quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Segundo IBGE, população brasileira ultrapassa os 200 milhões de habitantes.

O Brasil tem uma população de 202.768.562 de habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os dados são estimativas de população no dia 1º de julho de 2014. Com isso passamos a barreira dos 200 milhões de habitantes, mas algumas coisas ainda se mostram "como antes" como podemos observar olhando atentamente o mapa abaixo. 

Não é de causar estranheza que ainda continuamos maciçamente concentrados no litoral do nosso país, embora o "interior" tenha apresentado crescimento populacional, principalmente nas cidades (o que necessariamente não quer dizer que as pessoas estão tendo mais filhos, visto que o êxodo rural pode ser um fator importante que engrossa o crescimento do número de pessoas nas cidades). Dentre os fatores que justificam uma maior concentração da nossa população ainda no litoral estão:
  • O desenvolvimento das primeiras atividades econômicas brasileiras nesta região (extração de Pau-Brasil, café, cana de açúcar...)
  • A longa presença da capital nacional (primeiro Salvador e sua posterior transferência para o Rio de Janeiro).
  • O consequente desenvolvimento das primeiras metrópoles brasileiras como São Paulo e Rio de Janeiro. 
Fatores esses que concentraram as atividades econômicas no Litoral brasileiro e atraíram e concentraram cada vez mais mão-de-obra. 

Para tentar reverter este quadro foram realizada tentativas de incentivo a ocupação do "interior", pois havia a preocupação (principalmente por parte dos militares) de que habitantes dos países fronteiriços pudessem invadir nosso país e ocupar nossas terras, justamente pela falta da "presença" de brasileiros (muito disso se faz presente em um dos lemas militares, o "integrar" para não "entregar"). Dentre as tentativas dos governos brasileiros para a ocupação do interior do nosso país, podemos citar:

  • A transferência da capital para Brasília.
  • A criação da Zona Franca de Manaus.  
  • Ciclos econômicos da Amazônia. 
  • A aquisição de terras no centro-oeste brasileiro, especialmente por produtores da região Sul do país. 

Mesmo com todas essas tentativas, até hoje, ainda continuamos esmagadoramente concentrados no litoral; o que faz de nós um país muito populoso, mas "pouco" povoado.

Ainda segundo o IBGE todas as cidades apresentaram crescimento populacional, mas chama a atenção o fato de que os municípios de porte médio vem crescendo em maior número, mesmo que ainda haja uma forte concentração nos grandes centros. Isso pode ser explicado, em parte, por uma tendência da população em sair dos grandes centros e buscar cidades menores para fugir de problemas comuns a estas como a violência urbana, congestionamentos, poluição, etc que, mesmo sendo encontrados em cidades menores, se apresentam em escala menor em comparação aos grandes centros urbanos.

Quanto as grandes cidades, o crescimento não foi tão grande. Fator esse que pode ser explicado pelo ritmo lento de crescimento de algumas das principais capitais do País, e principais núcleos metropolitanos, como o caso de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Belém, Recife e São Paulo. Atualmente, as taxas de crescimento dessas capitais se encontram abaixo da média nacional. 


Já os pequenos municípios brasileiros são aqueles que, em média, apresentam as menores taxas de crescimento populacional entre os anos de 2013 e 2014. O baixo crescimento, ou até decréscimo em muitos casos, pode ser explicado pelo componente migratório, influenciado por seu baixo dinamismo econômico.

Caso o leitor tenha interesse, a análise completa pode ser encontrada clicando aqui.  


Com informações do IBGE.












quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O grupo "Estado Islâmico"

O assunto dessa semana não poderia ser diferente depois que o grupo Estado Islâmico ganhou notoriedade com a covarde execução de um jornalista. Para entendermos a formação do grupo e o que o mesmo deseja devemos voltar um pouco no tempo.

Basicamente, os islâmicos são divididos em duas correntes: os sunitas (uma linha mais "suave" do islamismo) e os xiitas (radicalistas em relação as normas religiosas e defensores de uma política a serviço da fé - teocracia - onde religião e política estão correlacionadas).

O grupo Estado Islâmico teve origem no Iraque, país de maioria xiita, mas que foi durante anos controlado por um sunita (Saddam Hussein) que, para manter sua dominação, reprimiu e perseguiu a população xiita do Iraque (principalmente desde a Revolução Iraniana de 79, onde a população iraniana xiita tomou o poder, instaurando a teocracia no Irã, à época, através da figura do Ayatollah (nome dado ao líder supremo religioso) Khomeini. Saddam, que era sunita num país de maioria xiita, tinha medo que a revolução chegasse ao Iraque e, consequentemente, o retirasse do poder. Fato que levou o então líder do Iraque a reprimir os xiitas, evitando assim que a revolução iraniana ganhasse sua versão iraquiana).

Com a morte de Saddam Hussein e as sucessivas tentativas, não bem sucedidas diga-se de passagem, de se instaurar uma democracia no Iraque, grupos sunitas defensores da Jihad (guerra aos infiéis) viram em um frágil estado (agora liderado por um xiita) a chance de se organizarem para dar início a sua Jihad global. Concomitantemente a isso, a violência entre sunitas, xiitas e outras etnias no Iraque aumentou consideravelmente. Como inicialmente ela partiu dos grupos sunitas, denominou-se esse episódio como despertar Sunita. 

Mas, apesar do grupo ter começado no Iraque, seus domínios foram expandidos para a Síria. Vizinha ao Iraque, a Síria também passa por um processo delicado de transformação, que foi utilizado pelo Estado Islâmico justamente como fator de sua expansão. 

Passando pela "Primavera Árabe" a Síria vivia uma onda de protestos contra seu comandante, Bashar al-Assad, que, por sua vez, justificava que os protestos não eram legítimos pois eram feitos por terroristas; não sendo um desejo real da população síria, mas sim de aproveitadores terroristas... Em parte, ele, infelizmente, estava certo... 

Aproveitando-se desse clima de protestos contra o governo sírio, o grupo Estado islâmico expandiu seus domínios e cruzou a fronteira iraquiana em direção a Síria (em princípio fazendo alianças com grupos radicais sírios, mas, posteriormente, essas alianças serão desfeitas e o Estado Islâmico buscará sua própria via para a Jihad Global; inclusive combatendo até mesmo grupos de pensamento semelhante dentro da Síria, posteriormente) e hoje já domina um território (mapa abaixo) maior do que a Jordânia. 

Como se não fosse pouco, o grupo revindica pra si a liderança em um Jihadismo global atacando até mesmo outros grupos sunitas e a Al-Quaeda para reivindicar este posto. Mesmo que "atacar os seus" pareça coisa de maluco, para o grupo faz sentido. Pois assim a revolução seria feita exclusivamente de acordo com seus interesses, não havendo interferência alguma sobre o grupo. 

Desenha-se assim mais um xadrez geopolítico no Oriente Médio, onde de um lado temos uma tentativa desesperada de uma formação de governo e de outro temos os EUA e seus aliados regionais que tentam manter a região sob controle (pelo menos num controle necessário para que seus interesses na região não sejam ameaçados). 

Fato é que, enquanto esse jogo geopolítico de desenvolve, vidas se perderão e o Oriente Médio pode viver mais um sangrento capítulo em sua história que, pode até ser sufocado pelo extremo poderio militar norte-americano, mas que jamais sepultará a ideia de uma jihad por parte dos extremistas islâmicos. Principalmente se a região continuar sendo acometida pela pobreza, pelo autoritarismo e pela violência. 

O Avanço do Califado - Extraído do jornal O Globo. Original do Washington Post. 


Com informações do Jornal O Globo e da Revista Carta Capital.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

A ainda delicada questão étnica nos EUA

Mais um adolescente negro foi morto nos EUA, o que gerou protestos e enfrentamentos entre a população e policiais nos país, mostrando o quanto ainda é frágil a questão étnica. 

Um país que teve em suas raízes uma sociedade escravocrata, o que em parte contribuiu para a guerra de secessão, parece não ter abandonado-a de vez, principalmente na parte do sul do país (o que pode ser facilmente observado pelas últimas eleições presidenciais para o país). 

Embora hoje em dia, algumas conquistas foram dadas no passo de uma maior integração étnica nos EUA. Num passado não muito distante nem sempre foi assim; negros já foram impedidos de ir a Universidade e até mesmo ir a escola, já tiveram áreas destinadas para eles (com o intuito de não se misturarem com os brancos) como banheiros ou assentos nos ônibus (geralmente nos fundos); isso sem contar as piadas racistas e as agressões gratuitas por parte da etnia branca e de autoridades (nada muito diferente do que se vê aqui, não?). 

Aliás, caro leitor, se lhe interessa buscar mais informações sobre como era esta época, não lhe faltarão filmes sobre, como "Ray", "Ruby Bridges – Uma Menina luta por seus Direitos", "Mississipi em Chamas", "As barreias do amor", "Adivinhe quem vem para jantar", isso só para citar alguns... 

Mesmo que ícones como Malcolm X ou até mesmo Ruby Bridges tenham lutado pelos direitos dos negros e tendo sido marcos não só para os EUA, como para o mundo, assim como um respeitoso e admirável "Madiba", vemos que ainda há não só na terra do tio San, mas no mundo como um todo essa mentalidade atrasada e ridícula que julga o próximo apenas porque ele apresenta melanina em sua pele... 

Ainda me pergunto quantas cenas como a morte deste adolescente nos EUA, a incursão em favelas brasileiras que vitimam inocentes (a maioria negra) e atos de racismo e preconceitos teremos que presenciar até que se tome a consciência de que isso precisa mudar, mas mudar pra valer e não simplesmente fazer uma simples maquiagem sobre o assunto... 

Será mesmo que precisaremos chegar a sugestão abaixo para que isso seja exterminado da Terra?







Pelo andar da carruagem, parece que sim... Mas eu espero que tomemos consciência dessa necessária e urgente mudança e não cheguemos a este ponto...

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O MERCOSUL

Praticamente desde sua criação, em 1994, com o tratado de Assunção, o MERCOSUL se formou aos olhos desconfiados de certas pessoas que acreditavam que o bloco seria nada mais do que um erro, pois a decisão acertada a ser tomada seria aliar nosso país cada vez mais com "economias mais dinâmicas" como a União Europeia ou os EUA. 

20 anos depois de sua criação o bloco vem mostrando exatamente ao contrário. O bloco se fortaleceu, ganhou novos membros, virou uma bandeira contrária a tentativa frustrada (ainda bem) dos EUA de implantarem a ALCA e ainda funcionou como uma resposta aos céticos que duvidavam da capacidade do bloco. E os números provam isso... 

Em 2002, exportávamos somente 4,1 bilhões de dólares para o Mercosul. Em 2011, incluindo a Venezuela no bloco, as nossas exportações saltaram para 32,4 bilhões de dólares. Isso significa um fantástico crescimento de 690%, quase oito vezes mais. Saliente-se que, no mesmo período, o crescimento das exportações mundiais, conforme os dados da Organização Mundial do Comércio, foi de “apenas” 180%. Ou seja, o crescimento das exportações intrabloco foi, no período mencionado, muito superior ao crescimento das exportações mundiais.

Esse notável dinamismo fica mais evidente quando o comparamos ao crescimento de nossas exportações para as economias supostamente mais promissoras, na visão conservadora. No período mencionado, as exportações brasileiras para os EUA aumentaram somente 68%; para a União Europeia, 240%; e, para o Japão, 340%. Por conseguinte, nenhuma economia desenvolvida tradicional chegou perto do dinamismo comercial exibido pelo Mercosul. (1

Ou seja, além de nossas exportações para o bloco terem subido exorbitantemente, em comparação as ditas economias mais dinâmicas, as trocas comerciais  entre os países membros do MERCOSUL conosco também mostram ocupar uma parcela importante do nosso PIB. Essa relevância aumenta mais ainda se considerarmos que grande parte dos produtos exportados são industrializados, portanto, de maior valor agregado. 

Esse dinamismo não se estende apenas a esfera econômica, mas também na esfera política quando o bloco reitera a condenação tanto a Israel diante do seu conflito com a Palestina, quanto aos abutres que circulam sobre os títulos da dívida Argentina, cujo impasse praticamente força o país a dar "calote" (muitas aspas nesse calote) e que jamais poderiam ser decididos a cargo de um juiz (de outra instância e de outro PAÍS), interferindo assim na economia mundial. (atitudes essas que, ao meu ver, jamais seriam as de um "anão diplomático" diga-se de passagem). 

Confesso que se o futuro do bloco se desenhar tão bom quanto o seu presente, ver sua evolução para se consolidar como um bloco de fato parece ser bem animadora. Porém, isso só o tempo (e as próximas eleições) dirão, já que tem candidato por aí que anda defendendo o fim do bloco. O que eu, pelo menos, espero que não ocorra, embora saiba que essa ideia tem lá seu eco entre as certas pessoas. 


Com informações da Carta Capital (1) (2)