terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Cinema, Pipoca e Geografia! - Mãe


A indicação de hoje se trata de um filme cercado de signos e simbologias que exigem bastante atenção do leitor para que o mesmo não só compreenda o enredo do filme, mas do que ele realmente se trata. 

Hoje, nossa indicação é sobre o filme "Mãe". 

O filme retrata a relação de um escritor com uma dona de casa que recebem a visita inesperada de um médico que se perdeu em sua viagem. A partir daí vários acontecimentos ocorrem e a dinâmica entre o casal se transforma drasticamente. 

Contudo, o leitor deve ficar atento a esta história para perceber que isto é apenas uma história que esconde a verdadeira história por trás do enredo. Logicamente que não é de nossa intenção darmos spoiler e acabar com a graça do filme, portanto, deixaremos por conta do leitor a sua própria visão do sub-texto que na verdade é o principal dentro do filme. 

Entretanto, se você preferir assisti-lo já sabendo do que se trata, sugerimos continuar lendo o texto que se segue após o cartaz. 




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Alerta de SPOILER! - SÓ LEIA ESTA PARTE APÓS TER VISTO O FILME!)

Achamos genial a sacada do diretor de colocar um casal representando Deus e a "mãe natureza" para mostrar, com foco na "mãe" como a mesma é desrespeitada e mal tratada não só por um deus (proposital porque ele não é Ele) como também por todos que frequentam o mundo (representado pela casa deles). 

Mesmo com todo desrespeito e uma visão machista que trata a mãe natureza como ser inferior e que, portanto, é ignorada do princípio ao fim do filme, vemos que o "amor de mãe" sempre a faz passar por cima de tudo, mas que o mesmo possui seu limite.

Assim, o filme nos convida a pensar sobre a relação que possuímos com a mãe natureza, principalmente em tempos onde o aquecimento global e o agravamento do efeito estufa são cada vez maiores no planeta. Assim como a mãe do filme, a nossa mãe natureza também vem dando seus sinais de esgotamento dessa situação, mas nós, assim como os personagens no filme, continuamos a fazer parecê-la pregar no deserto e ignoramos seus constantes avisos, ou colocamos a culpa nos chineses como um certo presidente teve a ignorância suprema em fazê-lo. 

Fato é que o filme, numa associação magistral, nos convida a pensar na relação sociedade-natureza, onde o primeiro elo da relação vem ao longo dos tempos, cada vez mais e mais saqueando e maltratando o segundo elo. E, se nada for feito sobre a maneira como agimos, não tardará a própria mãe natureza, assim como a mãe do filme, dar um basta nesta situação.