Construído
em 1914, sendo iniciado por franceses, mas terminado pelos norte-americanos, o
Canal do Panamá foi construído como uma forma de agilizar a comunicação entre o
Pacífico e o Atlântico (leia-se entre a costa Leste e a costa Oeste dos Estados
Unidos...).
Construído
o canal, o mesmo ficou sob administração norte-americana que foi entregue ao
Panamá em 1999... (com o passar dos anos, a evolução tecnológica aumentou a
capacidade de carga nos navios que passaram a ser maiores e de maior calado - profundidade
- contudo o canal não acompanhou essas mudanças e se tornou um tanto obsoleto,
o que em parte explica a entrega de sua administração aos panamenhos pelos
norte-americanos).
Ao longo
desses anos o canal foi e ainda é utilizado, mas com cada vez menos frequência. Isso
ocorre porque como o canal não foi modernizado nem ampliado, além dos grandes
navios não passarem por ele, a quantidade de navios que passam por dia no canal
é bem limitada, causando assim filas de navios que aguardam sua vez de cruzar o
canal, atrasando as entregas...
Mas, em
seu centenário, deu-se início a obras de ampliação do canal através da
construção de eclusas, em ambos os sentidos, que irão permitir a passagem de
navios maiores e pretendem reduzir ou até mesmo acabar com as filas de navios
que se formam no canal....
Especula-se
que, com as obras prontas, será reduzido sensivelmente o tempo de entrega das
mercadorias e o volume delas será bem maior... Nessa história, como não poderia
deixar de ser, o maior beneficiado serão os EUA que farão não
só uma troca comercial mais rápida entre suas costas, como também com a
Ásia.
Como não
se passa ainda de pura especulação, tirando o final do parágrafo acima, o único
consenso que se tem é que será benéfico, mas não se sabe o quão benéfico isso
será. Fato é que isso poderá até nos afetar diretamente, já que a nossa soja
compete com a soja norte-americana no mercado internacional e, se a soja deles
for entregue mais rápido do que a nossa e em quantidade maiores, sairemos prejudicados...
(isso aconteceria não porque não podemos usar o canal, nós podemos; mas sim
porque nós estamos mais afastados do Panamá em relação ao Tio San, isso sem
contar que os navios que eles utilizam são bem mais modernos do que nossos... E
eu nem preciso falar dessa infraestrutura...).
O canal
pode até ser utilizado com mais frequência por navios de outros continentes,
como por exemplo os europeus e os africanos, principalmente na costa oeste de
ambos, que se utilizariam do canal para chegar mais rápido a Ásia; já que por
ser maior e ter sido modernizado seria uma opção melhor ao Canal de Suez, que
também anda precisando de uma modernização diga-se de passagem.
Mas...
(sempre tem um "mas") o que poderia ser uma das maiores obras de
engenharia deste século e mudar o rumo do comércio em escala global, já
emperrou...
A
autoridade do canal (grupo autônomo do governo panamenho que
administra o canal e o grupo de empresas que irão realizar a obra, não andaram
se entendo quanto a parte financeira das obras de ampliação do canal e as
negociações foram interrompidas esta semana. O motivo é o aumento no orçamento em R$
1,6 bilhão que as empresas solicitaram devido a "condições geológicas
imprevistas" que o governo, por sua vez, diz que não tem como arcar
sozinho.
A solução
para esse impasse seria uma proposta de divisão desse "a mais"
previsto no orçamento por ambos os lados, mas parece que ninguém ficou
satisfeito com isso e as negociações foram cortadas... O consórcio quer suas
garantias para continuar a obra, já o governo alega não
ter orçamento suficiente para arcar com essas despesas;
principalmente quando esse mesmo governo vive metido com corrupção
oficial...
Enquanto esse jogo de empurra não se resolve, as obras estão paralisadas e o "presente" ao centenário canal parece estar longe de chegar...
Com informações do Portal da América Latina e UOL.
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