terça-feira, 28 de maio de 2019

O destino incerto do "Fundo Amazônia"

Esta semana, o ministro do meio ambiente resolveu prejudicar ainda mais a floresta amazônica. O mesmo disse ter encontrado irregularidades no "Fundo Amazônia" (fundo composto por doações, especialmente da Noruega; sociedade civil, Alemanha e pela Petrobras). 

O curioso dessa história é que esse fundo é gerido e fiscalizado por duas instituições e nenhuma delas apontou quaisquer irregularidades. 

Mas, isso, infelizmente, não é de se espantar... 

Afinal de contas, desde a fusão do ministério do meio ambiente com o ministério da agricultura, ficou clara a intenção do atual governo de explorar ao invés de preservar a Amazônia. 

Também não à toa que ministros do meio ambiente se revezaram no cargo (todos denunciando esquemas para desmontar políticas de proteção à floresta amazônica)  até chegar ao atual ministro, que parece concordar com os projetos cada vez mais nefastos para a Amazônia. Algo que pode ser exemplificado em sua condenação por falsificação de mapas ambientais.   

Mas, a caixa de pandora dos absurdos ainda não foi fechada. O atual ministro já chegou a declarar que poderia usar parte do fundo para indenizar proprietários de terra que foram expropriados por invadir áreas de preservação. Algo de deixar qualquer ruralista vibrando de alegria... 

A Noruega, maior contribuinte deste fundo, já se pronunciou sobre a estranheza dessas irregularidades, dizendo que o fundo deve ser gerido em prol do Brasil reduzir seus índices de desmatamento que, aliás, bateram a casa dos quase 8 mil km quadrados, o maior número desde 2008. 

Com isso, podemos ver um fundo seriamente ameaçado e afastado de seu principal objetivo. A preservação da Floresta Amazônica, a mais biodiversa do mundo, pode estar com seus dias contados, já que a manutenção do fundo depende dos números do desmatamento no Brasil. Números esses que podem aumentar significativamente, ainda mais com um ministro do meio ambiente como esse. 

A bancada ruralista vibra, mas o planeta padece...   

terça-feira, 21 de maio de 2019

A última cartada (desesperada) de May?

Não tardou muito desde a última notícia aqui no blog sobre o impasse do Brexit e a primeira ministra britânica deu mais uma cartada em direção ao Brexit "ordenado" que já está mais para desesperado a essa altura do campeonato. 

Agora, para tentar aprovar o seu acordo a qualquer custo, a primeira ministra atrelou a aprovação do atual acordo (o quarto proposto) a uma posterior consulta à população sobre a saída ou permanência na União Europeia. 

Parece que a ideia da primeira ministra era agradar a ala trabalhista do parlamento que barrava os acordos, por acreditar que um novo referendo era a melhor saída para decidir sobre o Brexit. Entretanto, o que parecia uma cartada de mestre, acabou saindo pela culatra. 

Pelo lado dos conservadores, a ideia foi prontamente rejeitada. Para eles um referendo só é o suficiente e não há necessidade de outro. Aliás, vale salientar, até partidários da mesma legenda que a primeira ministra compartilham desse posicionamento. 

Pelo lado dos trabalhistas, a ideia também foi rejeitada. O acordo, para eles, é uma cópia do terceiro, que também foi rejeitado não só por eles, mas por alguns correligionários da primeira ministra também. A aprovação do acordo pela simples votação pelo parlamento de um novo referendo sobre o Brexit não foi bem vista pela oposição que achou a ideia absurda e um insulto. 

Desta maneira, a primeira ministra parece, mais uma vez, ter fracassado no seu acordo com a UE para o Brexit. O prazo que era no final de março já foi estendido para outubro, como já fora duas outras vezes antes; levando a primeira ministra a ser pressionada cada vez mais contra a parede para costurar um acordo que parece cada vez mais próximo de não acontecer. 

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Ciente da derrota próxima, May tenta agora acordo com a oposição

Depois de sucessivas derrotas no Parlamento britânico, seguidas de pedidos desesperados de adiamento à União Europeia para o Brexit, parece que a Primeira Ministra britânica agora vai tentar uma nova via para conseguir o tão sonhado acordo, que, a esta altura, já se tornou um trabalho hercúleo. 

Agora a Primeira Ministra tenta um acordo com a oposição para que, finalmente, o Brexit seja votado e aprovado no Parlamento. Anteriormente, o texto para a votação do Brexit já tinha sido recusado 3 vezes, o que acabou desgastando a imagem da primeira ministra e fazendo a União Europeia perder a paciência em relação a essa questão. 

Aliás, a saída era para ter sido concretizada em março, mas com as sucessivas derrotas e adiamentos, agora o prazo é até o outubro e May corre contra o tempo para tentar a aprovação do acordo, antes que sua cabeça fique a prêmio no parlamento. 

As concessões que pretende fazer à oposição dizem respeito aos direitos trabalhistas, circulação de mercadorias e tarifas alfandegárias. Assuntos um tanto espinhosos já que a ideia de May era justamente retirar a Grã-Bretanha da união alfandegária e do mercado comum europeu para voltar as controlar suas políticas comerciais e de imigração, sem depender da União Europeia para isso. 

Aliás, esse tem sido o pivô dessa saída da União Europeia, especialmente com a crise migratória causada pela guerra civil na Síria que já dura mais de 5 anos. 

A população, por sua vez, também já se mostra descontente e impaciente com esse novela do Brexit. Algo que foi refletido nas últimas eleições municipais onde o partido de May perdeu diversos assentos e outros partidos aumentaram sua representatividade. 

Talvez esse seja mais um aditivo para que May corra com o acordo e tente aprovar o Brexit com a oposição e antes de novas eleições na terra da rainha. Do contrário, pode ser que ela não seja mais a ocupante do cargo político mais alto da Inglaterra e o Brexit não passe de um rompante motivado por uma crise migratória.