Miami, 4 jun (EFE).- A "mancha negra" de petróleo do Golfo do México pode chegar hoje pela primeira vez às praias próximas a Pensacola, no litoral noroeste da Flórida, onde já foram encontradas "bolas" de alcatrão, que são resquícios de petróleo com consistência viscosa, informaram hoje as autoridades.
Segundo as projeções da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA) dos Estados Unidos, parte do petróleo que vaza de um poço submarino no Golfo pode chegar hoje ou amanhã às praias próximas a Pensacola.
Embora a "mancha negra" esteja a cerca de seis quilômetros da região, nas praias de Gulf Islands Seashore, na baía de Pensacola, já é possível encontrar fragmentos de petróleo, conforme o departamento de proteção de meio ambiente do estado.
Nas praias de Gulf Islands Seashore 11 equipes já trabalham na limpeza.
As autoridades colocaram várias embarcações da guarda costeira em águas próximas. Elas ajudam a recolher matéria em suspensão, com o objetivo de "minimizar qualquer impacto potencial" do vazamento.
Além disso, uma cadeia de 78 quilômetros de barreiras sintéticas flutuantes será colocada em áreas próximas ao litoral da Flórida, no caminho da "mancha negra".
Se as previsões da NOAA estiverem certas, a maré negra chegará hoje, levada pelos ventos que sopram do sul e do sudoeste, explicou o professor da Faculdade de Ciências Marinhas da Universidade de Miami (UM) Daniel Suman.
Suman explicou que a barreira de ilhas e as praias de areias brancas de Gulf Islands Seashore são de grande importância para o turismo e que, "atrás delas, no interior, estão áreas úmidas muito vulneráveis".
Para o professor, o "impacto maior", por enquanto, é o econômico e o que está sofrendo principalmente o turismo, a indústria pesqueira e a pesca esportiva.
"O impacto econômico já é sentido na Flórida e, se chegarem grandes quantidades de petróleo ou alcatrão às praias", o efeito será "desastroso" para todo o estado.
O governador da Flórida, Charlie Crist, disse hoje que está satisfeito porque seu pedido de ajuda para a indústria e comunidades pesqueiras do estado foi aceito pelo Departamento de Comércio dos EUA.
A atividade pesqueira foi muito afetada desde que o Governo americano ampliou a área proibida para a prática da pesca, que atualmente ocupa 37% das águas do Golfo.
A maré negra de petróleo também é uma ameaça direta para os recifes da região de Florida Keys, já que a corrente marinha principal do Golfo pode arrastar o vazamento para o extremo sul do estado.
Gregor Eberli, Mark Grasmueck e Thiago Correa, professores da Divisão de Geofísica e Geologia Marinha da UM, expressaram sua preocupação com o efeito do "petróleo que permanece em suspensão na água e que representa um grave perigo para o plâncton e os recifes mais profundos" no estreito da Flórida.
Em maio, a NOAA informou que "pequenas porções" da mancha negra tinham penetrado na principal corrente marinha, que flui para o extremo sul do estado e sobe pela costa leste.
Se a mancha de petróleo alcançar o sul da Flórida, não afetará apenas o "santuário marinho de recife de coral", mas pode causar graves danos nos mangues do condado de Miami-Dade, o parque nacional dos Everglades e até nas praias de Miami, no Atlântico, alertou Suman. EFE
Extraído de msn.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário