sua produção não tem relevância mundial e nem mesmo para o país, cujo forte, como mostrado acima, é o gás liquefeito. 

Apesar da saída não ter grande relevância no cenário mundial, a mesma acaba evidenciando que as relações no Oriente Médio entre os países que o compõem não é das mais amistosas, como aliás, arriscamos dizer, parece nunca ter sido; e a saída do Qatar da OPEP parece ser apenas mais um capítulo na conturbada história desta região da Ásia. 

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Cinema, Pipoca e Geografia! - O Último Samurai

A indicação de hoje, apesar de antiga, serve para ilustrar fatos relacionados ao Japão que sempre entram em tela quando explicamos sobre esse país aos alunos. Geralmente, nos anos finais do Fundamental II. Nossa indicação trata-se de o "Último Samurai"


Resultado de imagem para o último samurai


A história do filme em si não é o ponto exato de nosso interesse, mas sim certas passagens do filme que servem como ilustrações para a explicação sobre o Japão. Vamos a eles:

Não há como falar em modernização do Japão sem falar em Era Meiji. Essa dinastia protagonizou um salto "modernizante" no Japão ao investir em educação, militarização, industrialização, trazendo inclusive técnicos europeus para ensinar aos japoneses a lidar com os equipamentos que eram importados pelo país, entre outras medidas. 

Dois dos fatos citados aparecem no filme, onde o imperador é inclusive representado no filme e mencionado algumas vezes, bem como também é ilustrada a chegada de europeus com o intuito que mencionamos acima. 

Há também no filme, que acaba até sendo usado como pano de fundo, uma certa resistência à modernização do Japão, que, no filme, causa um embate entre o "Japão feudal" e o "Japão moderno", onde o primeiro lado é representado por espadas, ao passo que o segundo é representado pelas armas. 

Como dissemos, o filme pode ser usado para representar parte da explicação dada sobre o Japão, principalmente no tocante a Era Meiji e a modernização do país com o intuito de se lançar na corrida imperialista. 

Enquanto sugestão, pode ser solicitado aos alunos que relatem de quais formas, no filme, é retratado essa cisão entre o Japão Feudal e o Moderno, seja através de uma apresentação, redação ou mesmo debate após o filme ou em aula subsequente. 

Como sempre, vale a pena conferir!

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Bata no peito e comemore, cidadão de bem!

Bata no peito e comemore, cidadão de bem!

Bata no peito e comemore que você ganha tão bem que votou contra o 13° salário, porque ele jamais fará falta para acertar suas temidas contas de janeiro, a reforma de sua casa ou mesmo aquela merecida viagem de férias. (mesmo que constitucionalmente isso seja quase inviável, o pensamento é válido)

https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2018/09/27/13-salario-adicional-de-ferias-general-mourao.htm

Bata no peito e comemore que você elegeu o Ead como o melhor modelo educacional para uma criança de 6 anos ter como ensino. Afinal de contas, para que ela precisa socializar em uma escola? Para que conhecer opiniões diferentes, aprender em conjunto e crescer pessoalmente?

Bom mesmo é ficar em casa o dia todo com um computador e uma internet que todos os brasileiros podem pagar. 

Isso sem contar que esse modelo é exemplo mundial...

https://novaescola.org.br/conteudo/12923/ead-nao-e-politica-nos-melhores-sistemas-educacionais-do-mundo?fbclid=IwAR1zM-vX2__Za4CJVa0f7F052waDbgSFHuASrg77s7INq9AUXNpCoFf16Og

Bata no peito e comemore, cidadão de bem, pois você optou pela extinção do ministério do meio ambiente ou mesmo pelo papel dele de mero subordinado ao ministério da agricultura cujos pedidos já foram feitos. Dentre eles, a revisão do acordo de Paris que deve ser um documento inútil, afinal de contas o aquecimento global é invenção dos chineses...

https://www.terra.com.br/noticias/brasil/no-domingo-brasileiros-decidem-tambem-sobre-o-meio-ambiente,e2b411f1fec22a2306dbe83f02e4fc7asy7u4i5l.html

Bata no peito e comemore, cidadão de bem. Afinal de contas você votou pela família, porque casa que não tem figura paterna "é fábrica de desajustados". Algo que deve dar um orgulho imenso as chefes de famílias e mães solteiras... 

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/09/casa-so-com-mae-e-avo-e-fabrica-de-desajustados-para-trafico-diz-mourao.shtml

Bata no peito e comemore, cidadão de bem. Afinal de contas o homem branco, o negro, a mulher, o nordestino, o gay e o pobre são todos iguais tanto em direitos quanto em oportunidades. Você acabou com esse vitimismo deles com seu voto e decretou o fim do coitadismo. 

https://exame.abril.com.br/brasil/bolsonaro-promete-fim-do-coitadismo-de-negro-gay-mulher-e-nordestino/

Bata no peito e comemore, cidadão de bem. Afinal de contas você gosta tanto de trabalhar que agora vai trabalhar até morrer! Aposentadoria? Coisa de gente fraca! E a única previdência superavitária do mundo precisava sim de uma reforma para cobrir os rombos... Ainda mais sabendo-se que se o salário e os benefícios de cada político fossem cortados à metade, haveria uma economia de MEIO BILHÃO DE REAIS. 

https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2018/10/29/interna_politica,1001240/reforma-da-previdencia-sera-prioridade-do-governo-bolsonaro.shtml

Bata no peito e comemore, cidadão de bem. Afinal de contas você votou contra a velha política. Porque 16 anos de um partido ninguém atura, mas 28 de um deputado com 3 projetos aprovados, nenhum com relevância alguma, a gente elege!

https://br.sputniknews.com/brasil/201707238935795-propostas-aprovadas-bolsonaro-congresso/

Bata no peito e comemore, cidadão de bem. Afinal de contas o exército irá para as ruas!. Principalmente no Rio de Janeiro, onde o exército já está há 6 MESES e a segurança é total. 

https://www.dw.com/pt-br/ex%C3%A9rcito-no-rio-25-anos-de-fracassos/a-42750301

Bata no peito e comemore, cidadão de bem. Afinal de contas, você, definitivamente, escolheu o certo para a nação verde e amarela...

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Mais um jogo político de Trump

Esta semana o atual presidente dos EUA deu uma entrevista sugerindo que sairia do acordo nuclear feito junto à Rússia nos idos da guerra fria por, segundo ele, os russos terem descumprido o acordo que prevê que ambos os países não produziriam mais armas nucleares de curto e médio alcance. 

Os russos negaram a produção de tais armas e afirmaram que caso os EUA realmente se retirem do tratado, retaliações podem ser causadas pelos russos aos EUA. 

Como já era de se imaginar, representantes de governos europeus mostraram preocupação com o caso; afinal de contas a Europa foi uma espécie de campo de guerra nuclear entre EUA e URSS à época da guerra fria. (aliás, um pouco dessa tensão vivida entre ambos, em um outro episódio envolvendo mísseis, durante esse período pode ser assistida no filme "Os 13 dias que abalaram o mundo" que já comentamos aqui em outra oportunidade). 

Este movimento de Trump, mais um diga-se de passagem, revela mais uma vez o perigoso jogo político que o presidente parece gostar de jogar com seus adversários comerciais ou mesmo políticos no sentido de influência global. 

A intenção por dentro desta ameaça a sua retirada do tratado parece não se dar somente pelo fato de medir forças com a Rússia e, assim, voltar aos tempos de Guerra Fria, numa repaginação mais moderna e perigosa do que nunca. Seu intento parece residir na questão de utilizar a Rússia para atingir a China. 

Como?

Entre as declarações do presidente dos EUA, foi afirmado que não só a Rússia deveria parar de produzir as armas que, em tese, estariam produzindo, como a China também deveria parar de produzi-las. Mas, a China não faz parte do acordo, então por que citá-la?

Não é novidade para ninguém que até o fim deste século a China passará o bastão para o EUA como país mais rico do mundo e de quebra, já possui o maior exército do mundo (em termos de contingente e não de armas, ainda). Tal fato parece estar incomodando Trump além da conta; não à toa há mais de um mês ambos entraram em uma guerra comercial que, talvez, seja outra tentativa desesperada do presidente norte-americano de frear a economia chinesa e, quem sabe assim, tardar a passar o bastão da hegemonia econômica mundial. 

Nos parece que além de tentar conter a China economicamente, Trump está usando a Rússia para conter a China em termos bélicos também. Tudo isso para (ainda) se manter como maior potência econômica mundial; fato que  também deve ser creditado ao uso do seu poder bélico como "arma política" no mundo e que pode ser ameaçado pelo China. 

Talvez este seja mais um blefe de Trump numa tentativa desesperada de frear a China e manter a águia na frente do dragão; talvez não. Fato é que, como sempre, deveremos aguardar cenas dos próximos episódios... 

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Geoplaylist (Nação Zumbi - A Cidade)

A indicação de hoje corre o risco de ser uma velha conhecida dos professores da área, mas como nem todo mundo pode conhecê-la e coisa boa merece ser compartilhada, falaremos hoje sobre "A Cidade" do grupo Nação Zumbi. 

Pelo título já dá pra perceber sobre o tema abordado. De uma maneira bem melódica, diversos problemas da cidade são abordados na letra da música, mesmo que de forma superficial. 

Deste modo, a letra proporciona uma introdução a discussão de certos problemas urbanos desde a violência, passando pela falta de planejamento, indo até mesmo pelas diferenças sociais marcadas na cidade que pode ser subdividida em classes sociais. 

Mesmo já tendo mais de 20 anos, a música não perdeu sua atualidade e discute inúmeros problemas urbanos; e ainda possui viés para questões de migração que podem ser discutidas em sala de aula. 

Para sugestão de atividade, a partir da música, poderia haver uma discussão inicial acerca dos temas abordados na letra que seriam instigados pelo professor. Após um debate rápido sobre essas questões, os alunos seriam divididos em grupos onde cada um abordaria uma temática debatida anteriormente, em data posterior, através de seminários organizados pelo professor em datas a combinar. 

Mesmo que a atividade não possa ser realizada, fica a dica de uma excelente música que aborda diversos temas relacionados aos problemas de uma cidade. 




terça-feira, 9 de outubro de 2018

Para Refletir...

Ganhe 30 minutos do seu tempo e assista com atenção o vídeo abaixo... 






Não. 

Não queremos determinar em que você deve votar. 
Não somos a favor de determinado partido. 
Não defendemos manutenção de velha política alguma. 

Sim. 

Defendemos a democracia e os direitos de cada trabalhador desse país tão castigado por disputas políticas que não serão resolvidas com uma virada extrema à direita... 

terça-feira, 2 de outubro de 2018

A um pouco esquecida, mas extremamente importante Camada de Ozônio

É bem verdade que com a onda do aquecimento global e do agravamento do efeito estufa, o foco que antes era com a camada de ozônio acabou voltando seus holofotes para as questões citadas inicialmente. 

Embora todas elas tenham uma importância vital para a sobrevivência dos seres vivos no planeta, a camada ozônio andou um pouco esquecida nos últimos anos, mas uma reunião sobre este tema no próximo mês promete continuar trabalhando em prol da reconstrução desta importante barreira natural de nosso planeta. 

Em linhas gerais, a camada de ozônio consiste numa espécie de barreira contra os raios ultravioletas que, em grandes quantidades, podem provocar câncer de pele na população. 

A atenção para a deterioração da camada de ozônio se fez notadamente nos anos 80 onde foi divulgada a primeira imagem do buraco causado que a camada possuía, notadamente sobre a Antártida. 

Tão logo a alarmante questão fora levantada, descobriu-se que o maior vilão para a destruição da camada de ozônio era o CFC (clorofluorcarboneto) que, ao alcançar a alta atmosfera, quebrava as moléculas de ozônio, enfraquecendo a camada e abrindo um buraco nela. 

Os gases CFCs estavam presentes em geladeiras, aerossóis, fabricação de espumas,  ar condicionados, extintores de incêndio e isopor. 

Diante desse cenário, em 1987, foi elaborado o Protocolo de Montreal, no qual os países signatários se comprometiam a eliminar o CFC de suas produções, para que assim, com o passar dos anos, a camada de ozônio conseguisse se restaurar. 

Mais de 30 anos depois, o acordo obteve um sucesso considerável, pois geladeiras, ar condicionados e produtos em aerossol já não possuem mais CFC em sua composição química. Porém alguns produtos, como espumas e isopores, ainda possuem esse gás nocivo em sua composição. 

Por isso mesmo, a cada determinado período, os signatários do Protocolo de Montreal se reúnem para discutir novas formas de extinguir a produção deste gás ou mesmo monitorar áreas onde este gás seja produzido ilegalmente (alguns lugares utilizam este gás para a produção de espuma, atuando como isolantes acústico ou térmico, por um valor mais barato)para combater esta prática.

Em novembro, a reunião ocorrerá no Equador e esperamos que novas medidas sejam tomadas para abolir o uso deste gás e assim recuperar por completo a camada de ozônio. As previsões mais otimistas apontam para a sua recuperação aos níveis de 1980 apenas em 2070. 

Por isso, embora não tenha mais tanta atenção da mídia por conta do aquecimento global, devemos continuar de olho nesta questão ambiental extremamente importante para a sobrevivência da humanidade no planeta Terra e, neste caso, alcançar o objetivo máximo que é a extinção do CFC do nosso planeta. 

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Como são formados furacões como o Florence?

O furacão Florence tem sido notícia ao chamar a atenção por seu tamanho e, infelizmente, por seu poder de destruição. 

Mesmo após ter se enfraquecido e se tornado uma tempestade tropical, o furacão colecionou vítimas e estragos por onde passou. 

Mas, afinal de contas, como se formam furacões como o Florence?

Furacões como este compreendem tempestades severas com ventos maiores que 120 Km/h. Geralmente estão associados a um centro ciclônico e ventos em espiral; possuindo diâmetros de centenas de quilômetros. Sua duração pode ser de uma semana a quase um mês. 

Para a formação de um furacão é necessária uma grande coluna oceânica aquecida a mais de 26°C para o fornecimento de um ar quente e úmido por conta da evaporação que se formará com o aquecimento desta coluna de água. 

Paralelo a isso, temos um sistema de ventos (frontal ou convectivo), onde a circulação atmosférica seja caracterizada por uma coluna de ar ascendente, na qual o vapor d´água, a medida em que alcança a alta atmosfera, provoca a condensação do vapor d´água. A condensação vai ocorrendo de forma cada vez mais intensa que libera calor e acaba aquecendo o ar ao redor. 

O mar, por sua vez, acaba atraindo mais vento que sobe em forma de coluna de ar, atraído pela força de Coriolis. Esses ventos acabam agitando o mar e as ondas se atritam com o vento, gerando mais calor e, consequentemente, vapor d´água. Assim o ar chega para a coluna vertical com mais energia, o que causa um mecanismo de retroalimentação e a formação do furacão. 

Deste modo, podemos notar que é fundamental a presença da coluna de oceano aquecida para dar início ao processo. Conforme a coluna se desloca em direção ao continente, o processo de retroalimentação é quebrado pela falta de vapor d´água suficiente para alimentar o processo, já que a base vem do oceano, levando o furacão a perder força, como aconteceu com o Florence e praticamente todos os furacões existentes, o fazendo "descer" a categoria de tempestade tropical até se esvair por completo. 

Perdendo a sua fonte de vapor d´água (que vem pelo aquecimento de uma coluna d´água no oceano a mais de 26°C), o furacão tem seu processo de retroalimentação quebrado, perde força, até que se dissipa, mas acaba deixando um rastro de destruição imenso.  

terça-feira, 11 de setembro de 2018

OCDE mostra os reflexos de um país que trata educação como despesa e não como investimento

Foi divulgado hoje um relatório sobre a escolaridade de diversos países, entre eles o Brasil, cujos números escancaram uma triste realidade de nosso país: a falta de investimento em educação, tanto quantitativa quanto qualitativamente. 

Claro que aumentar o investimento em educação somente não resolve o problema. Principalmente se o mesmo se arrasta por décadas. Há também que se ter um olhar sobre como esse investimento é alocado, pois, pelos dados da OCDE, eles não surtem efeito algum, pelo contrário. 

O primeiro dado, da enxurrada de dados alarmantes, relata que mais da metade dos brasileiros entre 25 e 64 anos não concluiu o Ensino Médio no país. 

Facilmente podemos associar este dado a má distribuição de renda no Brasil, outro fato gritante. Não é incomum, embora devesse, ver estudantes largarem o Ensino Médio ao se verem obrigados a trabalhar para ajudar na renda familiar. A rotina pesada que muitas vezes um trabalho de baixa qualificação exige, leva o aluno a largar os estudos por não sobrar tempo (nem disposição) para dedicar-se a ele; algo que não deixará de cobrar seu preço no futuro. 

Quando o assunto é ensino superior, os dados se tornam mais nefastos ainda. Principalmente se levarmos em consideração as desigualdades regionais. 

Segundo o relatório, se na capital o número de jovens que alcançam o ensino superior orbita os 30%; no Maranhão, esse número não chega na casa dos 10%. 

Esses dados nos levaram à liderança no estudo feito pela OCDE, que estudou mais de 40 países, sobre as disparidades regionais relacionadas ao ensino superior. 

Apesar de apresentarmos uma tímida melhora no números de jovens que atingem o ensino superior, passando de 10% para 17%, ainda estamos longe dos 35% desejáveis pela organização. 

E não é só isso. 

O relatório também mostra o quão aquém estamos em relação aos gastos do Governo por aluno desde a educação básica até o ensino superior:

O Brasil destina cerca de 5% do PIB dados de 2015), acima da média de 4,5% do PIB dos países da OCDE. Porém, o governo brasileiro gasta cerca de US$ 3,8 mil por estudante no ensino fundamental e médio, menos da metade dos países da OCDE.
A despesa com os estudantes de instituições públicas de ensino superior, no entanto, é quatro vezes maior, US$ 14, 3 mil, pouco abaixo da média da OCDE, que é de US$ 15,7 mil.
O abismo gritantes entre esses gastos nos põe, novamente, no topo do ranking da disparidade entre os países da OCDE.

E os reflexos disso se mostram em exames feitos pelo próprio governo para avaliar a educação no país como o IDEB. 

Não à toa não foram cumpridas as metas traçadas pelo país em relação as avaliações do IDEB. Pelo contrário, algumas até retrocederam segundo o último balanço divulgado. 

Tais dados enfatizam cada vez mais a necessidade de um país que leve a sério a sua educação, tratando-a como investimento e não como despesa. Entretanto, isso esbarra na vontade política que finge ser alheia a todos esses dados, pois sabe que uma população cujo acesso a educação de qualidade e a um grau de instrução maior, dificilmente se deixará manipular por qualquer candidato que seja. 


  • Infelizmente, enquanto isso, vemos a educação brasileira naufragar em meio a vontade de determinados político em manter seus currais eleitorais, tratando a população como verdadeiros gados sob suas rédeas. 

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Quando um incêndio é o ponto alto do descaso

Infelizmente, pelo pesar da situação, o assunto desta semana não teria como ser outro que não o incêndio do Museu Nacional no Rio de Janeiro. 

Nem de longe queremos aqui promover uma caça às bruxas e apontar culpados, até porque nada pode ser feito a respeito disso. As obras que se perderam e o material cultural inestimável, não só para o país como para o mundo, se esvaíram nas chamas de mais uma vítima do descaso e do abandono. 

Num país que vota pelo congelamento do orçamento da educação e da saúde por duas décadas, não deveria ser surpresa que um ícone da cultura mundial fosse relegado à sua própria sorte, mas foi. E assusta. 

Assusta e escancara uma verdade sobre o nosso país e sobre aqueles que os governaram, isso há "n" mandatos atrás e não só de agora, refletida no descaso com o qual toda a cultura brasileira e todas as outras que estão sob nossa guarda foram tratadas; ou melhor, destratadas. 

Muito poderia ser feito para que isso não ocorresse. Mas esse muito ficou esquecido e sedimentado por uma faraônica falta de vontade política de olhar mais atentamente para a preservação de nossa riqueza cultural, nossa história e nosso conhecimento. Isso sem contar a questão de "prioridades" que passaram a frente do Museu Nacional que se viu durante décadas sustentado por migalhadas e definhando lentamente até sucumbir no último final de semana. 

Um dos exemplos pode ser observado com o comparativo entre a reforma do Maracanã e o custo desta reforma aplicado à manutenção do Museu Nacional. Segundo levantamento, o recurso destinado a reforma do estádio que, aliás daria para construir outros iguais a ele, manteria o museu por mais de DOIS MIL ANOS!. 

(Esse mesmo levantamento faz um comparativo com outras reformas e ampliações, mas por se tratar de comparativos com obras de infraestrutura, nos limitaremos a comentar somente sobre o Maracanã).

"- Ah, mas a reforma do Maracanã também foi feita com dinheiro privado também."

De fato, mas esse também é outro ponto que nos faz questionar... 

Por que nunca foi tentado uma PPP (parceria público-privado) para o Museu Nacional?

Existe um exemplo no próprio estado do Rio de Janeiro com o Museu do Amanhã que é patrocinado por um banco espanhol. Isso, aliás, não seria nenhuma novidade bem como é uma prática muito comum. Diversos museus pelo mundo recebem ajuda de instituições privadas para serem mantidos ou até mesmo para se expandirem e adquirirem novas obras à sua coleção. 

Confessamos ser ignorantes em relação as tratativas desse processo, mas se era uma opção viável e prática comum em vários lugares pelo mundo, por que não foi feito com o Museu Nacional?

Outra coisa que podemos pontuar aqui é que, além do valor cultural inestimável que se perdeu com o incêndio, diversos projetos, pesquisas e descobertas foram interrompidas ou mesmo impedidas de serem continuadas por conta da ruína de parte do acervo do museu. 

Entre eles podemos citar as pesquisas sobre o continente antártico que eram feitas por um grupo de pesquisadores que armazenavam o conteúdo encontrado no Museu. Embora nem toda a coleção se perdera no incêndio, parte considerável acabou se perdendo, o que levou a equipe a um retrocesso incalculável em suas pesquisas, podendo causar, inclusive, o encerramento das mesmas. 

Essas e outras perdas nos levam a lamentar profundamente o descaso e o desleixo com os patrimônios culturais que estavam sob nossos cuidados que, década após décadas, foram se deteriorando não pelo tempo, mas por governos que não deram o menor valor a essas riquezas levando o descaso ao ponto alto (e triste) do incêndio no Museu Nacional. 

Quem sabe, talvez, nesse ano eleitoral em que nos encontramos, procuremos por candidatos que valorizem a cultura, a educação e os patrimônios culturais, artísticos, intelectuais e tantos outros que não o patrimônio financeiro. 

Que este incêndio nos leve a refletir sobre o tipo de pessoas que queremos cuidando e administrando os nossos bens... 

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Geoplaylist (Trio de Ouro - Bom Dia, Avenida)

Depois de um longo tempo, voltamos com uma indicação que nos faz revisitar o passado para adentrarmos na questão do remodelamento das cidades, em especial a cidade do Rio de Janeiro. 

A música "Bom Dia, Avenida" do Trio de Ouro nos fala sobre a inauguração da Avenida Presidente Vargas no centro da cidade carioca. A avenida, com suas pistas largas e procurando facilitar o acesso ao centro da cidade, foi considerada à época um delírio pois não se acreditava que haveria a necessidade de ter uma avenida tão larga já que o número de automóveis que circulavam pela cidade não fazia frente a largura da avenida. 

A construção da avenida, foi um marco do remodelamento urbano na cidade carioca que já tinha passado pela mesma situação quando houve a construção da Avenida Central, atual Avenida Rio Branco, que inclusive é citada na música. 

Ambas as avenidas apontaram no sentido de modernização da cidade carioca, mas apresentam algumas pequenas diferenciações. 

É comum ver em toda a extensão da Avenida Rio Branco prédios de ambos os lados, formando um imenso corredor "fechado" que meio que apagou uma parte da história do nosso país, visto que poucos são os prédios de época que restaram em pé na Avenida. 

Já na Presidente Vargas, esse corredor fechado não se faz tão presente, pois a referida avenida apresenta áreas ao longo de sua extensão que não são "fechadas" como se vê na Avenida Rio Branco. 




Em sala de aula, propomos utilizar essa música para discutir o remodelamento urbano e suas transformações e modernizações ao longo dos anos. Para tal, pode ser pedido aos alunos que tragam (baixadas da internet) fotos antigas e atuais das duas avenidas e pedir a eles que indiquem as mudanças percebidas ao longo dos anos nas duas avenidas. 

Após esse levantamento, junto ao professor, essas mudanças seriam alvo de investigação, elencando os fatores que motivaram suas transformações e de que formas elas impactaram na cidade carioca. 

Apesar da música correr o risco de não ser muito popular entre as atuais gerações, vale a pena conferir e ouvir!. 

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

A "Terra Estufa"

Muito tem se falado nas últimas 4 décadas sobre problemas ambientais, principalmente com a "tomada de consciência" que a humanidade teve em relação aos recursos naturais do planeta. Os conceitos de sustentabilidade e um olhar mais detido sobre os problemas ambientais passaram a ser tornar pautas de discussões importantes na ONU e a motivação de acordos como o Protocolo de Kyoto, de Montreal, RIO-92, RIO+20, Acordo de Paris, entre outros. 

Ao observar os antes ignorados problemas climáticos, o aquecimento global ganhou maior repercussão até mesmo por conta de suas consequências que podem chegar ao ponto de se tornar irreversíveis. 

Muito disso acontece por conta do agravamento do Efeito Estufa realizado pela Terra, mas agravado pelo homem... 

Pausa para esclarecimentos...

Não é incomum "dar um google" por aí e descobrir conteúdo falando que o homem causa o efeito estufa. Contudo essa informação está completamente equivocada. O homem não causa efeito estufa, ele agrava o efeito estufa. 

O efeito estufa é natural e o próprio planeta faz com o objetivo de reter calor que é essencial para qualquer tipo de vida no planeta. Caso a Terra não realizasse este efeito, as temperaturas aqui serão bem abaixo de zero, o que impossibilitaria a vida no planeta. 

Desde a Primeira Revolução Industrial, os níveis de gases estufa (gases que agravam a retenção de calor pela Terra) como CO2, metano, vapor d´água entre outros aumentaram, e continuam aumentado, consideravelmente, levando a um aumento das médias térmicas do planeta. 

Então, recapitulando, o efeito estufa é natural e o homem só agrava esse efeito

Fim da pausa para esclarecimentos... 

Esse agravamento e consequente aquecimento global, tem projetado consequências cada vez mais desastrosas para o planeta, dentre elas podemos citar:

  • Aumento do nível dos oceanos. 
  • Desaparecimento de áreas litorâneas. 
  • Migração compulsória. 
  • Perda de patrimônio. 
  • Alterações climáticas. 
  • Perdas humanas.
  • Derretimento das calotas polares. 
  • Perda de Biodiversidade. 

Entre outros que deixariam essa lista quilométrica, mas que serviu e serve para alertar a população mundial sobre o problema do agravamento do efeito estufa. 

Ainda mais agora que, recentemente, pesquisadores descobriram que a Terra pode apresentar uma elevação em sua temperatura na casa dos dois graus, o que a transformaria em uma espécie de "Terra Estufa". 

Caso essa previsão se confirme, a tendência é que um efeito dominó se arme sobre as alterações climáticas já que locais que são conhecidos como "sumidouros de carbono" (pela quantidade de carbono que conseguem "sequestrar da atmosfera") seriam seriamente afetados, tornando o planeta ainda mais quente. 

Com o desaparecimento de florestas e o derretimento das geleiras (conhecidos sumidouros de carbono), a quantidade de carbono liberada por esses dois na atmosfera, associada a sua ausência que garantiria um sequestro de carbono da atmosfera, poderiam agravar ainda mais o quadro de aquecimento global em nosso planeta, ameaçando mais ainda a vida aqui na Terra. 

Contudo, esse cenário que se desenha apocalíptico pode e deve ser combatido com atitudes e mudanças de postura de todo o planeta, a começar pelo estipulado no Acordo de Paris que propõe a manutenção da temperatura do planeta a 2°C acima dos níveis pré-industriais para depois chegar a 1,5°C e assim manter essa média. 

Se não tivéssemos um presidente de uma certa segunda maior nação poluidora do planeta tão interessado em destruir o legado de seu antecessor quanto pensar no bem coletivo, quem sabe esse índice estabelecido no acordo fosse atingido mais rapidamente. Mesmo assim devemos continuar lutando pelo que é nosso e de todas as gerações futuras, visando consertar o que foi feito no passado para que possamos ter um futuro.  

terça-feira, 14 de agosto de 2018

A crise das Liras Turcas

Nesta semana a Turquia virou notícia devido a grave crise enfrentada pelo país e que fez sua moeda despencar de valor frente ao dólar.  A crise teve envolvimento também com os EUA e decisões do presidente turco que se mostram equivocadas neste momento. 

Em primeiro plano desta crise estão as sanções aplicadas pelos EUA a ministros turcos pela prisão de um pastor norte-americano no país. As sanções foram respondidas pela Turquia na mesma moeda, mas, sem nenhuma surpresa, as sanções foram mais sentidas pelo lado turco que, por consequência das mesmas, viu investimentos no país minguarem e empresários se afastarem no país. 

A crise entre os dois, inclusive, respingou na OTAN onde ambos possuem grande representatividade, o que estremeceu ainda mais a relação entre ambos. 

Como se não fosse pouco, o país vive uma inflação que ultrapassa os 15% e que só piorou com o estremer da relação entre a Turquia e os EUA. Ainda mais com as retiradas superando os saques no país. 

Pesa também a "cobrança" de uma política de Erdogan em relação ao crescimento do país. O presidente turco iniciou diversas obras de infraestrutura do país (que custam MUITO caro) e o dinheiro tomado para a realização dessas obras de infraestrutura está cobrando seu preço (muito parecido com um período chamado "década perdida" por aqui, onde uma certa dívida externa já cobrava seu preço pelos empréstimos tomados nas décadas passadas). 

Outro fator que pode ter contribuído para essa crise turca é a superconcentração de cargos executivos na mão do presidente. Erdogan exerce uma espécie de megapresidencialismo onde praticamente todas as decisões são tomadas por ele. 

Também ajuda a nomeação do seu genro para um cargo como um "ministro da fazenda" que, devido a sua pouca experiência, já começa a inferir em resultados negativos para a economia turca, além de não vir dele a tão esperada "resposta" à crise que o país vive. 

Então, temos aí um receituário que parece ideal para uma crise que acabou culminando na queda da lira turca (moeda do país) frente ao dólar, levando a Turquia uma posição de insegurança tanto econômica quanto política por parte de sua população que pode condenar o país a uma grave crise se nada for feito para reverter essa situação. 

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Alguns pontos sobre a Copa que podem estar no seu vestibular (2)

Continuando o post da semana passada, falaremos sobre outros assuntos que acreditamos permearem os vestibulares desse ano relacionados a última Copa do Mundo, vamos a eles:


A questão da leis intolerantes russas


Este tema pode não ser abordado pelo viés de nossa disciplina, mas sim por outras como Sociologia e Filosofia. Contudo, acreditamos que a nossa disciplina, em parte, também pode abordar o tema das leis de intolerância russa. 

No país que sediou a Copa há leis contra demonstrações homoafetivas, pois, segundo as leis russas, "ferem os direitos familiares e são consideradas mal exemplo aos jovens". Diante deste cenário, ficaram famosas fotos de um grupo de pessoas que conseguiram protestar em solo russo de uma maneira bem elaborada. 

O grupo se reunia com roupas que, juntas, formam a bandeira LGBT e, assim, ao andarem juntos, seriam uma espécie de representação viva da bandeira e, porque não, da causa LGBT. 


Imagem relacionada
Foto: thehiddenflag.org


O grupo inclusive criou um site que divulga a causa e outras fotos como a que reproduzimos aqui podem ser vistas. 

Acreditamos que algum vestibular pode pegar este gancho e falar sobre questões como liberdade de expressão, direitos LGBTs e preconceitos, podendo até mesmo ser abordado como possível tema de redação. 



A seleção islandesa

Passaporte Rússia - Análise dos convocados: Islândia
Fonte: futebolnaveia.com.br


Apesar de não ter muita projeção na Copa do mundo, a seleção islandesa ganhou certa notoriedade (além do fato de parar o Messi) por ser uma seleção de semi-profissionais, onde vários deles possuem outra profissão e veem o futebol como uma espécie de hobby ou complemento de renda familiar, além do quase apagado "amor à camisa". 

Neste caso, acreditamos que possa ser abordado a questão relacionada ao futebol como meio secundário de vida,  e não como principal, como permeia o ideário de grande parte dos jovens brasileiros. 

Aqui, questões como a complementaridade da renda ou a valorização da busca por uma profissão além do esporte podem ser abordadas, levando os vestibulandos a refletirem sobre como planejar a carreira ou mesmo abrir o leque de possibilidades, dependendo da profissão que se deseja seguir. 

Apesar de ser uma questão de cunho "filosófico", acreditamos que possa ser abordada com intuito de refletir essa disparidade entre esse tipo de pensamento islandês e a idolatria quase cega que se tem aqui em relação ao futebol. 


A seleção e o Canal do Panamá


Panamá disputa sua primeira Copa sem pretensões
Fonte: uol.com.br



A seleção panamenha de futebol conquistou sua primeira participação em copas do mundo na edição de 2018. Um feito comemorado pelo seu país que, em termos futebolísticos, foi para o evento "a passeio".

Entretanto, podendo aproveitar o gancho dessa participação, pode ser discutida a questão sobre o Canal do Panamá. 

O Canal, que liga o Atlântico ao Pacífico, já foi abordado aqui quando completou o seu centenário. Diante disso, sugerimos que o caro leitor acesse este post para se inteirar da construção do Canal do Panamá, bem como suas implicações e sua importância econômica, política e estratégica. 



A questão do assédio




Infelizmente, mais uma copa é manchada com o estigma do assédio a repórteres femininas que realizam o seu trabalho cobrindo o evento esportivo. 

O vídeo acima ganhou certa notoriedade quando a repórter do SporTV sofreu uma tentativa de assédio ao gravar uma reportagem sobre o evento. 

Esta cena lamentável poderá aparecer como pano de fundo para discussões sobre os assédios que as mulheres sofrem na realização de seus trabalhos, seja na área em que for, abrindo assim um debate acerca dos direitos da mulher e sobre as medidas que podem ser tomadas para que cenas como essa jamais se repitam. 



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Como observamos no post passado, essas são apenas dicas. Nada garante que isso estará no seu vestibular ou ENEM desse ano, mas como em anos de eventos de grande visibilidade sempre algo é aproveitado para os vestibulares, acreditamos que estes temas podem ser aproveitados. 

terça-feira, 31 de julho de 2018

Alguns pontos sobre a Copa que podem estar no seu vestibular

Em um ano de Copa do Mundo não há como ficarmos alheios diante de um evento de projeção mundial, ainda mais sabendo que alguns vestibulares costumam utilizar fatos ocorridos durante o evento em suas provas. 

Desta vez, acreditamos que não seja diferente e (por puro achismo, diga-se de passagem) iremos mencionar algumas questões pertinentes a disciplina que rege este blog e que achamos dignas de destaque e que podem marcar sua presença em algum exame de vestibular pelo país ou mesmo pelo maior deles, o ENEM. 

Então, vamos aos apontamentos:

A questão de Kosovo na vitória da Suíça sobre a Sérvia. 

Shaqiri comemora gol imitando a águia da bandeira da Albânia
Jogador suíço comemora gol imitando a Águia da bandeira albanesa. Fonte: Reuters




Chamou a atenção na comemoração do jogador suíço na vitória de seu time sobre a Sérvia, a comemoração do que muitos julgaram ser a "pomba da paz". Porém a questão era de outro cunho. 

Nesta que pode ser considerada a copa das multiculturalidades, onde vários jogadores defenderam países de nacionalidades que não são as suas de origem, jogadores do time suíço (de origem kosovar) utilizaram a copa para expôr a questão do seu país de origem para o mundo. 

Kosovo é uma pequena região, de maioria albanesa, que se tornou independente da Sérvia em 2008 (algo não reconhecido pela Sérvia e por diversos países). A "pomba" que muitos acharam estar na comemoração do jogador suíço, na verdade se trata da águia da bandeira da Albânia, cuja população é maioria em Kosovo, sendo inclusive o país de origem de mais de um jogador da seleção suíça. 

A comemoração então, revela um apoio a independência da região e ao seu reconhecimento por parte das outras nações do mundo, mas principalmente pela Sérvia que sempre se negou a este ponto. O que se deve, em parte, ao esfacelamento da antiga Iugoslávia no início dos anos 90, que deixou aos sérvios o título de herdeira. 






A campeã multicultural França


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Fonte: R7.com


Muito se comentou sobre a seleção francesa (assim como a belga e a inglesa) pelo fato da diversidade étnica compôr esta seleção que se sagrou campeã da Copa da Rússia. 

78% da seleção francesa de futebol é composta por imigrantes que disputaram o torneio por um país que não era o seu de origem. Feito que também pode ser notado no primeiro título francês em 98. 

Isto nos convida a pensar (e o franceses mais ainda) sobre a questão na xenofobia não só num contexto local, mas em um contexto continental e até global se tomarmos de partida a dimensão que a Copa do Mundo possui atualmente. 

A conquista do título por um time majoritariamente de imigrantes pode ser a porta de entrada para um combate mais positivo à xenofobia. Ainda movidos pela euforia da conquista, caberia aos franceses incentivar campanhas utilizando a própria seleção para lutar contra este preconceito que inclusive já chegou a ser uma política velada de um presidentes francês que, por ironia ou não do destino, era filho de um imigrante. 

Também serve para mostrar que com a globalização e as trocas cada vez mais rápidas de pessoas, culturas e informações, adicionadas ao "facilitador" da França estar em um bloco econômico com livre circulação de pessoas (União Européia) sirvam para mostrar que, apesar de manterem suas raízes e costumes, as nações estão cada vez mais multiétnicas (embora isso seja um pioneirismo nosso) assim como seus costumes, o que promove um enriquecimento cultural em escala exponencial, permitindo situações como a representada nesta Copa do Mundo. 



O Esfacelamento da Iugoslávia 


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Fonte: AFP

Outra questão que pode ser que ganhe destaque nos vestibulares deste ano, se refere a vice-campeã Croácia, cuja determinação e entrega saltaram aos olhos nessa Copa. Muitos, inclusive, atribuíram o passado recente do jovem país aos conflitos sofridos na conquista por sua independência no início dos anos 90. 

A Croácia surgiu após o início do esfacelamento da antiga Iugoslávia no início dos anos 90. O país travou uma luta sangrenta mesmo após sua independência em 91. Inclusive um dos avôs de um dos jogadores foi assassinado durante esses conflitos. 

Os croatas se tornaram independentes da Sérvia, auto-proclamada herdeira da Iugoslávia, (que viria dar origem a outros 6 países) em uma luta sangrenta que perdurou mesmo após a independência do país pelo fato dos sérvios não aceitarem a independência da etnia croata. 

Aliás, a Iugoslávia se dissolveu em tantos países exatamente por conta de etnias que eram oprimidas pelos sérvios, maioria dentro da antiga Iugoslávia, sob a figura de Slobodan Milosevic que, voltando a Croácia, ainda permaneceu ocupando o país até 95, só se retirando após sanções da ONU impostas a então Iugoslávia. 

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Ao fim deste post queremos reiterar que aqui são apenas sugestões daquilo que achamos que pode cair no ENEM ou mesmo num vestibular que não utilize o Exame Nacional do Ensino Médio. Não quer dizer que vão cair!!!!!!

Ainda que não caia, achamos que são assuntos que valem a pena ser comentados e que podem enriquecer ou mesmo formar discussões acerca do tema debatido, usando a Copa como pano de fundo. 

De qualquer forma, ficam aqui os nossos apontamentos.