sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A indecisa ampliação do centenário Canal do Panamá

Construído em 1914, sendo iniciado por franceses, mas terminado pelos norte-americanos, o Canal do Panamá foi construído como uma forma de agilizar a comunicação entre o Pacífico e o Atlântico (leia-se entre a costa Leste e a costa Oeste dos Estados Unidos...). 

Construído o canal, o mesmo ficou sob administração norte-americana que foi entregue ao Panamá em 1999... (com o passar dos anos, a evolução tecnológica aumentou a capacidade de carga nos navios que passaram a ser maiores e de maior calado - profundidade - contudo o canal não acompanhou essas mudanças e se tornou um tanto obsoleto, o que em parte explica a entrega de sua administração aos panamenhos pelos norte-americanos). 

Ao longo desses anos o canal foi e ainda é utilizado, mas com cada vez menos frequência. Isso ocorre porque como o canal não foi modernizado nem ampliado, além dos grandes navios não passarem por ele, a quantidade de navios que passam por dia no canal é bem limitada, causando assim filas de navios que aguardam sua vez de cruzar o canal, atrasando as entregas... 

Mas, em seu centenário, deu-se início a obras de ampliação do canal através da construção de eclusas, em ambos os sentidos, que irão permitir a passagem de navios maiores e pretendem reduzir ou até mesmo acabar com as filas de navios que se formam no canal....

Especula-se que, com as obras prontas, será reduzido sensivelmente o tempo de entrega das mercadorias e o volume delas será bem maior... Nessa história, como não poderia deixar de ser, o maior beneficiado serão os EUA que farão não só uma troca comercial mais rápida entre suas costas, como também com a Ásia. 

Como não se passa ainda de pura especulação, tirando o final do parágrafo acima, o único consenso que se tem é que será benéfico, mas não se sabe o quão benéfico isso será. Fato é que isso poderá até nos afetar diretamente, já que a nossa soja compete com a soja norte-americana no mercado internacional e, se a soja deles for entregue mais rápido do que a nossa e em quantidade maiores, sairemos prejudicados... (isso aconteceria não porque não podemos usar o canal, nós podemos; mas sim porque nós estamos mais afastados do Panamá em relação ao Tio San, isso sem contar que os navios que eles utilizam são bem mais modernos do que nossos... E eu nem preciso falar dessa infraestrutura...). 

O canal pode até ser utilizado com mais frequência por navios de outros continentes, como por exemplo os europeus e os africanos, principalmente na costa oeste de ambos, que se utilizariam do canal para chegar mais rápido a Ásia; já que por ser maior e ter sido modernizado seria uma opção melhor ao Canal de Suez, que também anda precisando de uma modernização diga-se de passagem.  

Mas... (sempre tem um "mas") o que poderia ser uma das maiores obras de engenharia deste século e mudar o rumo do comércio em escala global, já emperrou... 

A autoridade do canal (grupo autônomo do governo panamenho que administra o canal e o grupo de empresas que irão realizar a obra, não andaram se entendo quanto a parte financeira das obras de ampliação do canal e as negociações foram interrompidas esta semana. O motivo é o aumento no orçamento em R$ 1,6 bilhão que as empresas solicitaram devido a "condições geológicas imprevistas" que o governo, por sua vez, diz que não tem como arcar sozinho. 


A solução para esse impasse seria uma proposta de divisão desse "a mais" previsto no orçamento por ambos os lados, mas parece que ninguém ficou satisfeito com isso e as negociações foram cortadas... O consórcio quer suas garantias para continuar a obra, já o governo alega não ter orçamento suficiente para arcar com essas despesas; principalmente quando esse mesmo governo vive metido com corrupção oficial... 

Enquanto esse jogo de empurra não se resolve, as obras estão paralisadas e o "presente" ao centenário canal parece estar longe de chegar... 

Com informações do Portal da América Latina e UOL

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