segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

UE contesta Zona Franca por um motivo "estranho"

Esta semana a presidente Dilma criticou a UE por contestar a Zona Franca de Manaus em relação a um programa executado pelo governo na região. 

Segundo a entidade, a mesma "tem dúvidas sobre um instrumento e como ele pode atingir seu objetivo"... Engraçado que nem o instrumento e nem o objetivo foram revelados... 

Mas... (sempre tem um mas) a UE critica dois programas: o Inovar-Auto - que aumenta impostos para carros importados de países de fora do Mercosul - e a Zona Franca de Manaus... E é aí que está o fio da meada, pelo menos pra mim... 

Todos sabemos que a Zona Franca é uma área livre de impostos, criada pelo governo na década de 60 com o objetivo de incentivar o crescimento regional motivando as indústrias e se instalarem lá através da isenção de impostos, por isso até o nome "Zona Franca". O princípio era criar uma plataforma de exportação, mas como a área era isolada esse objetivo foi um pouco dificultado. 

Já o Inovar-Auto, aumentando os impostos sobre os carros importados põe os mesmos em desvantagem frente aos carros aqui montados e isso pode soar como uma medida protecionista já que, com isso, a tendência é que os brasileiros prefiram comprar os carros aqui produzidos aos que vêm de fora... 

O que os projetos contestados pela UE tem em comum? Os dois podem ser considerados como protecionistas... O que chega a ser irônico vindo de um bloco que se utiliza dessa medida em larga escala, principalmente quando se trata de sua agricultura. 

O Brasil tem sérios problemas com relação a isso não só com a UE, mas também com os EUA; aliás este foi um dos motivos da ALCA não ter ido a frente enquanto bloco. Para você que não conhece, protecionismo é uma medida tomada por um Governo para defender sua economia e isso pode ser feito sobretaxando os produtos que vem de outros países ou subsidiando a sua própria produção, por exemplo. 

O engraçado dessa história é ver a UE pedir explicações por dois programas que em sua essência se utilizam da mesma prática que ela, que aliás o faz desde o tempos em que ainda era Benelux. 

Chega a ser ridículo isso. Como um bloco vai cobrar uma postura nossa que eles mesmos adotam? Quer dizer que só vale para nós e não para eles?

Fica ainda mais evidente que, apesar deles dizerem que não entendem mecanismos, a situação aponta para essa questão; principalmente se você pensar em grandes montadoras de automóveis. Claro que algumas delas possuem fábricas no Brasil, mas a coisa muda bastante de figura se você pensar em carros de luxo, por exemplo. 

Esse episódio pode até não passar de um mero mal-estar entre os dois, mas fica claro o quanto o protecionismo à economia incomoda quando o mesmo é realizado pelo outro e não por você... 

E assim continuamos a viver nesse mundo-cão... 

Com informações do Estadão

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