sexta-feira, 23 de março de 2018

Cinema, Pipoca e Geografia! (House - T5 E4)

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Talvez esta indicação soe até estranho para alguns já que se trata de um seriado médico, podendo até ser vista como uma "forçação" de barra da nossa parte, mas a indicação de hoje se trata do já findado seriado House. 

No enredo, uma equipe médica liderada por um rabugento, porém brilhante médico desvenda casos médicos aparentemente impossíveis de serem resolvidos. 

Mesmo com um foco totalmente avesso a disciplina sobre a qual ousamos escrever, a dica de hoje se refere ao episódio 4 da quinta temporada. 

Nele, uma jovem chinesa adotada sofre uma série de problemas médicos durante uma viagem para encontrar seus pais biológicos. É nesse entremeio que a nossa indicação entra. 

A jovem aparenta ter seus 30 anos de idade. Nessa época, imperava na China a política do filho único, onde o governo chinês por conta da superpopulação de seu país e dos diversos problemas causados por isso, persistentes até hoje, institui a lei do "filho único". 

Diante disso, muitos casais acabaram cometendo certas atrocidades para evitar o segundo filho, mesmo depois de nascido. Há também uma certa preferência, no continente asiático como um todo, por filhos homens, o que pode levar, caso o primeiro filho seja menina, a também atentarem contra sua vida, em busca do filho e não da filha. 

Não querendo dar spoiler, embora a série já tenha chegado ao fim, são exatamente estas atrocidades que aparecem no seriado e podem servir como indicação para permear o assunto da política do filho único, ao falarmos sobre China, o que ocorre nos anos finais do fundamental bem como do Ensino Médio. 

A indicação fica para conhecimento de causa acerca do tema, que pode dar uma ideia do que acontecia aos bebês indesejados à época da política do filho único; Afinal de contas, essa questão do "então, o que eles faziam?" sempre surge quando se é levantado esse tema em sala aula. 

De qualquer modo, mesmo que seja por conhecimento de causa, vale a pena conferir!  

sexta-feira, 9 de março de 2018

Mercosul negocia com Canadá um dia após medida protecionista de Trump

Quase como uma resposta às medidas anunciadas pelo presidente dos EUA de sobretaxar produtos como alumínio e aço, o MERCOSUL anuncia negociações com o Canadá para uma área de livre comércio. 

O acordo entre as partes envolve várias esferas como a econômica, propriedade intelectual, trocas governamentais, barreiras não tarifárias, comércio de serviços e etc. 

Segundo o anúncio, o acordo ainda está sendo desenhado entre as partes, mas ainda parece longe de um desfecho. Não podemos esquecer que o Mercosul negocia um acordo semelhante com a "zona do euro" há 15 anos, o que pode nos levar a crer que o acordo como Canadá ainda leve algum tempo para ser concretizado.

Contudo, o mesmo deve ser motivo de celebração para o bloco que parece ter encontrado sobrevida além de seus domínios. 

A ideia de criação do bloco, na década de 90, era pregar a união entre as nações sul-americanas, além de frear a dominação norte-americana sobre o continente. Em sua formação, e até hoje, um dos maiores obstáculos do MERCOSUL se trata justamente dos aspectos econômicos de seus membros. 

Suas economias, em termos rasos, são praticamente as mesmas, o que dificulta a negociação entre os países do bloco, principalmente em questões de integração econômica e derrubada de tarifas alfandegárias. 

Claro que não estamos dizendo aqui que as economias são absolutamente iguais, mas sim que grande parte dos produtos que compõem suas economias são semelhantes; entretanto isso não impediu que o bloco continuasse ou mesmo o condenou ao seu fim, mas dificultou, e dificulta até hoje, que as negociações entre os países membros avancem para que, de fato, o MERCOSUL cumpra todas as etapas para ser considerado um bloco econômico. 

E, observando as últimas negociações feitas pelo bloco, parece que seus membros observaram essa semelhança e decidiram então se dedicar a expansão de suas negociações para além dos limites do bloco. 

Primeiro com a União Europeia e agora com o Canadá. Isso mostra que a busca por parceiros diversificados e que, principalmente, vendam produtos diferentes dos que oferecem tem sido uma constante no bloco, já que isso pode beneficiar todos os membros do bloco com as trocas comerciais ao mesmo tempo em que, nestas negociações, suprime a barreira da semelhança de produtos oferecidos pelos países do bloco. 

E assim, respondendo com acordo de abertura econômica e se lançando na busca por novos parceiros, o MERCOSUL expande o seu leque de negócios, confirma o nosso país cada vez mais como um global trader e dá uma resposta ao protecionismo de Trump um dia após as medidas anunciadas por ele. 


sexta-feira, 2 de março de 2018

Putin X Trump. Nova Guerra-Fria?

Desde que assumiu o poder na Casa Branca, o atual presidente norte-americano tem colecionado mais polêmicas do que feitos para o seu país. 

Estava faltando para a sua coleção um desentendimento direto com os russos, já que o indireto já teve por conta da guerra na Síria. Agora não falta mais.

Esta semana foi notícia em todo o mundo as promessas de campanha do candidato à presidência russa, Vladmir Putin, que até então estava quieto já que seu opositor ao cargo está proibido de concorrer, em relação as novas aquisições do arsenal bélico-nuclear russo.

Numa demonstração de força e poder, digna de Guerra Fria, o presidente russo (candidato ao seu quarto mandato) mostrou o poder de alcance de suas novas armas que, segundo o próprio, podem alcançar qualquer lugar do planeta

A reação dos EUA ao discurso de Putin foi quase imediata. Os norte-americanos acusaram os russos de violarem acordos de não proliferação de armas, embora deixando bem claro que já estavam preparados para isso, numa clara "resposta" ao discurso do presidente russo.

Com todo esse mal-estar, muitos já se perguntam se poderemos ter uma nova guerra fria. 

Ousamos dizer que este não seja o caso, pelo menos não nos mesmos moldes da que ocorreu no século passado. 

Primeiramente porque a bipolaridade capitalismo x socialismo já fora extinta com o fim da URSS e hoje o capitalismo é o sistema predominante no mundo, economicamente falando.

Outro motivo que nos conduz a acreditar que uma nova guerra fria não irá ocorrer é justamente a questão bélica. 

Embora a Rússia tenha declarado que seu objetivo não é começar uma nova corrida armamentista com os EUA, acreditamos ser muito difícil uma reedição da guerra fria pela série de implicações que isso poderia trazer ao xadrez geopolítico atual, isso nos atentando somente a questão bélica. 

Podemos começar observando os vários acordo bélicos existentes assinados não só pelos países citados como por outros países também, dentre os quais podemos citar os acordos de não proliferação de armas nucleares. 

Caso haja uma corrida armamentista entre as duas potências, de fato, isso abrirá espaço para que outros países também entrem nessa "corrida" como China, Índia, Paquistão, Coréia do Norte, Coréia do Sul, entre outros; o que levaria anos de acordo para o lixo e provocaria a suscetibilidade de episódios como a "crise dos mísseis de Cuba" em maior escala, mas possivelmente não com o mesmo desfecho.

Além disso, em caso de possível conflito, não só a integridade dos países estariam ameaçadas, mas a integridade do mundo. A tecnologia nuclear pode até ter consigo alguns benefícios, mas a contrapartida da mesma tem proporções de destruição global que colocam em risco a presença humana na Terra. 

Logicamente que os dois lados sabem disso, o que então os parece conduzir apenas ao discurso das trocas de farpas e demonstração de poder, mas desta vez sem o financiamento de conflitos em outros países do mundo como era costumeiro em tempos de guerra fria. 

Ao nosso ver, Putin apenas se valeu deste discurso não por estar em ano eleitoral, já que como dissemos acima, seu opositor foi impedido de concorrer, mas sim por querer impor respeito, especialmente ao presidente norte-americano que gosta de gerar uma polêmica e colocar o mundo em estado de alerta a cada declaração. 

Podemos encontrar essa imposição russa não só na apresentação de seus novos armamentos, mas também na fala de Putin no tocante às sanções aplicadas a Rússia onde, segundo ele, mesmo em vigor, em nada atrapalharam o desenvolvimento do país. 

Para, talvez, dar um tom de campanha ao seus discurso, o candidato também fez promessas como levar internet aos russos, aumentar o salário dos professores, diminuir a desigualdade e etc. compromissos que se perderam em meio a sua demonstração de força, mas que podem ser usados numa tentativa de mascarar sua fala como um discurso de campanha. 

Mas, como não poderia deixar de ser, tal episódio já estremeceu a delicada relação diplomática entre dois que, um dia depois do discurso de Putin, sofreu um novo golpe, o cancelamento do diálogo entre as duas nações referente a cybersegurança

Com isso, não é de se espantar novos discursos de ambas às partes ainda repercutindo a declaração de Putin que podem, ou não caminhar para outras esferas além da bélica, como a econômica. Diante disso, o mundo acompanha, apreensivo, os próximos passos dos presidentes com temperamento difícil, mas com um poder bélico imenso.