terça-feira, 31 de maio de 2016

Cinema, Pipoca e Geografia! - Construindo O Planeta Terra

A indicação de hoje é sobre um documentário produzido pela National Geographic chamado "Construindo o Planeta Terra" que você pode conferir no vídeo abaixo, na versão em HD. 

O documentário exibe, através da computação gráfica, como o nosso planeta se formou e se transformou ao longo dos seus bilhões de anos de existência. 

Por ser bem ilustrativo e de uma narrativa de fácil compreensão, o documentário pode ser utilizado com os alunos do sexto ano, onde geralmente abordamos este assunto, podendo gerar algum trabalho como forma de compor uma avaliação bimestral. 

Como essa parte da matéria exige um poder de abstração muito grande por parte dos alunos, recém chegados a este novo ciclo do ensino fundamental, o documentário pode funcionar como elemento fixador da explicação sobre a formação do nosso planeta, pois permite ao aluno "ver" a explicação dada pelo professor nas animações gráficas presentes. 





Pelas animações, pela ótima narrativa e pela qualidade do trabalho que traz também diversas informações que podem ser incorporadas a explicação do professor (além é claro do tempo do documentário ser perfeito pra quem dá dois tempos de aula, como é o caso da maioria dos professores de Geografia) vale a pena a exibição do mesmo em sala de aula. 

terça-feira, 24 de maio de 2016

7 milhões de pessoas vivem sob domínio do Estado Islâmico, diz ONG

Estava semana a ONU realiza a primeira Cúpula Humanitária Mundial com a presença de ONGs e líderes de diversos Estados espalhados pelo mundo. 

Dentre elas, a ONG Conselho Norueguês sobre Refugiados, apresentou uma estimativa de que haja cerca de 7 milhões de pessoas sob domínio do grupo terrorista Estado Islâmico e também aproveitou para denunciar que o grupo tem atacado escolas e hospitais, desrespeitando assim, é claro, os direitos humanos. 

Enquanto debate-se a melhor forma de derrotar o grupo, o mesmo continua a se fortalecer e a "vender" e/ou impôr seu ideal de dominação sobre o resto do planeta numa Jihad que só terá fim quando o grupo triunfar sobre o mundo, pelo menos na visão deles... 

Apesar das estimativas estarrecedoras, as mesmas não são de se estranhar tanto assim, visto que a importância dada ao grupo é relativamente recente. 

Embora tenha surgido após a deposição de Saddam Hussein no Iraque, o grupo só ganhou projeção mesmo quando passou a realizar ataques fora do Oriente Médio e concomitantemente a isso, quando gerou a migração forçada de milhões de pessoas, especialmente para o continente europeu. 

Até então, os ataques e atrocidades cometidas pelo grupo não causavam furor, pois os mesmos se limitavam ao outro lado do Mediterrâneo e, logicamente, não incomodavam os nobres moradores do velho continente. Porém, a coisa muda de figura quando um contingente migratório maior que o da última guerra mundial começa a se dirigir para o seu território, não?

Assim, o mundo passou a prestar atenção no grupo e a tentar meios de acabar com o mesmo. Embora sempre caia na mesma armadilha que tanto dificulta o fim de grupos extremistas como esse e a própria Al-Qaeda, por exemplo, que é o fato de ser um inimigo que "não tem rosto".

É praticamente impossível você reconhecer um membro desses grupos, pois eles fogem do esteriótipo do árabe. Sua rede de cooptação é bastante diversa e pode se estender desde uma senhora que carrega explosivos em sua sacola a um homem de meia idade com uma mala cheia de metralhadoras. 

Associe isso ao fato de terem deixado o monstro ganhar forma e poder, estendendo seus domínios para cada vez mais além do Iraque. Aliás, muito semelhante ao que o mesmo velho continente fez ao assistir um certo austríaco dominar e anexar territórios até se darem conta de que já era tarde demais para tomar uma atitude que não a de reviver os horrores de mais uma guerra mundial. 

A diferença é que agora o inimigo não tem rosto, cor, uniforme ou qualquer outra coisa que o permita destoar dos demais, seja nos campos de batalha, seja nas ruas que cortam uma avenida qualquer. Tamanha dificuldade ajuda, em parte, a explicar o porquê do domínio desse grupo se expandir cada vez mais. (Talvez a outra parte se explique porque ainda há um desinteresse muito grande em relação ao fim deste grupo, pois suas ações, ainda são majoritariamente praticadas do outro lado do Mediterrâneo...).

Fato é que tenha o rosto que tiver ou se esconda onde se esconder, exterminar o grupo não fará com que o ideal da Jihad desapareça. Se hoje os olhos do mundo que se voltam para o Estado Islâmico, já se voltaram para a Al-Qaeda há cerca de uns 15 anos atrás, é sinal de algo está errado. Talvez uma resposta esteja na forma como o ocidente impõe seus valores e cultura ao oriente, fato este que não é bem visto do outro lado, como podemos perceber pelas reações feitas por grupos assim nos últimos tempos. Talvez a resposta esteja aí... Talvez...


Com informações do Ópera Mundi.    









terça-feira, 17 de maio de 2016

O que esperar depois da declaração do novo ministro da saúde?

Esta semana, o novo ministro da saúde, Ricardo Barros, deu uma entrevista exclusiva à Folha de São Paulo que você pode conferir na íntegra clicando aqui

Durante toda a entrevista, chamam a atenção os seguintes trechos:

Mais de 1,3 milhão de pessoas deixou de ter planos de saúde no último ano. Isso vai sobrecarregar ainda mais o SUS...
A ANS precisa ser mais ágil na regulação. A judicialização na área dos planos tem obrigado que eles façam reajustes muito acima da inflação. Cada vez que uma decisão judicial determina incluir um procedimento na cobertura do plano, aumenta o custo e ele tem que repassar para o consumidor.
Isso acaba prejudicando a todos os usuários, encarecendo o sistema e fazendo com que mais pessoas deixem de ter planos. Quanto mais gente puder ter planos, melhor, porque vai ter atendimento patrocinado por eles mesmos, o que alivia o custo do governo em sustentar essa questão.

Não deveria ser o contrário, estímulo para um SUS melhor, já que pagamos impostos e temos direito à saúde?
Todos os cidadãos já pagam pela saúde, todos os cidadãos já pagam pela segurança. No entanto, os gastos com segurança privada são muito superiores aos da segurança pública. Infelizmente, a capacidade financeira do governo para suprir todas essas garantias que tem o cidadão não são suficientes.
Não estamos em um nível de desenvolvimento econômico que nos permita garantir esses direitos por conta do Estado. Só para lembrar, a Previdência responde por 50% das despesas do Orçamento da União. O Estado acaba sendo um fim em si mesmo, e não um meio. O que adianta o médico sem remédio, o pedreiro sem o tijolo, o motorista sem o combustível. Nada. Não presta serviço para a comunidade.

O que fazer? Mudar a Constituição, que determina que a saúde é um direito universal?
A Constituição cidadã, quando o Sarney sancionou, o que ele falou? Que o Brasil iria ficar ingovernável. Por quê? Porque só tem direitos lá, não tem deveres. Nós não vamos conseguir sustentar o nível de direitos que a Constituição determina.
Em um determinado momento, vamos ter que repactuar, como aconteceu na Grécia, que cortou as aposentadorias, e outros países que tiveram que repactuar as obrigações do Estado porque ele não tinha mais capacidade de sustentá-las. Não adianta lutar por direitos que não poderão ser entregues pelo Estado. Temos que chegar ao ponto do equilíbrio entre o que o Estado tem condições de suprir e o que o cidadão tem direito de receber.

Depois de ler esse trecho da entrevista, contar até 1 milhão, e pensar no para onde o sistema de saúde irá (ou não) depois dessas declarações; você pensa em milhares de coisas para escrever. Explicações e teorias podem não fazer sentido diante de algo que estamos apenas especulando, mas antes que eu seja acusado de defender ou acusar o atual "governo", não vou tecer um comentário sequer sobre isso. 

Melhor do que simplesmente traçar cenários para o que acontecerá ao SUS depois dessas declarações é mostrar o que está se tentando implementar aqui na prática. Para tal propósito, deixo abaixo o filme do cineasta Michael Moore, chamado SICKO, que mostra como é o sistema de saúde norte-americano que, a julgar pelas declarações acima, é o "exemplo a ser seguido" e implementado para o SUS. 



Que isso realmente não aconteça aqui...
  

terça-feira, 10 de maio de 2016

Cinema, Pipoca e Geografia! - A Vida dos Outros

A sessão de hoje se dedica a um filme que já foi ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro: A Vida dos Outros (imagem abaixo). 





No filme, um agente da Alemanha Oriental, é ordenado a vigiar um escritor e sua namorada 24 horas por dia para saber se ambos realizam atividades que vão contra o regime, embora os mesmos não se pronunciem publicamente sobre o governo e tem, portanto, uma reputação considerada impecável.

A trama se desenvolve quando o agente acaba se envolvendo com o casal, sem lhes revelar o real motivo disso, a ponto de travar um conflito interno sobre relatar ou não aos seus superiores as atividades realizadas por eles. 

O filme serve para abordar o contexto da Guerra-Fria com os alunos que teve como um de seus pontos a divisão da Alemanha em duas, ficando o lado Ocidental para os capitalistas e o lado Oriental para os socialistas, sendo fincado para tal o famoso muro de Berlim, que, por sua vez, só seria derrubado em 1989, dando sinais de que a Guerra Fria estava perto de seu fim. 

Abaixo há o filme na íntegra e dublado. Como forma de debate e de "vivencia" de como era um dos lados de um país dividido pela Guerra Fria, além das qualidades do próprio filme em si que o levou a garantir a estatueta de ouro, vale muito a pena conferir!. 







terça-feira, 3 de maio de 2016

Há ou não terremoto no Brasil?

Esta semana a UNB registrou tremores de terra na metrópole de Belo Horizonte-MG. Alguns dos tremores foram sentidos durante 15 segundos e alcançaram até 3,7 na Escala Richter. 

Este tremor de terra suscita uma discussão antiga que, apesar de já ter sido respondida, sempre volta à tona quando eventos desse tipo acontecem em nosso país. Afinal de contas, existe ou não terremoto no Brasil?

Para começar a responder esta pergunta, teremos que nos debruçar sobre uma teoria relativamente jovem, a das Placas Tectônicas. 

Segundo a Teoria das Placas Tectônicas, a Terra teria sua crosta dividida em imensas placas que flutuam sobre o magma do planeta e, eventualmente se chocam, provocando terremotos, maremotos, tsunamis e atividades vulcânicas, além de deslocar os continentes 3 cm para a esquerda todos os anos. O Tamanho dessas placas pode ser conferido no mapa abaixo.  


Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/upload/conteudo/images/5bb3a13d74cd759f6dc39227d5177692.jpg

As áreas de contato entre as placas, ou seja, suas bordas, são as que mais sofrem com os abalos símicos, que, dependendo da intensidade, podem ser propagados para vários quilômetros além de seu epicentro (área onde começa o terremoto). Contudo, ao retornarmos para o mapa, vemos que o nosso país se encontra no meio de uma placa tectônica, a Sul-Americana, e, portanto, estaria livre desse risco já que as bordas são as áreas mais atingidas pelo contato entre as placas. 

Mas então por que sentimos tremores de terra como o registrado esta semana em BH?

A causa desses tremores pode estar em algumas hipóteses. 

A primeira delas trata-se da acomodação geológica. Com as milhares de construções feitas pelo homem, principalmente nas cidades, o solo foi escavado, mexido e remexido; causando assim um "desarranjo" na estrutura do mesmo. Porém, o solo tem uma tendência natural a voltar a sua posição original ou mesmo preenchendo os espaços possíveis deixados pelas construções humanas. 

Ao "preenchimento" desses espaços por enormes quantidades de terra dá-se o nome de acomodação geológica que nada mais é do que o solo tentando ocupar sua posição original. Como esses deslocamentos envolvem uma grande quantidade de terra, acabam gerando pequenos tremores que podem ser sentidos, mas sem maiores gravidades. 

Outra teoria é a propagação de terremotos em áreas vizinhas, mas que já chegam aqui com pouca força. Imagine a seguinte situação: ao arremessar uma pedra em um lago, assim que a pedra atingi-lo, gerará ondas concêntricas (em forma de círculo) que se propagarão com uma força cada vez menor até desaparecerem. 

Com os abalos sísmicos acontecem exatamente o mesmo. Do seu epicentro até as áreas próximas o terremoto vai perdendo força e seus tremores já não são tão violentos, mas podem sim serem sentidos e percebidos por pessoas a quilômetros de distância do local de origem do abalo. 

Um exemplo disso foi um terremoto que aconteceu no Chile no início desta década e foi sentido até em São Paulo, mas sem danos graves ao nosso país. 

Há também uma teoria que nos remete as camadas mais profundas da Terra que, por sua instabilidade, pode também provocar pequenos abalos sísmicos. Isso ocorre especialmente no Nordeste do país, mas os abalos acontecem a uma profundidade tão grande que se quer são sentidos. Porém sua existência é sabida e registrada por universidades.

Fato é que o nosso país sofre sim com abalos sísmicos, mas, até então, nenhum deles com grande severidade ou danos. Porém o fruto desses abalos, pode ser tanto uma acomodação geológica quanto uma propagação de um terremoto em um país vizinho.