terça-feira, 4 de julho de 2017

Trump e sua cruzada xenofóbica

Esta semana o presidente que tem o nome do personagem errado da Disney fez mais uma das suas. 

Depois de certa insistência ele conseguiu a liberação do seu projeto de veto à imigração de pessoas de alguns países aos EUA

Segundo o projeto, aprovado parcialmente, pessoas do Irã, Síria, Iêmen, Somália, Sudão e Líbia terão que cumprir determinações para ir aos EUA; além da suspensão do acolhimento a refugiados por mais de 120 dias. 

Ainda de acordo com o projeto, pessoas destes países que desejam ir para os EUA deverão estar de acordo com uma série de exigências; dentre elas, podemos citar a necessidade de serem funcionários do Governo, por exemplo, ou irem por motivos de trabalho ou estudos, além de ter boa relação com os EUA. 

O "curioso" desta medida é que os países citados na lista são muçulmanos; revelando uma perseguição seletiva em relação aos imigrantes. Também é de chamar atenção países como a Arábia Saudita e o Egito ficarem de fora da lista (com certeza não tem nada a ver com o fato de ambos serem aliados históricos dos EUA...). 

Apesar de inúmeras discussões sobre a medida e do veto inicial de alguns juízes, o projeto foi levado adiante e pode sim ser considerado uma vitória do presidente norte-americano. 

Com isso, não podemos deixar de salientar o teor xenofóbico dessa medida. Xenofobia configura-se como aversão ao estrangeiro que pode levar até mesmo a perseguição a determinados tipos de grupos.

Seja querendo construir um muro e fazer o México pagar por isso ou mesmo leis como essa, o presidente mostra sua face xenofóbica e seu julgamento raso. Afinal de contas, com o veto em vigor não é difícil chegar a associação velada que se estabelece entre os habitantes destes países e o terrorismo.

É como se fosse uma afirmação de que todos os que habitam os países supracitados fossem terroristas e, consequentemente, representassem uma ameaça aos EUA. 

Não bastasse dizer que o aquecimento global é invenção dos chineses, ou mesmo que a construção de um muro na fronteira com o México, cuja mão de obra presente no vizinho do norte alavanca 60% da economia norte-americana; vemos agora mais uma demonstração de puro julgamento raso e xenofóbico de um presidente que aparenta ter um conhecimento de mundo profundo como um pires. 

Com isso, o presidente acaba por legitimar sua bandeira xenofóbica e causa mal estar diplomático entre os EUA e diversos países. Mas, ao que parece, o presidente não se importa com isso e avança cada vez mais em sua política de intolerância com determinados países.