sexta-feira, 30 de abril de 2010

Se Pelo Discurso Não Vai... A Força é o Caminho

Parece que a China resolveu ir do diálogo a força com o Irã em relação a questão nuclear onde agora a mesma se vê aberta a aplicar sanções ao Irã, segundo a União Européia.

PEQUIM (Reuters) - Diálogos entre líderes europeus e chineses sobre o Irã estão se direcionado para discutir como deveriam ser aplicadas as sanções,e não mais se deveriam ser aplicados, disse a União Europeia nesta sexta-feira.

A chefe de assuntos estrangeiros da UE, Catherine Ashton, disse ao primeiro-ministro chinês, Wen Jiaobao, que sanções eram necessárias para manter a pressão sobre o Irã contra suas atividades nucleares, e afirmou que sentiu uma boa recepção da China a essa posição.

"O premiê Wen estava claramente no processo de dizer que deveríamos tê-las (as sanções) mas.. ele quer que sejam direcionadas", disse ela.

A posição de Wen parece estar de acordo com uma declaração do Ministério de Relações Exteriores chinês na quarta-feira dizendo, que a China "não se opõe à estratégia de duas vias de diálogo e sanções."

Essa declaração, que aconteceu após reunião entre os presidentes da China e da França, reiterou que a China não esperava que sanções resolveriam o assunto. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse depois da reunião que o momento de impor as sanções estava se aproximando.

Pequim enfrenta crescente pressão dos governos Ocidentais para apoiar uma nova rodada de sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o Irã pelas polêmicas atividades nucleares iranianas, apesar de tentar manusear um papel diplomático intermediário entre as nações com poder nuclear e os países sem essa capacidade.

O Irã rejeita acusações do Ocidente de que estaria desenvolvendo armas nucleares secretamente e afirma que o objetivo de seu programa nuclear é a geração de energia e outras atividades pacíficas.

Extraído de msn.com.br

Irã Rejeita Troca de Combustível Nuclear no Exterior

Por motivos que parecem ser bem claros

1° - Aceitando essa proposta ficarão na mão daqueles que lhe fornecerão o combustível. Assim o país perderia sua autonomia nessa questão

2° - O país também perderá tecnologicamente pois isso inibe o desenvolvimento de tecnologia própria para tal

3° - Quem garante que o combustível fornecido será de boa qualidade ?

TEERÃ (Reuters) - O Irã nunca aceitará trocar seu urânio de baixo enriquecimento por combustível nuclear no exterior, disse um conselheiro do líder supremo do país nesta sexta-feira, deixando claro que Teerã mantém sua postura desafiadora na disputa com as potências mundiais.

Alguns países, como a Turquia, já se ofereceram para mediar a troca com o Ocidente para diminuir a crescente tensão sobre o Irã na questão de suas polêmicas atividades nucleares, que os Estados Unidos e seus aliados europeus temem ser um disfarce para a construção de bombas.

"Devemos ser muito ingênuos para confiar no Ocidente... Por que eles insistem em trocar combustível nuclear no exterior? Isso demonstra que têm intenções satânicas", disse Ali Akbar Vealyati, conselheiro para assuntos internacionais do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, à agência de notícias estatal IRNA.

"O Irã jamais confiará no Ocidente para enviar seu urânio de baixo enriquecimento ao exterior", disse ele.

A Turquia se ofereceu para ser o local da troca do urânio.

Indagado se a troca ocorreria na Turquia --membro da Otan que faz fronteira com o Irã e também membro temporário do Conselho de Segurança da ONU-- Velayati respondeu: "O Ocidente pode quebrar suas promessas facilmente... e a Turquia não poderá forçá-los a cumprir suas promessas (de entregar combustível nuclear ao Irã)".

O Irã concordou com uma oferta do Ocidente em outubro passado para enviar 1.200 quilos de seu urânio de baixo enriquecimento -- o suficiente para uma única bomba se for purificada a um nível alto o bastante -- à Rússia e à França para ser transformado em combustível para o Reator de Pesquisa de Teerã.

O Irã disse depois que faria a troca apenas se isso ocorresse em seu território, condição que os outros países acharam inaceitável.

Extraído de msn.com.br

Protesto Contra Remoção de Moradias

Segundo a notícia abaixo moradores de morros do Rio de Janeiro foram protestar contra a não remoção de suas famílias da localidade pela prefeitura.

O que por muitos pode ser analisado em um discurso preconceituoso e completamente absurdo que é " Tá vendo, a prefeitura quer tirar eles de lá mas eles não querem sair. Tem mais é que cair com barraco e tudo mesmo" esconde fatos que muitas vezes a imprensa não noticia (pra variar, é claro).

Ninguém escolhe morar em área de risco por que quer, mas sim por necessidade.

Seja por não ter condições de comprar um apartamento ou uma casa - graças a especulação imobiliária que jogou as pessoas de baixa renda para longe do coração econômico Rio de Janeiro, isso em escala correspondente ao Rio e Grande Rio - ou seja pela outra face do problema acima exposto, ou seja, a especulação imobiliária levou pessoas a só terem condições de comprar uma moradia longe de seus empregos; o que torna extremamente dispendiosa e cansativa o trajeto casa-trabalho-casa e a unica saída para resolver esta situação é se mudar para uma moradia modesta no alto dos morros. Enfim, independentemente do motivo que seja o mesmo não é noticiado justamente porque para o resto das pessoas não importa o problema delas mas sim a remoção delas, para que as mesmas deixem de ser um problema para a administração pública.

Contudo, algumas pessoas podem querer argumentar que a prefeitura tem tudo organizado para uma realocação dessas pessoas e quando não tem oferece aos moradores o aluguel social...

Pois bem, nada mais faz a prefeitura do que tentar sanar um problema para o qual a mesma fechou os olhos durante anos, décadas, séculos... Problema esse que só entrou na pauta porque a imprensa está caindo em cima desde que ocorreu o trágico acidente em Niterói. Só que além de fazerem isso depois de anos de silêncio, ainda "resolvem" o problema, desculpe o termo, de forma "porca".

O aluguel social é apenas paliativo, pois dura um ano e é de 400 reais o valor. Não estou dizendo com isso que deveriam alugar mansões para famílias morarem, mas sim que o projeto que deveria ser apenas paliativo é aplicado como definitivo, afinal de contas infelizmente nosso povo tem memória curta e em pouco tempo ninguém mais se lembrará disso, ainda mais em ano de copa do mundo. Caso você discorde, se pergunte e pesquise se até hoje a tragédia de Angra de Reis no início do ano foi solucionada a contento de todos aqueles que perderam suas casas e que até hoje, 5 meses depois praticamente, ainda não possuem sua residência.

Outro aspecto que muito me incomoda, mas que para muitos é vendido como a solução, mais particularmente no caso de Niterói é a remoção dos moradores do morro do Bumba para Bangu !
Como se a distância geográfica fosse curta e/ou a cidade fosse muito bem organizada em termos de logística de transportes para facilitar o deslocamento dessas pessoas para o seu local de trabalho.
Por que o projeto prevê casas populares... Você não vê em nenhum momento a previsão da construção com a ajuda do governo de uma área comercial, coisas simples como uma padaria ou comércio de pequeno porte qualquer, que permita as pessoas conseguir um emprego próximo de suas residências para que não tenham que se deslocar por grandes distâncias para chegarem aos seus empregos.

Enquanto essa questão não for resolvida por um plano grandioso e com investimento pesado vários outros protestos como o noticiado se multiplicarão. Mas o que se há de fazer quando o plano é paliativo, pautado na memória curta do povo, e o investimento pesado só se faz em copa do mundo, porque investir em quem necessita é perda de tempo....


Cerca de 400 manifestantes protestavam, por volta do meio-dia, em frente ao Centro Administrativo da prefeitura do Rio de Janeiro, na Cidade Nova, contra a remoção da favela do Morro dos Prazeres, em Santa Teresa. Três ônibus trouxeram moradores de outras comunidades, como Complexo da Maré, Cidade de Deus e favelas da zona oeste. Eles querem entregar uma carta ao prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), para que ele desista da remoção. Policiais do 1º Batalhão de Polícia Militar (PM) acompanhavam a manifestação.




Extraído de msn.com.br

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Mais um fracasso anunciado ?

Mais uma conferência para reavaliar o tratado de não proliferação nuclear vem aí...
Realizada de 5 em 5 anos a conferência procura discutir se o tratado é cumprido pelos países signatários além de medidas a serem tomadas caso o mesmo não seja comprido por um dos membros.

A última reunião começou com os mesmos contornos da reunião que se realizará este ano: EUA de um lado e Irã do outro e acabou por resultar em nada. Para 2010 parece que continuará estagnado já que de um lado teremos os EUA que insistem em aplicar sanções ao Irã enquanto este não suspender o seu programa nuclear, ao passo que fecha os olhos para países como Israel e Paquistão que possuem tecnologia nuclear.

Tudo bem que os dois últimos países citados não são signatários do acordo, mas é sabido que suas tecnologias nucleares se proliferam e muitas vezes há até o contrabando nuclear, como no caso do Afeganistão, e ninguém move uma palha sequer em cima deste assunto; claro que por interesses econômicos e políticos. Os mesmos interesses que levam a China e a Russia a buscarem a diplomacia com o Irã ao invés de apoiarem as sanções que tanto querem impor os EUA. 

Irã que, por sua vez, se defende alegando se utilizar da energia nuclear apenas com fins pacíficos e acusando os EUA de impedirem o desenvolvimento dos outros países que optam por esse meio para se desenvolverem.

Com este cenário de queda de braço a reunião deste ano está perto de começar e se ambas as partes não chegarem a um acordo de caráter efetivo, parece que teremos mais uma reunião condenada ao fracasso.


NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Irã e Egito estão se preparando para enfrentar os Estados Unidos e seus aliados em torno do direito de Israel e países em desenvolvimento de possuir tecnologia atômica. A batalha será travada numa reunião importante sobre o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (NPT).

O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad deve participar da conferência, que começa na próxima segunda-feira e continua até 28 de maio. Ele enfrentará a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que lidera a delegação dos EUA na conferência, que acontecerá na sede da Organização das Nações Unidas.

Diplomatas preveem que Ahmadinejad assumirá postura de desafio aos EUA e seus aliados ocidentais, acusando-os de tentar privar países em desenvolvimento de tecnologia nuclear e, ao mesmo tempo, fazer vista grossa para a capacidade nuclear de Israel.

Os 189 signatários do histórico tratado de controle de armas de 1970 --que visa impedir a proliferação de armas nucleares e pede aos países que possuem ogivas atômicas que abram mão delas-- se reúnem a cada cinco anos para avaliar o cumprimento dos termos do pacto e os avanços feitos para alcançar suas metas.

A última conferência de revisão do NPT, em 2005, foi amplamente vista como desastrosa. Após semanas de discussões sobre procedimentos, lideradas pela ex-administração dos EUA, Egito e Irã, a conferência terminou sem que fosse obtido um acordo sobre uma declaração final.

Analistas e diplomatas da ONU esperam que as coisas sejam diferentes desta vez e que a conferência consiga infundir vida nova em um tratado que não conseguiu impedir a Coreia do Norte de fabricar uma bomba nuclear nem forçar o Irã a encerrar seus trabalhos de enriquecimento de urânio.

Outros fatores que ressaltam a debilidade do NPT são a rede ilícita de fornecimento de materiais nucleares, liderada pelo Paquistão, e os avanços lentos sobre o desarmamento.

Presume-se que Israel possua um arsenal nuclear, mas o país não confirma nem nega a informação. Como a Índia e o Paquistão, Israel não é signatário do NPT e não vai participar da conferência.

Ahmadinejad é o líder de mais alto escalão a participar da conferência. Ele vai viajar a Nova York enquanto diplomatas dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha, se reúnem quase diariamente em Manhattan para redigir um esboço de resolução impondo uma quarta rodada de sanções contra Teerã em função de seu programa nuclear.

Diplomatas dizem que os seis países estão longe de chegar a um acordo e que Rússia e China procuram diluir uma proposta de sanções redigida pelos EUA.

"Uma conferência bem-sucedida intensificaria a legitimidade do tratado, em um momento em que sua eficácia está em dúvida devido aos programas nucleares iraniano e norte-coreano", disse David Albright, chefe do Instituto de Ciência e Segurança Internacional, em depoimento ao Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara de Deputados dos EUA.

A Coreia do Norte retirou-se do tratado em 2003 e testou artefatos nucleares em 2006 e 2009. As potências ocidentais pedem penalidades mais duras para os países que se retiraram do pacto, incluindo a obrigatoriedade de inspeções mais rígidas da ONU e outras medidas que dificultariam o desenvolvimento de armas atômicas pelos países.

Enviados ocidentais dizem que, se a conferência tiver êxito, resultará em uma declaração que abranja os três pilares do NPT --o desarmamento, a não proliferação e o uso pacífico da energia nuclear.

Falando com jornalistas esta semana, o embaixador egípcio à ONU, Maged Abdelaziz, elogiou as novas iniciativas de desarmamento tomadas por Obama mas disse que os países em desenvolvimento querem mais. Além disso, disse que é importante não focar exclusivamente a ameaça nuclear representada pelo Irã.

O Egito enviou à conferência um documento de trabalho pedindo uma reunião internacional com a participação de Israel que começaria a trabalhar para um tratado para estabelecer no Oriente Médio uma zona de congelamento de armas nucleares.

Diplomatas disseram à Reuters que EUA, Rússia e os outros três membros permanentes do Conselho de Segurança estão abertos à proposta e esperam chegar a um acordo com Cairo.


Extraído de msn.com.br

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A sucata da sucata

Na onda do neo-liberalismo, que chegou ao Brasil nos início dos anos 90, vários serviços prestados ao público pelo governo foram sucateados para que assim se pudesse colocar mais rapidamente esses serviços na mão do setor privado.
Com a saúde não foi diferente... O sistema público de saúde é vergonhoso e deficitário ao extremo, levando assim muitas pessoas, aquelas que financeiramente puderam, a migrarem para os famosos planos de saúde. Contudo, parece que até os planos de saúde andam deficitários prejudicando milhões de brasileiros...

É... Parece que parte da população largou um serviço sucateado por outro...

Cinco milhões de pessoas no Brasil pagam por planos de saúde com grave insuficiência de laboratórios, consultórios e hospitais, situação que possibilita dificuldades e negativas de cobertura para a realização de consultas, internações e exames garantidos pelo contrato assinado. Os dados são de estudo da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apresentado em 2009 e obtido pelo Estado. Foram avaliadas 35 das maiores operadoras do mercado em número de clientes. Segundo o trabalho, 71% estavam com deficiência média ou grave na rede assistencial.

A deficiência mais frequente foi quanto aos serviços auxiliares de diagnóstico e terapia disponíveis, como os laboratórios que fazem exames de imagem - problema encontrado em 88,5% das operadoras analisadas. As empresas avaliadas fazem parte do conjunto de 43 operadoras que concentram 50% dos usuários de planos médico-hospitalares no Brasil. Um total de 42,9 milhões de pessoas têm convênios de assistência médica atualmente no País.

A Fenasaúde, entidade que representa as principais empresas do setor de planos, apontou que o estudo tem limitações - como não considerar as realidades de saúde de cada localidade, mas olhar todos os municípios onde os planos estão como se tivessem as mesmas necessidades (mais informações nesta página). Mas a entidade reconhece que há defasagem em algumas situações, decorrente da falta de oferta adequada de prestadores dos serviços. "A rede privada sofre do mesmo problema que o Sistema Único de Saúde (SUS)", justificou Solange Mendes, coordenadora-executiva da entidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Extraído de msn.com.br

domingo, 18 de abril de 2010

Onda de Calor

Muito se fala em aquecimento global e seus efeitos sobre o planeta que são diversos e que já começam a incomodar os seres humanos e de certa forma serve como um alerta a ameaça de vida na Terra.

O efeito da vez agora é a onda de calor que atingiu a Índia matando mais de 80 pessoas e prejudicando agricultura do país.

Se não tomarmos providências agora para tentarmos reverter essa situação, mais pra frente poderá ser tarde demais.

NOVA DÉLI (Reuters) - Uma severa onda de calor já matou mais de 80 pessoas este mês na Índia, onde as temperaturas chegam perto de 44 graus Celsius, as mais elevadas em 52 anos, afirmaram autoridades neste domingo.

O clima ardente, que autoridades dizem que pode prevalecer nas regiões norte, noroeste e central do país pelas próximas 48 horas, também pode ter impacto sobre a produção de trigo, afirmaram exportadores e associações de produtores.

Nova Déli registrou uma temperatura máxima de 43,7o C no sábado, indicando um verão quente nos próximos dois meses na capital e em outras partes da Índia.

A temperatura mais elevada nas últimas 24 horas foi 47o C na cidade de Ganganagar, no Estado de Rajasthan. As temperaturas de verão tem sido de 4 a 6 graus acima do normal na maior parte das regiões norte e central do país desde março.

Extraído de msn.com.br

Usina de Belo Monte

A construção de uma Usina Hidrelétrica sempre divide opiniões por seus prós (como a utilização de energia "limpa" e renovável e o favorecimento a esse tipo de energia ao invés da nuclear) e contras (como a perda de biodiversidade, assoreamento dos rios, alagamento de extensas áreas e até mesmo a criação de movimentos sociais como o MAB), com a construção da Usina de Belo Monte não seria diferente.

A construção dessa usina se deu muito por conta da pressão exercida pelas indústrias, principalmente do sudeste, por uma demanda maior de energia para suprir suas necessidades, além é claro do episódio do apagão que houve recentemente e afetou diversos Estados brasileiros.

Fora também o fato de que ou era a construção dessa usina ou era a aprovação de 14 termoelétricas movidas a Diesel (simplesmente a forma mais poluidora de produção de energia neste gênero). Tudo para suprir a demanda voraz de nossa indústria e também, em menor medida, por causa dos eventos de nível mundial que iremos sediar em alguns anos.

Aproveitando a deixa nessa questão das usinas hidrelétricas existe um filme que retrata de forma bem bacana essa questão e já foi indicado aqui em post anterior que se chama "Os Narradores de Javé".

Protegida pelas águas turvas do Rio Xingu e por frondosas árvores nativas da Amazônia, a pequena aldeia Paquiçamba, dos índios juruna, é o retrato fiel do dilema que atinge o oeste do Pará. A tribo, de 83 pessoas, decidiu se separar fisicamente por causa de divergências sobre o projeto da Hidrelétrica de Belo Monte, prevista para ser leiloada terça-feira. Metade da aldeia, inclusive o cacique Manuel, de 70 anos, vê com bons olhos a construção da usina, de 11.233 megawatts (MW). A outra ala, um pouco mais jovem, não pode nem ouvir falar do empreendimento, que custará R$ 19 bilhões.

A briga começou quando o cacique, que no passado discordava do projeto, decidiu apoiar publicamente a hidrelétrica, sem consultar os demais integrantes da tribo, conta Ozimar Juruna, de 41 anos, contrário à construção. "Ele ficou iludido com as promessas feitas pelas empresas (responsáveis pelo projeto). Nós, que sabemos ler e falar português, entendemos que a obra será um desastre para a aldeia."

Quinze famílias devem acompanhar o novo grupo, que terá outro cacique no comando. Será Giliarde, o sobrinho do atual chefe da tribo. No dia em que a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo visitou Paquiçamba, o cacique Manuel estava fora, colhendo castanhas na mata. Mas, com tanta polêmica, seu genro Claudio resolveu amenizar o discurso do sogro: "Ele não é contra nem a favor". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



Extraído de msn.com.br

sábado, 17 de abril de 2010

O jogo de blefes e a política nuclear pelo mundo

Protagonista de umas das maiores tensões mundiais, talvez a maior, a questão nuclear causa em todo mundo apreensão muito em virtude do viés para o qual a questão é sempre noticiada pela mídia que é para uso bélico;
o que também só vem se acentuando por conta da configuração dessa política pelo mundo, pautada em acordos dúbios ou então que podem ser desfeitos em um simples estalar de dedos.

Enquanto os EUA correm contra o tempo para manter a produção e o arsenal nuclear de outros países sobre seu controle, uma forma de assegurar sua hegemonia que já começa a ruir e não é de hoje, os mesmos acabam esquecendo de países que realmente podem oferecer perigo devido a sua instabilidade mas que são ignorados pelos EUA por questões estratégicas - como o Paquistão que é estratégico para o EUA na guerra do Afeganistão mas que possui um governo instável que sofre constantes ataques do Taleban e que, contudo, produz arsenal nuclear e sequer é incomodado pelos EUA - configurando assim um cenário político temerário contra uma questão que deveria ser tratada de uma outra maneira que não a que envolva apenas interesses pessoais.


A cúpula de Segurança Nuclear em Washington nos dias 12 e 13 de março deve ser entendida, antes de mais nada, como uma tentativa dos EUA e aliados, de manter o status quo geopolítico ao menor custo militar e econômico, por meio de um concerto de potências nucleares. Menos ruim, é provável, que o unilateralismo belicoso do primeiro governo Bush júnior, mas continua a ser um esforço no sentido de salvar uma hegemonia em risco.

A preparação incluiu um acordo entre Washington e Moscou sobre redução de arsenais nucleares e uma revisão da estratégia nuclear dos Estados Unidos, segundo a qual o país, mesmo atacado com “armas de destruição em massa”, promete não usar armas nucleares contra nações que não as possuam se – a ressalva é importante – estes cumprirem o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).

Nenhuma das duas decisões é exatamente o que parece. Ao contrário do acordo nuclear anterior, entre Bush pai e Mikhail Gorbachev, o novo nem sequer exige que as ogivas postas fora de serviço sejam de fato inutilizadas: podem ser deixadas de reserva e reativadas em questão de dias, se a conjuntura mudar.

Da mesma forma, se a conjuntura mudar, a “nova postura nuclear” de Obama pode ser alterada de uma penada, como se fez em relação a Bush júnior. Além de ser um retrocesso em relação a posições anteriores. Antes de 2002, quando o Júnior anunciou a doutrina que fez do “eixo do mal” um alvo potencial de bombas atômicas – o que levou a Coreia do Norte a expulsar os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), retirar-se no ano seguinte do TNP e detonar sua bomba atômica em 2006 –, a posição dos EUA era que armas nucleares seriam usadas apenas contra potências como China e Rússia.

Não que tais declarações tenham algum valor além de propaganda: em 1968, a União Soviética de Leonid Brejnev comprometeu-se a jamais ser a primeira a usar armas nucleares em um eventual confronto. A Otan não acreditou nem o imitou e, em 1993, quando Boris Yeltsin abandonou esse compromisso, ninguém se preocupou. Promessa por promessa, o Irã também garante jamais produzir, estocar ou usar armas nucleares, não por uma mera ordem executiva, mas por uma fatwa de setembro de 2004 do líder supremo Ali Khamenei, um parecer fundado na lei islâmica que é quase tão difícil de revogar quanto um pronunciamento dogmático do papa.

A tese iraniana de “energia nuclear para todos, armas nucleares para ninguém”, é defensável. Em troca de promessas que podem ser abandonadas em horas, espera-se que outros países joguem fora muitos anos de pesquisa e investimento necessários para se desenvolver a capacidade de produzir combustível nuclear por conta própria – a única violação de que o Irã pôde, até agora, ser acusado com provas. E que acatem as decisões de uma cúpula da qual a sexta potência nuclear do mundo, Israel, recusa-se a participar por temor de que países como Turquia e Egito cobrem sua adesão ao Tratado de Não Proliferação (ao qual o Irã aderiu), rompendo o pacto de silêncio pelo qual seu arsenal atômico é deixado de lado pela mídia e pela ONU, como se fosse parte da ordem natural das coisas: “A política de ambiguidade (nuclear) é o fundamento de toda a segurança de Israel, sempre o foi e continuará a ser. Obama não exigiu que ela fosse alterada”, disse o vice-chanceler israelense Danny Ayalon em entrevista à emissora de rádio do seu Exército.

De resto, o mundo ideal de Obama talvez fosse “livre de armas nucleares”, segundo as declarações que lhe renderam o Nobel da Paz de 2009, livre e até de caças que contribuam para o efeito estufa, a julgar pela apresentação recente de um F-18 parcialmente movido a biocombustível, o “Green- Hornet”. Mas de nenhuma forma um mundo livre de golpes militares devastadores. O programa de Ataque Global Imediato Convencional (Conventional Prompt Global Strike – CPGS), citado pelo Departamento de Estado em 9 de abril, pretende contornar as limitações ao arsenal nuclear. Desenvolveria armas convencionais avançadas e de longo alcance que Moscou não seria capaz de emular, tais como armas hipersônicas que proporcionariam a velocidade e alcance de um míssil balístico internacional a uma ogiva convencional.

Supostamente, teriam o mesmo poder de dissuasão das armas nucleares, trocando poder de destruição indiscriminada por mais precisão, com menos risco de envenenamento radioativo do planeta. Em troca, podem aumentar a tentação, para os estadunidenses, de ameaçar ou atacar com leviandade, com o risco de atingir alvos errados e provocar uma retaliação nuclear. A quem, exatamente, interessa tornar a guerra mais viável, politicamente correta ou ecologicamente sustentável?

Dito isso, a cúpula que reuniu 47 nações não deixa de ser um fato geopolítico a se levar em conta, sejam ou não verdadeiros os discursos com os quais se apresenta. Ao contrário de seu predecessor, Obama parece levar a sério o multilateralismo das grandes potências – mas só destas –, a ponto de oferecer concessões palpáveis. Para melhorar as relações com a Rússia, desistiu dos antimísseis na Polônia e parece ter admitido implicitamente uma esfera de influência russa, ao aceitar a vitória do candidato pró-russo na Ucrânia e reconhecer rapidamente o (popular) golpe de mesma orientação no Quirguistão. Até que ponto outros poderes têm interesse em colaborar?

A Rússia tem interesse aparente em congelar as relações de força, pois seu prestígio internacional depende em grande parte do arsenal herdado da União Soviética. Sob outros aspectos, é hoje uma média potência tentando recuperar algo do peso que perdeu em termos econômicos e ainda mais em capacidade de inovação independente desde o colapso do socialismo. O Reino Unido é militarmente um apêndice do Pentágono desde os anos 50, a França abriu mão da sua relativa autonomia estratégica com o fim do gaullismo e a União Europeia como um todo, enfraquecida por divisões internas, não tem perspectiva de se tornar um poder militar global em futuro previsível.

Restam Índia e Paquistão que, embora donas de arsenais de alcance limitado, se impuseram como potências nucleares contra a vontade das forças ocidentais. E a China, que não é pouca coisa. Terceira potência nuclear, tem mísseis de alcance mundial, um vasto exército convencional, capacidade tecnológica ascendente (produz hoje quatro vezes mais artigos científicos que a Rússia) e uma economia em crescimento explosivo cujas necessidades de insumos e de mercados obrigam o governo de Pequim, queira ou não, a ampliar sua dimensão geopolítica, inclusive do ponto de vista militar.

A ambiguidade chinesa é a pedra no sapato do presidente dos EUA, contra a qual pouco pode fazer, além de tentar interpretá-la a seu favor. Tem para isso o apoio de grande parte da mídia estadunidense e ainda mais da brasileira – mais que nunca, disposta a reduzir o noticiário internacional a peça de propaganda eleitoral – mas a realidade não é bem essa.

Na cúpula, Obama disse que a China já enviara um representante aos EUA para negociar sanções econômicas ao Irã. Os chineses preferem dizer, porém, que a solução será o diálogo. Em outras ocasiões-, disseram só admitir sanções que não prejudicassem os iranianos civis, ou seja, não-econômicas. O chanceler brasileiro, Celso Amorim, ironizou a propaganda dos EUA, repercutida e exagerada pelos setores da mídia brasileiras aos quais interessa fazer parecer que “o Brasil ficou isolado”: “Vou procurar saber o que a China disse aos EUA no Brasil, na reunião dos BRIC” (dias 15 e 16, em Brasília).

Ao Brasil, como à Turquia, interessa uma solução pacífica para o Irã. O presidente Lula e o primeiro-ministro Recep Erdogan pressionaram e obtiveram uma reunião de última hora com Obama para apresentar uma proposta comum – a Turquia, neutra, teria o material nuclear do Irã sob sua guarda e responsabilidade enquanto o urânio fosse enriquecido. Obama a ouviu e não se opôs à iniciativa, mas não a apoiou e continuará a campanha por sanções econômicas no Conselho de Segurança e certamente irritou-se com o rompimento público da falsa unanimidade contra Teerã.

Tanto Brasília quanto Ancara querem mais do que marcar posição. Para se opor às sanções, têm interesses comerciais importantes no Irã e também estratégicos, ainda que não da mesma natureza.

A Turquia, vizinha do Irã e de todas as embrulhadas do Oriente Médio, só tem a perder com a possibilidade de guerra ou desestabilização da região – inclusive territorialmente, visto que isso cria oportunidades para seus rebeldes curdos. E o país,- depois de décadas de tentativas frustradas de associar-se à União Europeia e obter vantagens de sua tradicional fidelidade ao Ocidente, passou a eleger governos islâmicos, menos simpáticos a Tel-Aviv e mais próximos dos árabes e do Irã. Em 6 de abril, o chanceler israelense Avigdor Lieberman acusou Erdogan de “estar se transformando em um Kadafi ou Hugo Chávez”. No dia seguinte, o primeiro-ministro turco respondeu em Paris que “Israel é a maior ameaça à paz no Oriente Médio”.

Ao Brasil, mesmo sem vínculos tão imediatos quanto o Irã, não convém abrir precedentes para sanções das potências nucleares contra países com desenvolvimento autônomo de energia nuclear para fins pacíficos, que é também o seu caso. Já em 2004, o Brasil, para proteger de espionagem industrial sua tecnologia, vetou a inspeção das centrifugadoras de urânio em Resende (RJ), e permitiu à AIEA apenas monitorar válvulas e tubos para medir a produção, o que foi aceito. E em março deste ano, tanto o governo quanto os militares rejeitaram como “invasivo” o adendo promovido pelos Estados Unidos ao TNP, que a AIEA apresentou em março e pretende impor a todos os signatários, pelo qual teriam de se submeter a frequentes e detalhadas inspeções de surpresa para ter o “direito” de exportar urânio.

Nesse mundo de relações de poder em dissolução e movimento, não há garantia de que Obama ou os EUA de fato consigam seus objetivos e o Brasil tem optado por não colocar todos os ovos na mesma cesta. Prefere caças franceses, faz um acordo militar com os EUA para viabilizar troca de equipamentos e tecnologia (e abrir espaço para a Embraer no mercado norte-americano), mas também abriga em Brasília a reunião com as outras três potências, nucleares, que com ele formam o BRIC e têm interesses econômicos e geopolíticos bem distintos do bloco ocidental, às vezes opostos.

De Washington, Lula, Hu Jintao, o primeiro-ministro indiano Manmohan Singh e (com escala em Buenos Aires) o presidente russo Dmitri Medvedev vão a Brasília conferenciar com objetivos principalmente econômicos, mas isso inclui o uso de suas próprias moedas no comércio mútuo, em substituição ao dólar – um fator a mais de corrosão de uma hegemonia já ameaçada – e intercâmbio militar, incluindo a possível instalação de fábricas russas de carros blindados Tigre e caminhões militares Kamaz no Brasil, a serem exportados para outros países latino-americanos.

As pressões por maior controle de material e processos nucleares devem, porém, continuar. Obama parece levar muito a sério o risco de organizações terroristas conseguirem uma arma nuclear.- Segundo seus especialistas, a Al-Qaeda- tenta adquirir materiais nucleares há 15 anos, embora aparentemente não tenha capacidade técnica de construir uma bomba atômica. Sabe-se, de ao menos, 18 casos de roubo ou desaparecimento de materiais nucleares. Em novembro de 2007, quatro homens armados chegaram a invadir um depósito sul-africano com urânio enriquecido, suficiente para doze bombas antes de serem repelidos.

Nesse sentido, o maior risco não é o Irã, cujo regime é estável, mas o Paquistão. Notoriamente, tem um governo precário e forças armadas cheias de fundamentalistas e sofre contínuos atentados e ataques guerrilheiros do Taleban. Mas não só enriquece urânio e tem armas nucleares, como está construindo dois reatores para produzir plutônio e bloqueando a proposta de Obama de um tratado para deter a produção de material militar no mundo. E os EUA preferem deixar o problema de lado, por precisarem do Paquistão para sua estratégia no Afeganistão – e nem sequer consideraram o problema na agenda da Cúpula. •





Extraído de cartacapital.com.br

BRICs Em Cena

Recentemente foi divulgado em Brasília as decisões que foram tomadas na reunião do grupo denominado como BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) na qual acredito eu que o ponto mais alto foi o acordo firmado entre as instituições financeiras do países membros.

Mesmo que alguns digam que foi muito pouco e que se esperava mais desta reunião, acredito particularmente que talvez isso tenha ocorrido em função da pouca idade do grupo e também pela mudança futura que ocorrerá no governo brasileiro, com as eleições para presidente, que podem vir a modificar as relações que o Brasil venha a ter com o grupo posteriormente.

Mas com certeza esse grupo ainda vai dar muito o que falar.

BRASÍLIA (Reuters) - Os principais países emergentes do mundo encontraram pouca coisa sobre as quais concordar na sua cúpula anual, na quinta-feira no Brasil, mas seu tom assertivo ao pleitear mais influência nas instituições financeiras globais e em estabelecer prazos para as reformas mostra que lentamente os chamados países Bric vão ganhando mais força como grupo.

Na declaração final divulgada em Brasília, os governantes de Brasil, Rússia, Índia e China cobraram reformas imediatas no Banco Mundial e no Fundo Monetário Internacional, de modo a dar mais voz para as nações em desenvolvimento.

O apelo em si não foi novidade, já que o grupo nasceu junto com a crise financeira global, tendo como objetivo alterar o equilíbrio de um sistema que deixa o processo decisório com as economias avançadas.

O fato de os países reiterarem sua reivindicação uma semana antes das reuniões do G20 e do FMI em Washington, e de imporem novembro como prazo para as reformas, mostra uma crescente coesão e confiança do quarteto, segundo analistas e diplomatas.

"Citar momentos e datas é uma forma de colocar maior pressão e também um possível modo de os Brics declararem vitória ao dizerem que por causa dessa pressão conseguiram fazer as coisas", disse Michael Glosny, acadêmico especializado em China no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

Enormes diferenças quanto aos objetivos nacionais e tensões em questões de segurança e política econômica impediram os Brics, responsáveis por 20 por cento do PIB global, de definirem uma cooperação concreta na maioria das áreas.

Eles recuaram das propostas do ano passado de criar uma nova divisa internacional para rivalizar com o dólar, e não avançaram na formação de instituições conjuntas.

Declarações vagas dos líderes do grupo sobre suas metas reforçaram a visão de que esses quatro países, dominados pela China em termos de tamanho econômico e influência, têm pouco em comum além de serem grandes nações em desenvolvimento.

PRESSÃO POR REFORMAS

Mas o grupo de fato tem interesses comuns no combate à desigualdade econômica e na defesa da segurança alimentar e energética. Sua pressão por uma reforma nas instituições financeiras pode levar os países avançados a lhes concederem mais poder de voto e com mais rapidez no FMI e no Banco Mundial.

"Acho que a sensação é de que essa é uma declaração muito mais agressiva do que já aparecera antes", disse um diplomata ocidental em Brasília, pedindo anonimato.

O Brasil, que parecia satisfeito com uma mudança de 5 por cento no peso das votações no FMI e Banco Mundial, agora parece disposto a se somar aos outros Brics por uma maior mudança. "Não estamos satisfeitos com o ritmo das reformas", disse o chanceler Celso Amorim à Reuters na sexta-feira.

O G20, bloco de países desenvolvidos e emergentes, concordou em dar mais 5 por cento de votos aos países em desenvolvimento, mas outros grupos que reúnem tais países pleiteiam 7 por cento.

"O FMI e o Banco Mundial precisam resolver urgentemente seus déficits de legitimidade", disse uma declaração conjunta dos Brics divulgada na noite de quinta-feira, defendendo que a reforma das quotas de votação seja completada até a cúpula de novembro do G20 na Coreia do Sul.

A falta de acordos ousados em outros campos não significa necessariamente que o jovem grupo não esteja avançando no fortalecimento dos seus laços e na construção de uma confiança mútua nos bastidores, disse Anthony Spanakos, acadêmico especializado em Brasil na Universidade Estadual Montclair, de Nova Jersey.

"Grande parte do que está acontecendo são consultas e construção de normas, mas o simbolismo da ação conjunta e de uma liderança que seja independente dos EUA e da Europa é importante também", disse ele.

Os Brics pediram que o G20 seja mais ativo na definição de uma estratégia para o mundo pós-crise, e reivindicou um papel nesse processo. Para além disso, no entanto, não surgiram muitos detalhes sobre a visão dos Brics para a nova ordem mundial financeira.

"Desempenhar um papel maior e ter maior influência é mais do que apenas aumentar a representação e as quotas de votação," disse Glosny. "Pela declaração (...) não fica claro como eles querem que seja esse papel, ou como eles querem exercer essa influência."


Extraído de msn.com.br

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Ponto para o hermanos

Uma cidade na Argentina determinou que agora os grandes proprietários terão que comprovar que o agroquímico que usam - eufemismo para agrotóxico - não causa prejuízos a saúde das pessoas.

A medida é um ponto e tanto para os argentinos que de uma vez só, como dizem no dito popular, acertam dois coelhos numa cajadada só. 

O primeiro "coelho" dessa história é a gigante na produção de sementes modificadas e agrotóxicos, Monsanto, que é a produtora do agrotóxico que, se comprovada sua agressividade para com a saúde das pessoas, perderá milhões com a paralisação da venda do mesmo.

O segundo "coelho" são os grandes produtores que se utilizam desse agrotóxico em suas plantações de soja que agora, segundo o tribunal argentino, terão que provar que a soja que produzem não causa danos a saúde da população; o que antes só era imposto aos pequenos produtores.

Por enquanto parece que a medida ficará restrita a zona urbana de uma cidade na Argentina, mas poderia ser implantada no país todo e até mesmo no mundo inteiro.



Na Argentina, a Justiça do estado de Santa Fé acaba de tomar uma decisão inédita: determinou, em sentença definitiva, a proibição do uso de glifosato em fumigações agrícolas nas zonas urbanas da cidade de San Jorge. Quase todo o glifosato usado no país é produzido pela Monsanto, maior fabricante mundial de sementes transgênicas e de produtos agroquímicos.

A sentença da Justiça de Santa Fé trouxe ainda uma novidade significativa: deu ao governo estadual e à Universidade Nacional do Litoral o prazo de seis meses para que se comprove que os agroquímicos (evitou-se o uso de “agrotóxicos”) não são prejudiciais à saúde. Assim, inverteu o ônus da prova: até agora, os afetados (em sua imensa maioria pequenos camponeses de escassos recursos) é que tinham de provar que seus padecimentos estavam relacionados ao glifosato. Ao passar para os grandes impulsionadores do modelo de agronegócios a obrigação de comprovar que os efeitos do produto químico não são prejudiciais à saúde, sentou as bases para uma nova postura judicial, com maior proteção às eventuais vítimas.

Atualmente, mais da metade (cerca de 56%) de toda a terra cultivada na Argentina está ocupada pela soja. Entre 2008 e 2009 (os dados são do ministério de Agricultura argentino), de um total de 31 milhões de hectares cerca de 17 milhões e 500 mil foram cobertos por soja. Em 2010, o cultivo chegará a 19 milhões de hectares. Um dos pilares do modelo de negócio é a soja transgênica (96% da produção), que utiliza o glifosato, cuja marca mais usada é o ‘Roundup’, fabricado pela Monsanto. O efeito desse agroquímico é radical: uma vez fumigado sobre a terra, a única coisa que cresce é a soja cuja semente também é produzida pela Monsanto. Todas as outras plantas morrem. Dados oficiais indicam que em 2009 ao menos 175 milhões de litros do produto foram espalhados na Argentina. Cientistas e pesquisadores independentes asseguram que esse cálculo é conservador: na verdade, o volume total seria de 280 milhões de litros.

Nas críticas e denúncias, uma das vozes mais contundentes é a do professor Andrés Carrasco, que em abril do ano passado confirmou, por meio de estudos rigorosos, que o glifosato pode causar efeitos devastadores, provocando má-formação genética, deformação em embriões e alterações nas células. Em contato com o produto, o ser humano pode sofrer conseqüências como aborto espontâneo, ou gerar crianças com deformações que vão de acefalia e lábio leporino a mutilações de membros, além de distúrbios respiratórios. Também elevado é o risco de desenvolver diferentes tipos de câncer, especialmente linfoma e leucemia. Diretor do Laboratório de Embriologia Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires, o professor Carrasco declarou que, graças ao silêncio e à omissão de diferentes governos (a começar pelo de Carlos Menem), seu país havia se transformado “no mais extenso campo de experimentação biotecnológica do mundo”.

Carrasco não foi o único cientista a denunciar esses efeitos. Ao menos outros quatro pesquisadores de prestígio indiscutível apontaram os graves riscos causados pelos agroquímicos e as sementes transgênicas. Os principais defensores da tese que esses produtos são inócuos são as federações do agronegócio e de produtores rurais, que esgrimem alguns relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização para Agricultura e Alimentação (FAO em inglês). A Justiça do estado argentino de Santa Fé ressaltou, porém, que há anos cientistas de todo o mundo criticam esses relatórios, que não se baseiam em estudos próprios ou independentes, mas nos que foram elaborados pelas empresas produtoras de agroquímicos e sementes geneticamente modificadas.

A sentença agora ditada pela Câmara de Apelações de Santa Fé significa uma profunda reviravolta nos rumos desse embate entre os críticos do uso de agrotóxicos, cujos efeitos sobre a vida foram comprovados em exames rigorosos, e os defensores de seu uso, pilar principal do modelo de agronegócio argentino. Acredita-se que o próximo passo será estender a todo o estado de Santa Fé a medida que agora se restringe à zona urbana da cidade de San Jorge, cujos 25 mil habitantes vivem a uns 140 quilômetros da capital estadual. A denúncia que deu origem ao processo partiu de um pequeno grupo de camponeses e moradores da área rural, e teve uma primeira sentença favorável em março do ano passado. De imediato os produtores de soja, a prefeitura local e o governo do Estado recorreram. O recurso foi julgado e teve sentença definitiva: fica proibida a fumigação terrestre a menos de 800 metros de moradias familiares, e a aspersão aérea a 1.500 metros.

A transformação mais radical está justamente na transferência do ônus da prova. Até agora, os queixosos (indígenas, camponeses, moradores da periferia urbana) tinham que comprovar cientificamente que os agroquímicos prejudicaram sua saúde. Esse, aliás, tem sido o principal ponto de defesa tanto do fabricante dos produtos como das autoridades estaduais, pressionadas pelos grandes conglomerados do agronegócio, em todo o país. Todos afirmam, em uníssono, que as denúncias eram falhas pois, antes de decidir qualquer tipo de proibição, os queixosos deveriam levar aos tribunais provas incontestáveis de que os efeitos dos produtos agroquímicos sobre a saúde e o meio ambiente são prejudiciais. De nada adiantavam estudos rigorosos e independentes, uma vez que não haviam sido encomendados pelos autores das denúncias levadas aos tribunais.

Agora caberá às autoridades estaduais e à Universidade Nacional comprovar que o glifosato não é o responsável pelos danos apontados. O mais curioso é que o governador de Santa Fé, Hermes Binner, é médico. Será do seu governo o ônus de mostrar que todos os casos de queixas registrados no pequeno município de San Jorge, cuja área é totalmente ocupada por plantações de soja, não têm nada a ver com a quantidade do glifosato espalhada sobre campos e população.



Extraído de cartacapital.com.br

70 Mil

Isso mesmo !

Mais de 70 mil pessoas estão desabrigadas no Estado do Rio de Janeiro devido as chuvas que ocorreram. Um número que é revoltante e preocupante.

Terá mesmo o governo como dar essas pessoas a acomodação e moradia que elas precisam ?
Será mesmo que depois que tudo isso passar o governo continuará a dar a assistência a eles; haja visto que a tragédia de Angra dos Reis ainda continua sem solução ?

Mais de 70.600 pessoas tiveram que deixar suas casas no Estado do Rio de Janeiro desde o último dia 5, quando fortes chuvas passaram a atingir a região.

Segundo boletim divulgado hoje pelo Departamento Geral de Defesa Civil, 59.852 moradores estão desalojados e 10.837 desabrigados. Entre os locais mais afetados estão Niterói, e os municípios do Rio e São Gonçalo.

Levantamento do órgão aponta também que desde o dia 5, 253 morreram no Estado. Somente no Morro do Bumba, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, onde um deslizamento soterrou parte da comunidade, 47 corpos foram encontrados, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Cerca de 100 homens da corporação trabalham diariamente no local em busca de vítimas.

Além do Morro do Bumba, ainda há registros de dois desaparecidos no Morro Santa Maria, em Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, e um no Morro do Andaraí, em Andaraí, na zona norte da cidade. Nesses locais houve deslizamentos seguidos de desabamentos. Não existe previsão para o término das buscas.

Até o momento, 419 casas foram destruídas, sendo a maioria por deslizamentos, enxurradas e inundações e cerca de 7.290 construções foram danificadas.


Extraído de msn.com.br

terça-feira, 13 de abril de 2010

Agora ?!

Precisou meia cidade de Niterói vir abaixo para que o governo tomasse uma providência considerável em relação a um problema que existe desde o processo de urbanização.

Precisou a morte de centenas de pessoas para que o governo tomasse uma medida que não fosse meramente paliativa ou então que compactuasse com o processo de ocupação irregular de encostas devido a favelização.

Precisou de um infeliz drama vivido pela cidade aterrorizando vários moradores e levando vários outros a perda total de tudo aquilo que conquistaram para que o governo revolvesse enfrentar de vez um monstro que foi criado pelo seu próprio descaso e alimentado pelo mesmo com obras "tapa-buraco".

Precisou disso tudo para que o governo resolvesse finalmente encarar o problema de frente.
É triste mas é verdade... Infelizmente todos os governantes fecham os olhos para os problemas até que o mesmo ganhe repercursão nacional, infelizmente, pela via da tragédia.

Até quando teremos que aguentar isso ?
Até quando teremos que aguentar sucessivas administrações que se negam a resolver os problemas das classes menos abastadas, mas que na hora de pedirem o voto das mesmas sabem direitinho suas deficiências e como resolvê-las ?
Até quando ?....


O prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse hoje que elabora um mapeamento geológico detalhado da cidade atingida pela chuva para identificar as encostas e as regiões que podem ou não receber reassentamento. A recuperação da cidade deve custar entre R$ 200 e R$ 250 milhões.


Paes informou que a prefeitura fechou ontem boa parte dos valores relativos à recuperação da cidade, o que incluiria repavimentação de ruas e limpeza do leito dos rios, num total em torno de R$ 200 milhões. Ele destacou ainda que autorizou o início imediato, pela GEO-Rio, de todas as obras necessárias para liberar os acessos ao Parque Nacional da Tijuca e ao Cristo Redentor. As obras estão avaliadas em R$ 5 milhões.


Paes deu essas informações após as reuniões que teve nesta manhã com representantes do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) e do Ministério Público Estadual para mostrar os planos de reassentamento e indenização para as famílias desabrigadas. No Tribunal de Justiça, o prefeito esteve com o presidente do TJ-RJ, Luiz Zveiter, e os juízes das varas de Fazenda Pública da Capital. No MPE, Paes se encontrou com o procurador-geral de Justiça, Cláudio Soares, e com promotores de diferentes áreas.


Paes também entregou cópias dos laudos técnicos da GEO-Rio e da Defesa Civil Municipal recomendando a retirada imediata dos moradores de oito comunidades - Urubu (Pilares), Prazeres (Rio Comprido), Fogueteiro (Centro), São João Batista (Botafogo), Cantinho do Céu e Pantanal (parte da comunidade do Turano, na Tijuca), Laborioux (Rocinha) e Parque Columbia (às margens do Rio Acari).



Extraído de msn.com.br

sábado, 10 de abril de 2010

O jogo de empurra da COP 15 e suas consequências

Como dito em post anterior o jogo de empurra que levou a COP 15 a lugar nenhum teve como consequência a indefinição de um tratado climático obrigatório para todos os países.

O jogo de empurra se criou em cima da indefinição dos países sobre o quanto eles se comprometeriam em reduzir suas emissões de carbono, já que um ficava esperando uma posição do outro por medo de se comprometer em demasia.

Exemplificando: se um país se comprometer em realizar uma redução de 30% outro país pode anunciar que sua redução será de 15%, o que causaria assim um "arrependimento" no primeiro país que se comprometeu em uma escala maior do que o segundo.

Esse jogo de empurra foi que atravancou as negociações para a assinatura de um acordo definitivo entre os países sobre o clima do planeta.

Só espero que isso se resolva rápido e de maneira eficiente, pois o planeta pede socorro...


BONN, Alemanha (Reuters) - Divisões surgiram na sexta-feira na primeira reunião climática da ONU desde a áspera cúpula de Copenhague, em meio a debates sobre como retomar as negociações neste ano - e com poucos delegados prevendo avanços no combate ao aquecimento global durante 2010.

Negociadores dos 175 países envolvidos pediram esforços pela retomada da confiança entre países ricos e pobres, mas nenhum deles anunciou concessões que pudessem contribuir com tal fim. Em dezembro, divergências entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento foram determinantes para que a cúpula de Copenhague terminasse sem a adoção de um novo tratado climático de cumprimento obrigatório.

Em frente ao local da conferência, ambientalistas despejaram cerca de quatro toneladas de cacos de vidro no chão, junto com uma placa com a palavra "Copenhague" e um cartaz dizendo "Recolham os pedaços".

A reunião de Bonn, de sexta-feira a domingo, deve definir quantos encontros extraordinários acontecerão antes da conferência ministerial anual marcada para 29 de novembro a 10 de dezembro em Cancún, no México.

A maioria deseja duas ou três sessões extras, o que seria abaixo do que ocorreu em 2009, mas pouca gente falou em buscar um acordo vinculante já em 2010 - a maioria acha que isso ficará para 2011, quando a reunião ocorre na África do Sul.

"O grupo africano acredita que a nossa prioridade deve ser restaurar a verdade, reconstruir a confiança e portanto resgatar o processo", disse Nsiala Tosi Bibanda Mpanu Mpanu, da República Democrática do Congo, em nome dos países africanos.

Países como Arábia Saudita, Bolívia, Venezuela e Cuba disseram que há risco de que se repita o erro cometido nos preparativos para Copenhague, quando as propostas foram definidas por poucas nações - ignorando muitas das 194 nações filiadas à ONU.

Esse complicado processo se destina a definir um tratado que substitua o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.

"Pequenos grupos informais foram reunidos e estão se proliferando (...), autosselecionados para produzirem um acordo por trás das costas dos outros", disse a delegada venezuelana, Claudia Salerno.

O México convocou uma reunião informal com um grupo de cerca de 40 países-chave --muitos consideram que o processo fica inviável com 194 participantes. Os EUA realizarão na semana que vem um encontro com 17 países responsáveis por 80 por cento das emissões globais de gases do efeito estufa.

A cúpula de Copenhague terminou com um acordo que não é de cumprimento obrigatório, mas recebeu apoio de cerca de 120 nações. Sem maior detalhamento, ele estabelece metas para a limitação do aquecimento global a 2 graus Celsius acima dos limites pré-industriais, e também prevê verbas de curto prazo para ajudar os países em desenvolvimento a se adaptarem e mitigarem o problema.



Extraído de msn.com.br

Luto

É em tom de profunda tristeza e luto que escrevo este post sobre as vítimas dos temporais no Estado do Rio de janeiro, principalmente no município de Niterói.

Causado pela passagem de uma frente fria pelo Estado associado a correntes de vento, as chuvas que ocorreram nestes últimos dias arrasaram locais, principalmente onde havia ocupação de forma desordenada, que entraram em colapso levando a completa paralisação de grande parte da cidade do Rio e Grande Rio.

Isso sem falar no morro do Bumba em Niterói que sofreu um deslizamento de terra que levou a morte de várias pessoas.
Particularmente acredito que esse trágico incidente tenha a ver mais com a ocupação desordenada feita pela população e as obras realizadas pela administração pública naquele local do que propriamente com a chuva que só acelerou um processo que fatalmente iria acontecer; pois quando um aterro sanitário é desativado sua área de construção sofre um processo primeiramente de "inchamento" - já que com o passar dos anos o gás metano produzido da composição do lixo causa certa expansão no interior do solo - e posterior processo de "esvaziamento" - já que com o tempo esse gás se dissipa e assim o solo torna a se acomodar de maneira a retornar ao seu estado anterior - o que tornaria assim impossível a realização de construções naquela localidade; já que devido ao processo anteriormente citado e uma série de outros fatores como a sujeição dessas pessoas a doenças respiratórias e de pele por suas exposições ao solo do aterro, o mesmo se mostra impróprio para habitação.

Não estou e também acho que nem é hora de encontrar culpados para tal tragédia, mas sim que agora é a hora de mostrarmos como brasileiros e, antes de tudo, como seres humanos a nossa solidariedade com aqueles que perderam praticamente tudo que levaram uma vida inteira para construir.

domingo, 4 de abril de 2010

Tendência Populacional

O Brasil começa a demonstrar, pelo menos no Estado de SP com mais intensidade, que sua população começa a envelhecer. Antes, e ainda hoje pelo menos por enquanto, o país era caracterizado como sendo de pirâmide populacional com base larga e topo afunilado (o que significa dizer que possuí uma população predominantemente jovem e com poucos idosos) mas ao longo dos tempo isso vem se modificando, muito por conta de maior acesso aos métodos contraceptivos pela população, pela urbanização acelerada, pela reforma médico-sanitária e pela entrada da mulher no mercado de trabalho, e a tendência é que agora a base comece a afunilar e o topo a se alargar aos poucos, o que confere ao país uma população mais "madura" muito semelhante a grande maioria dos países europeus.

Essa mudança na pirâmide etária brasileira implica em algumas transformações e gera consequências tais como:
* Mudanças no sistema público de saúde - que terá que contar com mais geriatras - Além de um investimento maior no mesmo
* Possível Déficit na previdência - já que teremos mais gente recebendo dela do que propriamente contribuindo
* Prejudicaria o efetivo militar - já que contaria com menos jovens que iriam se alistar
* Mudaria o eixo do turismo - que teria que se readaptar com pacotes voltados para este tipo de público
* Transformações urbanas - para facilitar o acesso da população a certos locais que atualmente são de difícil acesso sem a devida estrutura.


São Paulo envelhece. Não porque a cidade está próxima de completar cinco séculos de fundação. Mas por sua população, cada vez mais amadurecida. Nos últimos dez anos, o número de paulistanos com 60 anos ou mais subiu 35% e chegou a 1,3 milhão. E a tendência trará uma mudança simbólica em 2024, quando a população idosa vai superar a de crianças e jovens até 14 anos.

Pela projeção da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), feita com exclusividade para o Estado, esse fenômeno ocorrerá em 2024. Será quando, pela primeira vez desde que há levantamentos do tipo, o contingente da terceira idade (que será de 2,2 milhões) ultrapassará o de crianças (de 2,13 milhões). Além da tendência de alta entre os mais velhos, a população mais nova (de 0 a 14 anos) começa a diminuir a partir do ano que vem, quando somará 2,63 milhões, 200 mil a menos que hoje. A metrópole terá de se adaptar a esse cenário.

"Uma mudança como essa exigirá que a cidade se adapte, com opções de lazer, transporte, habitação e até publicidade mais focada nesse público", analisa o demógrafo Carlos Eugenio de Carvalho Ferreira, da área de projeções demográficas da Seade. Para ele, o envelhecimento da população se deve a uma combinação de fatores, como a rápida urbanização; a participação crescente das mulheres no mercado de trabalho e o desenvolvimento da saúde pública.

Nos últimos dez anos, o número médio de filhos por mulher, na capital, caiu de 2,2 para 1,9. Uma redução de 14%. Se o mesmo ritmo for mantido, em 2017 o índice será de 1,64 - equivalente ao de países europeus.

Em 1980, a idade média do brasileiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), era de 20,2 anos. Hoje, é de 28,8. A tendência é de crescimento: 35,8 em 2025; 42 em 2040; e 46,2 em 2050, quando haverá 64 milhões de brasileiros com 60 anos ou mais, frente a 28 milhões com menos de 15 e 50 milhões entre 0 e 24 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Extraído de msn.com.br