terça-feira, 29 de junho de 2010

E falando em notoriedade...

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia tem "o desafio de ir além de tarifas e subsídios". A declaração, dada durante o seminário Brasil-Itália, em São Paulo, se refere à primeira rodada de negociações dos dois blocos econômicos, que começou hoje em Buenos Aires.


"Estamos sinalizando o compromisso de ambos os blocos em ganhar escalas de competitividade e multiplicar oportunidades de investimento. Também estamos juntando forças em defesa de uma ordem global mais justa", afirmou Lula ao primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi e a empresários italianos no auditório da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).


Para Lula, há motivos para otimismo. "As oportunidades estão traçadas com a realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, sem falar nos projetos de infraestrutura no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento", disse o presidente.


O objetivo, segundo ele, pode ampliar o comércio bilateral entre Brasil e Itália. "Estão dadas as condições para continuarmos a multiplicar um comércio bilateral que triplicou entre 2002 e 2008, chegando a US$ 9 bilhões. Mais comércio será a resposta à crise internacional. Queremos ultrapassar a barreira dos US$ 10 bilhões, de forma a refletir as dimensões e potencialidades das nossas economias", afirmou. De acordo com o presidente, o potencial de balança comercial entre os dois países pode chegar a US$ 30 bilhões.


G-20


Lula comentou ainda sobre a reunião do G-20, em Toronto, à qual não compareceu para ir a Alagoas e Pernambuco e avaliar os estragos das chuvas nos últimos dias. O presidente disse confiar em um "compromisso do G-20 em tomar as medidas de saneamento das economias europeias" e apostar em "estímulos necessários para garantir uma retomada forte e sustentável do crescimento global."


"A crise internacional reforçou o papel decisivo dos países emergentes e em desenvolvimento. A Itália encontrará no Brasil uma alternativa sólida e segura contra choques futuros. Isso só é possível porque não repetimos os erros do passado", afirmou o presidente.


O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, fez elogios a Lula e à política econômica brasileira. Ressaltou o tratado de cooperação assinado entre os dois países, em 2 de abril, em Washington. E fez uma brincadeira. "Lula tem 62 anos. Ele agora vai descansar necessariamente quatro anos e depois vai poder trabalhar mais oito pelo Brasil. E ainda terá 74 anos." Em seguida, no entanto Lula rechaçou a possibilidade de voltar ao cargo.


Extraído de msn.com.br

O que todos já sabíamos

Como já fora postado aqui anteriormente o presidente Lula andava aparecendo com frequência no cenário mundial, seja mediando questões como a do Irã ou seja fechando acordos com grandes parceiros comerciais; o que causou grande notoriedade não só para o país como também para ele.

Apesar de muitos acharem que o presidente estava metendo as mãos pelos pés ao ser meter na questão nuclear do Irã por exemplo, estava claro que a intenção dele não era somente mediar a questão, mas sim garantir a ele projeção mundial para que o mesmo permanecesse no cenário político mundial, afinal de contas aquele que não é visto não é lembrado.

Com isso, tanto as grandes projeções que o país alcançou na mão do nosso presidente quanto o seu carisma iniciaram uma "campanha" que para o mesmo caiu como uma luva: Assumir o cargo de secretário geral da ONU. E cai como uma luva pelo seguintes fatores: o presidente tem carisma e "se dá bem com todo mundo", o país sempre teve fama de ser amigo de todos e não ter inimigos, o país entrou no cenário mundial nos últimos anos com mais intensidade graças ao presidente e - opinião pessoal - a atuação do atual secretário das Nações Unidas tem sido pífia e isso conta e muito para o presidente.

Não sabemos ainda se será mesmo o cargo de secretário-geral da ONU o cargo pretendido pelo nosso presidente, mas o fato é que o mesmo está preparando direitinho o terreno para poder voltar à presidência do Brasil em 2014...

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu publicamente ontem, pela primeira vez, seu desejo de ocupar algum cargo na área internacional após o término de seu segundo mandato, no dia 1.º de janeiro. Em artigo divulgado pelo site do jornal britânico Financial Times, o mais prestigioso do mundo na área econômica, Lula disse: "Após deixar a Presidência, quero continuar contribuindo para a melhoria da qualidade da vida da população. Ao nível internacional pretendo concentrar minha atenção em iniciativas que beneficiem países da América Latina e do Caribe e o continente africano."


No parágrafo seguinte, ele deixou seu projeto ainda mais explícito: "Quero levar adiante os esforços feitos pelo meu governo no sentido de criar um mundo multilateral e multipolar, livre da fome e da pobreza. Um mundo no qual a paz não seja uma utopia distante, mas uma possibilidade concreta."


O projeto de Lula já foi abordado mais de uma vez pela imprensa, com informações de que estaria pretendendo um cargo na Organização das Nações Unidades (ONU) ou no Banco Mundial. Até agora, no entanto, ele não havia falado diretamente sobre o assunto. O artigo assinado pelo presidente faz parte de um caderno especial sobre o Brasil, que circula hoje com a edição impressa do jornal.


Sob o título "O Novo Brasil", o caderno destaca a estabilidade e o recente crescimento da economia brasileira, comparando o País a um adolescente que cresceu rapidamente, parece confiante e ansioso para deixar suas marcas no cenário internacional, mas ainda enfrenta problemas, como se não estivesse acostumado com sua própria estatura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Extraído de msn.com.br

domingo, 27 de junho de 2010

Para tentar mudar

Após 8 anos de Uribe no poder a Colômbia elegeu seu novo presidente: Juan Manuel Santos.

Ministro da defesa entre 2006-2009 reduziu significativamente a atuação das FARC no país através da morte de pessoas da alta cúpula do grupo. Fato que foi utilizado como trunfo para sua eleição

Contudo, a missão mais difícil que Santos terá pela frente será reatar relações com Equador e Venezuela, rompidas durante a gestão Uribe; além de resolver as questões sociais como o desemprego e a pobreza que são de ordem de urgência no país.


Em um segundo turno caracterizado por ataques guerrilheiros, que causaram a morte de 9 policiais, além de um atentado de grupos armados, Juan Manuel Santos foi eleito o novo presidente da Colômbia. Santos recebe um país mais seguro do que aquele que governou Álvaro Uribe, mas com um alto índice de desemprego e de pobreza, segundo pesquisas e analistas entrevistados pelo Opera Mundi.

Segundo a última pesquisa do instituto privado Gallup, 42% acreditam que o principal problema que o governo deverá enfrentar são de caráter social: desemprego e pobreza, antes de tudo. Segundo um documento divulgado pela Missão de Emprego, Desigualdade e Pobreza na Colômbia, 45,5% dos colombianos vivem na pobreza e 16,4% na pobreza extrema.

O Dane (Departamento Administrativo Nacional de Estatística), vinculado ao governo, confirma este resultado: em abril, a taxa de desemprego chegou a 12,2%, o que significa que quase 2,7 milhões de pessoas estão sem trabalho, sem contar os milhões de trabalhadores informais.

Durante a campanha, Santos se comprometeu a criar mais de 2,5 milhões de empregos e formalizar outro milhão. Seu discurso de luta contra a pobreza, segundo o próprio, baseia-se em continuar com a política de subsídios, como por exemplo, o programa Famílias em ação. Criado durante o governo do presidente Andrés Pastrana (1998-2002), é o maior programa social da Colômbia, atendendo 2,5 milhões de famílias que recebem de 30 mil a 100 mil pesos colombianos (o equivalente a 27 e 92 reais) . Em sua avaliação, esta é a única maneira de reduzir a pobreza.

Outros temas - Além dos problemas sociais, a relação da Colômbia com os países vizinhos também deve ser um aspecto importante na gestão Santos, já que foi durante o governo Uribe que as relações diplomáticas com o Equador foram rompidas. Para manifestar apoio a Quito, a Venezuela tirou o embaixador colombiano do país. Além disso, a postura do país foi criticada no ano passado, quando assinou um acordo permitindo bases militares norte-americanas em território colombiano.

Para o professor Carlos Alfonso Velásquez, da Universidade de Sabana, as relações internacionais serão um ponto chave para o novo presidente: “a principal mudança estará no estilo, pois o humor de Santos é diferente do de Uribe. Apesar de desentendimentos anteriores, não há ainda um horizonte delimitado: oito anos deixam muitas feridas abertas. E este é um ponto chave para Santos”.

Já o analista Pedro Medellin acredita que o foco está nos direitos humanos e nos conflitos: “creio que seja muito importante a possibilidade de diálogo do vice de Santos, Angelino Garzon, que, por sua trajetória, indica a possibilidade de ter um bom relacionamento com organizações defensoras de direitos humanos. Além disso, poderia até chegar a negociar acordos de paz com grupos armados”.

A fragilização das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), justamente na época em que Santos comandava o Ministério da Defesa (2006-2009), tem sido divulgada como um dos méritos do candidato. Durante esta gestão, foi desarticulada parte da alta cúpula do grupo armado, com a morte dos líderes Raúl Reys, Iván Ríos e Tomás Molina Caracas. Ontem, antes de o resultado ser divulgado, um comandante das Farc afirmou que a guerrilha não irá dialogar com o futuro governo, segundo a agência Ansa.

Santos, que tem maioria no Senado e no Congresso, recebeu com 69% dos votos, enquanto o rival Antanas Mockus, do Partido Verde, ficou com 27,5%. Em relação ao primeiro turno, os dois ganharam votos: Mockus obteve (3.588.819 votos), ou seja, quase 450 mil votos a mais. Santos, de 6,7 milhões, subiu para 9 milhões – o presidente mais votado da história do país.

Para Miguel Antonio Galves, diretor do Instituto de pensamento étnico, social e político, acredita que: “Juan Manuel Santos, mais que representar o ideário do projeto uribista, conseguiu uma unidade da “classe política”, ao contar com o apoio dos partidos Conservador, de la U, de Integração Nacional, Cambio Radical e do Partido Liberal. Mockus também sai ganhando, todos os votos que recebeu, ganha uma independência e representará o centro político [no novo governo]”.

Nem todos avaliam as alianças de Santos para se eleger com otimismo. Para a analista política Laura Gil, o apoio de partidos como Cambio Radical pode desagradar a ala mais radical do uribista Partido de la U.

“Se utilizar esse apoio para tentar independência política, poderemos passar de um governo de uma elite agrária, que tem vínculos com o paramilitarismo, a uma elite tecnocrata, neoliberal e urbana”. Para Laura, seu governo terá que “tapar, tapar e tapar” as brechas deixadas ao longo dos 8 anos de gestão Uribe.

Apesar do número recorde de votos, a pesquisadora Claudia Dangon, da Faculdade de Ciências Políticas da Universidade Javeriana acredita que “55% dos colombianos não elegeram Santos”.

“Não é um problema de legitimidade, mas deixa para trás a democracia colombiana. A oposição também poderá utilizar este tema por muito tempo”, afirmou.

Claudia se referiu ao alto índice de abstenção – que alcançou 55%. Na Colômbia, este número é tradicionalmente alto, mas neste ano, acredita-se que os jogos da Copa do Mundo contribuíram para que os colombianos não fossem votar.

Após oito anos de Álvaro Uribe no governo, Santos assume o cargo, no dia 7 de agosto deste ano de 2010.
Extraído de cartacapital.com.br

Mudança de roupagem

Tido como o maior vilão na emissão de gases estufa nos últimos anos a pecuária vem procurando mudar a sua roupagem de vilão e aderir a pecuária sustentável.

A sua fama de vilã se fez notadamente pela derrubada de florestas para a implantação da da prática pecuarista, no Brasil afetou e ainda afeta biomas como o cerrado, a mata atlântica e a amazônia, além da produção de gás metano pelo animais; o que vem contribuindo para o aumento da emissão dos gases estufa.

Outro problema que também conferiu o status de vilã a pecuária diz respeito a chamada "exportação virtual" que no caso da pecuária se configura por toda a água que é gasta para produzir a carne, estima-se que são 1000L/Kg, e essa perda de água não vai para o preço final do produto. Acarretando em um duplo prejuízo para quem produz a carne, pois se desperdiça água - que é o mais importante - e se perde dinheiro.

Assim, tentando mudar essa roupagem de vilão, os pecuaristas estão tentado encontrar formas de praticar uma pecuária sustentável, sem agredir ao meio-ambiente. Espero que consigam...



Maior “vilã” do clima, a pecuária busca maneiras de crescer sem desmatar e com menos emissão de gases que causam o efeito estufa
O maior rebanho bovino comercial do planeta procura um divã. Desta vez, a crise de identidade da indústria brasileira da carne não tem a ver com problemas de caixa. As vacas, por sinal, nunca andaram tão gordinhas. Como peça-chave da cadeia internacional, espera-se que o negócio como um todo, destaque para os frigoríficos e suas tacadas bilionárias, mantenha a trajetória de crescimento acelerado da última década e alcance novos recordes, mais de 205 milhões de cabeças e faturamento de 250 bilhões de reais. De janeiro a maio, as exportações cresceram 38% em relação ao mesmo período de 2009 e alcançaram 2 bilhões de dólares.

O que incomoda os pecuaristas brasileiros é a imagem que o mundo faz deles – cada vez pior à medida que os negócios prosperam. Não se conformam com as críticas pesadas de ambientalistas, autoridades da saúde, procuradores de Justiça, grupos vegetarianos e até mesmo de outros produtores rurais, que os consideram a parte mais retrógrada do agronegócio. São acusados de desmatar a Amazônia e o Cerrado, contribuindo decisivamente para as mudanças climáticas globais, consumir água em excesso, poluir os rios, contaminar as áreas de pastagens, lavagem de dinheiro e de fazerem mal à saúde. Procuram um meio de serem vistos como empreendedores responsáveis, capazes de gerar quase 10% da riqueza nacional, dólares para a balança comercial e empregos nos confins do território brasileiro.

Nesse jogo, os pecuaristas saem em franca desvantagem. Segundo um estudo da respeitada FAO, braço da ONU para agricultura e alimentação, a pecuária mundial é a principal responsável pelas mudanças climáticas. As fazendas de gado responderiam por 18% das emissões de gases de efeito estufa, especialmente por causa do metano gerado no processo digestivo dos animais, mas também pela derrubada de florestas, argumento particularmente válido no caso brasileiro. O índice é superior ao dos transportes (responsável por 11% das emissões, segundo a ONU), até então o maior vilão do clima. A FAO sugere a criação de uma taxa sobre a carne para desestimular o consumo.

Diante desse cenário, os ambientalistas mostraram as suas garras. “Se vocês querem salvar o planeta, deixem de comer carne”, afirma lorde Nicholas Stern, responsável por um amplo estudo a respeito do custo econômico das mudanças climáticas encomendado pelo governo do Reino Unido. O relatório da FAO serviu de mote para ONGs mundo afora, hoje à frente do movimento “Segunda-Feira sem Carne”, apoiado por celebridades “verdes” como Paul McCartney, Yoko Ono e o ex-vice-presidente dos EUA Al Gore, mas também por redes de restaurantes e chefs famosos.

No Brasil, a bandeira foi levantada pela Sociedade Vegetariana Brasileira e pela Prefeitura de São Paulo, que, juntos, lançaram recentemente a versão brasileira do movimento. Em reação, a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne procura divulgar a sua campanha particular, “Segunda-Feira é Dia de Churrasco”.

“A pecuária foi o principal fator da destruição de biomas importantes do Brasil, como a Mata Atlântica e o Cerrado, às vezes em parceria com o etanol. Na Amazônia é pior, inclusive porque uma parcela importante da soja produzida em áreas desmatadas tem como finalidade alimentar o gado”, diz a socióloga Marly Wenckler, presidente da Sociedade Brasileira Vegetariana, hoje com 1,5 mil sócios. “Além de fazer mal à saúde, o consumo excessivo de carne está prejudicando a qualidade das águas doces, já que a maior parcela dos dejetos animais vai parar nos rios. Estamos exportando água de qualidade, um bem cada vez mais escasso, na forma de carne.” Além do consumido diretamente pelos animais, os especialistas incluem no cálculo a água utilizada para irrigar plantações de componentes das rações para gado.

Por essas e outras, o peso da pecuária na emissão de gases de efeito estufa chega a 50% do total emitido pelo País, segundo cálculo do governo federal apresentado na tentativa (fracassada) de acordo internacional para enfrentar as mudanças climáticas, em Copenhague. O cálculo estima que a pecuária é responsável por 75% do desmatamento na região amazônica e de 56% no Cerrado. Paralelamente, o Ministério Público Federal iniciou uma campanha para combater o gado ilegal e apertou a fiscalização em algumas regiões críticas do País, como Mato Grosso, Rondônia e Pará.

Em março, os pecuaristas saíram da corda, ao menos em âmbito internacional. A ONU reconheceu que a participação da pecuária no total de emissões foi superestimada. O cálculo da pecuária foi “vertical”, ou seja, somou as emissões de todas as etapas da cadeia produtiva. No caso do transporte, a metodologia limitou-se às emissões da queima de combustível.

Ainda que a realidade seja cruel, é preciso registrar que uma parcela dos pecuaristas procura alternativas. Na Feicorte, a maior feira indoor de pecuária do mundo, ocorrida entre 15 e 19 de junho em São Paulo, pela primeira vez foi criado um espaço de debates em torno da “pecuária sustentável” – como a indicar que dali para fora o que reinava era o contrário disso. À frente da iniciativa uma parceria entre a ONG WWF, a Associação Brasileira de Pecuária Orgânica e o frigorífico JBS Friboi, a maior empresa do setor no mundo, com faturamento anual de 30 bilhões de dólares.

“Não podemos vestir essa carapuça porque ela não é nossa”, disse a uma plateia de pecuaristas o produtor sul-mato-grossense Leonardo Leite de Barros, presidente da ABPO, numa referência à figura de “vilão ambiental” que persegue o setor. “A nossa imagem é péssima junto ao consumidor, mas nenhum setor pode ser considerado responsável isoladamente.” Barros avalia que o “motor da mudança” virá dos consumidores, cada vez mais atentos às questões ambientais.

Em parceria com a ABPO, a WWF e o IBD Certificações levam adiante um projeto piloto de certificação das propriedades rurais, com apoio do JBS, que lançou uma linha “orgânica” e paga um prêmio a mais pela carne. “Com a certificação, garantimos que as propriedades cumprem a legislação ambiental, não utilizam ureia, agroquímicos e antibióticos alopáticos, todos com potencial para degradar o solo e as águas”, diz Ivens Domingos, analista da WWF. “É preciso reconhecer o problema. Mas também é preciso mostrar que existem tecnologias e meios para buscar soluções, em vez de simplesmente criminalizar o setor.”

À frente da Secretaria de Agricultura de São Paulo, João de Almeida Sampaio Filho, ele mesmo pecuarista, conta com o Instituto de Zootecnia, ligado à secretaria, para pesquisar as emissões de metano do gado – na Feicorte, uma vaca ostentava o aparato de pesquisa e chamava a atenção dos visitantes. Entre as alternativas, a modificação da alimentação do gado, de modo a produzir menos gases, incluindo, por exemplo, o própolis na ração animal.

“Como em qualquer atividade, existem pecuaristas que não cumprem as regras do jogo. Mas a imensa maioria dos pecuaristas, que é formada por pequenos produtores, está buscando permanentemente se adequar e fazer uma pecuária sustentável. Hoje o pecuarista que souber fazer as contas vai perceber que é mais interessante recuperar uma área aberta do que desmatar. Claro que alguns pecuaristas estão desmatando, mas são exceção.”

O melhoramento genético e a gestão eficiente da propriedade, que permitam acelerar o ganho de peso e aumentar a produtividade (com mais animais por hectare por meio de confinamento ou semiconfinamento), também são apontados como meios de mitigar os impactos ambientais.

Extraído de cartacapital.com.br

Tragédia no Nordeste

As chuvas e consequentemente as enchentes na região nordeste do país de causado danos intensos principalmente nos Estados de Alagoas e Pernambuco.

O número de vítimas é alarmante além da quantidade de construções que foram abaladas ou simplesmente não resistiram a força das enchentes.

Muitos atribuem as chuvas e enchentes a zona de convergência intertropical (ZCIT) que influencia no regime de chuvas na região

ZCIT

Contudo, só a ZCIT não explica as enchentes. Outro fato que também tem importante relevância na causa das enchentes é a derrubada da floresta para agricultura, principalmente para o cultivo de cana-de-açúcar; com a derrubada da floresta o escoamento superficial aumenta e o solo satura com muito mais facilidade, o que aumenta a possibilidade de enchentes com a ocorrência de chuvas.

Independentemente desta tragédia fica também marcado neste episódio a solidariedade do povo brasileiro. Milhares de toneladas de alimentos já foram doadas por diversos Estados do país.


Governo disponibiliza R$ 550 milhões para Alagoas e Pernambuco. Prefeitura de São Paulo está recebendo doações. Lula visita a região

Os dados da tragédia em Alagoas e em Pernambuco são alarmantes. No último boletim divulgado pela Defesa Civil, o número de mortos subiu de 34 para 45, de ontem para hoje, nos dois Estados. Somente em Pernambuco, 11.407 casas foram destruídas, mais de 2 mil quilômetros de estradas e 79 pontes ficaram comprometidas. O número de desabrigados já passa de 80 mil pessoas.

A polícia militar e os homens do Corpo de Bombeiros estão mobilizados no resgate e socorro de vítimas. Além desse trabalho, os batalhões da PM de Alagoas estão funcionando como postos de arrecadação de alimentos, água e roupas. Os donativos estão sendo entregues nos locais da tragédia por meio de helicóptero pela Defesa Civil e pelo Batalhão da Polícia Ambiental do Estado. Em alguns locais, o acesso está sendo feito de lancha.

Muitos trabalhadores voluntários têm se revezado para abastecer caminhões de alimentos, organizar mantimentos e tudo o que chega de doação. Mas a reportagem do Diário de Pernambuco, publicada hoje, diz que sobra solidariedade e falta logística nos postos de arrecadação. No maior deles, localizado no quartel da Polícia Militar no bairro Derby, em Recife, as doações cobrem boa parte da calçada. O tenente-coronel Alcides Romão Filho, coordenador da operação no Derby, declarou que estão precisando de voluntários porque boa parte do efetivo da PM está nas áreas críticas do Estado.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou com sua comitiva em União dos Palmares, Zona da Mata do Sul de Pernambuco, por volta das 11 da manhã de hoje. Ele foi acompanhado dos ministros da Saúde, José Gomes Temporão; da Educação, Fernando Haddad; das Cidades, Márcio Fortes; do Planejamento, Paulo Bernardo; da Casa Civil, Erenice Guerra; o governador de Pernambuco, Eduardo Campos e o de Alagoas, Teotônio Vilela Filho.

Depois de participar de uma reunião a portas fechadas na Autarquia Educacional da Mata Sul, onde foram apresentados os danos sofridos pela região, Lula percorreu algumas ruas do município e prometeu ajudar os moradores. Após esse encontro, o presidente seguiu para Maceió.

Ainda segundo reportagem do jornal Diário de Pernambuco, o ministro da Educação se comprometeu em recuperar todas as escolas, creches destruídas e reconstruir novas unidades de ensino. De acordo com o deputado Paulo Rubem Santiago, o governo federal disponibilizou R$ 550 milhões nas contas bancárias dos Estados de Pernambuco e Alagoas, destinados à reconstrução dos municípios destruídos. Cerca de R$ 25 milhões, desse montante, serão destinados à área da saúde, para colocar em dia a vacinação da população contra o tétano e para o tratamento de doentes com leptospirose.

Mobilização paulista – A Prefeitura da Cidade de São Paulo, por intermédio da Defesa Civil, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Segurança Urbana, está recebendo doações para as vítimas das enchentes dos estados do Nordeste, especialmente de Pernambuco e Alagoas. A população pode contribuir com materiais de higiene pessoal (sabonete, creme dental, escova de dente, entre outros), além de alimentos não-perecíveis, preferencialmente prontos para o consumo (alimentos enlatados, barras de cereais, cesta básica, leite longa vida, achocolatados) e roupas de cama como: lençóis, fronhas e toalhas de banho.

A Defesa Civil solicita às empresas aéreas e rodoviárias auxílio para transportar os donativos até Pernambuco e Alagoas.

Os interessados em atuar como voluntários e ajudar na triagem e empacotamento das doações podem se dirigir a sede da Defesa Civil da Cidade de São Paulo. Para isso, é preciso se alistar, levando um  documento de identificação e ficar disponível um turno por dia.

As doações serão recebidas diretamente na sede da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (COMDEC), localizada na Rua Afonso Pena – 130, durante 24 horas (todos os dias da semana).

Para mais informações, entre em contato com a DEFESA CIVIL pelo telefone (11) 3313-5726.

Extraído de cartacapital.com.br

sábado, 26 de junho de 2010

Mais trapalhada...

Como se já não bastasse causar o maior acidente ambiental da história dos EUA, um novo incidente consegue piorar ainda mais a situação...

É brincadeira...

HOUSTON/WASHINGTON (Reuters) - Uma grande quantidade de petróleo continuava vazando da poço da BP no Golfo do México nesta quarta-feira, após a suspensão dos trabalhos para conter o pior derramamento de petróleo da história dos Estados Unidos devido a um acidente com um robô submarino.


Embora a gigante de energia tenha tido dificuldade para retomar suas operações de coleta de petróleo, o governo norte-americano afirmou que irá impor uma proibição mais flexível sobre a exploração de petróleo em águas profundas, um dia após a primeira moratória ter sido anulada por um juiz federal que a considerou muito genérica.


O secretário do Interior dos EUA, Ken Salazar, também afirmou que investigações preliminares mostraram que houve "conduta negligente" nos dias anteriores à explosão de 20 de abril no poço de petróleo da BP no Golfo do México.


Outro problema para a companhia britânica é a ameaça de processo de um investidor, o fundo de pensões do Estado de Nova York, devido à queda no preço das ações da BP desde que a crise começou há mais de dois meses.


Após conseguir retirar um volume recorde de petróleo do poço onde ocorreu a explosão na terça-feira, os trabalhos para conter o vazamento foram suspensos após um robô submarino se chocar contra o sistema de contenção que está levando o petróleo vazado a um navio na superfície.


O Almirante da Guarda Costeira dos EUA, Thad Allen, porta-voz do governo do presidente Barack Obama para assuntos relacionados ao vazamento, disse a jornalistas que o sistema de contenção pode voltar a funcionar ainda nesta quarta-feira, após passar por testes de segurança.


Ele afirmou que o fluxo de petróleo saindo do poço está sendo vigiado e parte do óleo está sendo queimado na superfície.


O sistema de contenção foi instalado em 3 de junho e chegou a coletar 16.600 barris de petróleo na terça-feira, segundo informou a BP. Um sistema de queima de petróleo que conteve 10.500 barris de petróleo continua operando normalmente. Uma equipe de cientistas norte-americanos estima que o vazamento esteja jogando entre 35 mil e 60 mil barris de petróleo no mar por dia.


A mancha de petróleo sobre o Golfo do México causou o fechamento de diversos locais de pesca, além de ter matado centenas de milhares de tartarugas e pássaros e dezenas de golfinhos. O petróleo também atingiu a costa de quatro Estados norte-americanos.


O desastre levou o governo Obama a determinar a proibição da exploração de petróleo em águas profundas por seis meses, enquanto busca melhorar as medidas de segurança de outras plataformas do Golfo do México.


Salazar afirmou durante audiência no Congresso dos EUA, em Washington, que irá impor a proibição novamente, após ter sido anulada por um juiz por ser muito abrangente, desta vez incluindo mais detalhes. Salazar sugeriu que a nova versão pode permitir a exploração em áreas de águas profundas de baixo risco.


Extraído de msn.com.br

Mais um capítulo sobre Belo Monte

A polêmica construção da usina de Belo Monte ganha mais um capítulo...

Depois do protesto de estudantes contra a construção da usina o presidente Lula veio a público dizer que os protestos são infundados pois os motivos pelos quais os estudantes rejeitam Belo Monte não vão acontecer de fato com a construção da usina...

Pois é... Mesmo que não ocorram é necessário dizer que a usina está sendo construída para abastecer as indústrias da região Sudeste do país além de ser um reforço para as olimpíadas e a Copa do Mundo e não para atender a população local que ficará com o ônus e não o bônus da construção da hidrelétrica...

Isso sem falar nos problemas de praxe como assoreamento dos rios, deslocamento de população ribeirinha, perda de biodiversidade, alagamento de grande áreas...

Em rápida passagem por Altamira (PA) para o ato em apoio à construção da usina de Belo Monte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a hidrelétrica é essencial para que a região deixe de ser apenas exportadora de minério de ferro e passe a exportar produtos de valor agregado. Ele dedicou a maior parte do discurso de 8 minutos a críticas contra cerca de 20 manifestantes - a maioria estudantes - que estavam no Estádio Municipal do Bandeirão, protestando contra a usina.




"Quando tinha a idade deles, eu ia para o Paraná protestar contra a usina de Itaipu", lembrou. "Diziam que ia inundar a Argentina. Os contrários, como esses meninos, por falta de informação, diziam que o Lago de Itaipu ia provocar terremoto. É por essas fantasias construídas que a gente não deve ter medo de debate", afirmou o presidente, acrescentando que o Estado do Pará e o Xingu não podem prescindir de Belo Monte.




O presidente informou ainda que serão destinados R$ 4 bilhões para programas sociais nas regiões próximas da usina. Sem citar o nome do cineasta americano James Cameron, Lula criticou sua vinda ao Brasil para protestar contra a hidrelétrica. "Os manifestantes certamente ficaram encantados com o americano que veio aqui. Deveriam ir lá no Golfo do México para retirar o petróleo", afirmou o presidente, referindo-se ao vazamento da British Petroleum (BP) na área.




No Estádio Bandeirão estavam reunidas de 8 mil a 10 mil pessoas, um número abaixo da expectativa do governo do Estado, que pretendia reunir 20 mil. Do lado de fora, cerca de 100 manifestantes fizeram passeata de protesto contra a usina.




O evento contou com a presença da governadora do Pará, Ana Julia (PT), que foi vaiada, ministros e 11 prefeitos das cidades que serão beneficiadas pela usina. Entre as autoridades, a prefeita de Altamira, Odileida Maria Sampaio, que é do PSDB, entregou ao presidente a Medalha da Ordem de Mérito do Xingu.


Extraído de msn.com.br

Resquícios da crise... Ainda...

É... parece que a crise de 2008 ainda deixa seus traços pelo mundo, a Grécia que o diga. O assunto ainda ronda as discussões do cenário mundial e a recuperação das nações após a crise tem virado pauta de muitas discussões atualmente. É ainda um fantasma que assombrará por muito tempo os países do globo...

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enviou ontem uma carta aos outros líderes do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), em que ele enfatiza a necessidade de reforçar a recuperação global e deixa em segundo plano o problema do endividamento dos governos. "Nossa maior prioridade é consolidar a recuperação", escreveu Obama aos líderes que se reúnem entre os dias 24 e 26 em Toronto, no Canadá. "Precisamos reafirmar nossa unidade para implementar as políticas que mantêm o crescimento econômico robusto", escreveu. Segundo Obama, a disciplina fiscal é uma meta de médio prazo, enquanto consolidar a recuperação é mais urgente. O presidente americano ressalta que, caso a recuperação dê sinais de fragilidade, será necessário adotar mais medidas de estímulo.


Trata-se de uma resposta às pressões domésticas e de alguns países europeus para se iniciar o quanto antes a redução dos déficits orçamentários. Dentro dos EUA, a Casa Branca insiste que não está na hora de pôr o pé no freio e tenta aprovar no Congresso uma lei que prolonga benefícios de desemprego, mas os defensores de austeridade fiscal resistem.


Na Europa, a crise de endividamento da Grécia, Espanha e Portugal está assustando vários governos. França, Alemanha e Inglaterra já começaram a cortar gastos do governo. O Fundo Monetário Internacional (FMI) já afirmou que é necessário cortar despesas do governo nos países com crise de endividamento, mas a austeridade em nações como Alemanha e França pode abortar a recuperação no continente. "Precisamos nos comprometer com ajustes fiscais que estabilizem as taxas dívida-PIB em níveis apropriados a médio prazo", admite o presidente americano na carta. Mas Obama aponta para o risco de um aperto fiscal precipitado abortar a recuperação. "Precisamos aprender com os erros do passado , quando os estímulos foram retirados cedo demais e isso levou a nova recessão." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Extraído de msn.com.br

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Guerra a quem ?

Bush ao declarar guerra a um inimigo "invisível" - o terrorismo -  se viu derrotado justamente pelo inimigo não ter rosto e nem corpo.

Ao que tudo indica o presidente do México, ao declarar guerra as drogas, vai pelo mesmo caminho...

Um inimigo desse não se vence com armas, mas sim com educação e saúde de qualidade, emprego, moradia, enfim, condições dignas de sobrevivência.

O presidente Felipe Calderon, -- empossado em 2006 --, está cada vez mais sozinho na deflagrada “guerra às drogas” contra os cartéis mexicanos.

Logo no primeiro dia de mandato presidencial, --e em busca de um fato capaz de fazer esquecer a suspeita de fraude nas eleições em que o favorito Andrez López Obrador foi proclamado derrotado--, Calderon colocou as forças de ordem e o Exército mexicano na “guerra às drogas”.

O aporte financeiro veio de W.Bush, com o Plan Mérida, uma adaptação ao México do igualmente falido Plan Colombia.

Para W.Bush a justificativa apresentada para a parceria era de que 90% da cocaína ofertada nos EUA ingressava pela fronteira do México. Só esquecia W.Bush de dizer que as potentes armas (90%) e as munições (100%) na posse dos cartéis mexicanos tinham sido adquiridas nos EUA e ingressaram pela mesma fronteira de passagem da cocaína.

O grande incentivador de Calderon já deixou a Casa Branca e retornou para o Texas. Deve estar a lamber as feridas, pois 70% das vítimas fatais dessa “war on drugs” são de civis inocentes, ou seja, sem qualquer ligação com os cartéis e com o tráfico de drogas proibidas. Um levantamento de agosto de 2009, ou melhor, o balanço do último ano e meio de ‘war on drugs’, apontava para 8 mil mortes.

Barack Obama já declarou não concordar com a política de guerra às drogas e cortou verbas. Calderon, sem sucesso, foi passar o pires no Japão.

Calderon, quando iniciou a “guerra às drogas” contra os cartéis, que antes de assumir o poder responsabilizava pela escalada da violência, chegou a obter o apoio de 70% da população e, segundo analistas, conseguiu, com isso, legitimar-se na presidência.

Hoje, a sociedade civil mexicana percebe que a violência cresceu em progressão geométrica com a “guerra às drogas” de Calderon. Sim, de Calderon, diz a população. Fica claro, assim, que a “war on drugs” é de Calderon e não dela.

Nos últimos seis dias, o México contou 200 mortos em decorrência da “guerra às drogas”, uma aventura de Calderon. Para se ter idéia, os cartéis atacam por ocasião de sepultamentos em cemitérios. Desconfiados de delações, os chefes dos cartéis mandam os seus soldados matarem suspeitos em clínicas de tratamento de toxicodependentes. Para difundir o medo, cortam cabeças e as jogam pelas estradas.

Ontem, na Ciudad Juarez (fronteira com os EUA), duas mulheres e quatro homens foram executados numa clínica de tratamento de dependentes de drogas. Cerca de 15 membros do cartel de Juarez invadiram a clínica e executaram as vítimas que suspeitavam de delações.

Depois desse trágico episódio, Calderon, sem apoio popular, falou à imprensa: - “Essa não é apenas uma batalha do presidente mas de todos os mexicanos. E também de todos os que têm responsabilidade pública”.

A respeito, até as múmias do magnífico Museu Antropológico da cidade do México, balançaram negativamente a cabeça depois da fala de Calderon.

Em resumo: a “war on drugs” de Calderon e Bush está, desde 2006, sendo vencida pelos cartéis.

Extraído de cartacapital.com.br

Como se já não bastasse no seu próprio território

O vazamento ocorrido em Abril por conta do afundamento de uma plataforma nos EUA já vem sendo notícia há bastante tempo. O desastre tomou proporções catastróficas, já é o maior da história dos EUA, e agora o vazamento pode atingir até mesmo Cuba.

O óleo derramado na costa americana pode "viajar" pela corrente do golfo - figura abaixo - e assim prejudicar a costa cubana.

A Venezuela já se prontificou a ajudar o governo cubano caso o óleo realmente chegue a costa cubana. Cabe lembrar que Cuba tem no turismo de suas praias uma de suas maiores receitas e a chegada da mancha de óleo as praias cubanas pode afetar sensívelmente o turismo no país, bem como o seu ecossistema.



corrente do golfo



A 58 dias da explosão da plataforma Deepwater Horizon, no Golfo do México, Cuba começou a se preparar para lidar com a eventual chegada de petróleo nas costas da ilha, como consequência do acidente ambiental. O vazamento, considerado o pior da história dos EUA, acontece desde o dia 20 de abril e não tem previsão para ser solucionado.


"Nós estamos nos preparando para fazer tudo o que estiver a nosso alcance e, evidentemente, aceitaremos apoio daqueles que têm mais experiência com isso. Não há outra solução”, disse o vice-ministro de Defesa cubano, general Ramón Espinosa, citado pela agência de notícias venezuelana ABN (Agência Bolivariana de Notícias).

Até agora, as populações afetadas são da Luisiana, do Mississípi, do Alabama e da Flórida (estados que têm litoral no golfo). Mas projeções da Guarda Costeira dos EUA consideram inevitável que as correntes do golfo levem petróleo para a ilha. A costa cubana fica a 145 quilômetros da Flórida e, atualmente, as manchas de petróleo estão a 160 quilômetros ao noroeste do país. Diariamente, cerca de 800 mil litros de petróleo vazam do Golfo do México.

As praias de Cuba são uma das principais atrações turísticas do país, além de serem habitat de vários animais, alguns ameaçados de extinção.

"Seria uma desgraça para Cuba, mas estamos nos preparando”, disse o vice-ministro, durante VIII Congresso Internacional sobre Desastres, que acontece entre esta terça (15/6) e sexta-feira (18/6) em Havana, do qual participam 350 delegados de 37 países.

Algumas das medidas de prevenção empregadas por Cuba serão a vigilância da costa e treinamento para a população que vive em regiões que podem ser afetadas, disse o chefe de Defesa Civil de Cuba, general Ramón Pardo, segundo a agência de notícias cubana Prensa Latina.

Experiência
De acordo com Espinosa, Cuba precisa de mais experiência para enfrentar o derramamento de petróleo e contará com apoio da Venezuela. No passado, o país caribenho recolheu pequenas manchas de petróleo causadas por navios que estavam perto de sua costa.

O chefe de Defesa Civil de Cuba afirmou que as equipes de especialistas venezuelanos já estão indo a Cuba para ajudar no processo de preparação.

"Os venezuelanos são especialistas, estão há 100 anos explorando petróleo. Nós não temos tanto e, seguramente, temos que aproveitar essa experiência”, disse.

Monitoramento
Ainda não há operações de exploração de petróleo no litoral de Cuba. A empresa espanhola Repsol YPF tem previsão de começar as perfurações entre o final de 2010 e o início de 2011.

Segundo a agência de notícias espanhola Efe, os governos de Havana e Washington estão em contato, por meio da Seção de Interesse dos EUA em Havana, para monitorar o avanço do vazamento.



Extraído de cartacapital.com.br

Ainda há muito o que melhorar

Apesar de termos melhorado em certos aspectos nos últimos anos, como aumento na oferta de empregos e nas condições de vida da população, há ainda muito o que ser feito.

A histórica concentração de renda em nosso país ainda não reduziu, pelo contrário aumentou, o país ainda tem milhares de analfabetos, a saúde e a educação ainda são uma vergonha...

De fato ainda há muito a ser feito, mas pelo menos já começamos a sentir algumas diferenças... Cabe a nós, povo brasileiro, não se contentar apenas com essas rasas, mas importantes, mudanças e sim continuarmos a lutar por uma sociedade mais igualitária.


A sociedade brasileira é uma das mais injustas e desiguais do planeta. Em termos estatísticos perdemos para poucos. Somos um povo trabalhador. Produzimos muitas riquezas. No período de 1930-1980, fomos a economia que mais cresceu, em média. Vivemos num território que, provavelmente, seja o mais pródigo em riquezas naturais do mundo. Temos todos os climas e biomas. Estamos construindo uma civilização caracterizada pela mescla de culturas e povos originários da Ásia, Europa e África, com os nativos deste território. Não há sociedade similar que tenha se constituído com tamanha diversidade.

Como diz a piada sobre a criação do universo, até os anjos reclamaram dos privilégios que teríamos recebido. Aos quais, Deus teria justificado que, em troca teríamos os piores governos do planeta... E parece que os desígnios divinos se realizaram, porque nesses 500 anos de Brasil foram raros os períodos de democracia e de governos comprometidos com os interesses da população.
E com tantas riquezas naturais e um povo tão batalhador nossa sociedade ainda sofre muitas mazelas inaceitáveis.

Nada justifica a elevada concentração da riqueza, da propriedade dos bens e da renda, que beneficiam apenas os 10% mais ricos. E essa concentração de renda e riqueza continua crescendo, como parte da lógica perversa do sistema econômico. O governo Lula contribuiu para distribuir melhor a renda entre os que vivem do trabalho. Mas, na distribuição da riqueza total produzida na sociedade, o capital aumenta a cada dia sua parcela em detrimento dos rendimentos do trabalho, que nunca estiveram tão baixos, como agora. Melhoramos muito as oportunidades de emprego, em relação ao período neoliberal, mas ainda apenas 50% dos trabalhadores têm carteira assinada e seus direitos sociais e previdenciários garantidos.

Nossa economia é cada vez mais dependente do exterior e do capital financeiro. O Estado brasileiro transformou-se no acumulador da poupança nacional e repassa todos os anos mais de 250 bilhões de reais (25% de toda a receita) na forma de juros ao sistema financeiro, com as inaceitáveis teses de superávit primário, que nenhum país desenvolvido pratica. O povão compra tudo a prestação, iludindo-se com um poder de compra sem renda suficiente e paga duas vezes. Uma para a loja e outra para o sistema financeiro, com as maiores taxas de juro do mundo, que em media chegam a 48% ao ano. O capital estrangeiro vem aqui nos explorar e reenvia seus lucros livremente.

Temos uma dependência tecnológica. Investimos uma ninharia em pesquisa e tecnologia. O capital internacional controla nossas riquezas naturais: minérios (basta saber que 52% dos acionistas da poderosa Vale, agora moram no exterior), água, hidrelétricas, petróleo (ao redor de 30% dos acionistas da Petrobras são estrangeiros) e ultimamente até o setor sucroalcooleiro se desnacionalizou, em 33%, em apenas três anos.

É mais importante, até por administrar maior volume de recursos, hoje, ser presidente da espanhola Telefónica do que ser prefeito da cidade de São Paulo. Nossa burguesia, como advertira o saudoso Florestan Fernandes, abandonou há tempos a proposta de um projeto de desenvolvimento nacional, mesmo capitalista. É uma lúmpen-burguesia, que se contenta em superexplorar seu povo para repartir as taxas do lucro com o capital internacional. Agora cada vez mais controlado pelo capital financeiro e pelas grandes corporações globalizadas.

Os índices de concentração da propriedade da terra, um bem da natureza que deveria estar a serviço de todos, nunca estiveram tão concentrados. O último Censo Agropecuário do IBGE revelou que a concentração fundiária em 2006 é maior do que em 1920, quando havíamos recém-saído da escravidão e que se praticava quase um monopólio da propriedade da terra. A produção agrícola está cada vez mais baseada na monocultura, no uso intensivo de venenos e na expulsão da mão de obra do campo. Nos transformamos no maior consumidor mundial de venenos agrícolas, que destroem a natureza, desequilibram o meio ambiente e contaminam os alimentos que todos comemos.

As grandes cidades se transformaram em conglomerados humanos, onde os problemas só aumentam em termos de transporte público, habitação e meio ambiente. Temos um déficit de mais de 10 milhões de moradias. Ou seja, temos 10 milhões de famílias (!!!) que vivem em condições subumanas, insalubres, ainda penduradas em morros e mangues, como denunciava nosso querido Lupicinio Rodrigues. Por causa disso, somos, talvez, um dos poucos países onde se morre “de chuva!” E não é por falta de cimento, areia, tijolo ou pedreiros. O programa Minha Casa Minha Vida, que previa a construção de 1 milhão de moradias, esgotou as inscrições em apenas uma semana.

O transporte público é uma vergonha. E a imprensa, porta-voz dos interesses das empresas automobilísticas, orgulha-se dos recordes de vendas. A média de tempo perdido para ir ao trabalho aumenta a cada dia, em condições cada vez piores. Com um custo social impressionante. O transporte individual e poluente como temos só beneficia meia dúzia de empresas transnacionais, não o povo!

Na educação, vivemos uma tragédia. Aumentamos as vagas para o ensino fundamental e secundário, alcançando quase a universalização. Mas a qualidade desse ensino é vergonhosa. Que o digam os analistas das provas de vestibulares, sobre o nível de conhecimento dos que querem entrar na universidade. E aí, apesar dos esforços inéditos do governo Lula, que quase duplicou as vagas, apenas 10% de nossa juventude pode ingressar no ensino superior.

Não há nenhuma razão para isso. Sociedades com economias mais pobres, como a Coreia do Sul, colocam 97% de sua juventude na universidade e formam mais de 200 mil engenheiros por ano. A Bolívia, economia mais pobre do continente, garante 65% de seus jovens na universidade. E nós? Quantos engenheiros e médicos formamos? Temos mais de 500 municípios sem médicos, até na Grande São Paulo. Há mais jovens negros brasileiros estudando Medicina em Cuba, pela generosidade daquele povo, do que em todas as faculdades do Brasil. Temos também uma dívida com a população mais pobre. Cerca de 16 milhões de trabalhadores adultos não sabem ler e escrever. E ninguém faz nada para ajudá-los. Precisamos urgente de uma campanha nacional, como sonhara Paulo Freire, uma verdadeira guerra cívica de ajuda aos nossos irmãos cegos das letras. Os programas atuais são ridículos.

Padecemos de outro mal, sempre escondido da opinião pública. A concentração da propriedade dos meios de comunicação. Meia dúzia de grupos econômicos controlam toda informação que circula nas televisões, revistas semanais e jornalões. Paulo Henrique Amorim, com toda a sua experiência, adverte que com três telefonemas se decide qual será a principal informação que todos os brasileiros terão de ler ou de ser “manipulados” na semana. Isto é uma vergonha! (que nunca foi denunciada nem pelo jornalista que tem raiva de garis...). A informação deixou de ser um direito público, como determina a Constituição, e passou a ter uma dupla face. De um lado, é fonte de lucro e enriquecimento abastecido por polpudas verbas do dinheiro público. E, de outro, a mídia transformou-se no grande partido de reprodução da ideologia da classe dominante insensível aos problemas do povo.

Sabe-se que as raízes de todos esses problemas são estruturais e do modelo econômico adotado. Primeiro, foi o modelo agroexportador no período colonial. Depois, ao longo do século XX, implantamos uma industrialização dependente do capital estrangeiro. E agora somos reféns do capital financeiro internacional.
Segundo, tivemos quase sempre governos servis, subalternos aos interesses econômicos estrangeiros. Mesmo o governo Lula conseguiu apenas em parte frear as políticas neoliberais e ajudou a distribuir o bolo entre os mais pobres. Mas, por sua composição de classe e partidos, não teve força suficiente para enfrentar os problemas estruturais da sociedade brasileira.

Esses problemas são graves e tendem a se agravar mais ainda. Nos movimentos sociais, acreditamos que eles serão resolvidos somente quando tivermos em nosso país uma conjugação de forças populares, que se mobilizem em aliança com um governo popular. E assim se façam as mudanças legislativas no poder público e, sobretudo, a mudança do modelo econômico, para construir de fato um projeto popular, ou seja, a serviço do povo no Brasil. Como sonhara Paulo Freire.

E, apesar da apatia e pasmaceira social nesse período de nossa história, não se iludam, o povo voltará a se mobilizar e a se organizar por mudanças estruturais.

Extraído de cartacapital.com.br

segunda-feira, 21 de junho de 2010

BRIC

O conjunto de países que ganhou projeção internacional nos anos 2000 (BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China) se reuniu este ano no Brasil para juntos traçarem estratégias e ambições conjuntas para o futuro.

Dessa reunião surgiu um relatório, reportagem abaixo, que explica o sucesso dos BRICs (pautado tanto no mercado interno quanto nos investimentos diretos externos) bem como suas perspectivas para o futuro (uma maior atuação no cenário político mundial e até mesmo a mudança no padrão monetário internacional - o que eu particularmente duvido muito que aconteça pois não depende só do grupo mas sim da comunidade internacional).

Enfim, a matéria é um ótimo panorama sobre os BRICs e vale muito a pena conferir.



Há trinta anos não se imaginava a mudança geopolítica e econômica que a ascendência dos países que compõe o grupo denominado BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) provocaria no cenário internacional. O Brasil vivenciava fortemente a estagnação econômica que levou os anos de 1980 a serem conhecidos como "a década perdida", a Rússia ainda vivia sob um regime comunista, a Índia engatinhava em sua busca pelo comércio externo, e a China iniciava reformas para abrir seu imenso mercado consumidor às empresas capitalistas.

Três décadas depois estes países lideram a retomada do crescimento econômico global após uma severa crise, entre 2008 e 2009, ter abalado as estruturas financeiras dos países mais desenvolvidos. Para consolidar este novo posicionamento e importância no cenário mundial, os países do BRIC (acrônimo criado pelo economista chefe do banco Goldman Sachs, Jim O´Neill, em 2001) se articularam buscando formas de aumentar sua participação nos rumos econômicos do planeta, bem como uma maior inserção na política internacional, seja por meio de uma participação mais relevante em organismos multilaterais, seja reforçando entre si posicionamentos e parcerias comerciais e tecnológicas.

Neste sentido, realizaram em 2009, na Rússia, a primeira cúpula dos BRIC, encontro cujo ponto central foi a busca de uma maior representatividade dos países emergentes no processo decisório no campo das relações internacionais. Um ano depois, o Brasil sediou a II Reunião de Cúpula dos países que formam o BRIC, ocorrida no Palácio do Itamaraty em Brasília, no dia 15 de abril, na qual o presidente Luís Inácio Lula da Silva recebeu seus colegas Hu Jintao (China) e Dmitri Medvedev (Rússia) e o primeiro-ministro Manmohan Singh, da Índia. Em paralelo, o Ipea promoveu, entre os dias 14 e 15 de abril, um encontro entre representantes de alguns dos principais centros de estudo econômicos da Rússia, China e Índia, para discutir o papel dos BRIC na transformação global pós-crise.

REPRESENTAVIDADE GLOBAL A busca por uma maior cooperação no cenário político internacional reflete o crescimento que estes países obtiveram nos últimos anos, especialmente no âmbito econômico. De acordo com dados do Banco Mundial, em 1990 os países do BRIC representavam 8% Produto Interno Bruto (PIB) mundial, e em 2006 passaram a representar 12% da economia global. O comércio internacional é uma das dimensões na qual a importância dos BRIC aumentou visivelmente. No mesmo intervalo de tempo, o peso destes países no comércio mundial passou de 3,9% para 10,6%, excetuando-se deste total a Rússia, cujos dados de 1990 não estão disponíveis.

Apesar do expressivo crescimento da corrente global entre 1996 e 2008, que praticamente dobrou nesses 12 anos, Brasil, Rússia, Índia e China expandiram suas exportações a taxas ainda mais elevadas e reforçaram a sua importância no mercado mundial.

Segundo destacou Renato Baumann, representante da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe) no Brasil, o desempenho recente destas economias e seus indicadores macroeconômicos auxiliaram na mudança de perspectiva em relação às suas potencialidades de crescimento. Sobretudo porque, em comum, estas economias apresentam grandes mercados internos que "aumentam as possibilidades para que possam obter 'exportações viabilizadas pelo crescimento', em vez de um 'crescimento liderado pelas exportações'", o que lhes confere um espaço maior de participação nas relações internacionais, argumentou o pesquisador no texto O comércio entre os países do BRIC, divulgado durante o evento em Brasília. Alguns estudos chegam a apontar que os nos próximos 50 anos o BRIC poderá superar o G-6 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e Itália) como principal força propulsora da economia global.

INVESTIMENTOS DIRETOS EXTERNOS Parte do crescimento destes países se explica pelos investimentos diretos externos (IDE) feitos em suas economias, e por suas economias. A Unctad, órgão das Nações Unidas para o comércio e desenvolvimento, estima que em 2009 o fluxo total de IDE tenha alcançado US$ 1,4 trilhão, após pico de US$ 1,97 trilhão em 2007, e US$ 1,69 trilhão em 2008 (ver gráfico 2). O órgão da ONU projeta que a partir de 2011 os fluxos de IDE se recuperem consistentemente, com boa parte deste fluxo sendo gerada e absorvida pelos BRIC.

Radhika Kapoor, do Conselho Indiano para Pesquisa em Relações Econômicas Internacionais (ICRIER, na sigla em inglês), destacou, durante o evento do Ipea em Brasília, que apesar do declínio em volume global de IDE nos últimos anos, a quantidade destes recursos que foi absorvida pelos países em desenvolvimento apresentou crescimento de 17% em 2009, em relação ao ano anterior. "A participação das economias em desenvolvimento no fluxo global de IDE subiu de 31% em 2007 para 43% em 2008, mudando o cenário de investimentos", afirmou a pesquisadora indiana.

Dentre os países do BRIC, o Brasil é o mais internacionalizado, com o maior estoque de IDE em relação ao seu PIB (18%), seguido pela Rússia (13%), Índia (10%) e China (9%). Entretanto, considerando os investimentos feitos em outros países, o Brasil fica em segundo lugar. O estoque de investimento no exterior corresponde a 10% do PIB brasileiro, enquanto na Rússia este porcentual alcança 12% (ver tabela 1).

Apesar de apresentarem perspectiva de recepção e aplicação crescentes destes investimentos, a forma como estes recursos são utilizados varia de acordo com as especificidades econômicas de cada país. Luciana Acioly, coordenadora de Estudos de Relações Econômicas Internacionais do Ipea, citou o exemplo da Rússia, que aproveitando-se do ciclo de valorização das commodities minerais na década de 2000, acumulou um elevado nível de divisas (mais de US$ 439 bilhões ao final de 2009), tornando-se assim a maior fonte de IDE dentre os BRIC.

O IDE russo concentra-se nos setores de petróleo e gás, mineração, siderurgia e telefonia móvel, detalhou Luciana, acrescentando que cerca de 30% do estoque de IDE russos estão localizados na Comunidade dos Estados Independentes (CEI), que reúne países que faziam parte da URSS, com a União Europeia concentrando mais de 40%. "A Rússia não possui políticas específicas de apoio à internacionalização de suas empresas, tais como incentivos fiscais, financiamentos e seguro contra risco político, mas apesar desta inexistência de políticas específicas, é clara a influência do Estado sob o processo de internacionalização das empresas", ressalta.

Já Svetlana Glinkina, do Instituto de Economia da Academia de Ciências da Rússia salientou que metade dos investimentos totais da Rússia em 2009 foi IDE. A pesquisadora reconhece que o papel do Estado russo no setor de óleo e gás é muito grande, e que "mudar esta situação hoje é muito difícil, porque as companhias estão lucrando muito com o alto preço do petróleo". Svetlana avaliou que a melhor maneira de a Rússia a superar sua dependência da exportação de commodities minerais é aproveitar as grandes reservas em moeda estrangeira e "aplicá-las para organizar créditos específicos para nossas empresas, melhorando sua eficiência e o próprio sistema russo".

ÍNDIA E CHINA Em termos de IDE, Índia e China estão em posições distintas dentro do BRIC. A China é o país que mais recebe investimentos externos direto dentro do bloco (US$ 108 bilhões em 2008, sendo o terceiro país que mais recebeu IDE no mundo), enquanto no mesmo ano a Índia recebeu US$ 42 bilhões, a Rússia recepcionou US$ 70 bilhões, e o Brasil US$ 45 bilhões.

A Índia, apesar do menor volume de recursos recebidos, apresentou avanço considerável nos seus investimentos externos. Os investimentos feitos por empresas indianas no exterior cresceram de menos de 1% dos investimentos originados em países em desenvolvimento no ano 2000 para 6% em 2008, movimento marcado pelas empresas indianas adquirindo e se fundindo com empresas estrangeiras. Muitas vezes, adquirindo ativos no exterior em volume superior ao seu próprio patrimônio líquido, com ênfase na compra de empresas em países desenvolvidos. As maiores negociações foram: em 2007, a compra da britânica Corus Steel pela indiana Tata Steel no montante de US$ 12 bilhões, a compra das operações africanas da empresa de telefonia móvel do Kuwait, Zain Telecom, pela indiana Bharti Airtel por US$ 10,7 bilhões, a compra da norte-americana Novelis pela Hindalco, na área de alumínio, também em 2007, por US$ 6 bilhões, e a emblemática compra da britânica Jaguar-Land Rover pela Tata Motors, em 2008, pelo montante de US$ 2,5 bilhões.

Estas fusões e aquisições, no entanto, estão altamente concentradas no setor automotivo e em Tecnologia da Informação (TI). Segundo Radhika, isso se dá porque tradicionalmente os países desenvolveram primeiro seu setor primário, em seguida o secundário e por último o terciário. "Na Índia desenvolvemos primeiro o setor primário, mas pulamos o estágio de expandir o setor secundário, e avançamos muito o setor terciário. Agora temos que elaborar políticas para auxiliar o desenvolvimento do setor manufatureiro, até por uma questão de geração de empregos para a mão de obra menos qualificada", avalia a pesquisadora do ICRIER.

Para Radhika, o IDE deve auxiliar precisamente no fortalecimento do setor manufatureiro indiano, para evitar a manutenção do que ela chama de "círculo vicioso", no qual o setor de serviços, por ser mais desenvolvido, atrai mais trabalhadores qualificados, que por sua vez o alavancam ainda mais. Ela explica que historicamente houve uma mudança, iniciada na presente década, do perfil de investimentos externos na Índia: "quando a economia indiana se abriu em 1991 o primeiro setor que a ser explorado foi o de manufatura, que recebeu mais IDE. O setor de serviços só se abriu em 1997. Entretanto, entre 2000 e 2005 o IDE para o setor de serviços dobrou, gerando esta disparidade".

A China, por sua vez, apresenta números superlativos em termos de investimento externo. Com taxas médias de crescimento em torno de 10% ao ano nos últimos anos, o gigante asiático atingiu a posição de um dos principais polos mundiais de atração de investimentos, passando a exercer influência em todos os mercados globais. "Juntamente com o rápido do comércio exterior e a maior absorção de tecnologia e recursos de grandes empresas estrangeiras, a China se destacou por aprofundar o processo de internacionalização das suas principais corporações", frisa Luciana Acioly.

"Os fluxos de investimento direto chinês no mundo multiplicaram-se por mais 60 vezes entre 1990 e 2008, segundo os dados da Unctad. Quando o país iniciou seu processo de abertura econômica em 1979, esses investimentos saíram de um valor próximo a zero para atingir US$ 830 milhões em 1990 e, posteriormente, US$ 52,1 bilhões em 2008", destaca a pesquisadora do Ipea.

O investimento direto chinês no mundo concentrou-se majoritariamente no setor de serviços, seguido pelo setor primário. Dados de estoque de IDE de 2008 mostraram que os serviços relacionados a negócios responderam por 30% do total, o setor financeiro por 20%, enquanto que as atividades do setor primário contabilizaram 13%, sendo que quase a totalidade desses recursos foi aplicada nas atividades mineradoras (ver gráfico 4).

As características do processo de internacionalização da China "responderam à estratégia e ao conjunto de políticas determinadas pelo governo a fim de controlar o timing e dispersão setorial e espacial de saída dos investimentos", explica Luciana. (ver tabela 1) Até o final da década de 1990 os investimentos chineses no exterior eram fortemente restringidos pela State Administration of Forein Exchange (SAFE), e, na década seguinte, essas restrições foram sendo gradualmente reduzidas.

Atualmente a China procura balancear esta forte participação no comércio internacional com maior peso político em órgãos multilaterais. Neste sentido, Liu Youfa, vice-presidente do Instituto Chinês de Estudos Internacionais, destacou que um dos objetivos do país, juntamente com os demais que conformam o BRIC, é "transformar poder econômico em influência geopolítica". Youfa ressaltou a importância do bloco em números: segundo ele, os países do BRIC respondem por 42% da população global, 40% da superfície terrestre, 75% das reservas internacionais em dólar ou títulos lastreados nesta moeda, além de 14% do PIB mundial, sendo responsáveis por metade do crescimento anual deste último. Ele cita que os países do bloco têm desafios comuns a enfrentar, e dá especial destaque a "uma reforma do sistema político e econômico mundial e a formação de uma nova ordem global".

NOVO PADRÃO MONETÁRIO Parte dos esforços para a reforma do sistema econômico passa pela alteração do padrão monetário internacional. Com a confiança no dólar arranhada após a crise financeira internacional, os países do BRIC esboçam sinais de que é preciso buscar alternativas para a dependência do dólar, para salvaguardar suas reservas em eventual desvalorização e para uso nas transações monetárias do comércio internacional entre Brasil, Rússia, Índia e China.

Desde antes da primeira cúpula dos países do BRIC, ocorrida em junho do ano passado em Ecaterimburgo (Rússia), se aventa possibilidades tais como compor as reservas internacionais com os bônus emitidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), e como firmar acordos de trocas cambiais (swap) para a cesta de moedas do BRIC.

A discussão de mudança do padrão dólar nas reservas internacionais e nas transações comerciais foi debatida durante o evento do Ipea, paralelo à reunião de cúpula do BRIC. "Não é descartado que isso possa ocorrer", assinalou na ocasião Márcio Pochmann, presidente do Ipea. Ele lembrou que a mudança do padrão libra-ouro para o padrão dólar levou 30 anos, mas afirmou que "não é desprezível a possibilidade de comércio não feito mais com o padrão do dólar". Pochmann salientou que o Brasil já vem testando com outros países a possibilidade de intercambiar com moedas nacionais, e citou as transações entre Brasil e Argentina feitas desde 2009 em real e peso.

A questão do padrão monetário é especialmente delicada para a China que possui mais de US$ 1 trilhão em reservas internacionais. "O país com a moeda de referência tem que ter mais espírito de responsabilidade", disse durante o evento o vice-presidente da Academia Chinesa de Ciências Sociais, Li Yang, em referência velada aos Estados Unidos.

Além da responsabilidade monetária, o chinês aponta para a hegemonia na governança global. "Após a crise financeira reconhece-se que o sistema monetário internacional não só está impotente para lidar com a crise mas, o que é pior, serve para aguçar e espalhar a crise financeira", criticou. Yang reconhece, no entanto, que a reforma monetária internacional é uma tarefa de longo prazo, e que o papel dos países do BRIC é limitado, pois a mudança depende de toda a comunidade internacional.

Yang disse diplomaticamente que a China "observa com interesse" a diversificação das reservas internacionais e as trocas comerciais com as próprias divisas dos países.

Vladimir Davydov, diretor do Instituto da América Latina da Academia de Ciências Russa, se revelou mais cético com as possibilidades de mudança do padrão monetário. Ele identifica em diferentes zonas geográficas, como na Europa com o Euro, alguma "busca de solução", mas pergunta se "há vontade política e possibilidade técnica para realizar as mudanças?". Sua resposta é que "não", mesmo estando o atual sistema monetário sob dúvidas.

Para André Vieira, técnico em planejamento da Diretoria de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais (Dicod), "não existe no curto prazo a menor perspectiva de extinção do dólar norte-americano como padrão de troca

A estrutura internacional está montada sob a hegemonia norte-americana", ponderou. O economista aponta que o principal interessado na troca do padrão monetário é a China, por razões de hegemonia econômica e política. "A moeda é uma construção social. A sociedade se vê no seu equivalente geral, mas limitada nacionalmente. A única moeda que extrapolou isso foi o dólar norte-americano", explica. Segundo Vieira, o esforço de um país que quer transformar-se em hegemônico passa por transformar a sua moeda, um papel simbólico de troca, em uma moeda "universalmente conhecida. É uma coisa de longo prazo que interessa ao país que hoje se lança como desafiante do futuro", conclui.
Extraído de cartacapital.com.br

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Novo governo velhas práticas

Já fora mostrado aqui em posts anteriores que, apesar do governo norte americano ter mudado de presidente, certas práticas da Era Bush continuam presentes.

Depois de manter a guerra no Afeganistão e impor sanções ao Irã a prática que remonta ao governo Bush dessa vez é a imposição de sanções dos EUA a Coréia do Norte pelo suposto afundamento de um corveta sul-coreano.

Trocam-se os governos, mas essa mania norte-americana de ser a polícia do mundo não muda...


WASHINGTON (Reuters) - O governo norte-americano considera a possibilidade de congelar os ativos de entidades e indivíduos norte-coreanos a fim de punir Pyongyang depois do afundamento de um navio militar sul-coreano, disseram fontes familiares com o assunto na sexta-feira.

O congelamento de bens no exterior seria a primeira medida tangível dos Estados Unidos para fazer a Coreia do Norte pagar pelo afundamento da corveta Cheonan em 26 de março, no qual 46 marinheiros sul-coreanos morreram. Pyongyang negou a responsabilidade pelo incidente.

Embora tenha havido amplas sanções dos EUA a Pyongyang durante décadas, esse tipo de medida poderia influenciar a Coreia do Norte, porque atingiria contas controladas por líderes militares e políticos que, segundo autoridades norte-americanas, devem ter autorizado o ataque.

Falando sob a condição de anonimato, as fontes afirmaram que atingir os fundos ilícitos da Coreia do Norte parece ser uma das poucas maneiras possíveis de os EUA obterem atenção da liderança no país comunista.

Elas também afirmaram que há uma percepção cada vez maior dentro do governo do presidente Barack Obama de que a medida tomada em 2005 pelo ex-presidente George W. Bush de colocar numa lista negra um banco de Macau por supostamente lavar dinheiro norte-coreano acabou sendo útil para pressionar Pyongyang.

Acrescentando tal elemento coercitivo à diplomacia dos EUA com a Coreia do Norte poderia ajudar Washington a levar Pyongyang de volta à mesa de negociações para executar um acordo de 2005 para o abandono de seus programas nucleares, ponderaram as fontes.

Mas também poderia ser um tiro pela culatra. A Coreia do Norte é reconhecidamente imprevisível e acredita-se que esteja no meio de uma transição política destinada a garantir a sucessão do poder para o filho mais jovem do líder norte-coreano, Kim Jong-il.

Os EUA têm se movido com cautela na imposição de tais sanções, mas o naufrágio do Cheonan provocou uma mudança de cálculo, disse uma autoridade norte-americana, sob a condição de anonimato.

"Estamos diante do imperativo de demonstrar mais uma vez à Coreia do Norte de que não há recompensa para o seu comportamento provocador, que de fato vai haver uma punição," disse a autoridade.

Extraído de msn.com.br

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Pressão sobre a BP

Agora o governo norte-americano pressiona de forma mais incisiva a BP para que a mesma contenha o mais rápido possível o vazamento que ocorre desde abril e já é o maior desastre ambiental da história dos EUA.

Com certeza o governo americano não fará somente pressão. Virão também multas em cima de multas sobre a BP, pois o governo americano com certeza não pagará por este desastre.


Washington, 14 jun (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta segunda-feira que seu Governo iniciou "a maior resposta" da história contra o desastre natural no Golfo do México, que completa hoje o 56º dia de vazamento de petróleo na região.

Obama afirmou, em declarações à imprensa do Alabama, que o Governo destina todos os recursos que estão ao seu alcance para conter o derrame e assegurou que o Golfo se reerguerá da catástrofe "em melhor forma" do que antes do acidente.

Disse entender que os moradores da área temam que o desastre, que começou no dia 20 de abril por causa da explosão de uma plataforma petrolífera operada pela British Petroleum (BP), ponha em risco o seu sustento.

Obama garantiu que a Casa Branca seguirá exigindo da BP e de outras companhias que possam estar envolvidas na tragédia que assumam a responsabilidade pelo desastre.

Apontou, nesse sentido, que a pressão exercida pelo Governo permitiu que a BP anunciasse hoje um novo plano de ação que, segundo a empresa, lhe permitirá coletar até 50 mil barris de petróleo diários no fim deste mês. Atualmente, são coletados 15 mil barris por dia.

Obama mencionou que esse prazo está "duas semanas adiantado" com relação ao que a multinacional havia previsto inicialmente. Além disso, garantiu que é seguro comer mariscos do Golfo. "Atualmente o marisco do Golfo é saudável. Temos que nos assegurar de que ele continuará sendo", ressaltou.

Na quarta o presidente se reunirá com os diretores da BP na Casa Branca. A eles, pedirá a criação de um fundo que será administrado de forma independente para compensar os atingidos pela catástrofe.

Obama visita hoje Mississipi, Alabama e Flórida, três dos quatro estados afetados pelo derramamento.


Extraído de msn.com.br

terça-feira, 15 de junho de 2010

Efeito Dominó

Depois que foi decidido na ONU, leia-se por vontade e pressão norte-americana, uma nova rodada de sanções contra o Irã os países começam a levar essa idéia a prática.

A UE, União Européia, votou nesta semana uma rodada de sanções contra o setor de petróleo e gás do Irã, o mais forte do país. O problema é que essas sanções podem ser um tiro no pé de alguns países da União Européia, pois os mesmos mantém investimentos no Irã que podem ser prejudicados com a aprovação dessas sanções.

LUXEMBURGO (Reuters) - Líderes da União Europeia seguirão com planos para aprovar sanções mais duras contra o Irã na quinta-feira, incluindo medidas para limitar o investimento nos setores de petróleo e gás e a capacidade de refino de Teerã.

Ministros de Relações Exteriores da UE, responsáveis por acertar uma posição comum antes de um encontro do bloco em Bruxelas, na quinta-feira, assinaram um comunicado nesta segunda que vai substancialmente além das sanções extras aprovadas pela Organização das Nações Unidas contra o Irã, na semana passada, aponta um esboço.

Os diplomatas disseram que as sanções da UE, que poderão ser impostas a partir do próximo mês, devem focar o comércio, instituições financeiras e de seguros e o setor de transportes iraniano naval e aéreo.

Mas as medidas também terão como alvo "setores-chave da indústria de gás e petróleo com a proibição de novos investimentos, assistência técnica e transferência de tecnologias, equipamento e serviços, em particular relacionados ao refino, liquefação e gás natural liquefeito", apontam documentos obtidos pela Reuters.

As medidas, que vão além do esperado por alguns diplomatas, devem exercer uma forte pressão financeira sobre o Irã, o quinto maior exportador de petróleo do mundo.

Suécia, Chipre e Espanha devem ser contrários à novas medidas da UE que vão além das sanções aprovadas pela ONU. A Alemanha disse ter preocupações sobre restrições ao setor de gás e petróleo do Irã, onde tem grandes investimentos.

A decisão da UE tem como intuito colocar pressão ainda maior sobre o Irã para que retorne às negociações sobre seu programa nuclear, acusado pelos Estados Unidos e outras potências ocidentais de ser um disfarce para a produção de armas nucleares. O Irã nega, e diz que seus planos são pacíficos.




Extraído de msn.com.br

Pra dar em nada

A novela com as duas Coréias ganha mais um capítulo, agora na ONU. Os dois países foram ouvidos pela ONU que, por sua vez, pretende buscar uma solução para o "conflito".

Logicamente que isso não vai dar em nada, pelos motivos que em posts anteriores eu já expus, mas a insistência de ambos, principalmente da Coréia do Sul, nesse assunto continua.


NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - As Coreias do Norte e do Sul falaram separadamente na segunda-feira ao Conselho de Segurança da ONU a respeito do naufrágio de uma corveta sul-coreana, em março, que elevou o grau de tensão entre os dois países vizinhos.

Seul, que acusa a Coreia do Norte de ter atacado a corveta Cheonan em 26 de março, matando 46 militares, levou a disputa ao Conselho de Segurança neste mês, pedindo que os 15 membros ajam para evitar uma "provocação maior".

A Coreia do Norte, que nega responsabilidade pelo ataque e acusa o Sul de ter inventado o ataque, pediu ao México, que preside o Conselho neste mês, por uma sessão separada e foi atendida, disse um porta-voz da delegação mexicana na ONU.

Diplomatas disseram que o Conselho não deve tomar nenhuma decisão com base nas reuniões.

A Coreia do Sul foi a primeira. Autoridades civis e militares fizeram uma apresentação técnica e detalhada na reunião a portas fechadas, que foi seguida por uma sessão de perguntas e respostas, informaram diplomatas que participaram do encontro, que durou duas horas.

Antes da apresentação de seu país, um alto enviado norte-coreano disse a repórteres que Pyongyang rejeita a acusação do Sul.

"Não temos nada a ver com isso. Somos apenas uma vítima. Então queremos deixar nossa posição bem clara aqui", disse o vice-embaixador Pak Tok-hun. Ele acrescentou que o embaixador, Sin Son-ho, dará mais detalhes em uma rara coletiva de imprensa na ONU na terça-feira.

O crescente antagonismo entre as Coreias assusta os investidores, temerosos de um conflito armado na região. Muitos analistas, no entanto, duvidam que ocorra uma guerra, apesar das frequentes ameaças do Norte nesse sentido. Eles veem, no entanto, a possibilidade de novas escaramuças perto das fronteiras naval e terrestre.

A Coreia do Sul acusou a Coreia do Norte de violar o espírito de uma histórica declaração conjunta adotada há dez anos pelos dois governos, prometendo a paz. Mas, após um período de reaproximação, as relações voltaram a ficar ruins sob o governo do presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, que cortou a ajuda ao miserável Norte ao tomar posse, em 2008, como forma de pressionar Pyongyang a abandonar seu programa nuclear. A medida irritou o regime comunista norte-coreano.

O ministério sul-coreano da Unificação disse que o Norte precisa admitir seu envolvimento no incidente naval e pedir desculpas, caso deseje a retomada das relações.

A Coreia do Norte diz que as acusações são parte de uma conspiração comandada pelos EUA.

Extraído de msn.com.br

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O Impasse continua

Parece que o jogo de empurra que vem desde a COP 15 está muito longe de seu fim. Esta semana mais uma acordo sobre as reduções de gases do efeito estufa foi rejeitado pelo mundo. Os países em desenvolvimento reclamaram que o peso da redução em maior escala está sobre eles; mesma reclamação dos países desenvolvidos.

E o jogo de empurra continua, longe de seu fim... 

BONN, Alemanha (Reuters) - Países ricos e pobres criticaram na sexta-feira um novo projeto para um tratado da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o clima ao final de duas semanas de conversações entre 185 países que terminaram sem grandes avanços para um acordo.

O esboço, destinado a ajudar nas negociações sobre um novo pacto, cortou algumas das opções mais draconianas com relação aos gases-estufa e todas as referências a "Copenhague" --onde uma cúpula da ONU em dezembro por pouco não aprovou um tratado.

"O grupo está consternado com o fato de que o texto está desequilibrado," disseram os países em desenvolvimento do Grupo dos 77 e a China em um comunicado. Vários deles afirmaram que o texto de 22 páginas coloca ênfase incorretamente nos cortes de gases-estufa pelos pobres, e não pelos ricos.

Entre os países ricos, os EUA afirmaram que estudariam o texto, mas que alguns elementos eram "inaceitáveis." A União Europeia também expressou "preocupação" com o texto, que atualiza o esboço anterior de 42 páginas rejeitado na semana passada.

O novo documento estabelece como objetivo o corte das emissões mundiais de gases-estufa em "ao menos entre 50 e 85 por cento dos níveis de 1990 até 2050" e que os países desenvolvidos reduzam as emissões em ao menos 80-95 por cento a partir dos níveis de 1990 até meados do século.

Ele deixa de lado as opções mais radicais, algumas defendidas pela Bolívia, para um corte de ao menos 95 por cento nas emissões mundiais até 2050 como parte do esforço para reduzir a ocorrência de secas, enchentes, disseminação de doenças e a elevação do nível dos oceanos.

Margaret Mukahanana-Sangarwe, do Zimbábue, que preside as conversações da ONU sobre as ações de todos os países para diminuir o aquecimento global, afirmou que o texto seria atualizado para uma próxima reunião em Bonn, na Alemanha, em agosto.


Extraído de msn.com.br