terça-feira, 28 de agosto de 2018

Geoplaylist (Trio de Ouro - Bom Dia, Avenida)

Depois de um longo tempo, voltamos com uma indicação que nos faz revisitar o passado para adentrarmos na questão do remodelamento das cidades, em especial a cidade do Rio de Janeiro. 

A música "Bom Dia, Avenida" do Trio de Ouro nos fala sobre a inauguração da Avenida Presidente Vargas no centro da cidade carioca. A avenida, com suas pistas largas e procurando facilitar o acesso ao centro da cidade, foi considerada à época um delírio pois não se acreditava que haveria a necessidade de ter uma avenida tão larga já que o número de automóveis que circulavam pela cidade não fazia frente a largura da avenida. 

A construção da avenida, foi um marco do remodelamento urbano na cidade carioca que já tinha passado pela mesma situação quando houve a construção da Avenida Central, atual Avenida Rio Branco, que inclusive é citada na música. 

Ambas as avenidas apontaram no sentido de modernização da cidade carioca, mas apresentam algumas pequenas diferenciações. 

É comum ver em toda a extensão da Avenida Rio Branco prédios de ambos os lados, formando um imenso corredor "fechado" que meio que apagou uma parte da história do nosso país, visto que poucos são os prédios de época que restaram em pé na Avenida. 

Já na Presidente Vargas, esse corredor fechado não se faz tão presente, pois a referida avenida apresenta áreas ao longo de sua extensão que não são "fechadas" como se vê na Avenida Rio Branco. 




Em sala de aula, propomos utilizar essa música para discutir o remodelamento urbano e suas transformações e modernizações ao longo dos anos. Para tal, pode ser pedido aos alunos que tragam (baixadas da internet) fotos antigas e atuais das duas avenidas e pedir a eles que indiquem as mudanças percebidas ao longo dos anos nas duas avenidas. 

Após esse levantamento, junto ao professor, essas mudanças seriam alvo de investigação, elencando os fatores que motivaram suas transformações e de que formas elas impactaram na cidade carioca. 

Apesar da música correr o risco de não ser muito popular entre as atuais gerações, vale a pena conferir e ouvir!. 

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

A "Terra Estufa"

Muito tem se falado nas últimas 4 décadas sobre problemas ambientais, principalmente com a "tomada de consciência" que a humanidade teve em relação aos recursos naturais do planeta. Os conceitos de sustentabilidade e um olhar mais detido sobre os problemas ambientais passaram a ser tornar pautas de discussões importantes na ONU e a motivação de acordos como o Protocolo de Kyoto, de Montreal, RIO-92, RIO+20, Acordo de Paris, entre outros. 

Ao observar os antes ignorados problemas climáticos, o aquecimento global ganhou maior repercussão até mesmo por conta de suas consequências que podem chegar ao ponto de se tornar irreversíveis. 

Muito disso acontece por conta do agravamento do Efeito Estufa realizado pela Terra, mas agravado pelo homem... 

Pausa para esclarecimentos...

Não é incomum "dar um google" por aí e descobrir conteúdo falando que o homem causa o efeito estufa. Contudo essa informação está completamente equivocada. O homem não causa efeito estufa, ele agrava o efeito estufa. 

O efeito estufa é natural e o próprio planeta faz com o objetivo de reter calor que é essencial para qualquer tipo de vida no planeta. Caso a Terra não realizasse este efeito, as temperaturas aqui serão bem abaixo de zero, o que impossibilitaria a vida no planeta. 

Desde a Primeira Revolução Industrial, os níveis de gases estufa (gases que agravam a retenção de calor pela Terra) como CO2, metano, vapor d´água entre outros aumentaram, e continuam aumentado, consideravelmente, levando a um aumento das médias térmicas do planeta. 

Então, recapitulando, o efeito estufa é natural e o homem só agrava esse efeito

Fim da pausa para esclarecimentos... 

Esse agravamento e consequente aquecimento global, tem projetado consequências cada vez mais desastrosas para o planeta, dentre elas podemos citar:

  • Aumento do nível dos oceanos. 
  • Desaparecimento de áreas litorâneas. 
  • Migração compulsória. 
  • Perda de patrimônio. 
  • Alterações climáticas. 
  • Perdas humanas.
  • Derretimento das calotas polares. 
  • Perda de Biodiversidade. 

Entre outros que deixariam essa lista quilométrica, mas que serviu e serve para alertar a população mundial sobre o problema do agravamento do efeito estufa. 

Ainda mais agora que, recentemente, pesquisadores descobriram que a Terra pode apresentar uma elevação em sua temperatura na casa dos dois graus, o que a transformaria em uma espécie de "Terra Estufa". 

Caso essa previsão se confirme, a tendência é que um efeito dominó se arme sobre as alterações climáticas já que locais que são conhecidos como "sumidouros de carbono" (pela quantidade de carbono que conseguem "sequestrar da atmosfera") seriam seriamente afetados, tornando o planeta ainda mais quente. 

Com o desaparecimento de florestas e o derretimento das geleiras (conhecidos sumidouros de carbono), a quantidade de carbono liberada por esses dois na atmosfera, associada a sua ausência que garantiria um sequestro de carbono da atmosfera, poderiam agravar ainda mais o quadro de aquecimento global em nosso planeta, ameaçando mais ainda a vida aqui na Terra. 

Contudo, esse cenário que se desenha apocalíptico pode e deve ser combatido com atitudes e mudanças de postura de todo o planeta, a começar pelo estipulado no Acordo de Paris que propõe a manutenção da temperatura do planeta a 2°C acima dos níveis pré-industriais para depois chegar a 1,5°C e assim manter essa média. 

Se não tivéssemos um presidente de uma certa segunda maior nação poluidora do planeta tão interessado em destruir o legado de seu antecessor quanto pensar no bem coletivo, quem sabe esse índice estabelecido no acordo fosse atingido mais rapidamente. Mesmo assim devemos continuar lutando pelo que é nosso e de todas as gerações futuras, visando consertar o que foi feito no passado para que possamos ter um futuro.  

terça-feira, 14 de agosto de 2018

A crise das Liras Turcas

Nesta semana a Turquia virou notícia devido a grave crise enfrentada pelo país e que fez sua moeda despencar de valor frente ao dólar.  A crise teve envolvimento também com os EUA e decisões do presidente turco que se mostram equivocadas neste momento. 

Em primeiro plano desta crise estão as sanções aplicadas pelos EUA a ministros turcos pela prisão de um pastor norte-americano no país. As sanções foram respondidas pela Turquia na mesma moeda, mas, sem nenhuma surpresa, as sanções foram mais sentidas pelo lado turco que, por consequência das mesmas, viu investimentos no país minguarem e empresários se afastarem no país. 

A crise entre os dois, inclusive, respingou na OTAN onde ambos possuem grande representatividade, o que estremeceu ainda mais a relação entre ambos. 

Como se não fosse pouco, o país vive uma inflação que ultrapassa os 15% e que só piorou com o estremer da relação entre a Turquia e os EUA. Ainda mais com as retiradas superando os saques no país. 

Pesa também a "cobrança" de uma política de Erdogan em relação ao crescimento do país. O presidente turco iniciou diversas obras de infraestrutura do país (que custam MUITO caro) e o dinheiro tomado para a realização dessas obras de infraestrutura está cobrando seu preço (muito parecido com um período chamado "década perdida" por aqui, onde uma certa dívida externa já cobrava seu preço pelos empréstimos tomados nas décadas passadas). 

Outro fator que pode ter contribuído para essa crise turca é a superconcentração de cargos executivos na mão do presidente. Erdogan exerce uma espécie de megapresidencialismo onde praticamente todas as decisões são tomadas por ele. 

Também ajuda a nomeação do seu genro para um cargo como um "ministro da fazenda" que, devido a sua pouca experiência, já começa a inferir em resultados negativos para a economia turca, além de não vir dele a tão esperada "resposta" à crise que o país vive. 

Então, temos aí um receituário que parece ideal para uma crise que acabou culminando na queda da lira turca (moeda do país) frente ao dólar, levando a Turquia uma posição de insegurança tanto econômica quanto política por parte de sua população que pode condenar o país a uma grave crise se nada for feito para reverter essa situação. 

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Alguns pontos sobre a Copa que podem estar no seu vestibular (2)

Continuando o post da semana passada, falaremos sobre outros assuntos que acreditamos permearem os vestibulares desse ano relacionados a última Copa do Mundo, vamos a eles:


A questão da leis intolerantes russas


Este tema pode não ser abordado pelo viés de nossa disciplina, mas sim por outras como Sociologia e Filosofia. Contudo, acreditamos que a nossa disciplina, em parte, também pode abordar o tema das leis de intolerância russa. 

No país que sediou a Copa há leis contra demonstrações homoafetivas, pois, segundo as leis russas, "ferem os direitos familiares e são consideradas mal exemplo aos jovens". Diante deste cenário, ficaram famosas fotos de um grupo de pessoas que conseguiram protestar em solo russo de uma maneira bem elaborada. 

O grupo se reunia com roupas que, juntas, formam a bandeira LGBT e, assim, ao andarem juntos, seriam uma espécie de representação viva da bandeira e, porque não, da causa LGBT. 


Imagem relacionada
Foto: thehiddenflag.org


O grupo inclusive criou um site que divulga a causa e outras fotos como a que reproduzimos aqui podem ser vistas. 

Acreditamos que algum vestibular pode pegar este gancho e falar sobre questões como liberdade de expressão, direitos LGBTs e preconceitos, podendo até mesmo ser abordado como possível tema de redação. 



A seleção islandesa

Passaporte Rússia - Análise dos convocados: Islândia
Fonte: futebolnaveia.com.br


Apesar de não ter muita projeção na Copa do mundo, a seleção islandesa ganhou certa notoriedade (além do fato de parar o Messi) por ser uma seleção de semi-profissionais, onde vários deles possuem outra profissão e veem o futebol como uma espécie de hobby ou complemento de renda familiar, além do quase apagado "amor à camisa". 

Neste caso, acreditamos que possa ser abordado a questão relacionada ao futebol como meio secundário de vida,  e não como principal, como permeia o ideário de grande parte dos jovens brasileiros. 

Aqui, questões como a complementaridade da renda ou a valorização da busca por uma profissão além do esporte podem ser abordadas, levando os vestibulandos a refletirem sobre como planejar a carreira ou mesmo abrir o leque de possibilidades, dependendo da profissão que se deseja seguir. 

Apesar de ser uma questão de cunho "filosófico", acreditamos que possa ser abordada com intuito de refletir essa disparidade entre esse tipo de pensamento islandês e a idolatria quase cega que se tem aqui em relação ao futebol. 


A seleção e o Canal do Panamá


Panamá disputa sua primeira Copa sem pretensões
Fonte: uol.com.br



A seleção panamenha de futebol conquistou sua primeira participação em copas do mundo na edição de 2018. Um feito comemorado pelo seu país que, em termos futebolísticos, foi para o evento "a passeio".

Entretanto, podendo aproveitar o gancho dessa participação, pode ser discutida a questão sobre o Canal do Panamá. 

O Canal, que liga o Atlântico ao Pacífico, já foi abordado aqui quando completou o seu centenário. Diante disso, sugerimos que o caro leitor acesse este post para se inteirar da construção do Canal do Panamá, bem como suas implicações e sua importância econômica, política e estratégica. 



A questão do assédio




Infelizmente, mais uma copa é manchada com o estigma do assédio a repórteres femininas que realizam o seu trabalho cobrindo o evento esportivo. 

O vídeo acima ganhou certa notoriedade quando a repórter do SporTV sofreu uma tentativa de assédio ao gravar uma reportagem sobre o evento. 

Esta cena lamentável poderá aparecer como pano de fundo para discussões sobre os assédios que as mulheres sofrem na realização de seus trabalhos, seja na área em que for, abrindo assim um debate acerca dos direitos da mulher e sobre as medidas que podem ser tomadas para que cenas como essa jamais se repitam. 



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Como observamos no post passado, essas são apenas dicas. Nada garante que isso estará no seu vestibular ou ENEM desse ano, mas como em anos de eventos de grande visibilidade sempre algo é aproveitado para os vestibulares, acreditamos que estes temas podem ser aproveitados.